Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 0 Sporting

foto retirada do zerozero

Eu avisei que o problema era dos calções! Foi o terceiro jogo contra o Sporting e a terceira vez que demos um banho de bola a uma equipa que insiste em apequenar-se quando nos defronta e que apareceu no Dragão para não perder. E perdeu, só que não perdeu pelo que merecia ter perdido, porque apesar do jogo ter sido mais tenso e bem mais partido que o anterior, acabou por ter um vencedor sem espinhas, a única equipa que tentou de facto vencer o jogo. Vamos a notas:

(+) Sérgio Oliveira. Uff, rapaz. Depois de um bom jogo contra o Braga, foi a peça fundamental no meio-campo do FC Porto e fez esquecer que há um jovem que costuma jogar por ali que consta que é um dos melhores médios centro do país, para não dizer da Europa. E Sérgio mostrou hoje uma vontade e uma capacidade de luta como poucas vezes o tinha visto a fazer, tantas vezes o tendo criticado exactamente por lutar pouco e trabalhar a velocidades dignas de locomotivas a vapor sem carvão para alimentar a caldeira. Sérgio esteve em todo o lado, a apoiar no ataque e a recuperar na defesa, reduzindo Battaglia a um Battaglinha e fazendo com que o meio-campo fosse todo nosso excepto nas subidas em contra-ataque de Gelson (mais rápido que todos os jogadores do FC Porto individualmente e acima da soma das velocidades dos colegas de equipa). E ainda enviou uma bola ao ferro que merecia que tivesse entrado. Está bem e pode continuar no onze. Deve, aliás.

(+) Ricardo. Não fosse aquela má leitura de espaços numa das últimas jogadas da partida e tinha feito um jogo quase perfeito contra um internacional argentino e outro português que lhe apareceram pela frente, qual deles o mais odioso. Veloz a subir pelo flanco, prático na intercepção e rijo no combate contra os adversários, foi uma ameaça constante pelas corridas que fez na ala e na forma como se entendeu com os colegas sempre que era preciso aparecer em apoio. Que jogaço.

(+) A equipa na pressão alta. Todos trabalhavam. Todos lutavam e subiam e procuravam cortar as pseudo-jogadas do Sporting logo desde o início, que habitualmente consistiam em três conceitos complicados: a) receber a bola e procurar o Gelson; b) tentar tudo para lhe colocar a bola e c) entrelaçar os dedos e rezar baixinho. Foi aqui que começamos a ganhar o jogo, pela forma como quisemos sempre carregar em cima do adversário e procurar tapar, bloquear e construir depois com mais calma e mais cabeça. Cansou, como tem cansado sempre (Brahimi e Marega estão ambos a precisar MESMO de parar um bocadinho…), mas hoje teve os seus frutos.

(-) As saídas com bola não-muito-controlada em zona defensiva. São capazes, de uma vez por todas, de acabar com a Paulofonsequização da defesa no início da construção?! Mas agora temos obrigatoriamente de sair com a bola controladíssima em todos os centímetros que temos para percorrer quando estamos sob pressão? É que a inversão de hábitos, do pontapé demente sem pressão para o drible curto quando pressionado provoca um efeito chicote no meu pescoço que um dia pode mesmo vir a lixar tudo. Hoje estivemos perto de desperdiçar uma vantagem (que já era curta) com uma idiotice do género. Vejam lá isso, sim?

(-) Otávio. Pouco mais que zero. O facto de termos agora mais números no plantel não significa que tenhamos subido a qualidade de uma forma tremenda, porque continua a haver alguns rapazes que puxam o nível para baixo. Otávio é um moço que tem bons pés, boa capacidade técnica e…é um conas. É um conas porque não mete o pé à bola quando devia, porque deixa que as bolas saltem à sua frente em vez de as atacar e porque gosta mais de fintar sem progredir do que de jogar à bola. E pode pintar o cabelo da cor que quiser, porque se continuar a jogar assim vai continuar a ser um conas e a não ter espaço a não ser que o treinador se lembre de o meter mais uma vez. O Oleg, defesa esquerdo da B, jogaria mais que ele com um pé amarrado ao pescoço e garanto que o Oleg não é grande espingarda.

(-) Coentrão. Mantenho a minha irracionalidade quando desejo que o Coentrão acabe todos os jogos com uma derrota, seja com que camisola for. E não percebo como é que ainda não teve a decência de fazer a única coisa aceitável que um homem da sua estatura moral poderia fazer, que é abdicar já da Selecção e de tudo que tem a ver com ela. E manter-se por debaixo da pedra de onde sai todos os dias para rastejar para um qualquer relvado onde procede a espalhar a “irreverência” e “espírito combativo” que exibe jogo após penoso jogo. Devia perder tudo. Chegava à estação de combóios, havia greve. Apanhava uma moeda do chão, era uma peseta. Pedia chocos, vinham calamares mal fritos. Tudo, tudo devia ser uma derrota na vida deste gajo.

