Dragão escondido – Nº8 (RESPOSTA)

A resposta está abaixo:

Não era complicado, digam lá? Exactamente, o novo treinador do Cluj (e aparentemente espancador de fêmeas em part-time), Jorge Costa, na altura um imberbe puto de 21 anos, ainda sem o corpo de ferreiro de ópera que mais tarde viria a ganhar. Este jogo, como já foi mencionado extensivamente nos comentários, foi o brilhante FC Porto vs Sion a contar para a pré-eliminatória da Champions’ League de 1992/1993, que vencemos por 4-0 com o próprio Jorge Costa a abrir o marcador. Na foto ainda podemos ver Valente, guarda-redes suplente de Baía, Jorge Couto ali do lado direito, Jaime Magalhães com o 7 nas costas e em primeiro plano temos Bandeirinha a cumprimentar o “bicho”, com o grande capitão João Pinto a aplaudir o apoio dos adeptos, entre os quais me encontrava. Relembrem o jogo aqui:

Entre as tentativas que a malta fez para acertar no nome do rapaz:

  • André – Entrou aos 73 minutos para o lugar de Kostadinov, mas era fácil de ver pela estatura do jogador que não se tratava de um dos nossos grandes caxineiros;
  • Fernando Couto – Fazia parte do plantel mas não alinhou nesta partida. Tendo em conta o tamanho da trunfa do Couto naquela altura, tinha de ter arranjado um cartoon bem maior para o esconder…;
  • Lima Pereira – A última época que fez no FC Porto foi em 1988/1989…;
  • Kostadinov – A hipótese avançada pelo maior número de pessoas. Esteve no jogo e até marcou um dos golos…mas o genial búlgaro não era o homem que cumprimentava Bandeirinha nesta fotografia;
  • Rui Filipe – Tal como Fernando Couto também fazia parte do plantel e ao contrário do espinhense foi escalonado para alinhar nesta partida contra os suíços…mas também deveria ser óbvio por comparação física que não era ele;

Há que salientar que o Paulo, do Pronúncia do Dragão, foi o vencedor. E não se calava a mandar informações e a condicionar as opiniões alheias. Chato! :P
Mais uma voltinha…daqui a um mês publico outra foto, para não cansar…

 

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Ouve lá ó Mister – Olhanense


Amigo Vítor,

Estás numa de me lixar a vida, pá. Os fins-de-semana até nem têm corrido muito mal, mas os entremeios tem sido ao nível de um pontapé nos dentes com uma bota de biqueira de aço. Este jogo no Chipre deixou meia nação portista histérica e outra meia, ainda que com mais calma e racionalidade, com o pé tão atrás que uma pessoa pensa que ficou no meio do caminho.

Todos sabemos que a tua tarefa não é fácil, home. Mas ninguém para lá de ti e dos teus subalternos podem fazer o que quer que seja senão mandar bitaites pró tecto e esperar que as coisas funcionem. Eu posso achar que o Belluschi não está em condições de jogar, ou que o James devia ser titular em vez do Varela, ou até que o Mangala é a melhor coisa que apareceu no centro da defesa portista desde que o Ricardo Carvalho saiu para o Chelski, mas isso sou eu. Nem sou eu, que eu nem concordo com algumas das coisas que disse em cima, foi só para dar um exemplo. Só tu é que podes tomar essas decisões e só mesmo TU é que podes fazer com que os tipos em campo sejam aquilo que nós queremos que sejam.

Para este jogo em Olhão, só te peço que permitas que a imprensa, tão convencida da nossa queda e ansiosa por ver o estertor de um ser ainda bem vivo, retome aquela máxima a que nos associavam quando vínhamos de uma derrota europeia: “Quem é que vai pagar?”. Acontecia com todos os clubes que tinham o azar de nos apanharem depois de perdermos com qualquer gigante europeu (que o APOEL obviamente não é, mas isso são outros quinhentos) e o rótulo era colado na perfeição porque o que habitualmente acontecia…exactamente, eram despachados com três ou quatro na pá e iam para beira da mãe queixar-se dos meninos maus.

