A minha pequena lista das bestas negras do FC Porto

 

O Alexandre Figueira, gestor do Azul ao Sul, publicou aqui há uns meses um artigo com exactamente este título, que decidi plagiar de uma forma absurdamente notória mas que estou certo não o vai incomodar por aí fora. Se tal acontecer, Alex, estás mais que autorizado a vir ao Norte e eu pago-te uma noite de finos com todo o gosto. De maneira que o môce lembrou-se de listar os rapazes que lhe comeram a cabecinha toda quando jogavam contra o FC Porto desde que se lembrava de ver a bola, e na altura disse que eventualmente compilaria a minha lista toda catita, para rivalizar com a dele. Aqui está a dita:

Heitor (Marítimo)
Começo com um nome que me trazia terror sempre que era marcado um livre a favor do Marítimo e contra o FC Porto, num raio de trinta metros da nossa baliza. Tinha um remate seco, recto, rasteiro, mas que era um estupor duma bomba que me fazia agarrar um qualquer amuleto da sorte e rezar que o Baía não estivesse em dia mau. Não sei se chegou a marcar muitos golos contra nós, mas que me assustava sempre que pousava a bola no relvado e começava a ganhar balanço, lá isso…

Pedro Roma (Académica)
Podia fazer épocas absurdas, com frangalhada uma atrás da outra que faziam o Kralj parecer o Mlynarczyk. Mas quando chegava o jogo contra o FC Porto…ah, meu cabrão, o que tu defendias. No chão, pelo ar, em voos brilhantes ou estiradas rasteiras, o estupor parecia possuído de uma força sobrenatural que o fazia subir ao zénite da motricidade humana, transformando-o num “powerhouse” de um guarda-redes, elástico, firme, seguro, brilhante. E apanhou várias bolas do fundo da rede, mas sem antes transtornar os adeptos que se questionavam com que tipo de demónio este gajo tinha feito o acordo para se estar a exibir a este nível.

Isaías (Benfica)
Tinha um remate que assustava, mas não era apenas isso que chateava neste gajo. Forte no um-contra-um, usava bem o corpo e quando parecia que estava tudo perdido lá arrancava um petardo a trinta metros que muitas vezes só parava dentro da baliza. Foi dos jogadores mais acarinhados do Benfica durante vários anos e com boas razões para isso, porque era um constante perigo para os adversários pela forma como nem pensava duas vezes antes de puxar a culatra atrás e lançar a bola com a força de mil Mangalas na direcção das redes. Aposto que os guarda-redes pensavam duas vezes antes de meter as patonas ao esférico…

Artur (Boavista)
Era enervante porque era bom. E rápido. E prático. E dava cabo da cabeça a qualquer lateral que o tentava marcar com graus variáveis de sucesso, pelo menos enquanto se prostituiu durante alguns anos com a camisola daquele clube que um dia destes vou voltar a ver pisar o relvado do meu estádio, conspurcando a nossa digna casa com as cores do mal vizinho (que também são as cores da cidade do mal exterior, já viram a puta da coincidência?!). Tanto e tão mal disse dele enquanto estava do outro lado que nem quis acreditar que o tínhamos ido buscar, ele que me punha nervoso mal a bola chegava perto dos pés, para logo ser adiantada uns vinte metros que eram galgados com a velocidade de uma chita na busca da gazela mais próxima e mais sumarenta. Foste muito bom no Boavista. Foi melhor no FC Porto.


Todo e qualquer plantel do Arsenal FC
Estes sim, as bestas negras, especialmente em Londres. Não sei o que passa pela cabeça dos nossos jogadores mas se temos problemas com quase qualquer tipo de equipa inglesa desde o início dos tempos, a verdade é que o Arsenal, ainda que nos tempos mais recentes, se tornou num obstáculo impossível de ultrapassar em provas a eliminar. As duas derrotas em Londres ficaram-me marcadas pela forma simples como as nossas estratégias, alinhavadas por vários treinadores, foram consistente e obviamente destruídas por um futebol que nos mina a confiança a um nível tão estratosférico que me faz sentir sportinguista. Devia haver uma ponte que ligasse a Invicta à Grã-Bretanha, para podermos ultrapassar o estigma e finalmente conseguirmos vencer lá um jogo. Estupores, todos eles.


Também na lista mas sem aquele estigma de terem passado várias épocas a fazerem o meu sistema nervoso saltar durante 180 minutos por ano, têm o mérito de estar nesta lista por um ou outro jogo que gravaram o nome na minha mente como uma marcação a fogo no lombo de um bovino:

  • César Brito (Benfica)
  • Braga (Leixões)
  • Vieira (Famalicão)
  • Neuer (Schalke 04)
  • Gaúcho (Estrela Amadora)
  • Rodrigo Tello (Sporting)

E vocês? Algum ódio particular de estimação que mantenham bem fechado numa mala a doze chaves para que não saia de lá?

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