Ah, azul e branco, as cores do meu clube. É uma alegria quando vejo os equipamentos da minha equipa envergados com coragem e orgulho pelos homens que entram em campo. Até bati palmas ao Quinzinho, vejam lá, só porque o rapaz vestia aquelas cores (ou côr, de acordo com o nosso treinador-adjunto).
No entanto, em todo este mundo há montanhas de clubes que usam exactamente as mesmas cores e que estão por isso num bom caminho em direcção à verdade e à luz (não o estádio, a salvação divina, claro!). Decidi, fundamentalmente porque é fácil e porque os há em grande quantidade, criar uma série de posts sobre as camisolas que, estando longe, estão perto em espírito e em estética.
Planeta Azul Nº1 – Hertha BSC Berlin
País: Alemanha
Site oficial: http://www.herthabsc.de/
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Portismo
Sou sócio desde 1992, e comecei a gostar de futebol uns anitos antes disso. Nunca fui grandemente influenciado pela minha família, que parecia mais interessada em que eu fosse uma pessoa decente e equilibrada e não partilhava o meu gosto pela bola. “Olha que te magoas!”, dizia a minha mãe sempre que ia dar uns pontapés no esférico, preocupada que estava com a minha aparente falta de talento natural para o desporto activo. Optei pela estrada da passividade, mantendo a competição activa a nível de jogatinas com amigos, e nesse ano decidi fazer-me sócio do FC Porto, já que gostava muito do clube e assim era mais barato comprar bilhetes para os jogos nas Antas. Além disso, era um orgulho. Hoje em dia o “ser sócio” está um pouco em desuso, o que interessa é comprar o Dragon Seat ou a Gamebox ou lá o que raio chamam na cesta de pão a que chamam estádio ali em Lisboa, em frente ao Colombo.
Quando me fiz sócio, acabava por ir à grande parte dos jogos na Superior Sul do Estádio das Antas, longe das claques porque era um puto cheio de medo de levar no focinho e eles eram muitos e não muito amigáveis. Mantinha-me activo a ver o jogo, esbracejava e berrava, junto com um amigo que me acompanhava religiosamente nos protestos e celebrações. Lembro-me de muitos jogos, e um destes dias vou começar uma série de posts sobre esses jogos clássicos que me ficaram na memória. Hoje não, que é tarde.
Fica a minha sequência de portismo, a forma como a minha dedicação ao clube foi variando ao longo dos anos, os melhores momentos e as alturas em que fraquejei, quer por ingenuidade ou por falta de convicção. Atenção que os momentos são meus e só não coloco mais porque não cabiam! Há tantos que ficaram de fora…a derrota com o Panathinaikos em casa, a morte de Rui Filipe, a vitória ao Benfica numa noite de nevoeiro intenso, a vitória frente ao Man Utd no Dragão…entre dezenas e dezenas de outros!
Enfim, cá vai! Agradeço comentários e deambulações nostálgicas!
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Azulografismo
Ano Zero
Há algo que me continua a intrigar nos plantéis do FC Porto dos últimos anos e que se prende com os extensos períodos de experiência que damos a alguns dos jogadores que contratamos e que parecem não justificar imediatamente o investimento. Fazemos inclusivamente algum espectáculo sobre o assunto, dada a incapacidade notória de outros clubes (leia-se Benfica) de fazer o mesmo. Quem não se lembra da permanente comparação de Lisandro com Bergessio? Em todos os jornais, toda a imprensa falada e escrita gritava a plenos pulmões: “Se isto fosse no FC Porto, o Bergessio era o melhor marcador porque eles sabem esperar que os jogadores assentem!”.
Desde a olvidável época de 2004/05, o annus horribilis em que a maior parte dos nossos hábitos foram quebrados em função do dinheiro investido e da incapacidade de lidar com a fama adquirida, e quando despachamos Diego e Luís Fabiano por meia dúzia de tostões por não sabermos regressar a esse tempo, o clube voltou a uma lógica de aguardar e de tentar trabalhar os jogadores como deveria ter feito desde antes: tentando adaptar o homem e não só o atleta.
