Jornada 39 – Kelvin no Café

Um dia depois daquele pontapé do Hector ter recolocado a equipa no primeiro lugar e ter provocado explosões de alegria por todo o mundo portista, um Cavani bem disposto e recheado de piadas semi-porcas, insinuações torpes e bandas obscuras. Análise aprofundada às abordagens ao jogo da Luz, como seria de esperar, com enfoque para o resto da época e para o confronto com o Sporting já nesta quarta-feira. É só clássicos, amigos, não conseguimos evitar! Imaginem que até o Silva e o Bertocchini deram razão ao Vassalo durante o episódio! What?! Como assim?! É verdade!


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Baías e Baronis – Benfica 0 vs 1 FC Porto

foto retirada do zerozero

Estes jogos não se vêem, não se observam, assistem, analisam. Estes jogos não permitem uma opinião racional, baseada em factos e números de cruzamentos, recepções orientadas e remates enquadrados com a baliza. Estes jogos não se vêem. Estes jogos sentem-se. E como tal, qualquer tipo de análise feita por mim nestas alturas peca por ser demasiado emocional, com muito pouca atenção ao detalhe, à minúcia que seria exigida com naturalidade para qualquer outro jogo. Como tal, peço desculpa mas cá vai: O HERRERA É O MELHOR JOGADOR DESTE LADO DO IMPÉRIO GALÁCTICO E SE ELE ME MANDAR VESTIR UMA SAIA DE PALHA E CANTAR KATY PERRY, WELL BABY YOU’RE A FUCKING FIREWORK! Ufa. Vamos a notas:

(+) Herrera. Lutas contra tudo, Hector. Lutas contra moínhos que surgem do solo e te travam o andamento; contra as superiores orelhas que ostentas nas laterais do teu crânio; contra adeptos que não te entendem e acham que devias ser um jogador melhor do que és e estariam dispostos a levar-te ao aeroporto no início da época (olá!)…há duas épocas, pelo menos; contra uma fronha que não te trouxe amigos toda a tua vida; contra uma quase patológica incapacidade de jogar cansado a um nível decente. Entre muitos outros obstáculos que se te vão aparecendo pela frente, que vais ultrapassando com maior ou menor dificuldade. E depois fazes uma destas. Tu, que fizeste aquela borrada num jogo contra estes mesmos rapazes e que sentias, talvez mais que todos os outros, a vontade de limpar a imagem. Tu, que és capitão de uma equipa que já morreu várias vezes e ressuscitou outras tantas, numa espécie de multi-take da Paixão que tem em ti uma figura principal. Tu, meu demente. Tu, que não jogas nada. Tu, que podes ter conquistado o campeonato.

(+) A importância de ter o Marega e não um “Marega”. É muito diferente ter aquele chaimite na frente de ataque e ter qualquer um dos sucedâneos que andámos a tentar adaptar com graus variáveis de sucesso. Porque Marega, por muito que possa ser complicado de perceber, é um jogador único de características únicas e com um impacto também único na equipa. A facilidade com que conseguimos esticar o jogo e assim continuar a cumprir o modelo do treinador depende muito da capacidade física dos jogadores que estão em campo e nenhum consegue oferecer o que Marega oferece. E hoje, no primeiro jogo depois de uma lesão prolongada…não fez um grande jogo mas pareceu fresco, rijo e cheio de vontade. Que continue assim até ao fim!

(+) A segunda parte. A primeira não tinha sido má, mas foi frouxa. Demorámos muito tempo a perceber o que fazer sem a bola e deu-me sempre uma ligeira sensação de contentamento com o empate, como se a equipa estivesse a jogar o que sempre quis mas sem arriscar muito para não colocar em perigo o resultado mas também sem procurar um que fosse melhor. E na segunda parte aparecemos com o mesmo esquema, os mesmos rapazes mas uma atitude mais audaz. Uma pressão mais agressiva, uma posse de bola mais prática, mais incisiva, acima de tudo mais Sérgio Conceição e as suas ideias que têm vindo a ser mostradas desde o início do ano. Acabámos por vencer depois de vários lances em que podíamos ter marcado. Nada mau para um candidato morto.

(-) Demasiada cautela na primeira parte. Como disse acima, a primeira parte não foi má de todo, mas foi lenta, com muitos jogadores a jogarem um pouco mais retraídos do que é habitual. Vi pouco Telles, preocupado com Rafa e Cervi; pouco Herrera, lento a desmarcar e mais lento ainda a tapar as subidas de Pizzi e Zivkovic; pouco Otávio, sem conseguir impedir Fejsa de controlar toda a zona defensiva e incapaz de furar para ajudar Soares, ele também bastante sozinho na frente. O Benfica esteve ligeiramente melhor que nós e Iker segurou bem o empate, felizmente. Acabou por resultar bem mas se o remate de Hector tivesse ido por cima, estaria agora a lamentar os quarenta e cinco minutos de avanço que lhes demos…


Quatro jogos para o final. Três vitórias para o campeonato. Dois jogos em casa. Um objectivo único. Está quase, amigos.

