Jornada 35 – Póver

Se achávamos que o anterior Cavani tinha sido difícil de gravar, este foi pior. Enquanto as torrentes de ouro e diamantes não jorram para que os Cavanis não precisem de trabalhar…eh pá, não é que a malta precisa mesmo de trabalhar?! Assim sendo, atrasou-se o Cavani e atrasou-se a análise do Paços, do Paixão, do Mário Felgueiras, dos bloggers estúpidos e do Costa Monteiro. Ainda tentamos passar por cima do Boavista mas optamos por deixar a tarefa para os jogadores. Afinal as rotundas são para isso mesmo, não? Não? Oh raios, lá se foi mais um eixo com todo este póver!
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Baías e Baronis – Paços de Ferreira 1 vs 0 FC Porto

foto retirada do twitter oficial do FC Porto

No primeiro e potencial único jogo desta época que vejo fora do Dragão, uma banhada. Literal e metaforicamente, porque à chuvada que apanhei até chegar a Paços, enquanto estive em Paços e no regresso de Paços, somo a chuva de lances idiotas, mau futebol, um treinador teimoso, uma assustadora incapacidade de se adaptar a um relvado difícil, um adversário manhoso e um árbitro impossível de suportar. Perdemos pela primeira vez na Liga e não espero que volte a acontecer até ao final da época. Ai deles. Notas:

(+) O apoio nas bancadas. Vários milhares encheram Paços de Ferreira numa noite fria, chuvosa, ventosa, com música nas gargantas e vontade de ver a equipa a vencer. Estive lá e continuo a admirar a malta que se sacrifica para acompanhar o clube onde quer que ele vá jogar, esteja o tempo que estiver, seja para a Taça da Liga ou para a Champions. Eu, que me sinto sempre um outsider nestas situações, fico orgulhoso de haver tanta gente que se predispõe a enfrentar o inverno nos olhos e de o mandar para o mesmo sítio que naturalmente manda qualquer Bruno Paixão, gritando-o como se fosse o último jogo da sua vida. Mas não é, porque na próxima quinzena voltará à estrada. Bem hajam, rapazes.

(-) Defesa? Olha um alívio para o ar. Olha parece que está vento, é melhor dominar a bola ah espera que anda cá carago pronto já a perdi. Olha este gajo parece mais forte que eu deixa-me lá ver se ele não me tira a oh pronto já lá vai. Olha, o gajo está sozinho na área. Olha golo. Foda-se.

(-) Meio-campo?. André André e Sérgio Oliveira não têm culpa. Afinal, seria uma dupla que no arranque da época colocaria aí na nona posição de duplas possíveis no meio-campo do FC Porto, logo atrás da oitava opção, um maravilhoso duo mexicano: “Herrera / Diego Reyes”. A diferença entre eles e a dupla titular (Danilo/Herrera) é tão grande em termos de cobertura de espaços, discernimento e audácia com a bola e pressão alta sem ela que atenua a sua culpa. Mas não atenua o facto de terem sido engolidos pelo adversário e mesmo em inferioridade deviam ter sido uma barreira mais imponente. Ou até uma barreira, ponto.

(-) Ataque? Sem Marega nem Soares, Abou e Waris foram os escolhidos. E Abou falhou, como de costume, mas desta vez não tinha Marega para as segundas bolas mas um jovem ganês que insistia em mostrar que era rápido, mas tão rápido que os colegas procediam a enviar-lhe bolas vinte e trinta metros para a sua frente, achando que o homem voaria sobre a relva para as apanhar. Quando de facto conseguia receber uma bola, não produziu. Aliás foi este o produto do ataque do FC Porto, porque apenas Brahimi a espaços e depois Gonçalo conseguiram ser minimamente perigosos. Corona? Não o vi. Ninguém viu, mais uma vez.