(-) Sporting. É isto que esta malta tem? É só isto? Foi um jogo de Gelson+10, em que nem o Bruno a jogar recuado fez com que houvesse construção de jogo com pouco mais clarividência que não o envio directo da bola para o único homem do Sporting que parecia com vontade de jogar futebol. Jesus, mais uma vez, entrou para não perder. Não fosse o facto dos nossos avançados andarem tão inspirados e frescos como um asmático a correr uma maratona e tinham saído do Dragão com cinco no bucho. E era tão lindo.


Em Alvalade podemos voltar a jogar de calções brancos, daqui a setenta e tal dias. Afinal, um empate a zero chega.

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Ouve lá ó Mister – Sporting

Camarada Sérgio,

Alvalade, Outubro de 2017, calções brancos:

Já não me lembrava de ver um FC Porto assim. Há vários anos que não via o FC Porto a entrar num estádio difícil contra um dos adversários mais fortes no campeonato, de uma forma tão rija, voluntariosa e audaz, com vontade de vencer e de mostrar que estamos aqui para ganhar.

Braga, Janeiro de 2018, calções brancos:

o meio-campo esteve impecável a defender, forçando o Sporting a um jogo à Stoke, com Bas Crouch e Rory Coentrão a servirem como únicas forças de médio-micro-perigo que nos poderia causar alguma chatice.

Só vejo uma coisa que falta para conseguirmos marcar golos a estes gajos e quebrar esta miserável saga de cento e oitenta minutos sem marcar: mudar a cor dos calções. Porque fizemos tudo que podíamos para marcar e apenas o azar (e o árbitro) nos roubou a vitória. Hoje, será diferente. É só mudar os calções. E caso não seja preciso, é só fazer o mesmo. À terceira vai ser de vez, Sérgio!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 1 Braga

foto retirada do zerozero

Não foi um jogo fácil. Entramos bem, a trocar bem a bola e depois o Telles cruzou e foi golo. O Braga entrou bem para a segunda parte e marcou e depois o Telles cruzou e foi golo. Mais uns eventos inconsequentes até que o Telles cruzou e foi golo. Era fácil reduzir o jogo aos cruzamentos do Telles mas a equipa esteve bem, foi superior ao Braga e ganhou com naturalidade apesar de algumas inconsistências no meio-campo que apesar do muito suor…não colmata a 100% a falta de Danilo. Naturalmente. Vamos a notas:

(+) Os laterais. Alex Telles tem sido um dos jogadores mais esforçados que vi a jogar pelo FC Porto desde sempre. É incrível ver o homem jogo após jogo a voar pelo flanco, a percorrer quilómetros sem reclamar, a ajudar os colegas e a entender-se tão bem com Brahimi que parecem irmãos que cresceram juntos nas ruas de Paris ou Caxias do Sul. Três assistências com outros tantos cruzamentos perfeitos, algo que o rapaz do outro lado raramente consegue porque não é tão bom a cruzar…mas compensa com outra capacidade, oh se compensa. Raramente se vê um lateral a ser tão ofensivo com esta qualidade, a romper pelo centro em diagonais em elevada velocidade e em progressão. Fez pelo menos três sprints de 40/50 metros e é jogador para estar em qualquer clube do Mundo.

(+) Brahimi. Dêem-lhe espaço, defesas. Sim, força. Abram um metro para o homem seguir. Vá, atrevam-se. Dignem-se a serem abordados por este milagreiro que não só consegue driblar em pouco espaço mas também percorre dezenas de metros e arrasta uma equipa inteira para a frente. E não tendo estado directamente envolvido em nenhum dos golos, foi dele o terceiro pelo sprint que deu para recuperar uma bola que parecia perdida e que depois endossou para Telles cruzar para a mona perfeitinha do Vincent. Se há alguém que merece ser campeão este ano é ele. E Danilo. E Herrera também. Ah, e o Telles. Muitos merecem, pronto!

(+) Herrera. O capitão lutou imenso. O capitão correu muito. O capitão fez com que o colega do lado, que tem a capacidade de aceleração de uma locomotiva a vapor, também corresse muito. O capitão esteve bem no meio campo e ajudou a pressionar à frente. O capitão garantiu que o Braga não arrancasse o jogo depois do 3-1 porque viu que Sá ainda não tinha chegado à baliza depois de festejar com os colegas. O capitão, em suma, esteve muito bem.

