No ciclo diário pelos blogs que costumo visitar, descobri uma análise interessante no Soccerlens sobre as vendas do FC Porto. O que é mais curioso é que eles só falam desta época, com aquela mentalidade tipicamente anglófila de quem se esquece do passado recente.
Gosto particularmente da frase: “Tenho a certeza que os campeões portugueses estão sentados numa pilha da dinheiro depois de vender estrelas como Lopez e Gonzalez ao Lyon e Marselha”.
A ler aqui.
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Lisandro: uma análise
Jesualdo dixit
“Não é possível a um clube vendedor contratar jogadores de valor afirmado superior aos que saíram.”
in MaisFutebol
Esta frase foi dita por Jesualdo Ferreira hoje à noite em entrevista à TVI. Achei bastante interessante e por isso creio que merece ser dissecada, retalhada, autopsiada e quiçá extrapolada.
O FC Porto é um clube que se coloca sempre no leme das campanhas nacionais em Agosto para tentar atingir o verdadeiro triunfo da época: o campeonato. Essa vitória, de há uns anos a esta parte, transformou-se no grande objectivo pois com ele vem a chegada à fase de grupos da Liga dos Campeões e o consequente bónus monetário que é a pedra basilar dos orçamentos dos “grandes”…ou pelo menos os que lá conseguem chegar…ok, pronto, do nosso orçamento!
Já correu tanta tinta sobre o facto dos clubes terem de vender para manterem estabilidade financeira, indo ou não à Liga dos Campeões. Não vou juntar-me aos muitos que dizem que é fundamental vender e que as equipas não vivem sem o fazer; nem tão pouco me vou adicionar à malta que diz que é uma vergonha termos salários tão altos que tenhamos que o fazer para poder sobreviver. O que me preocupa é a segunda parte da frase, já que a primeira constata-se que é verdade, seja por que razão fôr.
Em teoria, se o objectivo de uma equipa é manter-se equilibrada, por cada jogador que se vende, seja ele importante para a equipa (Lucho ou Lisandro) ou não (Alessandro, Baroni, Mareque e mais 97 gajos parecidos), dever-se-ia contratar um outro para a mesma posição, assumindo manutenção de treinador e filosofia. Supõe-se que o novo jogador teria uma influência e uma valia individual que poderia igualar-se, se não melhorar, o que o seu predecessor estava a executar em campo e fora dele. O que Jesualdo diz é o contrário, ou seja, que o FC Porto não pode contratar jogadores de valia acima de Lucho e Lisandro mas sim criá-los a partir de moldes mais ou menos toscos. Esta tem sido, de facto, uma filosofia ganhadora no clube, pese embora o mau rácio que continuamos a ter entre boas e más contratações. Ainda hoje escutava Mário Fernando na SIC Notícias a discorrer sobre o assunto, dizendo que o FC Porto contrata muito e nem sempre bem, mas que quando calha um rapaz jeitoso (sei lá, assim tipo um miúdo que se vende por 31,5 milhões de euros para o Man Utd) acaba por esmagar uma série de más escolhas pelo simples peso dos números gerados.
É uma táctica já usada no ano passado. Guarín para substituir Paulo Assunção, acabando por ser Fernando o pedaço de carvão a ser calmamente transformado em diamante; a dinâmica de Rodríguez para o lugar da chaise longue do Quaresma; Sapunaru para tomar a posição de Bosingwa, com Fucile a voltar a ocupar o lugar. E Hulk, só porque sim. Rodríguez aparte, são nomes desconhecidos que tentamos usar para colmatar saídas, com fracos resultados para mostrar.
A questão coloca-se: será que vamos manter este rácio? Com dezenas de jogadores emprestados, vários provenientes das camadas jovens mas muitos contratados à experiência para vários anos, poderemos conseguir um Lucho por 5 Edsons? Um Lisandro por 4 Pitbulls? Um Hulk por 197 Sonkayas?
Para concluir, e porque são 2:06 da manhã e começa o parolo do João Pestana a espalhar as proverbiais areias pelas minhas incautas pálpebras, temos matéria-prima comprada e espalhada por este mundo fora. Já mostramos que a sabemos rentabilizar, por isso estou convicto que vamos continuar a fazê-lo.