Quero voltar a ver esse grupo de meninos maus. Atiça-os, Vitor, manda-os morder, raspar, marcar, ganhar. Por nós, mas também por eles próprios.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – APOEL


Amigo Vítor,

Em primeiro lugar, deixa-me ser o primeiro entre os autores do Porta19 a dar-te os parabéns pelas decisões no jogo contra o Paços. Devo ser dos poucos que acha que as presenças de Moutinho e James no banco não são consequências de nenhum castigo ou de uma censura competitiva directa ao comportamento fora de campo dos jogadores, mas sim por motivos tão mais banais que muitos não conseguem compreender por falta de bom senso ou por não aplicarem o princípio de Occam’s Razor às situações do dia-a-dia. Na minha opinião, tanto um como outro têm estado no banco…porque não estavam a 100% fisica e mentalmente. Também sou da opinião que tanto um como outro terão recuperado contra os “castores” alguma da confiança que lhes tinha vindo a faltar e acho que devem estar de volta no Chipre. Pode ser de mim, que tenho sempre fé nos jogadores e apelo sempre ao meu espírito de Padre Américo…até que me lixo e me desiludo. Não creio que corra esse risco com nenhum destes dois.

E o Givanildo, rapaz? Estiveste bem em tirá-lo e ele foi um traquina, o estupor. Mas como qualquer puto depois de partir uma chávena do serviço da Vista Alegre da mãe, foi pedir desculpa e levou uma palmada, ainda que metafórica, na patinha. Pois é, também é preciso fazer actos de contrição quando são necessários, e este foi um bom exemplo disso. Tu que o conheces deves saber melhor que eu que tipo de palha deves levar ao “burro” (não quero com isto chamar jumento ao rapaz, é só um provérbio, pá!) e por isso deixo nas tuas mãos a gestão dessas tretas. O que interessa agora, o que interessa mesmo, é o APOEL.

Mais que vencer o jogo e recuperar os pontos perdidos no grupo, acima de limpar a imagem e recolocar o clube no ponto mais alto do grupo da Champions, sinto um leve aroma a vingança no ar. Uma retribuição medieval, com forquilhas, alcatrão e penas, panelas de óleo a ferver ou snipers em torres de vigia. Qualquer coisa serve, Vitor, para pagarmos com juros o empate humilhante que permitimos aqueles rapazes. Usa o James como falso 10, o Djalma na ala, o Souza ao meio ou o Bracali na baliza. Ninguém quer saber qual é a equipa que vai entrar em campo, desde que a que saia do GSP Stadium possa olhar para o marcador e veja que o número da equipa da direita é maior que o da esquerda. Por um, três, quinze.

Temos de regressar à Invicta com uma vitória. Nada menos que isso.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Paços de Ferreira


Amigo Vítor,

Correu bem a festarola no Coliseu, homem. Gostei de te ver bem-disposto, a sorrir ao veres os que agora são teus pupilos e que ano passado “pertenciam” ao teu superior (na hierarquia!) e agraciá-los com o prémio merecido. E já viste que para o ano podes ser tu ali em cima, com mais alguns dos teus subalternos a aplaudirem atrás de ti e a darem-te palmadinhas nas costas? Quero ver isso pró ano no Porto Canal, em directo!

Mas até lá chegares…nas palavras de Robert Frost: “The woods are lovely, dark and deep. But I have promises to keep. And miles to go before I sleep.”. A primeira vez que ouvi este poema ou pelo menos este extracto, foi no Telefon. Na altura achei que era um filme genial, com uma história perfeitamente credível e que o Charles Bronson era o melhor actor do mundo. Como é lógico, tinha 8 anos. Mas estas frases ficaram-me na mona durante anos até hoje e uso-as sempre que me quero armar em cinéfilo e para dar bons conselhos. A maior parte das vezes faz-me parecer um belo dum parvalhão arrogante, mas não me importo. De qualquer forma, o conceito por detrás da poesia perdura e continua a ser verdadeiro.

