Parabéns, malta. Foram grandes.
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Assim dá gosto
Obrigado, malta alemã, para me lembrarem do prazer que é ver bom futebol sem torcer por nenhum dos clubes envolvidos.
Parabéns, jovem Josef, por mostrares que nunca se desiste mesmo quando o futuro pôs o presente em causa. E a ti, Herr Klopp, por perderes tão bem.
Parabéns também a ti, Arjen, que pareces velho há demasiados anos mas que continuas a jogar que é uma parvoíce.
E obrigado ao futebol alemão. São o único futebol em que se nota que os treinos fazem com que os jogadores evoluam, ao contrário do que cá acontece.
Hoje estou com pena deles, palavra
E olhem que é algo que me custa. Não me custa por serem quem são, pela inimizade que tantas vezes nos une nos campos da bola. Mas porque ter pena de alguém é um sentimento tão desprezível, tão vazio de esperança e de fé que me faz ter pena de ter pena. E podia continuar, mas opto por ser um poucochinho mais produtivo.
Estive a torcer pelos gajos. É verdade. Desde o início do jogo que me pareceram mais frescos, mais dinâmicos e com mais acerto que a malta do Chelski, confirmando o que pensava ser a mais natural reacção à patada nos dentes que tinham levado aqui no Dragão. Levantaram a cornadura e lá foram para a batalha no/a Arena para arrancar os bifes pelas pernas. Toscos não são porque nunca foram, mas o futebol não era certo, não era perigoso, assustava pelas rápidas trocas de bola a dezenas de metros mas pouco mais. Não foram incisivos, não foram letais, ao contrário dos rapazes do Rafa, que parecia emular aquele Liverpool enojante que defendia com todos que podia e mandava Kuyt e Gerrard para a frente com o Xabi Alonso de tempos mais ofensivos a patrulhar o centro. E não marcando, sofreram. E marcando, sofreram de novo. Aos noventa e picos. Outra vez.
Se o Benfica que veio ao Dragão no passado sábado mereceu perder porque jogou de forma a que tal não acontecesse, este que hoje correu e suou em Amsterdão merecia outra sorte. Nem que fossem a penalties, mas mereciam outra sorte. Sim, é verdade que pouco perigo criaram e que o Chelsea apareceu duas vezes na área e imediatamente pôs Artur a rezar à virgem. Mas ainda assim, não mereciam perder de uma forma tão sádica e infeliz.
Não sou adepto do Benfica, acho que é um facto bem estabelecido. Mas hoje consegui ver-me a torcer por eles, um pouco pelo patriotismo parolo que ainda vive dentro de mim, outro pedaço por solidariedade familiar, mas em grande parte porque me vi ali naquelas bancadas, aqui há dois anos em Dublin. E sei o que se sente um adepto que vê a sua equipa a chegar a uma final europeia, a presenciar ao vivo um momento de História para si, para o seu clube, para a sua vida. E sei o que é partilhar dessa emoção, do nervoso semi-alcoolizado de quem sabe que a outra equipa e os outros adeptos estão a sentir o mesmo.
E como Basileia teve lugar numa altura em que não distinguia os cueiros de uma toalha de linho, felizmente não sei o que é perder um jogo desses. Muito menos desta maneira. Fica um abraço de solidariedade para com os adeptos que conheço e que nesta altura estão num poço bem, bem, bem lá no fundo. É tramado, não tenho dúvida. E ainda vai ser mais tramado, espero, levar a estocada final no Domingo. Só não lamento afirmar que, se tudo correr bem, na altura quem vai fazer a festa sou eu. I hope.
Só mais um bocadinho, malta
Vou só ali ver se o meu coração arranca de novo. Estou certo que compreendem. Volto já.
