Gone, blogger, gone?

Apaguei trinta e um blogs portistas da minha lista de links.

É curioso perceber que à medida que o tempo vai avançando, as modas vão mudando a um ritmo que me faz sentar numa qualquer cadeira, encostar as costas atrás e sentir as alterações no meu mundo de uma forma tão crua, tão dura, tão difícil de digerir. E sei, pela experiência que já vou tendo depois de mais de quatro anos desta brincadeira que é tão séria quanto a deixo ser, que há uma flutuação permanente na capacidade de escrita, na vontade de escrever e na própria forma como se escreve. E ao passo que quando arranquei havia pouco mais de vinte blogs portistas, a verdade é que já vi malta a aparecer e a desaparecer tão depressa que nem sequer cuidaram de deixar a sua marca numa comunidade que tem tanto de dinamismo como de frustração.  E a chegada de meios tão tecnologicamente astutos e convidativos como o Facebook, juntamente com dezenas de outras redes sociais que copiam ideias uns dos outros tão facilmente como as anunciam como grandes inovações da humanidade, fizeram com que o mundo dos blogs começasse a definhar e a perder a vivacidade que outrora foi a imagem de marca do que é, foi e será o acto de opinar na internet.

Hoje olho para a lista e vejo cinquenta e um blogs listados.

No início de uma nova temporada, que arranca hoje para uma sequência de tantos meses de emoções, lutas titânicas, desilusões e festejos intrinsecamente ligados ao evoluir normal de uma competição desta natureza, assumo o papel de Velho do Restelo com todo o estigma que lhe está associado. Recuso-me a aceitar que a opinião fundamentada, pessoal e completamente transmissível pelos bítes e baites dos tubos interligados, se deixe cair num fosso que canalize para duas fontes apenas o “textbyte” absurdo do comentário rápido ou a longa análise em jornais e revistas da especialidade. E apelo ao resto dos bloggers que não cedam ao marasmo da “boca” e da tirada parva, dos loles e das insinuações de uma linha terminadas em insultos rápidos e torpes.

Continuem a dar a vossa opinião, mas tentem fazê-lo usando mais de um parágrafo.

Link:

Olhá pechincha!

Acontece quase sempre a mesma treta por estas alturas (e noutras semelhantes) e já sabemos ao que nos leva esta diatribe de vómito intelectual que nos é arremessado nos dentes por tudo que tem carteira de jornalista, mesmo que só ande pelos periódicos para sacar umas massas ao abrigo de qualquer instituição de caridade que lhes vai atirando com dinheiro para o bolso. E os nomes que dão para encher enciclopédias logo começam a surgir vindos de todos os lados, como setas disparadas por bestiais bestas com bestas. Apostar online nestas parvoíces ainda parece ser mais ridículo, especialmente no mercado inglês onde a malta fica à porta dos centros de estágio à espera de uma cara conhecida ou um carro mais familiar. É deprimente ver a forma como as odds de futebol mudam radicalmente quando um treinador é contratado ou um jogador amanda um tweet cá para fora. É deprimente, repito.

Mas a verdade é que se me alhear do desterro da venda do papel que tanto custa e a tantos custa ainda mais, regresso ao passado e vejo Iturbe a pedir para sair por pouco, Rolando a pedir para sair por mais, Miguel Lopes a pedir para não sair, Walter a talvez voltar, Fucile a voltar de certeza para nunca jogar, Kleber com meio mundo a pedir que saia e Atsu a amedrontar todos pela saída. A somar a isso, todos falam de Izmailov e de Ricky Alvarez e de Vrsaljko e de mais trinta nomes que nunca ouvi falar a somar a quarenta que já me passaram pela mona, todos de posições diferentes e qualidades variáveis. E eu não consigo ter uma ideia limpinha do que quero para o plantel do FC Porto na segunda metade da época. Não sei se precisamos de mais um lateral-esquerdo de raíz ou talvez de um médio criativo, para não falar de um ponta-de-lança alternativo. Não faço ideia se aguento mais um jogo com o Kleber sem acertar na bola nem na baliza ou se me entusiasmo com um passe a rasgar do James…ou agora do Josué e nem penso que podemos ficar sem ele já ou só em Janeiro. Só sei que se vamos às compras com ou sem descontos, ao menos que compremos em condições.

