Ouve lá ó Mister – Sporting

Camarada Sérgio,

Durante muitos anos vi o Sporting como um clube rival. Um clube que quando aparecia pela Invicta para jogar era tratado como um oponente valioso, um adversário rijo, firme, lutador, inteligente e agressivo, que nos dava água pela proverbial barba nas alturas certas e que, mais vezes do que queríamos, nos lixava a vida. Mas nunca houve aquela acintosidade que sempre sentimos com a visita de outra malta lá vizinha deles. O Sporting era razoavelmente bem tratado, não ao nível de um clube estrangeiro, mas com alguma cortesia e simpatia.

Not anymore.

Hoje quero pisar-lhes as maçãs de Adão. Gostava imenso que lhes conseguíssemos aplainar as glandes. Limar as unhas dos pés com uma lixa industrial. Sete coronhadas na nuca. Um ICBM no rabo. Qualquer coisa que os fizesse acalmar e perceber que não podem estar continuamente a atirar merda para o ar sem que arrisquem a que lhes caia de volta nos dentes. Mostrar que ao fim de quatro jogos conseguimos vencer e convencer com números, não só com moral. Empurrá-los para fora da luta pelo título de uma vez por todas e despachar este assunto de uma forma simples, prática e justa. Porque se nos primeiros três confrontos da época fomos tão melhores que eles, não conseguimos espremer esse particular citrino para que nos dê um sumo decente. Este é o que mais importa, minha gente. É hoje.

Sou quem sabes,
Jorge

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A Culpa é do Cavani – Jornada 33 – Cabelo de peido

Jornada 33 – Cabelo de peido

Algo de diferente hoje no Cavani, onde não se falou apenas do futebol na relva mas também na componente organizativa e associativa que está subjacente às mudanças estruturais que vão acontecendo atrás dos panos e cuja existência pode colocar em perig…vá, não foi assim tanto tempo, tenham lá calma. Passou-se disso para Portimão e logo de seguida para o Dragão onde o Sporting nos visita já esta sexta-feira. Divertiram-se pois os Cavanis a encontrar o melhor onze e chegaram à conclusão que…serão onze. Quais? É só ouvir, gente.


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Baías e Baronis – Portimonense 1 vs 5 FC Porto

foto retirada do twitter oficial do FC Porto

É pena dizer isto, mas quem não se fecha com noventa chaves, sete gigantes à porta e óleo a ferver pronto a ser largado por cima do Marega…apanha. E tem sido quase sempre assim, porque este FC Porto quando começa a trocar a bola daquela forma prática, rápida e directa ao objectivo. Há alturas em que esta equipa faz lembrar, como vi vários amigos a mencionar (eu próprio já disse isso no Cavani e noutros fóruns), uma mentalidade à Robson, de jogo largo, sem grandes rodeios, desinteressado na posse e directo à baliza, ao golo, à vitória. Ao objectivo, perdão. Notas a seguir:

(+) Marega + Soares. Se todos andávamos com o metafórico pito em formato bouncy castle ao ver Aboubakar e Marega a partilhar a frente de ataque, a verdade é que esta combinação parece estar a funcionar tão bem que se fosse possível mandar os gajos dormir juntos sem arriscar que se chateassem, até podiam dar um casalinho bonito. Estranho, mas bonito. Porque apesar de Marega e Soares parecerem que ocupam as mesmas posições (pelo simples facto de serem dois canastrões, apenas isso), a verdade é que…não, nem perto. Entendem-se, criam mais oportunidades para facturar que um contabilista zeloso a anfetaminas e acabam mesmo por meter a bola lá dentro, combinando entre eles e com o resto do povo. Como diria o outro idiota, acasalam bem.

(+) Maxi. Deixa-me satisfeito ver que este gajo ainda joga. O facto de ainda bater é feitio, não é defeito (ou melhor, era mais defeito quando não era punido pelas faltas, mas isso são outras cores e outras conversas), porque ao que parece Maxi sabe fazer mais do que apenas bater e este jogo foi um bom exemplo. Esteve em todo o lado e subiu para apoiar o ataque durante noventa minutos. Se Ricardo demorar a chegar, temos uma boa alternativa…pelo menos até ser expulso. Vai acontecer, é só uma questão de tempo, não vale a pena preocuparem-se com isso.

(+) Dalot. Entrou nervoso, mais uma vez. Tremeu num ou noutro corte, demorou a assentar e foi aprendendo a ritmar as entradas e a acelerar no ponto certo. E começou a subir bem, a entender-se melhor com Brahimi, a temporizar bem melhor quando subir e como o fazer, o que acaba por ser interessante porque ainda se vê muita “segunda liga” na forma de jogar, mas Diogo tentou sempre ser simples e não abusar da subida em linha recta que costuma funcionar no FC Porto B, melhorou em campo e acabou com duas assistências. No primeiro jogo a titular. Aos dezoito anos. Enough said.

(-) Caiu? Oh porra, outro que se estourou. Também vos acontece isso? Sempre que vejo o FC Porto, ou pelo menos desde há um mês para cá, quando cai um jogador nosso fico logo apreensivo e a pensar que o homem se foi para a época. Pode ser hipérbole minha e vocês sabem que sou capaz de as ter, mas garanto que vi Felipe a cair e na minha cabeça rodou logo o Reyes para aquecer; vi Otávio a levar uma panada nos gémeos e logo imaginei ver a entrar o Óliver ou o AA ou até o Marega para a direita e o Waris na frente; há uma tensão que vai ganhando controlo sobre mim à medida que a temporada se aproxima do final (último terço, juventude!) e com tanto em jogo é complicado não ficar stressado com isto. Ainda por cima o meu treinador está a espremer tudo o que pode destes moços, é normal que os veja a cair e pense: “caramba, este não podia descansar um bocadinho?!”. Parece que não. Siga.


Dez jogos. Dez joguinhos. São só dez jogos. Só.

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Ouve lá ó Mister – Portimonense

Camarada Sérgio,

Ufa. Agora que estamos com o calendário certo, são cinco pontos de vantagem. É uma merda, é o que é, porque se estamos à frente é porque temos de manter a vantagem e os gajos estão a morder os calcanhares da malta e só de pensar nisso veio-me aqui um bocado da francesinha à boca. Porque a quantidade de germes que há num calcanhar deve ser suficiente para criar condomínios de doenças e acima de tudo porque qualquer merdice vai fazer com que percamos essa vantagem.

É verdade, também, que é melhor estar à frente que ir atrás. Ao menos tens essa almofadinha que te deixa mais descansado no caso de teres um daqueles dias como em Moreira ou nas Aves, em que nada corre bem. Mas não podemos pensar nisso e o que interessa mesmo é continuar a ganhar. E se entrares em campo com a metade da vontade que fizeste contra o Estoril, é meio caminho andado. Tu não, calma, não te metas em trabalhos antes do Sporting que te quero lá no relvado para sorrires em frente ao JayJay depois de lhe espetares quatro batatas. Mas isso é só para a próxima semana, por isso foca-te neste jogo, volta para a Invicta com os três pontos e só aí pensas no Sporting. Ainda há muita relva para pisar, muito jogo para jogar…miles to go before you sleep…

Sou quem sabes,
Jorge

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Jornada 32 – Um estouro de gnus

Um episódio que surpreende pela calma dos Cavanis, ainda que o Vassalo tenha visto a segunda parte do Estoril a praguejar para a televisão, o Bertocchini de pé em frente a um confortável sofá sem se conseguir lá sentar com o nervosismo e o Silva furioso com as condições indignas do estádio na Amoreira, incapaz de perceber como é que se consegue ver o jogo a uma altitude de dois ou três metros acima da relva. Impossível! Teorias sobre arbitragens, VARs, Dalots, Paulinhos e possíveis diferenças nas abordagens aos jogos na recta final da época foram todos roçados com a tradicional inteligência, sagacidade e depois com uma ou outra piada do Silva, que só serve para isso. Um desperdício de oxigénio, palavra.


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