Ouve lá ó Mister – Nápoles

Estimado Professor,

Está a ser uma quinzena que estou certo tao cedo não irá esquecer. A promoção, ainda que temporária, a técnico principal da primeira equipa do “seu” clube, a estreia num jogo em casa com uma vitória por quatro batatas viçosas contra um tubérculo mijão e agora vai poder debutar as suas chuteiras europeias contra uma das equipas mais fashion do velho continente. É o cabelo do Hamsik, a velocidade do Callejón, o jogo de área do Higuaín, a inteligência do Mertens, a matreirice do Pandev, a sorrateirice do Insigne e a força do Inler. É só nomes, só malta conhecida e que nos vai tentar lixar a vida ao máximo. E nós, com a sua ajuda, cá estamos para lhes fazer frente.

Já reparei que não convocou Josué nem Kelvin. Não posso dizer que esteja surpreendido, afinal quer-me parecer que a equipa-base vai ser a mesma que jogou contra o Arouca, com Mangala a voltar à raíz e Alex Sandro pela esquerda. E aprovo, mas é preciso mais. Temos sido tenrinhos nos jogos europeus e qualquer meia-equipa parece que nos encara com alguma facilidade apesar do nome que arrastamos. É que os nomes, meu caro, já não chegam para ganhar jogos, e se em campo não colocarmos o nosso melhor futebol, tenho a certeza absoluta que vamos sair do Dragão com o rabinho firme entre as perninhas e a cabeça prostrada sob o jugo de mais uma pequena grande derrota. Só lhe peço uma coisa, para lá da motivação que vai sem dúvida transmitir aos seus jogadores: não sofram golos. Por favor não sofram golos, mesmo que marquem poucos ou, que diabos, nem que não consigam marcar nenhum! Nestas andanças um zero-zero vale muito mais que um dois-dois e como já viu, este ano a equipa parece que está cheia de tremeliques quando a bola passa a linha que está atrás do Helton. Nem que seja preciso mandar a bola para a bancada de cada vez que lá chegue perto, esqueça o bonito e o estético e opte pelo prático.

Vou lá estar, como de costume, e conto consigo. Não deixe os rapazes ir abaixo da mona e convença-os que sabem muito mais do que têm mostrado. Vamos equipa!

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Arouca

Estimado Professor,

Em primeiro lugar, permita-me que lhe dê as boas-vindas ao novo lugar que ocupa na hierarquia e que o fez passar de Pedroso para as Antas. É uma mudança interessante de freguesia e de concelho mas acima de tudo é um passo acima no que diz respeito à sua experiência pessoal e apesar do lugar não ser permanente, só lhe pode dar um gozo bestial saber que está aos comandos de um dos clubes mais respeitados e vencedores do Mundo. Por isso, mais uma vez, bem vindo.

Tenho acompanhado com interesse o seu trabalho no FC Porto B desde o início da temporada e vi que está a fazer um trabalho estupendo, levando um grupo de miúdos (aditivado aqui e ali com umas peças interessantes de maturidade e experiência) ao topo da divisão em que estão inseridos e que o mérito é em grande parte seu. Tem sabido gerir talento, fez melhorar diversas peças-chave da equipa e construiu uma formação que mostra organização, querer e vontade de vencer em todos os jogos. E foi por isso com alguma surpresa que não vi pelo menos um nome da segunda formação para injectar algum sangue novo no grupo tão desmoralizado que agora gere. Mas não leve isto como uma crítica, porque quem os conhece melhor é o meu caro amigo, por isso deixo ao seu critério pelo menos por agora, mas daqui a algum tempo vai-me permitir alguns comentários construtivos para que saiba o que penso sobre o assunto.

Hoje não espero um jogo fenomenal ou uma exibição daquelas que apetece que o jogo dure cinco horas. Quero que vença, claro, mas quero acima de tudo que reabilite táctica e emocionalmente aquele grupo de retalhos que constitui a equipa do FC Porto 2013/2014. Lá estarei na bancada a apoiar, como de costume.

Sou quem sabes,
Jorge

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