É como capital de risco. Investe-se e espera-se pelo retorno. Se correr bem, compra-se uma piscina. Se correr mal, fecha-se a empresa. Ou empresta-se ao Covilhã.
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Plantel 2009/10 – Um primeiro olhar…
Estamos a 5 dias da apresentação oficial aos sócios do plantel para a próxima época e dando uma rápida vista de olhos aos jogadores que por agora compõem o dito plantel, vemos que ainda há várias situações a rever, lugares em aberto e opções indefinidas:
(a branco os de ano passado, a azul os novos e em ponto grande o possível 11 base)
Na baliza tudo parece bem, se bem que fica a dúvida do que fazer com 3 bons guarda-redes. Beto ficará contente ao vir para o FCP para ser segunda opção, sabendo que lhe pode custar o almejado lugar na Selecção? Duvido.
Na defesa estão as maiores dúvidas na minha opinião. Não se sabe se Bruno Alves e/ou Cissokho vão sair, havendo no entanto alternativas já contratadas e que só se saberão se de facto podem ser credíveis quando forem testados em acção. Até lá são apenas nomes. A saída de Cissokho pode levar à permanência de Benítez (arghhhhhh) mas outra hipótese seria Fucile continuar a fazer o papel de defesa polivalente “à Bandeirinha” por mais uma época, se se confirmar que Miguel Lopes é de facto o futuro defesa direito do FC Porto como espero que aconteça.
No meio-campo há necessidade urgente de uma alternativa a Fernando. Guarín não sabe jogar a trinco, Meireles não é opção para o lugar na mente de Jesualdo e Tomás Costa pode dar uma perninha mas é muito instável tacticamente. Belluschi obviamente nem comento.
Para a frente ofensiva, se Falcao chegar podemos ficar com 3 pontas-de-lança de raíz, somados a Hulk que continuo a crer estaria melhor posicionado para lá jogar. Assim sendo teria de descaír para uma das alas, o que dava maior equilíbrio às opções existentes. Mariano a titular é uma aposta de alto risco e Cristián Rodríguez já é um elemento fulcral na equipa.
Assim sendo temos algumas (poucas) certezas e muitas dúvidas. A saída de Lucho e Lisandro podem-se tornar maiores dores de cabeça do que pensava, e não vejo o plantel com capacidade de suprir essas duas enormes falhas. Assumindo que Jesualdo se manterá fiel ao 4-3-3, obviamente, pois se alterar o esquema para um 4-4-2 ou até um 4-1-3-2 (com Fernando a ancorar o meio-campo e Hulk ao lado de Falcao na frente apoiados por Meireles, Belluschi e Rodríguez logo atrás, o que nem é má ideia), podemos ter alternativas.
É claro que isto é puro Football Manager em acção, mas nunca se sabe. Espero pelo início da época para começar a concluir o que quer que seja. Uma coisa é certa: vai ser uma época muito diferente das anteriores!!!
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Que jogador grande!!!
O FC Porto acaba de contratar Kalidou Coulibaly Yero, um jovem senegalês com uma trajectória com apenas 18 minutos pelo Istres na segunda liga francesa (com a idade que tem não se podia esperar muito mais). O adolescente vem para cá jogar nos juniores ou quiçá ser emprestado a um clube da Liga Vitalis, conta-se no MaisFutebol. Yero pode-se definir por três simples números:
- 17 anos
- 1,95 mts
- 89 kgs
Saliento o número do meio. Não tendo mais informações sobre o rapaz, tentei procurar no Google, e aposto que o estupor do motor de busca é mouro. Tentem procurar “Kalidou Coulibaly Yero” e vejam qual é a sugestão de alternativa de busca. Ainda não o viram a jogar e já se estão a pronunciar só porque vem para o FCP. Hereges!
Para concluir, ainda me lembro quando no Estádio das Antas se falava do Lee Stringfellow, e sempre que se via assim um grandalhão dizia-se que era o regresso do dito. Pois. Espero para ver, já que desde que contratamos ano passado o Jakubov estou a ver que é um gigante por ano. Se o futebol não resultar…há sempre o basket, amigos!
PS: e não venham para cá com bocas racistas. A foto é do Manute Bol. Se o rapaz fosse branco punha uma foto do Yao Ming.
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