Ouve lá ó Mister – Portimonense

Camarada Sérgio,

Ufa. Agora que estamos com o calendário certo, são cinco pontos de vantagem. É uma merda, é o que é, porque se estamos à frente é porque temos de manter a vantagem e os gajos estão a morder os calcanhares da malta e só de pensar nisso veio-me aqui um bocado da francesinha à boca. Porque a quantidade de germes que há num calcanhar deve ser suficiente para criar condomínios de doenças e acima de tudo porque qualquer merdice vai fazer com que percamos essa vantagem.

É verdade, também, que é melhor estar à frente que ir atrás. Ao menos tens essa almofadinha que te deixa mais descansado no caso de teres um daqueles dias como em Moreira ou nas Aves, em que nada corre bem. Mas não podemos pensar nisso e o que interessa mesmo é continuar a ganhar. E se entrares em campo com a metade da vontade que fizeste contra o Estoril, é meio caminho andado. Tu não, calma, não te metas em trabalhos antes do Sporting que te quero lá no relvado para sorrires em frente ao JayJay depois de lhe espetares quatro batatas. Mas isso é só para a próxima semana, por isso foca-te neste jogo, volta para a Invicta com os três pontos e só aí pensas no Sporting. Ainda há muita relva para pisar, muito jogo para jogar…miles to go before you sleep…

Sou quem sabes,
Jorge

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Jornada 32 – Um estouro de gnus

Um episódio que surpreende pela calma dos Cavanis, ainda que o Vassalo tenha visto a segunda parte do Estoril a praguejar para a televisão, o Bertocchini de pé em frente a um confortável sofá sem se conseguir lá sentar com o nervosismo e o Silva furioso com as condições indignas do estádio na Amoreira, incapaz de perceber como é que se consegue ver o jogo a uma altitude de dois ou três metros acima da relva. Impossível! Teorias sobre arbitragens, VARs, Dalots, Paulinhos e possíveis diferenças nas abordagens aos jogos na recta final da época foram todos roçados com a tradicional inteligência, sagacidade e depois com uma ou outra piada do Silva, que só serve para isso. Um desperdício de oxigénio, palavra.


Quem quiser continuar a ouvir pelo site, tranquilo, é só usar o leitor que está embutido no post de cada episódio. Quem ouvir usando uma app, seja iTunes, Podcast Addict, Pocket Casts, Podcast Republic ou tantas outras que por aí andam, pode encontrar o Cavani aqui:

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A Culpa é do Cavani – Jornada 32 – Um estouro de gnus

Um episódio que surpreende pela calma dos Cavanis, ainda que o Vassalo tenha visto a segunda parte do Estoril a praguejar para a televisão, o Bertocchini de pé em frente a um confortável sofá sem se conseguir lá sentar com o nervosismo e o Silva furioso com as condições indignas do estádio na Amoreira, incapaz de perceber como é que se consegue ver o jogo a uma altitude de dois ou três metros acima da relva. Impossível! Teorias sobre arbitragens, VARs, Dalots, Paulinhos e possíveis diferenças nas abordagens aos jogos na recta final da época foram todos roçados com a tradicional inteligência, sagacidade e depois com uma ou outra piada do Silva, que só serve para isso. Um desperdício de oxigénio, palavra.

Jornada 32 – Um estouro de gnus


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Baías e Baronis – Estoril 1 vs 3 FC Porto

foto retirada do Twitter oficial do FC Porto

Veni. Vidi. Sofri. Intervali. Bancadi podri. Esperi trintisetidiis. Vinci. Se alguém acha que esta segunda parte teve algum mérito táctico, técnico, tecnico-táctico ou qualquer outro cliché futebolístico, desengane-se. Ou engane-se, faça o que quiser. Mas acreditem em mim quando vos digo, meus amigos portistas, que esta foi uma vitória do querer. Da vontade de empurrar o adversário para a área, de intimidar com actos, não com insinuações. De atacar com força, não com estratégia. Foi uma vitória, mais do que qualquer outra, dos jogadores. Vamos a notas, apenas sobre estes 45 minutos que tanta gente transformou numa espécie de apocalipse anunciado (daí o não-muito-subtil-tema da crónica) porque os outros…é que nem me lembro do que se passou. Siga:

(+) Fome. Soares está em grande. Sérgio Oliveira está em grande. É curioso perceber que estes homens, que ainda há menos de um mês eram considerados como dispensáveis pela grande maioria dos portistas e um recebia críticas de tanta gente por ter tido uma reacção de desagrado numa substituição durante a meia-final da Taça da Liga ao passo que o outro era rotulado como promessa perdida, são agora pivotais no ataque ao título. Se há coisa a que nos temos de habituar este ano é mesmo a estes impensáveis, como uma dupla de ataque Soares/Marega, um jovem de 18 anos a substituir um dos melhores assistentes da Europa e um esquecido a subir à titularidade indiscutível. Soares joga, marca e reina. Sérgio joga, assiste e controla. Ambos com vontade de mostrar, com fome de jogar e de vencer. Que continuem assim, mesmo quando Aboubakar e Danilo regressarem.

