TV ad nauseam – parte III

A TVI vai transmitir em Portugal os jogos em canal aberto da Liga dos Campeões entre 2012 e 2015, anunciou hoje a UEFA.

“Este acordo vem reforçar a boa relação que existe entre a UEFA e a TVI, já desde o Euro 2004, 2008 e sub-21 de 2006. A Champions League representa o futebol ao mais alto nível e é um conteúdo de excelência que nos orgulha oferecer aos nossos espectadores”, referiu José Fragoso, director de conteúdos do canal, em comunicado.

A TVI era a única candidata em Portugal para os jogos em canal aberto.

Já as partidas em canal fechado continuarão na SportTV, que mantém os direitos de transmissão de quatro jogos por cada dia de competição.

in MaisFutebol

Pruflas é um demónio que consta da teologia cristã e que está listado na famosa obra De praestigiis daemonum de Johann Weyer como um dos elementos na hierarquia demonológica.

De acordo com Weyer, Pruflas é um Grande Príncipe e Duque do Inferno, comandando vinte e seis legiões de demónios e é responsável por causar discussões, discórdia e falsidade entre os homens.

Estou plenamente convencido que Pruflas, apesar do ridículo nome, foi conjurado por qualquer um dos negociadores da UEFA para conseguir convencer o resto dos que se sentaram à mesma mesa por forma a conseguir levar a que o contrato fosse assinado com a TVI, por muito que tenha sido a única estação a submeter uma proposta. Acredito também que Pruflas é o principal impulsionador dos comentários de João Querido Manha e relatos de Valdemar Duarte, que vamos ter o prazer de ouvir a partir de Setembro de 2012, quando o FC Porto previsivelmente estiver novamente na contenda pela prova mais importante de clubes a nível mundial. Se já se enojam a ouvir o Valdemar a dizer coisas como “Fussíl”, imaginem quando jogarmos frente a turcos ou bósnios. Vai fazer o José Augusto Marques parecer conhecedor e profissional.

Pruflas, rapaz, prepara aí umas quinze legiões de seguidores demoníacos. As discussões, discórdias e falsidades só destas duas personagens são suficientes para te fazer baixar a reputação. E que as forças do Mal se enganem a caminho de nossa casa. Pela estrada, porque através do cabo ou do satélite é como se já lá estivessem.

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TV ad nauseam – parte II

Não sou uma pessoa com cultura de café. É raro conseguirem encontrar-me depois de jantar no paleio com amigos no tasco da zona a beber meia dúzia de finos ou a disputar algumas amigáveis partidas de bilhar. Nunca fui assim e não censuro quem o é, mas não tenho pachorra. O que não quer dizer que não combine de vez em quando com alguns amigos um ou outro rendez-vous caféeiro onde se possa conversar um bocado, pôr as notícias em dia e discutir os temas prementes da actualidade. Acontece que quase sempre que dou um salto a um café, há malta a falar de futebol. E se me puser à escuta (discretamente, sem dar nas vistas para não me insultarem), raramente o tema incide sobre tácticas ou estratégias de jogo, ou grandes jogadas de equipa. O normal, é falarem de árbitros, de presidentes, blá-rumores de transferências ou yadda-penalties.

É o paradigma da grande maioria da nossa sociedade que acompanha um desporto, em grande parte influenciada pelo que vê e lê. Se os jornais andam constantemente à procura de fogos que possam atear, a televisão não se mostra como um meio mais nobre para divulgação e análise de situações concretas e directamente ligadas ao jogo. Preocupam-se muito mais com o poder, o que se passa atrás dos panos, as influências, o compadrio, tudo o que o futebol não devia ser. Caso simples aconteceu recentemente na RTPN, agora RTP Informação e brevemente Ex-RTP, onde o único programa onde de facto se discutia futebol e não se focava em temas de bastidores, o “Pontapé de Saída”, foi retirado da grelha de programação por ter perdido o lugar na nova estrutura do canal após restruturação. Anunciou na altura um eventual ressurgimento noutro formato, sem dúvida recheado de Larissas Riquelmes e reportagens fófínhas como o MaisFutebol da TVI, que com a bacoquice e pseudo-elitismo se vai mantendo como um dos poucos programas que falam de futebol per se. Tem o pormaior de ser exibido numa das estações mais parolas do mundo, que faz do baixo nível dos comentários em directo uma espécie de bandeira de qualidade, como se Manha estivesse no Valhalla da bola e Valdemar fosse o Coro dos Deuses.

É com Trios de Ataque, Dias Seguintes e Prolongamentos que vamos andando. Ouvindo famosos que só o são porque os chamam, tendo de aturar advogados aos berros, estatísticos que não sabem o nome dos jogadores do clube e o Fernando Seara. Se fizessem um ranking para ordenar esta malta, só se safava o Miguel Guedes. E o resto, mais palhaço menos palhaço, faz tudo parte da mesma cartilha, daqueles que eu vejo no café, a insultar um amigo porque o clube X não é coincidente na febre do futebol de que ambos sofrem. E o futebol, o meu mundo do futebol, aquele em que se dá importância a uma finta do Hulk, uma desmarcação do Aimar, um carrinho do Rinaudo ou um remate do Helder Barbosa, vai morrendo. Pelo menos até que um deles faça um anúncio para a Nike ou afogue um gato na banca da cozinha. Aí vão-lhes dar importância.

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