Link:

Curto rescaldo do II Encontro da Bluegosfera

Foi um bom dia. Longe do Dragão, é verdade, mas ainda assim foi um bom dia. Um dia em que conseguimos juntar mais umas dezenas de portistas que abdicaram de um sábado soalheiro onde podiam (até na própria cidade onde o evento se realizou) ter dado um saltinho até qualquer um dos bares perto das praias de Espinho e ficado a tarde a apanhar sol nas ventas, cerveja nas goelas e uma suave brisa nas têmporas. Continuamos a ser poucos para os portistas que tanto se queixam e tão pouco fazem para multiplicar a intensidade dessas mesmas queixas em fóruns exactamente como este, que a partir de uma certa massa crítica podem começar a fazer uma verdadeira diferença e a fazer com que o nosso clube possa crescer ainda mais e com uma ligação melhor e mais cimentada com os seus próprios adeptos.

Os painéis foram interessantes, com excelentes apresentações feitas por portistas com gosto de dizer que o são. As opiniões eram diversas, defendidas com garra e com argumentação bem vincada e bem alinhada por nove bons exemplos que a bluegosfera está viva e dinâmica. E é em eventos destes que podemos continuar a trabalhar para que o FC Porto seja cada vez maior e melhor, com o contributo dos seus adeptos. Sem glórias pessoais, demandas pelo networking social ou buscas incessantes pela demonização de ideias diferentes e pelo debate puro e bem disposto. Todos os intervenientes estiveram à altura, deram-me muito que pensar e alimentaram-me montanhas de ideias para escrever. Gostei de rever a malta que já no I Encontro tinham marcado presença, mostrando que a iniciativa tem pernas para continuar a andar e bem. E a comunidade vai-se formando assim, com membros de blogs consagrados (Nelson Carvalho, Nuno Nunes, João Crespo, Rodrigo Martins, Ricardo Costa, José Lima ou Fernando Costa) juntamente com elementos de blogs mais recentes (Catarina Pereira, Miguel Souto), todos com espírito crítico, a interagir com o público enquanto recebiam comentários aos seus próprios textos, às suas ideias e opiniões. Um muito obrigado a todos eles.

E deixo também um pedido de desculpas às pessoas que estiveram presentes e aos que tentaram estar lá de uma forma virtual. As dificuldades técnicas que tivemos fizeram com que a promessa de emitir o Encontro pela web não fosse um objectivo plenamente conseguido. E a frustração aumentava enquanto víamos perguntas a aparecer e o tempo a passar e percebíamos que seríamos incapazes de colocar as questões todas e de usar o tempo da melhor maneira. Somos amadores, não haja dúvidas acerca disso, mas fico lixado quando não consigo cumprir o que prometo. E esta falha em nada se reflecte na Biblioteca Municipal de Espinho nem nos membros da organização, que foram os mesmos gajos porreiros e sempre empenhados em fazer do evento um sucesso. São tudo lições para o futuro, para que estejamos todos mais preparados para ponderarmos melhor os imponderáveis que possam surgir.

Só para terminar, uma palavra para os outros organizadores. Sem as ideias do José Correia, o dinamismo do BlueBoy, o esforço do Nuno e o altruísmo do Pedro Blue, nada disto seria possível. Obrigado, malta, é um gosto trabalhar convosco. E acaba aqui a lamechice, vá lá, cada um para seu canto. E vamos falando, como sempre, quando não pessoalmente pelo menos através deste mundo estupendo que é a Bluegosfera.

Link:

O novo, o antigo e os de sempre

Não conheço Paulo Fonseca. Nunca falei com o homem, raramente vi o Paços a jogar este ano que agora acabou e nem sequer me lembro do que fez o Pinhalnovense na tal quase-gloriosa jornada no Dragão. Das poucas coisas que conheço dele é que quase vestiu a nossa camisola aqui há uns anos valentes mas que acabou por ir para o Leça e estourou-se todo passado uns tempos. Talvez esteja a soar um pouco brusco, mas para não pensarem que o primeiro post sobre o novo treinador serve para o criticar ou para usar recursos sarcásticos para criar já uma imagem de discordância com a opção, vou começar por outro lado, com a tábua limpinha de qualquer cinismo, desconfiança e aquele portugalidade tão vincada que nos corrói por dentro sempre que procuramos encontrar razões para desconfianças preconceituosas. E não me vou esquecer do trabalho do seu antecessor, estejam descansados, mas isso fica para outro post.

