Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 1 Sporting

foto retirada do twitter oficial do FC Porto

Depois do final da partida, enquanto os jogadores agradeciam no relvado, o povo gritava que queria ser campeão. A descer as escadas da bancada o povo gritava que queria ser campeão. A subir a Alameda, um puto ao meu lado gritou que queria ser campeão. Queremos todos ser campeões e queremo-lo com tanta vontade porque depois de tantos anos de vitórias consecutivas, começamos a acreditar que está bem perto e…sentimos a pressão. Oh se sentimos. Estivemos perto de perder, perto de ganhar por mais, num jogo finalmente equilibrado contra esta malta. Ah, e o Coentrão empurrou um bombeiro. Com ou sem razão, o homem empurrou um bombeiro. Fuckin’epic. Vamos a notas:

(+) A vitória. Não me lembro de um jogo que me tivesse desgastado tanto este ano e mesmo no ano passado não creio que tivesse saído do Dragão com um misto de felicidade e cansaço que me deixou fora de combate durante dias. Porque também eu senti que este se tinha tornado num momento importante, que podia ajudar a decidir o resto da época. Daí ter ficado grande parte do estádio no final do jogo a aplaudir os rapazes, porque isto não foi só um Porto-Sporting. Foi um Porto-Sporting que correu bem apesar de ter sido mal jogado, mas foi um jogo que salvo qualquer estranho fenómeno, afastou o Sporting do campeonato. E que bem que soube.

(+) Casillas. Não é complicado perceber a influência que um guarda-redes pode ter numa equipa. Iker é mais que um guarda-redes pelo histórico que tem, mas podia ignorar o peso que pode transmitir a um grupo de malta que é um misto tão estranho de juventude e sub-experiência naquilo que conta. Não o faz e tenta ser líder, mostrando a todos o caminho para o sucesso, ele que já o experienciou tantas vezes. Na altura mais complicada do jogo, quando Marega se lesionou e a equipa parecia demente em campo, Iker reuniu toda a gente no meio do relvado para uma conversa final antes do jogo entrar na fase decisiva. Não tendo tido o impacto que queria (ainda houve situações de perigo causadas pelo destrambelhamento dos colegas da defesa), ficou a imagem e o grito de união. Ah, para lá de ter safo várias bolas, uma das quais numa defesa extraordinária numa mancha a um remate de Montero, que ainda se dignou a deixá-lo no chão sem o ajudar a levantar. Perdoa-lhes, Iker, é gente estranha.

(-) O jogo. Não foi mau. Ou melhor, foi fraquinho mas não foi muito mau porque ganhamos. E só porque ganhamos, porque apesar do adversário não ser completamente imbecil no que diz respeito às artes da bola, a verdade é que nos três jogos anteriores tinham sido pisados com botas da tropa e sem grande misericórdia. E não acredito que os rapazes não fossem capazes de fazer o mesmo desta vez, mas bateu-lhes o nervoso, como a mim, como a muitos na bancada. Não há melhor exemplo desta descida ao inferno da instabilidade colectiva que a entrada de Corona em campo, que aprovei na altura porque Otávio estava a falhar na sua dedicada missão de marcar Coentrão com os olhos. Corona, desde que entrou, fez merda. Nem quero inventar outros eufemismos porque não vale a pena e é melhor dizer as coisas da forma mais directa possível. Só fez merda. E alguns dos outros que estavam já atolados em estrume (Herrera indeciso, Marega perdulário, Marcano hesitante e Maxi assoberbado) não conseguiram dar a volta por cima, com o mexicano a enfiar-se ainda mais no buraco que criou, fazendo-me questionar nalguns lances se teria sido lobotomizado mesmo antes de entrar em campo. Trememos muito sem necessidade. Percebo mas não me agradou nada.


E agora, ufa, Liverpool. Uma espécie de jogo-treino para a Luz? Please?

PS: Este atraso deveu-se, como já disse no início, ao facto do jogo me ter destruído e não me ter deixado forças para fazer o meu “trabalho” como é costume. Somemos a gravação e edição do Cavani e tempo de qualidade passado com a família e…eh pá, não preciso de me justificar, como é lógico, mas senti que seria simpático explicar. Afinal, podiam pensar que tinha sido empurrado pelo Coentrão.

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Jornada 34 – Câmara hipercólica

Um dos Cavanis mais complicados de criar, depois de inúmeros problemas técnicos e de um cansaço generalizado, físico e mental, decorrente do jogo contra o Sporting. Estes três estóicos Maregas submeteram-se à árdua tarefa de analisar o jogo com o Sporting com a divergência natural de forma e algum conteúdo a levar a uma conversa curiosa e a alguns termos não menos interessantes. Achamos nós, está claro. Some-se um Corona maluco, um Marega partido e um Liverpool que até pode ser útil e passou-se uma hora quase sem notar.


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Ouve lá ó Mister – Sporting

Camarada Sérgio,

Durante muitos anos vi o Sporting como um clube rival. Um clube que quando aparecia pela Invicta para jogar era tratado como um oponente valioso, um adversário rijo, firme, lutador, inteligente e agressivo, que nos dava água pela proverbial barba nas alturas certas e que, mais vezes do que queríamos, nos lixava a vida. Mas nunca houve aquela acintosidade que sempre sentimos com a visita de outra malta lá vizinha deles. O Sporting era razoavelmente bem tratado, não ao nível de um clube estrangeiro, mas com alguma cortesia e simpatia.

