Ouve lá ó Mister – Rio Ave

Camarada Sérgio,

Isto é que é um final de ano, rapaz! Jogos de três em três dias, uma batelada de competições ao barulho e um conjunto de jogos de trampa entremeados com confrontos magníficos de deixar a malta a salivar toda por mais, mais, MAIS! Mas há sempre um limite para estas coisas e quando temos um jogo a uma quinta-feira, três dias antes do Natal, às 21h15 da noute, a contar para uma competição que diz tanto ao adepto normal como uma leitura ao vivo de poesia birmanesa na língua original…é esse o limite que é traçado. Não terás uma grande assistência nas bancadas, uns porque não podem (como eu, infelizmente), outros porque andam às compras e outros ainda porque, francamente, não querem saber. Mas tu, como sempre, tens de querer não só saber como saber ganhar. E não vai ser fácil.

Não será fácil porque a motivação nunca é grande, mas ao menos podes tentar motivá-los pelas escolhas que fizeres. Tenta ganhar o jogo porque ninguém te perdoa se não tentares, mas relaxa. Dá minutos a quem faz por merecer mas não os tem porque outros fazem mais para receber o crédito. Aposta numa estratégia estável, sem grandes invenções, mas adequa o onze ao jogo, à competição e acima de tudo ao adversário, que vem aí com a moral em alta e vontade de nos limpar da competição já hoje, algo que podem conseguir se vencerem o jogo…acho eu…isto já esteve melhor em termos de números, por isso desculpa lá qualquer coisinha se me enganar. Mas funciona na mesma para motivar: “Rapazes, se estes camelos nos ganharem, passam e nós ficamos para trás! É isso que querem, seus montes de esterco tatuado?! Nunca! Vamos a isso!”. Deixo as palavras para ti, mas o sentimento é esse.

Força, homem. Lança-te para cima deles e saca os pontos. Depois relaxa por uns dias, come bem que tens jogo passada uma semana. É sempre a abrir!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 1 Marítimo

foto retirada do zerozero

Mais de trinta e quatro mil almas enregelaram no Dragão com um jogo ultra-defensivo do Marítimo perante um FC Porto que terá sido (não vi númbaros mas foi o que me pareceu) um dos menos rematadores da época, constrastando com uma segurança curiosa enquanto mantinha a posse de bola. Houve alturas em que pareceu que a equipa estava a aprender uma forma nova de jogar, a perceber que não precisa de atirar com a bola como um conjunto de gente doida com vontade férrea de marcar já já já já ou então já. Gostei da calma, gostei da confiança e acho que os próprios jogadores estavam confortáveis com isso, o que me deixa muito esperançoso para o futuro. Notas abaixo:

(+) Marega. Porra, homem, agora também marcas com o pé esquerdo? Ainda por cima entendes-te bem com o Brahimi muito embora joguem em zonas distintas do campo? O que se segue? Vais começar a marcar pontapés de baliza de calcanhar?! Moussa está em grande e os dois golos, apesar de bastante parecidos, só são possíveis porque é um Marega a ganhar na aceleração e na ocupação de espaço e a rematar razoavelmente bem mas com a força suficiente para não se preocupar com a técnica. Muito bem, rapaz, mais uma vez.

(+) Herrera. Mais um excelente jogo de Herrera, a imagem perfeita da coordenação e da metronomização do jogo do FC Porto pelo seu próprio timing. Ele é que decide se a equipa avança depressa ou devagar, ele é que está a pautar o equilíbrio de posse de bola ou a sua cedência rápida. Muito bem em todo o jogo na recuperação defensiva bem subida e um cada vez melhor entrosamento com Danilo na compensação às suas subidas.

(+) Brahimi no meio. Não estava a ter um grande jogo, em parte por culpa própria (estava a complicar quando podia simplificar) e pelo árbitro aparentemente pensar que era Dia Mundial de “Vamos puxar o Argelino” e deixou que o Marítimo arrancasse tudo o que quisesse do rapaz. E como na linha não estava nada a correr bem, toca de vir para o meio brincar um bocadinho. E foi o que fez melhor porque teve mais espaço e transformou o que parecia tão tramado na linha em algo simples e fácil no meio. Duas assistências num jogo não muito conseguido. Os dias maus do Brahimi são os melhores de tantos por aí fora e por vezes damos pouca importância ao moço…

(+) It’s the possession, stupid! Temos andado a discutir isto no A Culpa é do Cavani e é possível que tenhamos assistido hoje à mudança final de paradigma, apesar de mais uma vez haver condicionantes (jogar contra dez) que não me garanta a 100% que o plano é esse. Mas estamos a chegar à fase em que comparamos os sentidos aplicados ao proverbial pato e se cheira, parece e soa como ele…é bem possível que o seja. E é uma diferença interessante ver esta equipa, tão inclinada para o ataque com quatro homens bem lá na frente, a trocar a bola no meio-campo com “apenas” dois homens, apesar de bem apoiados pelos laterais e resguardados pelos centrais. Mais um ou dois jogos e tiro conclusões disto, por agora é novo e fresquinho e bem brilhante, por isso gosto mas quero ver isto contra uma equipa em condições.