É que tens mesmo de ganhar isto, mais uma vez. O jogo da próxima terça-feira contra o APOEL pode ser mais importante quando olhamos para a big picture, mas se fores a ver bem, cada ponto perdido pode significar uma carrada de chatices mais lá para o fim do campeonato. E já perdeste quatro pontos em oito jogos esta época, o que não sendo mau é sinal que não podemos continuar a este ritmo, porque por este andar terminávamos a prova com 75…o que pode ou não dar para ser campeão. E quando tens a oportunidade de fazer dois jogos consecutivos em casa, tens de ganhar os dois, homem. Não há volta a dar, é para ganhar. Ó pra mim a rimar, é sempre a andar! Chega. Motiva os jogadores como quiseres, usa mensagens subliminares, posters da Catalina Otalvaro nua em spread eagle ou bilhetes para ver “Os 39 Degraus” no Rivoli, faz o que entenderes que melhor funciona, mas põe-nos a jogar em condições. E despacha estes murcões de amarelo para depois na terça-feira fazeres o mesmo com outros murcões nas mesmas cores.

Sou quem sabes,
Jorge

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Breves notas sobre os Dragões de Ouro

  • Foi simples, honesta, nossa e felizmente sem muito do embandeiramento em arco de outras coisas de ouro, como Globos ou Sequins. Não me interessa muito o glamour, os fatos brilhantes, os vestidos de baile ou a música ao vivo. Foi em grande parte um sarau à antiga e apesar de lamentar o excesso de cantoria ao vivo e a falta de mais entrevistas e mais conversas com as nossas figuras de proa, valeu pelo enaltecimento da valia, da vitória, do Portismo.
  • Não compreendo nem percebo o porquê de entregarem o troféu de Campeão Nacional à equipa sénior de Futebol e não trazer sequer os troféus para as outras modalidades. Madaíl estava presente. So what? Afinal não foram todos campeões? Não foram todas aquelas equipas que desfilaram em palco, mais jogador menos jogador, campeãs de pleno direito? Ficou mal e faço um mea culpa pela falta de cobertura das outras modalidades que não a do esférico que rola pela relva, como dizia o Estebes, mas lá por eu não ter tempo nem juntar actualmente o mesmo gosto pelas “amadoras” como pelo futebol, não me parece correcto que o clube o faça. Sim, o futebol tem mais impacto, mais adeptos e gera mais dinheiro e interesse. Mas o clube não deve, não pode diferenciar de uma forma tão exagerada um desporto em desprimor dos outros, tal como aconteceu ao longo de toda a cerimónia com os videos que foram sendo exibidos. Lamento que o tenha feito desta vez.
  • Ainda assim…tremi um bocadinho com o vídeo de Dublin. Porque estive lá, ao contrário de Viena, Tóquio, Sevilha e Gelsenkirchen. E por muito que digam que não foi um grande jogo, que os outros foram muito melhores, não quero saber. Se ainda não repararam, estou-me nas reais tintas para os que os outros pensam. Eu é que sei o que sinto. E Dublin foi um momento marcante na minha vida como Portista.
  • Bonita a homenagem a Pôncio…mas preferia que tivesse tido menos pompa e mais sentimento. Valeu a menção de PdC.
  • Pinto da Costa esteve, como sempre, bem. Correcto na dedicação dos troféus, adequado nos elogios, elegante no discurso.
  • Villas-Boas esteve imperial e o público no Coliseu esteve impecável na saudação ao rapaz. Quem sabe estar e tomou chá sem ser de garfo desde que era pequeno, normalmente manifesta-o sempre nos momentos certos e fiquei muito satisfeito por vê-lo com a lágrima ao canto. Estou convencido que muitos não lhe perdoam a saída, mas aposto que houve muita malta que deixou um pouco do ódio de lado e aceitou o regresso de um dos homens que maiores alegrias me deu em toda a minha vida como Portista. Algum exagero na realização, que permanentemente se focava em André para qualquer tipo de plano, fosse ou não relacionado com a temporada 2011/2012, mas não me incomodou assim tanto. Gostei muito mais dos bons planos da Maria Cerqueira Gomes. A miúda é gira e bem disposta, sim senhor.
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