Baías e Baronis – Moreirense 0 vs 3 FC Porto
O início da partida foi lento, triste, arrastado. Mas notava-se uma certa arrogância no approach aos lances, especialmente defensivamente, onde o melhor jogador talvez tenha sido Danilo, o que diz muito da aplicação dos rapazes no trabalho defensivo. É verdade que só Ghilas dava um mínimo de nervosismo aos defesas e o Moreirense tem a qualidade técnica agregada de duas tartarugas a Prozac, mas foi enervante perceber que a equipa acabou por nunca conseg…por nunca querer impulsionar o jogo com uma intensidade que lhe permitisse conquistar os espaços que lhe faltaram durante grande parte do jogo. Enfim, a vitória não foi má…ao menos deu para Liedson jogar e Jackson marcar. Not a bad evening. Vamos a notas:
(+) Helton. Depois de uma boa exibição contra o Braga, Helton voltou a mostrar a importância que um guarda-redes tem numa equipa que, como hoje, se apresenta em casa com uma atitude excessivamente arrogante a nível defensivo. Mangala, Alex Sandro e Otamendi (menos que os colegas mas também teve algumas hesitações absurdas) estiveram distraídos e apenas Danilo me pareceu mais atinadinho na defesa. Com este panorama, cabe normalmente ao guarda-redes assumir o controlo das situações e afirmar que quem manda ali é ele. E foi o que fez, com várias defesas na primeira parte, incluindo uma saída em que acidentalmente agrediu o joelho de Ghilas com as suas têmporas. Esteve impecável e foi o responsável principal pelo zero em frente ao nome do clube da casa.
(+) Jackson. Dois bons golos, duas excelentes desmarcações no centro da área e acima de tudo o fim de um período de seca que na altura em que apareceu pareceu assemelhar-se ao Gobi depois de um Verão particularmente seco. O segundo golo então é perfeito, desde o passe de Lucho ao chapéu do ponta-de-lança por cima do guarda-redes adversário. Isto é um ponta-de-lança em condições. Vês, Kléber?
(+) Fernando. Mais um bom jogo e um golo que tanto faz por merecer. Insiste nalguns passes menos fáceis porque é ele que começa a pegar na equipa e a criar os desiquilíbrios a partir de zonas recuadas, especialmente quando vê que Lucho não está a conseguir furar o meio-campo e Moutinho aparece em áreas demasiadamente atrasadas para fazer a diferença. Muito bem no apoio ao ataque e a limpar a borrada que os colegas da defesa iam fazendo.
(-) A puta da soberba. É um mal que nos visita quase todas as vezes que nos deslocamos a um campo deste género contra um adversário que, francamente, tem tanto direito moral a estar na primeira liga que um cacto no Amazonas. A forma absorta como encaramos este tipo de jogos é um dos items que têm vindo a chatear a malta desde há meses e que incomoda tremendamente no jogo de Vitor Pereira, porque há uma lentidão, uma falta de voluntarismo em acabar com o jogo procurando activamente os espaços para conseguir marcar um golinho que seja…que dá sono. Dá sono, garanto. E é verdade que o adversário defendeu (mal) com dez jogadores atrás da bola e só o Kamel do Ghilas lá na frente mas o FC Porto, na maioria dos lances de construção ofensiva, limita-se a ficar à espera que os espaços surjam em vez de os procurar com inteligência e acima de tudo mobilidade. É um tédio ver o FC Porto jogar na grande parte das primeiras-partes dos jogos do nosso campeonato. E depois aquela atitude de soberba que me incomoda profundamente, sem respeito pelo adversário, sem vontade de mostrar quem manda, quem é melhor…parece-me pouco para a diferença entre as duas equipas.
(-) Mangala. Devia pagar um jantar ao Helton em qualquer local que o brasileiro escolhesse, porque fez um jogo miserável e o keeper salvou-lhe o coiro uma data de vezes. Se perder em força para Ghilas seria expectável aí 50% das vezes, já fazê-lo para Fábio Espinho por desconcentração e/ou preguiça é intolerável. Somemos os pontapés em rosca, os lances mal calculados e uma ou outra entrada mais dura e Mangala teve um jogo muito abaixo do que sabe e pode fazer. Dorme bem, moço, mas lembra-te que foi por coisas destas que o Rolando começou a ganhar confiança a mais e a perder a mesma confiança dos adeptos e do treinador.
E agora peço que todos se juntem numa roda de oração enquanto nos sentamos para ver o Benfica a receber o Sporting. E se as coisas correrem muito bem, se o Benfica perder pontos esta jornada…we’re back, baby. Até lá…dobremos as apostas, envenenemos os pessimistas e louvemos os optimistas. Vamos torcer pelo Sporting. Vamos lá, não custa nada.