Com o crescimento do mercado brasileiro explicado neste artigo do FutebolFinance.com podemos ter uma noção mais correcta do porquê de não conseguirmos comprar jogadores com algum nível de estabelecimento no futebol doméstico dos nossos putativos irmãos. Parece-me óbvio, através da simples análise dos valores de entrada de capital para os clubes brasileiros, constatar que um jogador que atinge algum nível de notoriedade no próprio campeonato, somando-se uma eventual chamada à Selecção nas camadas jovens ou mesmo na principal, dificilmente quererá dar o salto quando o estatuto que adquiriu já lhe permite ter uma vida diferente daquela que conseguia aqui há uns anos.
E em relação aos clubes ainda é pior, porque se até bem pouco tempo atrás se conseguiam trazer dois ou três contentores de jogadores razoáveis onde se podia encontrar uma pérola de vez em quando (como os franceses fizeram e continuam a fazer das ex-colónias em África), hoje em dia a realidade é mais complicada. Convencer um clube de topo a ceder um dos seus principais jogadores exige capacidade negocial, conversas absurdamente extensas com agentes e fundos de investimento e acima de tudo dinheiro vivo em cima da mesa.
A solução? Trazê-los jovens. Procurar cada vez mais cedo encontrar uma futura mais-valia (como Kelvin se espera que seja) e apostar na qualidade para evitar gastar uma Torre dos Clérigos de moedas de cada vez que um jogador dá nas vistas. Danilo e Alex Sandro podem ter mostrado que o investimento é seguro mas o retorno pode não ser imediato apesar das suas qualidades terem sido enaltecidas por trinta e quatro mil jornalistas. E quando há uma lesão grave…chora-se o dinheiro que se gastou e espera-se por melhores momentos.
É muito difícil gerir um clube com o grau de exigência do nosso num mercado em constante mutação, não tenho a mais pequena dúvida.