Nota prévia: recuso-me a alimentar polémicas com candidatos presidenciais a outros clubes. Se quiserem mais conversa sobre isso vão até ao site do Record.
Penúltimo post sobre o assunto, desta vez sobre os avançados, excluindo os pontas-de-lança. Onward:
CRISTIÁN RODRIGUEZ
Por onde começar? Uma época, meia época? Meia época cheia de algum do futebol mais improdutivo que me lembro de ver…e mesmo assim houve alguns jogos em que foi um dos jogadores que mais trabalhou em campo. Mas Rodriguez teve uma contínua curva descendente desde 2008/09 e o espaço que foi perdendo na equipa deve-se em grande parte a dois factores: o hype criado aquando da chegada e a sua incapacidade de manter um nível de exibições aceitável para uma equipa como o FC Porto. Dir-me-ão: “Mas, Jorge, o rapaz até se esforça, tu não gostas dos que se esforçam? Nem parece teu!”. Pois é. Mas também gosto dos que se esforçam com cabeça e dos que conseguem manter um equilíbrio custo/benefício rentável. E, meu amigo Cebola, nesse ponto falhaste redondamente. Para além disso pegou-se com Moutinho no treino. Estava à espera de quê?!
Momento Baía: O jogo na Madeira contra o Nacional: “Afirmo e reafirmo: Rodriguez perdeu espaço no FC Porto e é caro demais para o rendimento que apresenta. Mas há alguns jogos em que a força e a atitude do Cebola são muito importantes e este era claramente um deles.”
Momento Baroni: A ruptura com o grupo pós-chatice-cena-no-treino-com-Moutinho e consequente afastamento da equipa.
Nota final 2011/2012: BARONI
HULK
Chega? Jogador do ano.
Momento Baía: Tantos. Em Donetsk, na pedreira e no Dragão contra o Braga, no Dragão contra o Sporting, na Madeira contra o Marítimo…mas é de realçar o primeiro golo na Luz para o campeonato. Que míssil!
Momento Baroni: Poucos. Talvez o jogo em casa contra o Zenit onde não conseguiu marcar o golo que nos apuraria para a próxima fase da Champions ou contra o Paços no Dragão, onde saiu chateado mas onde também soube ser humilde e pedir desculpa pela atitude no final do jogo.
Nota final 2011/2012: BAÍA
VARELA
Fez o suficiente no final da temporada para receber a convocatória para o Europeu muito à custa da lesão de Danny (que lamento, ou talvez não) e da ausência de outra alternativas para o lugar. Mas o resto da temporada foi uma sequência de near-misses onde Varela nem se viu nem se fez ver, intercalado com um ou outro jogo acima da fraca média geral. Jogos consecutivos de inépcia técnica, lentidão, exasperante inconsequência com a bola e uma terrível e enervante inércia que lhe valeram muitos assobios e uma boa dose de indiferença pela parte dos adeptos que chegaram a considerar Djalma como uma melhor solução para o flanco. Varela começou muito bem no último ano de Jesualdo, baixou de produtividade no ano passado e este ano foi uma miséria de ideias, atitude e capacidade física. Se fosse outro qualquer e não o Silvestre que já vi a voar pelo flanco com a garra de um Amunike com anfetaminas, já o tinha despachado há mais tempo.
Momento Baía: O jogo contra o Guimarães no Dragão foi simpático: “Esforçado, lutador, com alma, velocidade e empenho. Este Varela hoje não se limitou a passear pelo relvado como tinha feito durante toda a primeira volta do campeonato, mas sim um Varela que parece ter recuperado alguma alegria e a convicção que consegue voltar a fazer tudo o que já fez na Invicta.“.
Momento Baroni: O jogo em casa contra o Leiria foi um entre várias exibições muito más: “Foi tão pouco, Silvestre, tão pouco e tão mau que o meu próprio compincha da bola há tantos anos se virou para mim e disse: “Se eu estou aqui a desejar que entre o Djalma para sair o Varela, o que é que isso diz do Varela?”. Diz muito, rapaz.“.
Nota final 2011/2012: BARONI
JAMES RODRIGUEZ
Fico ambíguo ao analisar a época de James. Por um lado olho para os números do colombiano e vejo que marcou 14 golos e é o segundo melhor marcador da equipa atrás de Hulk e à frente de qualquer um dos pontas-de-lança. E se virmos alguns dos excelentes jogos que fez durante o ano, especialmente quando jogou pelo centro logo atrás dos pré-designados goleadores que raramente o foram, a verdade é que James mostrou qualidade, inteligência, talento e um pé esquerdo de alto nível. Mas…e há sempre um mas…James não foi consistente. Mais que isso, em muitos jogos pareceu alhear-se da luta pela posse de bola de uma forma que me enervou de uma forma tão intensa que não resisti a criticá-lo durante e depois do jogo. É o único jogador que fez de mim um cronista bipolar e incoerente na variação entre crítica e elogio que alternavam semana após semana. Admito-o sem qualquer tipo de problema e assumo a culpa da oscilação moral e mental. É isso que James fez este ano: alternou vezes demais o brilhante com o sofrível.
