Chegou-me aos ouvidos que mais uma vez ia havendo molho n’o Dia Seguinte e não questionei o porquê, nem a causa maior do evento. São estas as vozes escolhidas a dedo por um canal de televisão para defenderem as cores dos seus clubes em frente a um público televisivo de tal maneira vidrado no enaltecimento da carneirada nacional que ainda se dá ao trabalho de ouvir o chorrilho de idiotices que se lembram de proclamar naquele ou em qualquer outro dia. Dá audiências, pois claro, porque os acéfalos que ainda têm pachorra para os ver e ouvir partilham do partidarismo saloio e apoia o inapoiável e defende o indefensável. A táctica é sempre a mesma, uma premissa parlamentar que tanto deputado desta nação podre usa e abusa, de dar a facada para depois questionar se a naifa está afiada. “Você é, se me permite, um enormíssimo filho de doze putas, meu caro! Não se exalte, veja lá, olhe que perde a razão quando levanta a voz!”. E o outro replica na mesma moeda. Gomes da Silva, Dias Ferreira e Guilherme Aguiar (que se livrou de ser candidato à minha Câmara e arriscar que eu e tantos outros constituintes votassem em grande número na estátua do Teixeira Lopes antes de pôr o xis nele) são o espelho de um país futebolisticamente tripartido, com ódios gerados e regenerados todas as semanas, onde cada um vê a sua côr e mais nenhuma, sem um grama de equidade, inteligência e retórica coerente no discurso. E riem-se, os parvos, e riem-se, pim.
É por estas e por tantas outras que deixei de ver este tipo de programas e gostava imenso que fizessem o mesmo. Nem me dou ao trabalho de pôr o video aqui porque decidi não dar nem mais um segundo de tempo de antena a símios. E vocês, os que pensam pela vossa cabeça, espero que me perdoem o desabafo.