Ouve lá ó Mister – Paços de Ferreira


Amigo Vítor,

É a última vez que falo contigo este ano. Ou falo “para” ti, já que ainda não me respondeste a não ser no campo, o que já não me parece mau de todo. Ainda assim, esta minha oratória termina aqui no que diz respeito a 2011 e só regressa no ano em que os Maias dizem que o Mundo acaba, com lagos de enxofre, forquilhas em brasa, campeonatos ganhos pelo Benfica e o João Gabriel de tanga a dançar o créu. Sinais iminentes do apocalipse, portanto. De qualquer forma pró ano voltamos a esta brincadeira. Até lá, faltam mais noventa minutos de bola.

Já reparei que fizeste umas escolhas engraçadas nos convocados. Não posso dizer que discorde a 100%, pelo contrário, acho muito bem que tragas os putos para jogar nestas competições menos importantes e lhes dês minutos, só assim é que dá para começar a perceber se temos ali diamantes em bruto ou se só são simplesmente brutos. O Tiago Ferreira já o vi no Mundial e gostei imenso, já o Kadu é difícil que jogue mais do que fez contra o Pêro Pinheiro, aposto. E o Vion? Que bela surpresa!!! Admito que fiquei surpreendido por chamares a catraiada porque acho mesmo que até chegarem as equipas B, esta é a melhor forma de lhes dar minutos. Ainda que seja contra uma equipa de caceteiros que está no último lugar do campeonato. Mas nunca fiando…

E esta…esta falta-nos no futuro museu. Quanto mais não seja para podermos dizer: “Taça da Liga? Já há.”. E nunca mais se falava nisso. Enfim, tu é que sabes, espero que o jogo seja porreiro, que ganhemos e que passes um excelente Natal. E apanha uma rosca no Reveillon, tu mereces!

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Marítimo


Amigo Vítor,

O Natal está aí à porta e tu pareces-me ser um gajo para se sentar com uma bela pratada de bacalhau com batatas, regado com belo azeite (no meu caso fervido, no teu não faço ideia), rodeado por família e amigos, para partilharem a ceia do vinte-e-quatro em paz e harmonia.

Mas antes disso, é preciso desfazer o Marítimo. Rasgá-los como se fossem uma folha de papel vegetal e mandá-los de volta para a Madeira com o rabo quentinho e as nádegas aconchegadas, com uma nota para o Pai Natal a dizer: “Oh gordo, estes rapazes foram bonzinhos. Dá-lhes lá um combóio de brincar ou qualquer paneleirice dessas. Eles merecem. E vê lá se este ano não te enganas na chaminé que o Sr.Martins ali do 3º Direito já se queixou ao condomínio e não estou para ser chulado pela empresa outra vez. Um abraço.”

E de tanta treta que se disse desde que eles jogaram contra o Benfica, o que interessa para nós é mesmo o facto de faltarem três jogadores. O Roberto Sousa ainda bem que não aparece cá porque quando cá esteve com o Leixões ainda nos tramou a vida. O Ruben Ferreira que levou a patada do Cardozo e o Rafael Miranda, que também não cá estarão, não me fazem mossa, mas o Olberdam…oh pá, esse gajo até sabe jogar à bola mas o principal é o nome…se o Olberdam fosse americano dava para ser um nome de barragem, mesmo ao lado do Hoover. Era lindo, garanto.

Enfim, vamos em frente. É o penúltimo jogo do ano mas este é para a competição que interessa. Quero acabar o ano em primeiro. Anda lá, para não me cair mal a aletria.

Sou quem sabes,
Jorge

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A rotação – parte I

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Na primeira de uma série de três artigos não-opinativos sobre a rotação do plantel feita por Vitor Pereira, arranco pelo melhor ataque metafórico, a defesa. De notar que apenas apresento dados e é lógico que extrapolar a partir de meros números é esticar a corda e inferir verdades que não o serão, mas ainda assim, ficam os valores.