Lembro-me quando Deco chegou às Antas no início de 1999, a equipa estava numa fase consistente, coroada com a conquista do pentacampeonato. Deco teve de ocupar uma vaga ao lado de Zahovic, o cérebro da equipa e o movimentador de todo o ataque, e o brasileiro não brilhou. O clube soube esperar, e Deco passou as próximas épocas a tentar liderar a equipa, com resultados mais ou menos negativos. Aquando da chegada de José Mourinho, Deco despontou para uma das melhores épocas de sempre em 2002/03, continuou a brilhar em 2003/04 e acabou vendido ao Barcelona, valorizadíssimo. O mesmo se pode aplicar a Lisandro, com uma primeira época não muito produtiva; Tarik, ostracizado por Jesualdo na primeira temporada; Alenichev, encostado por Octávio; ou Mariano González, que depois de uma época absurdamente má foi recuperado para uma segunda temporada com melhor rendimento, golos e aceitação pelos adeptos.
Mas há exemplos contrários, como Clayton, um homem que apesar da pouqíssima produção em campo acabou por passar 4 (QUATRO!!! PORRA!!!) anos de dragão ao peito, e acaba por ganhar uma Taça UEFA sem saber bem como.
Isto não serve por isso para louvar a política recente do clube. Por cada Lisandro ou Mariano há sempre um Benítez, Stepanov ou Guarín. Compreende-se que esperemos por alguns jogadores para tentar que eles se adaptem e melhorem o seu rendimento na segunda temporada, mas onde é que se coloca um stop? No fim da segunda? Na terceira? Quando o rapaz se reforma?
Se formos ao passado não muito longínquo, temos exemplos de jogadores que foram contratados para 4 ou 5 meses, sendo “cuspidos” no final da temporada com alegações de falta de adaptação e de incapacidade de transmitir melhorias ao plantel de que fugazmente fizeram parte. Homens como Kaviedes, Mareque, Bolatti, Maric, Ibarra, Chippo…todos jogaram de Dragão ao peito mas quase não tivemos tempo de perceber a diferença que fazem de Benítez, Guarín, Stepanov, Clayton ou Mariano González, todos jogadores que pouco tendo feito para o merecer, continuaram no plantel para a(s) época(s) seguinte(s).
Há que depositar esperança na equipa técnica. Eles tomam as decisões, eles escolhem os jogadores, eles decidem quem entra e quem sai. Mas a cabeça que está no cepo também é a deles, e se os resultados com estes jogadores não forem positivos, é a eles que se terá que pedir responsabilidades.
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Baías e Baronis – FCP vs Mónaco
O jogo em si não teve grande história. Valeu pelo regresso ao Dragão (ah, que saudades!) e pela homenagem merecida a Pedro Emanuel. Admito que fiquei sensibilizado ao ver um homem de barba rija a chorar como um menino a quem lhe foi roubado um rebuçado. Foi bonito de ver. Agora, às notas:
BAÍAS
(+) Tinha dito depois do jogo com o Leixões que o Belluschi parecia Roger. No sábado fez-me lembrar Alenitchev. Com aqueles pezinhos de lã, excelente toque de bola e ainda alguma debilidade física, espero que o rapaz se aguente alguns jogos seguidos. E espero que Belluschi me faça lembrar…Belluschi, em vez de procurar outros sósias.
(+) Hulk confirma-se como o porta-estandarte do FCP 2009/10. Vai ser a figura de ponta e não me surpreende nada se começarem com a Hulkodepenência daqui a dois meses. Isto se não lhe desfizerem as rótulas, porque quando um gajo que passa por 4 jogadores tenta passar pelo 5º…arrisca-se!
(+) Fernando continua a melhorar no passe e na distribuição de jogo, que é o que se pretende de um número 6 quando a equipa ataca. Simples, prático e sem inventar, é o nosso trinco do futuro.
BARONIS
(-) Guarín marca um golo de livre directo. Podia ter marcado 4. Confirma-se o “Baroni” que lhe atribuí aquando da análise à época passada. Só percebo a continuidade no plantel pela insistência de Jesualdo, a mesma que teve com Mariano e Stepanov. Um resultou (mais ou menos, vá), o outro não, vamos ver como se sai este. Até agora, muito mau.
(-) Benítez. Ler parágrafo acima. Mudar nacionalidade de colombiano para argentino. Mesma coisa, tirando o golo.
(-) A resistência física parece-me pior do que contra o Leixões, mas é esperado para esta altura da época.
(-) Não me saiu uma camisola no sorteio ao intervalo. Bah.
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