Baías e Baronis – FCP vs CD Nacional

foto tirada do jornal “A Bola”


Depois da miséria que tinha sido o primeiro jogo da Liga, fui ao Dragão esperando pouco mais que uma reacção tentada mas não conseguida. Estava enganado. O jogo foi bom, fluido, com boas jogadas e trocas de bola, um fio de jogo razoável e muita entrega por parte dos jogadores. A vitória assenta bem à equipa, talvez por números um pouco exagerados mas nada de extraordinário tendo em conta o futebol produzido. Vamos aos B&Bs:

BAÍAS
(+) Falcao esteve bastante bem. As comparações com Farías começam a esfumar-se como…bem, como coisas que se esfumam. Falcao mexe-se mais e acima de tudo mexe-se melhor que o argentino, mais dentro do jogo e mais envolvido no ataque, sem ficar apenas à espera que um acaso do destino lhe coloque a bola nos pés ou na carola. O grande remate à trave deu o mote para um bom jogo e o penalty foi bem marcado. Pode ter futuro.
(+) Belluschi esteve um bom pedaço acima do que tinha mostrado em Paços de Ferreira, e estou convencido que quando tiver mais força nas pernas vai ser preponderante na criação de jogadas ofensivas. Mostrou alguns pormenores de pura classe, com um toque de bola muito acima da média e uma excelente visão de jogo. Precisa de treino físico e especialmente de aprender a meter o pé, mas deixou boa imagem.
(+) Varela, grande Varela. O rapaz é já um dos preferidos do meu pai, grande apoiante de extremos que caem em cima dos defesas quando têm a bola. Varela é irreverente, rápido (aquelas duas arrancadas individuais no início da segunda parte são muito boas) e só precisa de aprender o que fazer com a bola quando passar pelos defesas. Esta última já consegue com maior ou menor dificuldade, só falta é a primeira.
(+) Fernando voltou a fazer um belo jogo, com passes simples, sentido prático alto, cortes providenciais e a capacidade de rodar o jogo para onde é preciso. Como diz o meu colega de lugar e amigo de infância: “Quem é que o vem buscar em Janeiro?”.
(+) Acima de 40.000 pessoas num Domingo às 20h15 é uma boa casa, o que diz muito da vontade dos adeptos em ver bom futebol e bons desempenhos da equipa. E ontem tiveram sorte.
(+) Álvaro Pereira muito melhor que contra o Paços, a subir bem no flanco (sendo verdade que tinha menor oposição) e a ajudar bem Varela e depois Rodríguez no apoio ofensivo. Precisa de saber posicionar-se melhor na defesa mas está a progredir.
BARONIS
(-) Mariano esteve ao seu nível. Ontem, ao lado de Falcao e Varela, o único deste tridente que já fazia parte do plantel mostrou porque é que não pode ser considerado como titular no FC Porto. Mais uma vez muito esforçado mas quando é preciso fazer alguma coisa que envolva dominar a bola de primeira ou fazer um passe decente…está o caldo entornado. Com Rodríguez em pleno e Hulk sem estar lesionado/castigado, Mariano é jogador quando muito para o banco.
(-) O meio-campo ainda está muito verde em funções defensivas e dá muito espaço aos adversários. É inusitado estar a ver um jogo do FC Porto e reparar que os adversários têm a posse de bola no nosso sector e não são pressionados, ficando com tempo suficiente para fazer o que querem. É verdade que nos últimos 30 metros os nossos defesas acabam por fechar as brechas, mas é preciso ter um meio-campo mais movimentado e a pressionar mais o jogador com a bola, especialmente contra equipas que sabem o que fazer com ela.
(-) Os jogadores do Nacional. É verdade que o árbitro primeiro apitou para canto e depois mudou de ideias e marcou penalty, mas não se admite a reacção absurda e infantil que tiveram. Não se podem queixar das expulsões tanto quanto o FC Porto não se pode queixar da expulsão de Hulk na semana passada.
(-) Raúl Meireles foi eleito o melhor em campo pela TSF. Discordo totalmente. Este ainda não é o Raúl Meireles que eu já vi a jogar, especialmente no ano passado. Está lento, com fraco posicionamento e um zero a criar jogo. O facto de Varela e Mariano terem tido tantas vezes a bola deve-se também à má exibição de Meireles. Tem de ganhar ritmo rapidamente, e as viagens pela Selecção podem ajudar a isso, apesar da quebra física notória. É daqueles que devia ter tido mais uma semaninha de férias…
Muito melhor que semana passada, o FC Porto mostrou melhor entrosamento, bom fio de jogo e alguns bons pormenores, especialmente por Varela, Belluschi e Falcao. É preciso que não seja um oásis num deserto de ideias e que se continue este crescendo de forma na próxima jornada frente à Naval, onde normalmente temos dificuldades. Com o Sporting a jogar muito mal (só pode melhorar) e o Benfica a sacar os tradicionais chouriços nos finais dos jogos, temos de manter o nível!
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Os porcos voam!!!


