Há uma treta que não me agrada nada no agendamento de um campeonato e que de vez em quando lá se lembra de acontecer, seja lá por que motivo for: os jogos adiados. Como este, exactamente. É que um gajo anda a par das jornadas, é só olhar para a classificação no jornal ou num site ou lá onde quiseres espreitar a tabela, e imaginas a cena. O Benfas joga primeiro e ganha, sabe-se lá como, um choureco qualquer pior que o cruzagolo do Alex no Domingo, e passa três pontos para a frente. E tem mais um jogo. E logo vem toda a gente com os “avanços”, “provisoriamente na liderança”, “em primeiro pelo menos por uma semana”, entre outras conversas do género. E não acontece só com os nossos amigos lá de baixo, porque se o FC Porto ficar em primeiro também acontece a mesma treta, só muda o entusiasmo para desdém e a euforia alcoólica é trocada pela moral rebaixada por uma poça de lama bacteriologicamente infectada. E tenho de olhar para a merda da tabela e ver que o número de jogos não bate com a jornada e tenho de fazer contas aos jogos fora e casa, quantos pontos faltam para conseguirmos ser campeões, onde é que os outros vão a seguir e se ainda contam os amarelos ou não…é uma confusão na minha vida e já tenho chatices que chegue.
Por isso, Vitor, para evitares mais um aborrecimento a somar-se a tantos outros, faz lá o favor aqui ao menino e espeta dois ou três no Setúbal e põe ordem na minha cabeça e na minha vida desportiva. Relembro-te do que te disse na primeira versão desta missiva, ainda em Dezembro do ano passado: já não está lá o Meyong, mas continua o Ricardo Silva. E esse ressabiado não merece respirar nada para lá do fétido aroma da derrota. É mandá-lo de volta para o inferno boavisteiro onde ele pertence.
Sou quem sabes,
Jorge