Momento Baía: No jogo contra o Shakthar em casa: “Convenceste-me, homem. Sim, chamo-te homem porque o que vi hoje no Dragão foi um homem com a bola e sem ela, ao deambulares por entre os adultos que apanhaste pela frente. Tens vinte anos de vida mas já pareces um maduro homem de meia-idade, com a experiência de uma vida bem vivida mas sempre com aqueles lampejos de genialidade que pareces querer mostrar vez após vez após saborosa vez. Aquela jogada para o segundo golo, meu menino…perdão, meu caro senhor, é uma beleza. Aquele que sentaste é um homem com experiência como poucos e o facto de apenas ter uma vogal para quatro letras no nome só te deu para rir. Riste-te quando o viste a passar para o lado, não foi? Eu sei que foi.“. Isto foi em Setembro…
Momento Baroni: O jogo na Madeira contra o Marítimo (que nos havia de dar o título, mas na altura ele não sabia disso): “Estou farto. Palavra que estou. Se não queres jogar à bola durante noventa minutos, porreiro, mas não impeças os outros de o fazer, miúdo. E alguém me explica como é que um jogador com o talento que este rapaz tem para jogar futebol tem tanta dificuldade em manter a bola estável no relvado e o primeiro instinto dele quando recebe uma bola aérea não é o de a colocar parada na relva mas deixá-la a pinchar como uma miúda num trampolim?! Não percebo, palavra, e estou a perder a paciência com o puto, porque a produtividade tem de começar no momento em que o jogo arranca e não só quando lhe apetece. Não se chama Ricardo Quaresma e ainda não tem estatuto para isso.“.
Nota final 2011/2012: BAÍA (a custo)
DJALMA
Não se pode apontar nada ao moço em termos de empenho. E apesar de compreender alguma inconsistência nos mesmos argumentos futebolísticos que uso para desgostar do trabalho de Cristián Rodriguez ao mesmo tempo que louvo o empenho de Djalma, tentem perceber que não tenho nada contra um nem a favor de outro a um nível pessoal. Só que Djalma deve ganhar aí 1/10 do que ganha Cebola e corre o mesmo ou mais. Tacticamente certinho e obediente, várias vezes preferi que jogasse ele em vez de James. Foi usado várias vezes a tapar o flanco direito (na Luz acabou por fazer o flanco todo depois de Vitor Pereira ter tido aquele ataquinho de “fuck it, all steam ahead!”) e sempre que foi chamado ao jogo alinhou com garra, vontade e empenho. Parece-me claro que é um rapaz que não pode ser considerado como aspirante a titular no FC Porto mas é útil para ter no plantel como opção para jogos em que é necessário um jogador rápido, prático, sem espinhas. Reafirmo: Djalma fez uma boa época e se me derem a escolher entre ele e Varela, opto pelo angolano.
Momento Baía: Um jogo ficou-me na cabeça: o miserável empate em casa contra a Académica depois da vitória na Luz, onde Djalma foi dos menos maus. No jogo de Paços para a Taça da Liga escrevi sobre o rapaz: “Nunca desiste e apesar de dizer que é trapalhão é um claro nivelamento por baixo, a verdade é que por vezes dá jeito ter um rapaz destes no plantel, que dá sempre o litro e que força a que o lateral fique retraído com receio da flecha lhe passar ao lado. É, para tirar quaisquer dúvidas, o nosso Mariano Africano.“.
Momento Baroni: Quase todos os lances em que precisa de controlar uma bola aérea de primeira. Ui.
Nota final 2011/2012: BAÍA
ITURBE
Sofreu com a enorme antecipação que criaram muito antes da chegada à Invicta e a verdade é que nunca mostrou méritos para ser opção firme no onze e pouco fez para ficar no banco à frente a nomes como Djalma ou até Cebola. Nervoso, inconsequente, teve o azar de se lesionar no sintético do Pêro Pinheiro e só foi aparecendo a espaços na equipa. Todos esperam ver “aquele” YouTurbe mas Iturbe ainda não é esse Iturbe. Talvez na próxima época.
Momento Baía: Nenhum que me lembre.
Momento Baroni: A lesão em Sintra no jogo para a Taça. Bienvenido a las canchas portuguesas, niño!
Nota final 2011/2012: BARONI
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