Ao contrário do que se possa inferir ao ler o título deste post, não vou falar da vitória do Benfica. Li há pouco que com a saída de Lucho, um dos novos capitães de equipa do FC Porto é nada mais nada menos que Mariano González. Sim, Mariano. O número 11 do plantel. A sequência de capitães fica então: Nuno >> Bruno Alves >> Raul Meireles >> … Mariano!!!

Quando estava a ler a notícia tive uma sensação estranha, um misto de temor com pânico, apimentado com uma leve gargalhada. Mariano González é um caso sui-generis, sem dúvida, uma história do sem-abrigo que se transformou num…bem, num pedinte com um carrinho de compras e meia dúzia de caixas de papelão para se refugiar do frio, mas que ainda assim mostra uma subida no seu nível de vida. Chegado ao FC Porto há dois anos, teve uma primeira época que não creio estar ao nível de qualquer um. Até um macaco amestrado conseguiria dominar melhor a bola e dar mais de dois passos sem a perder. Que diabo, o homem andou de gatas atrás do esférico mais que uma vez! No mesmo jogo!!! Acabado esse purgatório, o segundo ano mostrou um Mariano melhor, mas nada que se aproximasse de um jogador completo. Por qualquer influência divina ou lobby de pressão interna, vá se lá saber porquê, Mariano continua no plantel, acaba por substituir Lucho quando este se lesiona, termina a época a titular e arranca para a seguinte (a actual) na mesma situação, beneficiando da lesão de Rodríguez, a falta de ritmo e adaptação de Falcao e agora o castigo a Hulk.
Ora já que está visto que o seu talento futebolístico não pode pesar na escolha para capitão (nem é normal), é provável que tal se deva à influência dentro do balneário. Mas, perguntarão, não foi este que na primeira época andava sempre dentro e fora do gabinete do psicólogo? Certo. Não era o Mariano que sofria de problemas de confiança? Na mouche. Então como se explica esta decisão?!?!?!
Não sei, não estou lá dentro. Falando um bocadinho a sério, sou um dos críticos de Mariano desde que chegou e ao mesmo tempo que aplaudo o esforço e a dedicação que coloca em todas as jogadas de que faz parte, não é um jogador constante nem me parece extraordinariamente inspirador para poder ser eleito capitão de equipa, ainda que numa fileira recuada. Ao mesmo tempo que penso que se todos os jogadores do FC Porto tivessem a garra e determinação que Mariano mostra, seríamos campeões da Europa, não posso deixar de achar bizarro que este rapaz seja eleito sub-sub-sub-capitão.
Enfim, olhem para o ar e se virem um porco a voar…é normal, já vi coisas mais estranhas…
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Lei de Godwin


Tem sido uma semana do carago. Depois do empate do FC Porto no passado Domingo em Paços de Ferreira, seguido do mesmo resultado no Benfica vs Marítimo, toda a imprensa e entidades relacionadas com futebol (Federação, árbitros, jogadores e vendedores de bebidas alcoólicas) têm-se divertido à grande com insultos mútuos a Xistra e Soares Dias, entre grandes retrospectivas da qualidade das suas actuações e insinuações perniciosas quanto às afecções clubísticas de cada um dos indivíduos. Tenho-me mantido a curta distância desta feira, porém perto e sempre à escuta. É interessante aperceber-mo-nos dos excessos de linguagem e de avançadas teorias da conspiração (atente-se, nem todas erradas) que são colocadas na praça pública e que mais cedo ou mais tarde serão relembradas em mais um regresso ao passado, a realizar na próxima vez que um deles errar.

Toda esta algazarra me fez lembrar da Lei de Godwin, tão querida do mundo geek (de que faço parte) e que se define pela seguinte frase:
“À medida que duração de uma discussão aumenta, a probabilidade de haver uma comparação envolvendo Nazis ou Hitler aproxima-se de 100%.”