(-) Banco? Pá, Sérgio, és um teimoso. Sim, já sei que preferes o André ao Óliver, mas ainda não viste que o homem não aguenta isto? Que ele não quer ou não sabe o suficiente e não traz mais-valia nenhuma ao conjunto, rapaz? Vá lá, experimenta um dia destes não colocar o gajo a jogar e escolhe outro. Ah, outra coisa que te queria dizer. Mexe na equipa quando aquilo está a correr mal. Estava a correr mal e continuou a correr mal e tu ficaste à espera que as coisas corressem pior e quase que acontecia. E aquela conversa com o Sérgio Oliveira também tem de te ter feito comichão, não tenho dúvida. Põe lá os tomates de volta ao rapaz que ele pode vir a precisar deles, anda lá. E vê lá se voltas a dar força aos rapazes que me pareceram tristonhos, mesmo com o cabrão do Paixão a lixar-lhes o juízo. Quero ver indignação como vi na Feira, carago!

(-) Adversário? Estimo que desçam, como fiz para o Setúbal no ano passado. Este nível de gente, que se indigna todo quando se falam dos “pequenos” mas são os primeiros a agir como se fossem crianças em idade de pré-escolar quando se lhes rouba um brinquedo. Se queimar tempo é uma arte, o guarda-redes do Paços é uma espécie de Michelangelo parolo, rodeado de todos os seus minions que faleciam de cada vez que havia mais uma falta inventada pelo flasher de apito. Adversário foram todos. Do relvado ao árbitro, da bota de Brahimi ao cabrão do guarda-redes do Paços que inventou literalmente faltas tiradas do ar e enganou (oh, le pauvre) Bruno Paixão várias vezes. Espero poder lá jogar no próximo ano mas apenas com a B. Que assim seja.


Tínhamos cinco. Ficamos com dois. Não há mais brincadeira, meus meninos, senão acabam-se os doces. Ai a minha vida.

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Ouve lá ó Mister – Paços de Ferreira

Camarada Sérgio,

Vou a Paços. Não ia a um jogo fora do Dragão desde o Bessa no ano passado e podes imaginar a minha excitação por poder estar perto de vocês num terreno far far away. Sim, tudo que seja longe do Dragão é far far away, mesmo uma cidade como Paços de Ferreira que fica aqui tão perto. Ainda assim vou estrear-me em jogos fora e não espero menos que uma vitória. E eu também sei que tens meia equipa partida, outra meia cansada e ainda outra mei…nah, já são demasiadas meias, certo? Já dava para calçar um gajo bem avantajado com tantas meias, não dava? Piada demasiado badalhoca, não foi? Ora pois claro que foi.

É para veres o quão pito-aos-saltos estou para o jogo. Não quero sair de lá desiludido, triste, com vontade de me enfiar numa taberna e sair de lá quando o tanque de cerveja já cheirar a morto. Quero sair feliz, sorridente, mesmo que a equipa jogue mal, quero vencer o jogo. Quero que o treinador deles vá à flash com o boné da JCA e diga qualquer coisa como “é muito complicado lidar com talento deste nível, especialmente quando estão em dia bom e com a vontade de serem campeões que mostraram aqui neste campo. Mas estamos orgulhosos da nossa prestação apesar da derrota.” É por aqui que quero que as coisas corram.

Vou a Paços. Lá nos veremos, rapaz.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Liverpool 0 vs 0 FC Porto

foto retirada do twitter oficial de Iker Casillas

Foi um amigável engraçadito este que hoje se jogou em Anfield. Giro, com rapazes novos, que serviu para um treino competitivo, com uma ou outra tentativa de ganhar o jogo mas acima de tudo com a mentalidade firme de não fazer má figura. A ideia era essa, a abordagem foi simpática e acabou por servir o objectivo que eu queria: treinar para futuras chatices no campeonato e ao mesmo tempo limpar um pouco a imagem. Check e check. Da notes, right here:

(+) O público portista. Uns milhares de moços e moças a cantar pelo Porto durante noventa minutos. Múltiplas imagens de adeptos portistas a divertirem-se pelas ruas de Liverpool sem distúrbios ou pelo menos sem distúrbios que façam capas de jornal. Cânticos de fãs, simpatizantes, adeptos, sócios, de tanta gente que sabia que a equipa tinha apanhado cinco pazadas nos dentes aqui há umas semanas e que foi a Anfield na mesma para apoiar a mesma equipa (com nomes diferentes mas a mesma identidade) com força, ânimo e boa disposição. Fomos eliminados, sim, mas esta malta ganhou o dia. Não ganhou o jogo mas o clube fica a ganhar com esta gente.

