Antes do jogo escrevi: “Ganhar. Gerir se possível, golear quando aplicável.”. E fico muito contente por ver que não só o treinador leu o meu texto (como aliás seria de esperar já que é dirigido a ele) mas também os jogadores, que fizeram exactamente o que eu pedi. E exactamente, presumo, o que o próprio treinador pediu, porque vimos uma exibição consistente, sem necessidade de grandes correrias mas com um equilíbrio quase perfeito entre controlo de jogo e posse de bola e ruptura no ataque. Ah, e as bolas paradas estão assim (clique feito com a língua no céu da boca, enquanto o polegar e o indicador da mão direita fazem um círculo no ar). Vamos a notas:
(+) Danilo. Um jogão. Esteve em todo o lado mas foi em particular pela forma como subiu com bola (aos 80 minutos estava a passar à minha frente a galopar pela relva acima, o doido!) e como se colocou sempre disponível para criar perigo com remates de longe (de pé esquerdo ou direito, credo!) ou pela maneira como aparece imponente nas bolas paradas ou a pressionar alto e a usar o corpo bem como barragem que impede o crescimento do adversário. Tremo a pensar o que nos acontece se Danilo não estiver disponível para jogar na Champions em Fevereiro, porque com Reyes a central…tremo, digo-vos!
(+) Herrera. Eu aplaudi o Herrera de pé no Dragão. É verdade. E estava completamente sóbrio, por isso podem perceber o que o homem jogou, tanto atrás como à frente, soltando a bola com inteligência e acima de tudo mantendo-a parada quando era necessário, pausando o jogo, acalmando a equipa e…pá, nem acredito nisto…liderando-a com inteligência. Uma inversão de opinião dá-se quando chegar aos 180 graus e eu já estou nos 140 e tais, porque este Herrera a jogar calmo, com confiança, está a quilómetros do tolinho que via a correr no ano passado.
(+) Bolas paradas. Há muitos anos que pedia trabalho específico nas bolas paradas e apesar de temer sempre que se passe do 0.08 para o 80 mil, não deixo de ficar muito satisfeito ao ver que estão a trabalhar nos treinos. Sabem, aqueles meses todos em que não se viam melhorias em lances de bola parada agora notam-se ao fim de dois ou três e isso, minha gente, vale pontos. Não quero depender delas, mas quero poder aproveitar ao máximo para ver um livre ou um canto a nosso favor e não pensar, como fazia antes: “bah, outro pontapé de baliza para eles”. Missa happy.
(+) “Ganhar. Gerir se possível, golear quando aplicável.” Sim, sei que estou a repetir o mesmo que disse no arranque do post, mas é exactamente esta máxima que temos de aplicar em todos os jogos em que defrontamos equipas que serão teoricamente inferiores à nossa. Se excluirmos os jogos contra Benfica e Sporting e um ou outro jogo fora de casa, a ideia tem sempre de ser uma vitória, tranquila ou não. Para a tornarmos tranquila, há que gerir bem e se gerirmos suficientemente bem e for possível subir mais um bocadinho, siga para marcar mais alguns. A pensar assim seremos campeões, a bem ou a mal.
(-) Dezasseis mil. Eu sei que estava frio, que o jogo dava na televisão e que as compras de Natal não se fazem sozinhas. Mas caramba, tão pouca gente no Dragão para os oitavos da Taça contra o Guimarães parece-me absurdo, mesmo contando com a valiosa participação da malta de Guimarães que lá veio A3 abaixo aos magotes, como sempre fazem e ainda bem. E se não conseguimos mais gente é também graças à hora do jogo e acima de tudo à calendarização, que com antecipação de jogos por causa do Mundial estão a estragar competições internas de vários países, onde a Taça é um bom exemplo disso. E espero pela Taça da Liga, no dia 21 de Dezembro à noite. Upa, é só motivos para sorrir, né?
Quartos da Taça. Simpático mesmo era calharmos contra o Farense, não só pela valia da equipa mas para dar um docinho ao Azul ao Sul e deixá-lo ver o FC Porto na zona dele!