Not anymore.

Hoje quero pisar-lhes as maçãs de Adão. Gostava imenso que lhes conseguíssemos aplainar as glandes. Limar as unhas dos pés com uma lixa industrial. Sete coronhadas na nuca. Um ICBM no rabo. Qualquer coisa que os fizesse acalmar e perceber que não podem estar continuamente a atirar merda para o ar sem que arrisquem a que lhes caia de volta nos dentes. Mostrar que ao fim de quatro jogos conseguimos vencer e convencer com números, não só com moral. Empurrá-los para fora da luta pelo título de uma vez por todas e despachar este assunto de uma forma simples, prática e justa. Porque se nos primeiros três confrontos da época fomos tão melhores que eles, não conseguimos espremer esse particular citrino para que nos dê um sumo decente. Este é o que mais importa, minha gente. É hoje.

Sou quem sabes,
Jorge

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A Culpa é do Cavani – Jornada 33 – Cabelo de peido

Jornada 33 – Cabelo de peido

Algo de diferente hoje no Cavani, onde não se falou apenas do futebol na relva mas também na componente organizativa e associativa que está subjacente às mudanças estruturais que vão acontecendo atrás dos panos e cuja existência pode colocar em perig…vá, não foi assim tanto tempo, tenham lá calma. Passou-se disso para Portimão e logo de seguida para o Dragão onde o Sporting nos visita já esta sexta-feira. Divertiram-se pois os Cavanis a encontrar o melhor onze e chegaram à conclusão que…serão onze. Quais? É só ouvir, gente.


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Baías e Baronis – Portimonense 1 vs 5 FC Porto

foto retirada do twitter oficial do FC Porto

É pena dizer isto, mas quem não se fecha com noventa chaves, sete gigantes à porta e óleo a ferver pronto a ser largado por cima do Marega…apanha. E tem sido quase sempre assim, porque este FC Porto quando começa a trocar a bola daquela forma prática, rápida e directa ao objectivo. Há alturas em que esta equipa faz lembrar, como vi vários amigos a mencionar (eu próprio já disse isso no Cavani e noutros fóruns), uma mentalidade à Robson, de jogo largo, sem grandes rodeios, desinteressado na posse e directo à baliza, ao golo, à vitória. Ao objectivo, perdão. Notas a seguir:

(+) Marega + Soares. Se todos andávamos com o metafórico pito em formato bouncy castle ao ver Aboubakar e Marega a partilhar a frente de ataque, a verdade é que esta combinação parece estar a funcionar tão bem que se fosse possível mandar os gajos dormir juntos sem arriscar que se chateassem, até podiam dar um casalinho bonito. Estranho, mas bonito. Porque apesar de Marega e Soares parecerem que ocupam as mesmas posições (pelo simples facto de serem dois canastrões, apenas isso), a verdade é que…não, nem perto. Entendem-se, criam mais oportunidades para facturar que um contabilista zeloso a anfetaminas e acabam mesmo por meter a bola lá dentro, combinando entre eles e com o resto do povo. Como diria o outro idiota, acasalam bem.

(+) Maxi. Deixa-me satisfeito ver que este gajo ainda joga. O facto de ainda bater é feitio, não é defeito (ou melhor, era mais defeito quando não era punido pelas faltas, mas isso são outras cores e outras conversas), porque ao que parece Maxi sabe fazer mais do que apenas bater e este jogo foi um bom exemplo. Esteve em todo o lado e subiu para apoiar o ataque durante noventa minutos. Se Ricardo demorar a chegar, temos uma boa alternativa…pelo menos até ser expulso. Vai acontecer, é só uma questão de tempo, não vale a pena preocuparem-se com isso.

(+) Dalot. Entrou nervoso, mais uma vez. Tremeu num ou noutro corte, demorou a assentar e foi aprendendo a ritmar as entradas e a acelerar no ponto certo. E começou a subir bem, a entender-se melhor com Brahimi, a temporizar bem melhor quando subir e como o fazer, o que acaba por ser interessante porque ainda se vê muita “segunda liga” na forma de jogar, mas Diogo tentou sempre ser simples e não abusar da subida em linha recta que costuma funcionar no FC Porto B, melhorou em campo e acabou com duas assistências. No primeiro jogo a titular. Aos dezoito anos. Enough said.

(-) Caiu? Oh porra, outro que se estourou. Também vos acontece isso? Sempre que vejo o FC Porto, ou pelo menos desde há um mês para cá, quando cai um jogador nosso fico logo apreensivo e a pensar que o homem se foi para a época. Pode ser hipérbole minha e vocês sabem que sou capaz de as ter, mas garanto que vi Felipe a cair e na minha cabeça rodou logo o Reyes para aquecer; vi Otávio a levar uma panada nos gémeos e logo imaginei ver a entrar o Óliver ou o AA ou até o Marega para a direita e o Waris na frente; há uma tensão que vai ganhando controlo sobre mim à medida que a temporada se aproxima do final (último terço, juventude!) e com tanto em jogo é complicado não ficar stressado com isto. Ainda por cima o meu treinador está a espremer tudo o que pode destes moços, é normal que os veja a cair e pense: “caramba, este não podia descansar um bocadinho?!”. Parece que não. Siga.


Dez jogos. Dez joguinhos. São só dez jogos. Só.

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