(+) Guerra. Rijos, fortes, plenos de vontade e garra para contrariarem um destino que parecia traçado. E vários dos que hoje jogaram foram os mesmos rapazes que entraram em campo há umas dezenas de dias para fazerem uma das piores primeiras partes da época. Houve mudanças, é certo, mas acima de tudo houve mentalidade, que tinha fraquejado nessa noite parva em Janeiro. Desde o primeiro segundo que as tropas estavam colocadas como que numa investida para tomar de assalto um castelo até então inviolável e desde a primeira defesa quase miraculosa de Renan ao remate de Herrera que o FC Porto cascou, bateu, impôs um metafórico e gigantesco ariete que deixou o Estoril sem resposta. Era exactamente isto que era preciso fazer e pelas cuecas do Lucho, conseguimos. Um passo enorme para a conquista do título foi hoje dado na Amoreira. Lembrem-se dos nomes, porque podem ter de os gritar a uma só voz daqui a uns meses. A jogar com este empenho e determinação não nos vai fugir.

(-) Morte. Vou tentar ser polémico. Ouçam lá, não acontece todos os dias, mas vou por aí. O primeiro golo do FC Porto é marcado com a vantagem de um fora-de-jogo. What?! But, but…but, but o carago. Se o mesmo Soares que quase cabeceava a bola foi o mesmo Soares que o VAR determinou como estando fora-de-jogo no jogo contra o Sporting e que anulou um golo que eu achei que devia ter sido validado, também este deveria ser anulado se seguirem o mesmo (errado) princípio. E porquê? Porque caso seja validado, o VAR é uma merda obrada directamente do ânus de Belzebu. E o VAR não é uma merda, é uma ferramenta que deve ser usada exactamente da forma que foi, hoje, naquele lance. Há dúvidas do árbitro. Há dúvidas do fiscal de linha. Deixam seguir o jogo e consultam o árbitro sentado a uns quilómetros de distância. Esse fulano olha para as imagens e não consegue discernir se está ou não em jogo. E como tal…deixa correr. Como deixa correr, contradiz o que o colega a cargo do VAR fez nesse jogo contra o Sporting. Por isso, minha gente, das duas uma: ou o VAR está doente logo desde que nasceu, propenso a falhas imensas que não podem acontecer pela sua própria natureza; ou estão a usá-lo mal. E isso é pior que não existir.

(-) Doença. A lesão de Alex Telles deixou metade do povo portista em lágrimas (a imagem do próprio jogador a chorar no banco é enternecedora mas acima de tudo preocupante) e Dalot num misto de alegria e nervosismo que ainda não conseguiu abalar. Espero estar a ser extremo na minha hipérbole, mas se Alex acabou para a época, também morre um pedacinho de mim com isso, porque estava a ser um dos jogadores que representava na perfeição o espírito que todos adoramos ver em campo. Não digo que Dalot não consiga calçar as mesmas botas e agir com o talento e a capacidade que tem feito pela B, mas a perda de Telles é um murro na nuca que nos vai doer muito. Diogo, puto, o lugar é teu. Com a “morte”, pode haver um nascimento e tens tudo para chegar, ver e vencer. Cá estarei para te aplaudir.


Cinco pontos. Onze jogos. Milhões de adeptos. Um campeonato. Siga.

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Ouve lá ó Mister – Estoril

Camarada Sérgio,

Por alturas do pré-primeira parte deste encontro, escrevi o seguinte:

Fuck’em. Fuck’em all! É o Estoril à segunda e o Tondela à sexta? Fuck’em! É o Sporting doze vezes seguidas? Fuck’em! É o Braga com as mangas pintadas para parecer ligeiramente diferente do dono? Fuck’em! É tudo contra nós e nós contra todos! Fuck’em! E fuck também para o gajo que parece que comprou pontos de exclamação num grossista e agora quer gastá-los de uma só vez! Fuck para mim também!

E hoje, setenta e nove mil fucks depois, está tudo na mesma. Continuamos na frente, com vontade de lá ficar e não há bancadas nem árbitros nem nada que nos faça frente. Ou melhor, há e eles bem tentam, mas cabe-te mostrar jogo após jogo que és melhor que os outros. E hoje, com condicionantes que fazem lembrar uma entrevista de emprego para um programador do Football Manager, só tens uma solução: entrar em campo tranquilo mas convicto que as pernas são para usar enquanto as temos e que 45 minutos são tempo suficiente para ganhar esta trampa. São dois golos, Sérgio. Só dois golos. E que a tua maior preocupação seja o estado da bancada.

Sou quem sabes,
Jorge

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