Estão assinalados os jogos dos dois “períodos negros” em termos de resultados neste início de temporada, mas ainda assim não consigo encontrar nenhuma tendência estatística que permita tirar qualquer conclusão, para além de Rolando ser o único titular absoluto no centro, com Otamendi a somar o maior número de jogos a seu lado e Álvaro sem rival à esquerda desde que chegou de férias e não saiu para o Chelsea. Foquemo-nos na rotação do defesa direito, olhando friamente para os números:

  • Sapunaru: 9 jogos
  • Fucile: 7 jogos
  • Maicon: 6 jogos

À primeira vista creio ser uma questão de gestão de plantel, mas não consigo dissociar essa opção do fraco rendimento de Fucile e da lesão do romeno. A alternância entre Otamendi e Mangala, mais visível em Outubro com Otamendi a jogar duas partidas pela Argentina, teve resultados mistos. Curioso o facto da presença de Mangala resultar no menor número de golos sofridos (apenas dois em seis jogos).

Parece evidente, no entanto, que três em quatro são titularíssimos. Resta saber quem será o quarto num futuro próximo.

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Ouve lá ó Mister – Beira-Mar


Amigo Vítor,

Doeu a todos o jogo contra o Zenit. Não tenho dúvida que te doeu pessoalmente e também deve ter doído aos meninos que tu lideras, por motivos diferentes, mas o tempo para lamúrias acabou no momento em que tanto os teus jogadores como o resto da malta portista chegou a casa e desabafou com as mulheres ou com uma garrafa de Cardhu. Agora, só se volta a pensar em Europa, para lá das cimeiras, em Fevereiro. Até lá também tens alguns jogos para a outra taça, a da Liga, mas só tens uma prova fundamental: o campeonato.

Ninguém te vai perdoar se voltares à fase pré-Shakhtar, especialmente depois de termos visto a equipa a jogar com a força e o querer que mostrou na passada terça-feira. E em Aveiro, que já nos deu tanta alegria nos últimos anos, com duas Supertaças e mais algumas vitórias…lembra-te que foi exactamente em Aveiro que jogamos contra o Feirense e aquela exibição patética foi o início da fase negra. Lembras-te disso, concerteza, e não podes deixar que os rapazes te façam isso de novo.

Reparei que na convocatória incluíste o Iturbe e o Alex Sandro. Já que o Defour está lesionado (Samuel Defour, segundo a besta do jornalista da RTP que fez o spot sobre nós ontem no Telejornal, vê lá aqui a partir dos 46m49s), deixa-me armar em treinador de bancada um bocadinho, faço isso poucas vezes para não te chateares mas desta vez era capaz de ser engraçado experimentares uma de duas coisas: sabendo que gostas de trocar os três avançados entre eles, é menos provável que gostes da ideia, mas que tal tentares pôr o James no meio, o Álvaro como ala-esquerdo e o Alex Sandro atrás dele? É verdade que ficavas com um jogador mais fixo mas o flanco abria de certeza e o Hulk podia aproveitar um ou dois cruzamentos decentes. A outra ideia ainda é melhor: Iturbe a titular à esquerda, Hulk ao meio e Djalma na direita. Isso é que era uma tolice! Não? Eh pá, não sei, nem sei para que é que me havias de dar ouvidos, se calhar é mesmo melhor trocares “ela por ela” e espetares o Belluschi em vez do Samu…do Steven e siga a rusga.

Escolhas quem escolheres, o que me interessa é ganhar o jogo e mostrar que o líder não se deixa abater por tretas europeias. Ou pelo menos sabe recuperar quando é preciso.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Braga


Amigo Vítor,

Aqui há uns meses, em Maio, fui falar com o meu chefe para lhe pedir se podia trocar um dia de férias em Dezembro por um lá pró meio do mês. O homem, compreendendo a minha ânsia de ir ver o FC Porto à cidade onde a Guinness flui pelas ruas e os duendes saltam alegremente nos jardins, acedeu ao meu pedido e seguiu aqui no blog a epopeia que foi a viagem a Dublin para ver este mesmo adversário que vamos enfrentar hoje. E que vamos bater, como fizemos em Maio, em Dublin. Não quero saber se joga o Djalma, se o Hulk pintou o cabelo de fuchsia ou se o Rolando faz um hat-trick com um último golo em pontapé de moínho de fora da área. Interessa-me, sinceramente, é perceber se aquele empenho que vi na Ucrânia não ficou no estrangeiro e se mesmo depois de aterrar em Vigo, descobriu o caminho para o Dragão.

Hoje é a reedição da final da Liga Europa do ano passado. Basta-me o mesmo resultado.

Sou quem sabes,
Jorge

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