Paulo Fonseca aparece depois de uma temporada interessante, muito acima das expectativas criadas num clube que trabalha bem, parece ser gerido de acordo com regras de decência e ética desportiva louváveis e onde conseguiu desenvolver um trabalho tão produtivo como o que se vê na qualificação para a Champions. Os paralelismos com Villas-Boas e Mourinho são fáceis de fazer e apesar da escola não ser a mesma já que a teoria desses dois nomes parecem substituídas por uma ascensão baseada em trabalho de campo e menos de gabinete, a verdade é que é um nome que me agrada per se. Só por isso porque não consigo falar do futebol até que o possa ver em campo ou, em casos menos oportunos, via televisão. Parece ser um tipo empenhado, com ambição, com garra e com vontade de fazer o clube chegar mais longe do que fez nos últimos anos.

Entusiasma? Não faço ideia. A mim, não. Mas não me entusiasma por motivos que serão talvez diferentes dos da maior parte da malta que já vi a criticar a escolha. Tem pouco tempo de bola, dizem uns. É treinador de equipa pequena, dirão outros. As equipas dele jogam feio e são resultadistas, opinarão terceiros. Não olho a nomes, CVs, companhias ou palavreado fácil. Reservo o direito de acreditar na equipa que o escolheu e acreditar ainda mais que vai fazer um trabalho sério e ao nível do nosso clube. Que vai saber dar o salto qualitativo que esperamos possa acontecer, que lhe sejam dadas condições para que tal seja possível e que saiba marcar a diferença pela positiva porque há sempre aspectos a melhorar em qualquer clube, em qualquer instituição, em qualquer panorama.

Vejo um nome novo a chegar. E à imagem do que fiz há dois anos, só me resta desejar-lhe boa sorte. Bem vindo, Paulo. De mim terás o que todos os outros treinadores tiveram no início das suas carreiras de azul-e-branco: honestidade. Só posso esperar o mesmo de ti.

Link:

Free Pub Post – Planear na Playnify

Há alturas em que um gajo só sente são no meio de uma futebolada. Ou um três-contra-três com uma bola de basket na mão e logo de seguida no cesto. Ou até um estupendo duelo de ténis com o Antunes da informática que se pode até transformar numa companhia regular para mandar abaixo aquelas gorduras em excesso que, convenhamos, ele sabe perfeitamente que tem e nota-se ao longe, ouviste, ó gordo? Bem. E quem já teve o trabalho de organizar jogatinas entre amigos sabe perfeitamente que há sempre um que vai apanhar a bebedeira no dia anterior, outro que tem o puto doente, ainda outro que “ah estou sem carro porque deixei que o líquido das válvulas chegasse às bombas de projecção” ou qualquer cena parva de mecânica automóvel que eu francamente não consigo entender nem quero. E depois é preciso arranjar um gajo à última hora e afinal já não há jogo e um gajo fica sem despachar a vontade de dar treze chutos no esférico e está a semana estragada.

Aqui entra um software imaginado por um amigo e ex-colega de trabalho, que se deparou várias vezes com este mesmo problema e presumo que depois de o tentar afogar em diversos litros de Cardhu resolveu fazer alguma coisa para o resolver de vez. E nasceu o Playnify, uma solução web que facilita o agendamento de jogos entre amigos, colegas de trabalho ou até entre perfeitos desconhecidos. É o equivalente do que fazia antigamente em que chegava aos sábados de manhã ao Parque das Camélias, sede do Vasco da Gama com uma t-shirt e calções, sapatilhas calçadas, bola no saco e vontade de a fazer pinchar contra o asfalto. Rapidamente havia um ou outro grupo onde faltava um jogador e já lá estava a jogar. Impecável. O Playnify acelera esse processo, antecipando-o. É excelente para pick-me-up games deste género porque se pode filtrar por local, evento, desporto…dá para procurar amigos, consultar ligas privadas, pesquisar jogos que estejam agendados e onde falte gente! O projecto tem imenso potencial e começa a surgir massa crítica suficiente o que faz com que já existam comunidades que se vão criando e que permitem a desportistas quase semi-profissionais na desorganização…se tornem um bocadinho mais organizados e não percam um minuto de suor bem aplicado.

Dêem lá um salto: www.playnify.com. Vão ver que vale a pena e ainda conhecem malta porreira. Não garanto é que sejam todos portistas.

Link: