foto retirada do twitter oficial do FC Porto
É pena dizer isto, mas quem não se fecha com noventa chaves, sete gigantes à porta e óleo a ferver pronto a ser largado por cima do Marega…apanha. E tem sido quase sempre assim, porque este FC Porto quando começa a trocar a bola daquela forma prática, rápida e directa ao objectivo. Há alturas em que esta equipa faz lembrar, como vi vários amigos a mencionar (eu próprio já disse isso no Cavani e noutros fóruns), uma mentalidade à Robson, de jogo largo, sem grandes rodeios, desinteressado na posse e directo à baliza, ao golo, à vitória. Ao objectivo, perdão. Notas a seguir:
(+) Marega + Soares. Se todos andávamos com o metafórico pito em formato bouncy castle ao ver Aboubakar e Marega a partilhar a frente de ataque, a verdade é que esta combinação parece estar a funcionar tão bem que se fosse possível mandar os gajos dormir juntos sem arriscar que se chateassem, até podiam dar um casalinho bonito. Estranho, mas bonito. Porque apesar de Marega e Soares parecerem que ocupam as mesmas posições (pelo simples facto de serem dois canastrões, apenas isso), a verdade é que…não, nem perto. Entendem-se, criam mais oportunidades para facturar que um contabilista zeloso a anfetaminas e acabam mesmo por meter a bola lá dentro, combinando entre eles e com o resto do povo. Como diria o outro idiota, acasalam bem.
(+) Maxi. Deixa-me satisfeito ver que este gajo ainda joga. O facto de ainda bater é feitio, não é defeito (ou melhor, era mais defeito quando não era punido pelas faltas, mas isso são outras cores e outras conversas), porque ao que parece Maxi sabe fazer mais do que apenas bater e este jogo foi um bom exemplo. Esteve em todo o lado e subiu para apoiar o ataque durante noventa minutos. Se Ricardo demorar a chegar, temos uma boa alternativa…pelo menos até ser expulso. Vai acontecer, é só uma questão de tempo, não vale a pena preocuparem-se com isso.
(+) Dalot. Entrou nervoso, mais uma vez. Tremeu num ou noutro corte, demorou a assentar e foi aprendendo a ritmar as entradas e a acelerar no ponto certo. E começou a subir bem, a entender-se melhor com Brahimi, a temporizar bem melhor quando subir e como o fazer, o que acaba por ser interessante porque ainda se vê muita “segunda liga” na forma de jogar, mas Diogo tentou sempre ser simples e não abusar da subida em linha recta que costuma funcionar no FC Porto B, melhorou em campo e acabou com duas assistências. No primeiro jogo a titular. Aos dezoito anos. Enough said.
(-) Caiu? Oh porra, outro que se estourou. Também vos acontece isso? Sempre que vejo o FC Porto, ou pelo menos desde há um mês para cá, quando cai um jogador nosso fico logo apreensivo e a pensar que o homem se foi para a época. Pode ser hipérbole minha e vocês sabem que sou capaz de as ter, mas garanto que vi Felipe a cair e na minha cabeça rodou logo o Reyes para aquecer; vi Otávio a levar uma panada nos gémeos e logo imaginei ver a entrar o Óliver ou o AA ou até o Marega para a direita e o Waris na frente; há uma tensão que vai ganhando controlo sobre mim à medida que a temporada se aproxima do final (último terço, juventude!) e com tanto em jogo é complicado não ficar stressado com isto. Ainda por cima o meu treinador está a espremer tudo o que pode destes moços, é normal que os veja a cair e pense: “caramba, este não podia descansar um bocadinho?!”. Parece que não. Siga.
Dez jogos. Dez joguinhos. São só dez jogos. Só.
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