O jogo com o Sporting já lá vai. Longe, como um combóio à distância visto de uma qualquer estação deste país, especialmente em dias de não-greve, que parecem ser cada vez menos frequentes. Mas a metáfora do combóio não se aplica a nenhum minuto dos noventa e pico que foram disputados em Alvalade. Parecia mais uma daquelas maquinetas que se viam nos filmes de cobóis, da altura da construção dos caminhos de ferro nos “steites”, tás a ver o que estou a falar? Oh pá, não faço ideia como é que essas coisas se chamam, pera lá…(googling…googling…found!)…dresinas! É isso mesmo! E imagina que de um lado estava o Otamendi e do outro estavam dez desgraçados que acabaram de se formar em Direito Bibliotecário ou qualquer merda do género. Sem aspirações, sem vida, sem alma nenhuma, com a teoria lá dentro mas a prática…esquece. Pois foi assim que vimos a equipa na semana passada e há duas semanas, neste mesmo estádio onde hoje eu e tu vamos estar (em zonas diferentes, claro), contra o Rio Ave. Têm sido dias complicados, não haja dúvida, e algo me diz que este jogo contra o Estoril não vai ser muito diferente. Chama-me pessimista, mas é o que sinto.
Por isso peço-te que tentes mudar o meu estado de espírito e faças alguma coisa para motivar as tropas. Já sei que o jogo da próxima quarta-feira vai estar na cornadeira de tudo que estiver de azul-e-branco no relvado e fora dele, mas temos de encarar isto um jogo de cada vez. E primeiro vem aí o Estoril, que nos vai dar água p’las barbichas sem olhar duas vezes para cuspir para o chão depois de levar um ou quinze murros nos dentes. São rijos, os estupores, atacam rápido e defendem com firmeza. Mas não podemos perder mais pontos, Vitor, muito menos no Dragão e contra uma equipa que ainda no ano passado jogava contra o Arouca. Temos de ganhar o jogo com inteligência, mesmo sabendo que te vai faltar o oito no meio-campo e o vinte-e-dois na defesa, mas temos de ganhar este jogo de uma forma tal que a malta não se convença que os bons tempos já lá vão e que a próxima quarta-feira, que até nos podia deixar todos contentes, vai fazer muito estômago torcer e esófago contrair.
Diz que vai chover. Faz com que sejam golos, senhor, que sejam golos!
Sou quem sabes,
Jorge