Estejam descansados, não estou a virar a casaca e a transformar-me em vermelhão. Cá vai uma citação direitinha do MaisFutebol, proferida por Ramires em entrevista ao site da FIFA, um dos melhores jogadores brasileiros a jogar no nosso país:
«Fiquei verdadeiramente chocado com a quantidade de jogadores brasileiros que há em Portugal. Quase todas as equipas portuguesas têm brasileiros nos seus plantéis que não conseguiram construir uma carreira no Brasil. Há até pessoas que eu nem sabia que eram brasileiros, antes de ouvir o sotaque»
Que venha o primeiro que me diga que o rapaz não tem razão. Ele, que tem mostrado qualidade muito acima da média para o que se costuma ver por estas bandas, consegue ver facilmente que há jogadores brasileiros a mais neste campeonato, onde muitos deles acrescentam pouca ou nenhuma valia à nossa Liga. E quem diz brasileiros podia perfeitamente dizer argentinos, uruguaios, cabo-verdianos, sérvios, enfim, as dezenas e dezenas de estrangeiros que entram para o nosso campeonato aos contentores e que podiam perfeitamente ser substituídos por dezenas e dezenas de rapazes portugueses, que já conhecem o estilo e os hábitos e que ajudariam sem dúvida a melhorar o actual estado do nosso futebol.
E nós, cá na Invicta, temos tido muito bons exemplos disso, com quantidades absurdas de jogadores de duvidosa qualidade a serem cá colocados, ao passo que algumas eternas promessas acabam por ser colocadas na proverbial prateleira, condenados ao exílio forçado em clubes de menor dimensão, onde muitas vezes desmotivam-se e perdem o gosto de vencer e de melhorar cada vez mais, vergados ao infortúnio de uma política de decisões estranhamente globalizadora.
É lógico que há bons valores no estrangeiro e muitos deles acabam por suprir falhas directas que o clube ou o país não conseguem colmatar, posições específicas que são complicadas de conseguir produzir ou jogadores com um estilo mais adaptado ao treinador que o pretende. O problema está quando se escolhem jogadores para posições que facilmente se podiam arranjar 3 ou 4 jogadores dos juniores e que fariam o mesmo lugar tão bem ou melhor.
É tudo uma questão de “os” ter no sítio e arriscar a aposta. Só custa no início…
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