(+) Sá. Duas defesas enormes conseguiram manter a equipa focada no jogo e roubaram a esperança ao Braga de conseguir voltar à luta, a primeira das quais com uma mancha espectacular com a mão alta que levou as bancadas a saltar em aplauso. Pareceu sempre confiante a sair às bolas aéreas e bem precisa de a ganhar depois de alguns jogos com pequenas falhas. Preferia ver Iker na baliza mas Sá não está a fazer com que me dê vontade de arrancar o pouco cabelo que tenho. Yet.

(-) Corona. Mais um jogo que confirma que este jovem oscila mais que um pêndulo preso a um elástico. Incapaz de desequilibrar com consistência e de abordar os lances com agressividade e vontade de resolver. É quase uma antítese de Brahimi, que até poderia funcionar como contra-peso à irreverência de Yacine mas acaba por fazer com que seja apenas lento, frouxo e sem ideias. Não deixa de lutar, mas parece sempre jogar com pouca…fúria, vá. And me no likey coninhas.

(-) Paulinho em terra de ninguém. A estreia de Paulinho podia ter sido pior mas não era fácil. E a culpa é repartida entre ele e o treinador, que o atirou para o meio de um palco onde estava sozinho e foi obrigado a correr em zonas que não conhece, sem apoio de colegas com quem não tem rotinas e entregue à função de tapar um meio-campo forte com…bem, com ninguém, sozinho. O pouco que fez foi mau e inconsequente, mas jogou fora da posição. Atenua mas não justifica tudo.

(-) Permeabilidade na zona central. Enquanto formos aguentando jogos complicados como este e conseguirmos sair com uma vitória, vou ficar satisfeito. Mas houve demasiada permissividade naquele meio-campo, especialmente pelo eixo, onde Herrera e Sérgio lutaram imenso e fizeram o que podiam e sabiam (com as limitações que têm) mas nem sempre conseguiram impedir Danilo e companhia de furar por ali dentro. E se havia um Danilo do outro lado, muita falta fez o que joga com as nossas cores.


Mais um jogo complicado, um dos mais difíceis no Dragão até ao final do ano, que vencemos. A seguir a este, no Dragão, serão “só” Sporting, Liverpool, Rio Ave e de novo Sporting. Ouchie.

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Ouve lá ó Mister – Braga

Camarada Sérgio,

God fucking damnit, homem. God. Fucking. Damnit. És capaz, pela tua saudinha, de convencer os gajos que não vão conseguir ganhar jogos se não marcarem um golo? Ou melhor, eu já sei que marcamos golos em vários jogos e que não foram validados como deviam, mas essa treta de estarmos à espera que os árbitros tenham de…eh pá, sei lá, fazerem o trabalho deles, começa a cansar porque eles…eh pá, nao fazem. E nós não podemos ser obrigados a marcar n+1 golos para ganhar um jogo onde n golos deveriam chegar. Certo? Certo.

Hoje vai ser mais uma boa maneira de provares aquilo que disseste na conferência de imprensa. Ou seja, que os teus rapazes estão tão viçosos como os legumes de um hipermercado. Mas tu sabes que é mais uma questão estética que outra coisa, porque se apertares os gajos vais perceber que a imagem está porreira mas por dentro…espremes e o sumo que brota é pouco, custa a sentir o sabor e acaba por não saciar nadinha. Metáforas aparte, escolhe os que aguentarem um jogo em condições e não penses no jogo de 4a com o Sporting. Já perdemos pontos suficientes no campeonato e continua a ser a competição mais importante. Certo? Certo.

E depois deixa-me ir jantar descansado que só vou poder escrever a crónica mais tarde do que é normal. Que é, não mereço beber uns finos depois da partida? Estás convidado se quiseres aparecer! Mas ganha lá o jogo primeiro para vires bem disposto ao repasto!!!

Sou quem sabes,
Jorge

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A Culpa é do Cavani – Jornada 28 – De marsápio em punho

Foi um Cavani sob o signo de Moreira e de dois pontos lá deixados por culpa da relva, do fora de jogo do Waris, da cabeça do Felipe, do VAR, do Óliver, do Soares, dos lobbies e do Jhonatan. E em mais uma jornada parva com um resultado parvo, aparecem três análises parvas, com uma mudança de 50% de 360 graus, que é como quem diz uma inversão de posições. Deixamo-vos adivinhar quem e quando. It will be sweet. Mais algumas belas metáforas do Silva, opiniões inflamadas do Vassalo e gordices do Bertocchini. Não seria Cavani sem nenhuma destas.

Jornada 28 – De marsápio em punho


Quem quiser continuar a ouvir pelo site, tranquilo, é só usar o leitor que está embutido no post de cada episódio. Quem ouvir usando uma app, seja iTunes, Podcast Addict, Pocket Casts, Podcast Republic ou tantas outras que por aí andam, pode encontrar o Cavani aqui:

Site: A Culpa é do Cavani
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