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Jornada 38 – A Culpa é do Lápis

Numa primeira experiência a fazer podcasts a quatro vozes, convidamos um tenor simpático para se juntar ao baixo Bertocchini, ao contralto Vassalo e ao soprano Silva, por forma a prepararmos a visita à Luz da forma mais adequada possível. Infelizmente, por indisposição temporária da Érica Fontes, tivemos de nos contentar com a visita do Lápis Azul e Branco, autor do blog “Do Porto com Amor“, que fez o sacrifício de iluminar as nossas muy limitadas mentes com o holofote mental que nos encheu de alegria. E de efeitos sonoros, que o cabrão preparou-se bem. Durante a conversa ainda houve tempo para analisar a vitória contra o Aves, preparar o jogo na Luz e tentar perceber o que vai acontecer aos emails todos quando acabar o campeonato.
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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 Aves

foto retirada do twitter oficial do FC Porto

O extraterrestre esvoaçou por cima da alameda e aterrou mesmo ao lado do cogumelo. Ninguém tinha reparado na presença de um tenente-coronel do exército galáctico que defende o planeta Zblurg IV, porque a capacidade mimética do estranho indivíduo fazia-o passar despercebido por entre a multidão e entrar para o Dragão sem pagar. Sim, até em Zblurg IV há caloteiros, é lidar. O jovem sentou-se ao meu lado e procedeu a tentar perceber este fenómeno que atravessava fronteiras universais e era seguido de Marte a Gabranka, que é mesmo ao lado de Gabrunka sem que os seus habitantes se conhecessem. Gente estranha, estes galácticos. Ligado a mim por uma conexão telepática bem acima da rede da NOS no Dragão, ficam aqui as notas tiradas por ele durante o jogo e que farão parte da coluna desportiva do Zblurg Times de amanhã, se não houver trânsito na VCI, claro:

(+) 21. O extraterrestre ficou fascinado com este rapaz. Perguntava-me incessantemente se o podia levar na mala para o planeta dele, que ia fazer-lhe uma estátua toda em favas e grãos-de-bico (é um planeta que depende imenso de leguminosas, que querem que diga?) que ia ficar um mimo lá no pedestal e que ele ia ser o rapaz que ia ensinar os colegas zblurguianos a correr em condições e era este o salvador da sua pátria-mãe e o homem que ia liderar a revolução. Disse-lhe que era só defesa direito e nem era convocado para a Selecção, tinha lá tempo para ir a Zblurg durante a semana. Ele suspirou, percebeu e ficou a salivar por mais.

(+) 5. “Aquele é um dos humanos bons, não é?”. É, disse-lhe, porque apesar de falhar muito também tem a sua valia e é dos poucos que se chateia mesmo com isto. “Mas o outro é que é o melhor, pelo que fui vendo naquilo que vocês chamam redes sociais. Até dizem que este é um chato e vai jogar para os outros que jogam com roupa vermelha.” Calúnias, disse-lhe. Ou melhor, por agora são calúnias, para o ano veremos. Mas é um rapaz jeitoso e vai continuar a ser jeitoso mais uns meses, se depois for embora vou andar a chorar pelos cantos. “Ah. O futebol é estúpido ou são só as pessoas que gostam dele que são estúpidas?”. Tu é que és estúpido. “Não, tu é que és.”.

(-) 7. O extraterrestre não percebeu se estava a ver um esmúrguio ou um ztâmico. Não era um homem igual aos outros e como tal pareceu-lhe que seria algum ente de um planeta distante que estava disfarçado de humano para ficar fofinho como nós e com menos gosma a sair das sete orelhas. Sim, mesmo a das costas. Mas a verdade é que depois de lhe explicar quem era, percebeu rapidamente que não se tratava de um jogador na definição enciclopédica tradicional mas sim de um rapaz que apareceu por ali há uns anos e que ainda não conseguimos despachar. “Queres que dispare o meu raio de aniquilação imediata?”, perguntou-me. Ainda não, espera pela próxima semana, rapaz. Depois falamos.

(-) As pernas de quase todos. “Pensava que o ser humano era mais resistente. Vão ver-se à rasca quando os Gabr…nada, esquece”. Nem todos são assim, disse-lhe. Expliquei-lhe que o 29 e o 13 tinham acabado de voltar de lesões, o 9 estava a jogar a meio-gás há uns meses e o 16 e o 27 têm de fazer trabalho que um outro rapaz, o 22, fazia sozinho e não se queixava. “Mas é complicado correr? Vocês têm duas pernas, nós não temos nenhuma!”. Não é complicado, expliquei-lhe, mas cansa. E o rapaz lá ao fundo de fato escuro obriga-os a correr muito sem parar. “Ah, é o chefe? E o chefe não pode trocar uns por outros para descansar os que estão sem forças?”. Pode, mas não há alternativas tão boas no banco. “Ah, não há dinheiro?”. Também, meu estranho alienígena, também…

(-) Eles brincam! “Há coisas estranhas neste vosso jogo. O 16 perde a bola e reclama com os outros por não terem percebido uma coisa que mais ninguem percebeu. O 8 finta todos e depois esquece-se de passar a bola. E não percebo aquele 10. Fez algumas coisas maravilhosas e outras que parecia que estava a brincar, é por isso que chamam a isto um jogo?”. Tentei explicar-lhe que…quer dizer, que…ora, pensando bem. Calei-me. Não consegui dizer mais nada.


Acho que no Domingo há jogo, ou talvez não. Pode ser que haja extraterrestres também, a ver vamos.

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