(+) Iker. Mais uma exibição quase perfeita, com uma defesa extraordinária (depois de se precipitar na saída, ainda conseguiu corrigir a trajectória e tirar a bola da baliza) e umas sete ou oito bolas agarradas com maior ou menor dificuldade. A liderança e a tranquilidade que transmite à defesa parece ser grande e repito o que já disse várias vezes: é o nosso melhor guarda-redes e está no sítio de onde não devia ter saído a não ser por motivos especiais. E como parece que os houve, saiu com o critério do treinador e terá voltado também pelo mesmo critério, ou talvez não. Seja como for, está lá. E não vou juntar-me a toda a gente ao querer que fique, porque acho caro demais para um clube à rasca para pagar a Estoris e afins, mas quero que saia campeão. E acredito que ele concorda comigo.

(+) Juventude. Gonçalo, Dalot, Bruno Costa. Vários rapazes saídos da formação e que mostraram hoje que estão prontos para isto, ainda que verdes nalgumas circunstâncias. Gonçalo continua à espera que lhe marquem faltas; Bruno teve muito tempo longe do jogo apesar de um papel complicado que o fez tremer na primeira parte mas subir de produção na segunda; Dalot teve uma falha grande e continua nervoso mas nota-se que está a melhorar de jogo para jogo. Estes são alguns dos valores que temos ao nosso dispor, uns confirmados e outros na rampa para lá chegarem, que podemos e devemos aproveitar. E há mais na B (não muitos, mas há), outros emprestados e outros ainda a aparecer muito em breve. Talvez comecem a convencer as pessoas que o talento forma-se mas é preciso ser trabalhado, burilado, aperfeiçoado e acima de tudo testado a este nível.

(-) Gostava que o Henderson se montasse num cacto. A somar a uma cada vez mais longa lista de jogadores que me causam urticária, eis que há mais um nome a somar à lista. Jordan Henderson, um filho da puta que tem nome de género ambíguo que tanto pode ser capitão do Liverpool como cheerleader num liceu em Bridgeport, Connecticut, é um imbecil que merece ser carjacked e deixado no meio de um carreiro de cabras que lhe larguem fezes líquidas directamente na boca. A forma arrogante deste filho de novecentas éguas sifilíticas jogar e fazer body slams a tudo que mexia, com braços em cima, por baixo, ao lado, empurrando e agindo como uma aberração em geral, fez com que entrasse directamente para uma lista selecta com nomes como Fábio Coentrão, Neno, Carlos Martins e, como é óbvio, Briguel. Se pudesses, Deus, eras capaz de fazer com que sempre que este cão sem nome abrir o cacifo dele no balneário seja polvilhado com um spray de framboesas podres nos dentes? Obrigadíssimo, fico a dever-te uma.


Adeus, Champions! Perdão, até para o ano, Champions! (figas…)

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Ouve lá ó Mister – Liverpool

Camarada Sérgio,

Diria que as leis da probabilidade seriam afectadas com o impacto de novecentas bombas nucleares norte-coreanas se conseguíssemos passar esta eliminatória. É possível que vários peta-mega-uber-colhonários fossem criados ao fim de duas horas se conseguíssemos passar esta eliminatória. Os céus abrir-se-iam e setenta e sete asteróides com a cara do Rui Santos romperiam a atmosfera, prontos para abafar o planeta numa nuvem de fumo, poeira e gel para o cabelo…se conseguíssemos passar esta eliminatória. E só por isso, só mesmo para evitar esta catástrofe de uma tal magnitude que faria os scousers cantar “we’ll always walk alone after these fuckers came here”, só por isso é que provavelmente não vamos passar.

Mas não significa que não tentemos ganhar o jogo, heim? Não significa que não possamos usar este jogo como uma espécie de tábua de pinchamento para os próximos confrontos. Nada do que se passou há umas semanas no Dragão significa que tenhamos de entrar em Anfield com os cornos e os cantos da boca em baixo, sem pensar em dar água pela barba aos ingleses. No sir. É entrar, marcar, ganhar e mostrar que a primeira mão foi um acaso. Um acaso com fundamento teórico mas que na prática não voltará a acontecer.

Vamos a isso que para o ano, correndo bem, há mais disto para todos.

Sou quem sabes,
Jorge

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