É simples, não é? E já chegamos a uma confirmação inequívoca da Lei, no site Futebolar. Aqui, no comentário de um certo Checobel (fazer scroll para baixo e lá encontrarão a referência).
É inútil lançar achas para a proverbial fogueira. Hulk apanhou dois jogos e mais não vale a pena comentar. Que goze o descanso e que volte com mais cabeça fria. É uma das coisas que precisa para render o que pode render. Os adeptos agradecem.
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Baías e Baronis – Paços de Ferreira vs FCP

foto tirada do jornal “A Bola”


O primeiro jogo da Liga Sagres veio confirmar aquilo que tinha dito anteriormente e que está à vista de todos: o FCP ainda não sabe jogar futebol. É uma equipa em construção, com pouco ou nenhum fio de jogo e fraca capacidade física, jogadores em muito má forma, nervosos e com poucas pernas e com inteligência competitiva abaixo da média. Enfim, um tradicional início de época cá para estas bandas, valeu o empate quando estávamos a jogar a menos, que foi algo que sinceramente já não esperava. Vamos aos B&Bs:

BAÍAS
(+) Helton esteve bastante bem, confiante nos cruzamentos e seguro a agarrar os remates. Teve uma defesa muito boa para canto e deu ânimo à defesa quando foi preciso. Não teve culpa no golo, com o ressalto em Fucile era quase impossível conseguir defender.
(+) Falcao, pelo golo. Apareceu muito bem no meio dos centrais pacenses, felino e sem se dar a mostrar em demasia. Tentou lutar para ainda parece pesado e sem ritmo, como quase toda a equipa.
(+) Belluschi esteve razoável, mas creio que quanto mais o vejo a jogar, mais me convenço que não temos um substituto para Lucho. Belluschi é bem diferente, capaz de jogar mais à frente, com menos bola nos pés, menos rompimento em progressão e mais passes de ruptura. Bom remate à trave e outro excelente trabalho à entrada da área. A rever.
(+) Empatar com 10 jogadores depois de estar a perder muito tempo não é fácil, especialmente quando a figura (teórica) da equipa está de fora, mas a equipa conseguiu-o frente a um adversário mais consistente que talentoso, o que nesta altura da temporada é complicado.
BARONIS
(-) O jogo foi péssimo. Não por culpa do Paços, muito bem na pressão alta e na agressividade positiva, mas por culpa do FC Porto, com fraca ligação entre sectores, laterais nervosos, meio-campo pouco mexido e um ataque quase inoperante. Muito fraco.
(-) Hulk está a revisitar uma parte da época passada, logo quando chegou, em que não fazia nada de jeito sem ser dar uma ou duas corridas e rematar em força. O primeiro amarelo é inadmissível e o segundo é…bem, digamos que se pôs a jeito, pois mesmo que tenha só jogado a bola, é uma entrada por trás ao adversário e não censuro Xistra por ter mostrado o 2º amarelo. Está a regredir mentalmente, não pára de protestar com o árbitro tendo ou não razão e não percebo como é que ninguém lhe dá duas sardas e diz: “Ouve lá, do Japão vieste, para o Japão vais de novo recambiado!!! Achas que és o Jorge Costa?!”. É triste ver um rapaz com tanto potencial e estourá-lo em infantilidades. Falha o jogo com o Nacional e espero que mais nenhum…
(-) Fucile. Sinceramente estou a ficar farto dele. É um menino que não parece saber quando avançar e quando recuar em campo. Vê jogadores adversários e tenta fintá-los. Não tem ninguém à frente e recua. Muito fraco.
(-) Álvaro Pereira. Muito nervoso, parecia o primeiro jogo como profissional. Não pode estar assim num estado de alma tão instável, prejudicou a equipa ao não subir quando devia e ao dar demasiado espaço aos avançados do Paços. Muito fraco, como Fucile.
(-) Rolando e Raúl Meireles foram as maiores desilusões. Fizeram dos jogos mais fracos que os vi a disputar de azul-e-branco, com falhas infantis e fraca coordenação motora básica. Só me dá alento saber que podem fazer muito melhor e espero que tenha sido um jogo sem exemplo.
Muito pouco para o campeão nacional. É preciso subir de produção mas acima de tudo ganhar mecanismos correctos e pernas, muitas pernas. Rodríguez pode ajudar mas não me parece que seja um salvador da pátria por isso é preciso trabalhar mais e melhor. Vá lá que os outros dois mânfios se lembraram de empatar por isso estamos todos na mesma. Que recomecemos da melhor maneira para a próxima jornada!!!
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