(-) Arbitragem. Noite muito fria no Dragão mas calor suficiente dentro do campo. Porque para lá das assistências do extremo-dez aos remates de pé esquerdo do ponta de lança que nem com o direito sabia rematar, houve mais do que calor suficiente para atirar com o árbitro para uma panela bem quentinha e mergulhá-lo num vulcão para que ele fique lá, rodeado do enxofre e do cheiro a morte que merece ter à sua volta. Dezenas de puxões a Brahimi passaram sem falta, mais uma jogada tremenda de Corona a fintar vários homens enquanto puxado que acaba com Manuel Mota a avisar…Corona. Várias faltas nossas sobre o guarda-redes sem qualquer motivo para serem apontadas. Um vermelho a passar por amarelo. Uma equipa do Marítimo belicosa, a jogar fora das regras, a empurrar e a bater em quem queria e podia porque…lá está, porque podia. Este foi um bom exemplo do que se pode fazer durante um jogo para condicionar o trabalho de uma equipa e Manuel Mota fez o que pôde. Amén, estupor.

(-) Marítimo. Bem tentaram, seus montes de esterco. Tentaram puxar cartões aos nossos rapazes, provocando deliberadamente o encosto, puxando, empurrando, pisando e outros verbos no gerúndio. Tiveram uma atitude que será sempre imagem de marca de equipas enojantes, que percebem que o benefício arbitral lhes dá a facilidade de poderem fazer os que os nossos jogadores não podem e como tal abusam do privilégio até ao limite. Saiu-lhes mal com o duplo amarelo que com um árbitro em condições seria vermelho directo. Saiu-lhes pior porque os nossos rapazes se seguraram e não partiram para a estupidez que faria com que um ou outro maritimista tivesse de ir ao dentista ainda na Invicta, sob pena de ficar sem o resto das pérolas na placa. Mereciam que o Marega lhes obrasse no peito, a sério.


Natal em primeiro lugar. Não é mau de todo, mas estou como o Sérgio: prefiro dizer o mesmo em Maio…

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Ouve lá ó Mister – Marítimo

Camarada Sérgio,

Na última jornada d’A Culpa é do Cavani estivemos a discutir este Marítimo e uma das coisas que concluímos foi: “Eh pá, o Marítimo todos os anos muda e continua sempre o mesmo!”. E é realmente curioso observar as paletes de gajos que chegam todos os anos e ver que a forma de jogar é semelhante e a equipa acaba quase sempre a lutar pela Europa e em posição estável na tabela. Goste-se ou não dos gajos e especialmente da maneira como nos foram tratando ao longo dos anos (dentro e fora de campo), é de louvar esta estabilidade numa era em que o mais constante é mesmo a mudança.

Ainda assim, não é razão suficiente para não lhes espetar um bufardo no focinho à primeira oportunidade que tivermos ou criarmos. É o último jogo da Liga até ao final de 2017 e é bastante provável que seja o último jogo que muitos adeptos vão ver até à Feira, já em 2018. É triste mas também com o Natal a criar entropia nas famílias, há muita malta que vai para fora ou regressa à terra e é mais complicado de aparecer no Dragão. Por isso, meu caro, dá uma prendinha ao teu povo e faz com que as pessoas vão para casa com um sorriso nos lábios. Sim, mais uma vez!

Sou quem sabes,
Jorge

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Jornada 21 – Aroma primaveril

Numa edição gravada a horas absurdas para um sábado de manhã, os Cavanis dedicaram grande parte da jornada a analisar a performance da equipa no jogo da Taça frente ao Vitória de Guimarães, com ênfase no meio-campo e na forma como a equipa se articula entre si à medida que vai avançando a época. Também uma análise à dicotomia Silva/Vassalo ou em termos mais psicologicamente orientados, lirismo/apoplexia, a experiência do Bertocchini noutra zona do Dragão e a questão que se coloca: afinal quem é que joga no Marítimo? Mais uns curtos bitaites sobre interruptores em rabos, a nova esquerda, braçadeiras com folga, Ólivers em posições Fergusonisáveis e Danilo como melhor médio europeu num futuro próximo.

Continuamos a esperar pelos vossos piores “oitos” da nossa história! Amandem os vossos Leos Limas, caramba!


Quem quiser continuar a ouvir pelo site, tranquilo, é só usar o leitor que está embutido no post de cada episódio. Quem ouvir usando uma app, seja iTunes, Podcast Addict, Pocket Casts, Podcast Republic ou tantas outras que por aí andam, pode encontrar o Cavani aqui:

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A Culpa é do Cavani – Jornada 21 – Aroma primaveril

Numa edição gravada a horas absurdas para um sábado de manhã, os Cavanis dedicaram grande parte da jornada a analisar a performance da equipa no jogo da Taça frente ao Vitória de Guimarães, com ênfase no meio-campo e na forma como a equipa se articula entre si à medida que vai avançando a época. Também uma análise à dicotomia Silva/Vassalo ou em termos mais psicologicamente orientados, lirismo/apoplexia, a experiência do Bertocchini noutra zona do Dragão e a questão que se coloca: afinal quem é que joga no Marítimo? Mais uns curtos bitaites sobre interruptores em rabos, a nova esquerda, braçadeiras com folga, Ólivers em posições Fergusonisáveis e Danilo como melhor médio europeu num futuro próximo.

Continuamos a esperar pelos vossos piores “oitos” da nossa história! Amandem os vossos Leos Limas, caramba!

Jornada 21 – Aroma primaveril


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