Baías e Baronis – FCP vs Paços Ferreira


(foto retirada de A Bola)

Foi com o coração partido que cheguei a casa ontem à noite, com a sensação de dever não-cumprido e um sabor a fel na boca que não sairá tão cedo. Ontem uma equipa pequena veio fazer um jogo horrível, defensivo e anti-futebol, e acabou por aproveitar a desinspiração global e a falta de movimentação ofensiva e criativa daquela que seria a equipa mais forte para marcar um golo e arriscar gelar ainda mais a bancada que, nervosa, aguardava algum lampejo de sorte que pudesse alterar os destinos da partida. Diz-se que quando tal acontece, há Futebol. Pois ontem houve Futebol no Dragão. E com Jesualdo, Futebol pode acontecer mais vezes.

BAÍAS
(+) Álvaro Pereira. Continuo a gostar de ver os arranques do uruguaio nas subidas que faz pelo terreno, com bom entendimento com qualquer dos extremos que esteja pela sua frente. É rápido, agressivo, e não merecia a tragédia de ter de recuar para defender dois avançados no golo do Paços. Esteve bem no jogo todo e é dos poucos que mostra inconformismo perante as adversidades.
(+) Fucile. Continua em grande, tanto a defender como a atacar. Está a ser provavelmente o melhor jogador do FC Porto 2009/10, e é um gosto ver o rapaz a subir pelo flanco e a apoiar o ataque. Não merecia ter saído na altura que saiu, em mais uma atitude desagregadora de Jesualdo, a somar a muitas outras que já vimos no passado. A equipa ressentiu-se, apesar do excelente esforço de Mariano para recuar e vir buscar jogo, mas já estava tudo tão nervoso e ansioso que nada se podia fazer.
(+) Tomás Costa. Tinha bastante receio da performance de Tomás Costa neste jogo, com os seus acessos de excessiva agressividade que por vezes vêm ao de cima a poderem ser prejudiciais à equipa, aliados a alguma inexperiência fundamentalmente táctica que Tomy poderia sentir face à maior habituação da equipa a ter um jogador como Fernando a funcionar na zona pendular do meio-campo. Tomás Costa saiu-se bastante bem, com uma ou duas falhas, mas não abusou das entradas assassinas e tapou bem os espaços. Saiu, tal como Fucile, sem merecer.
(+) Um auto-Baía para mim e para o resto dos adeptos. A massa associativa que vai ao Dragão semana-sim, semana-não, já merece ver reflectido o trabalho diário no Olival em termos de fio de jogo, estrutura táctica e entrosamento entre os jogadores. Até agora, nada ou quase nada disto temos visto, e a malta anda-se a aguentar muito bem sem exigir mais e melhor. É verdade que todos reconhecem que há dificuldades com elementos novos e especialmente pela ausência de elementos antigos, mas começa a ser fraco demais para aguentar.
BARONIS
(-) Jesualdo. A forma como retira Tomás Costa para fazer entrar Farías e mudou a estratégia da equipa de um 4-3-3 para um 4-2-4 acaba por não resultar, como aconteceu noutras ocasiões. Não compreendo como é que tendo jogadores não muito altos na área e extremos que só centram em balão, Jesualdo pensa que vai conseguir atingir alguma coisa com esta mudança. Após esta aposta falhada, a loucura. O 3-3-4 Adriaânsico que se viu nos últimos 15 minutos é qualquer coisa de extraordinário. Sai Fucile, entra Guarín, os três defesas, já de si nervosos, ficam ainda mais desagregados e mais dispersos em campo, e toda a gente começou a perceber que bastava o Paços querer marcar e fá-lo-ia sem grandes problemas, o que aconteceu com a naturalidade que se esperava. Era óbvio para um miúdo de 7 anos, era óbvio para toda a gente que a equipa estava tão desorientada que falhava passes consecutivos, tinha medo de perder a bola e então arriscava pouco, fazendo-o sem o mínimo de tino. Esta é mais uma a somar à série de desorientações tácticas em que Jesualdo mete a equipa, e não é justo. Os rapazes já jogam sobre brasas, com níveis de confiança muito em baixo, não precisam de ser pontapeados na nuca desta forma.
(-) Bruno Alves. O que se passou com Bruno Alves ontem é sintomático do que se ia passando com a equipa. Não se compreende que o capitão de equipa se perca em picardias fúteis com tudo o que mexe, acabando por desestabilizar o resto da equipa quando deveria ser o primeiro a dar o exemplo. Espero que o que mostrou ontem tenha sido apenas uma má noite, porque é algo que não pode continuar.
(-) Belluschi. Definitivamente não serve. Sempre que pode fazer qualquer coisa, acaba por estragar. Não aguenta ventos acima de 20 km/h, quando passa fá-lo com força demais e quando remata…exacto, com força a menos. Foi um elemento inútil para o FC Porto e muito útil para o Paços de Ferreira ganhar pontapés de baliza.
(-) É raro falar de arbitragens, mas a de ontem merece comentário. Não pela ausência de amarelo a Bruno Alves pelas picardias, a Danielson pela entrada brutal sobre Belluschi, aos foras-de-jogo mal tirados pelos fiscais-de-linha ou pela anedótica expulsão de Ozéia. Aliás, este Baroni podia ser tanto para Rui Costa como para toda a equipa do Paços de Ferreira, porque tanto um como os outros prestaram serviço ao anti-jogo durante toda a partida. Os jogadores do Paços porque se atiravam para o chão desde os 10 minutos, o árbitro porque os deixava, entrando no joguinho parvo, chamando a maca e o INEM e a Amnistia Internacional sempre que um fulano de amarelo se agarrava ao tornozelo…para se levantar logo de seguida como se nada se passasse. Foi absurdo e levou os adeptos à fúria, tal era a evidência do que se passava.
Esperei até hoje para falar do jogo porque tinha sido muito mau e queria acalmar-me um pouco pa
ra escrever com mais coerência e menos explosividade. Ainda assim, permanece um ponto: temos de reforçar o meio-campo. Li há pouco num rodapé do Telejornal que contratamos o Ruben Micael. Parece-me bem. Alguém tem de fazer mexer aquele meio-campo, mas não chega. É preciso acalmar os jogadores, fazer-lhes ver que tudo depende deles mas só funciona se estiverem confiantes e calmos. Jesualdo está a perder o controlo do barco há várias semanas, e não parece haver forma de o recuperar. Espero para ver.
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A vez de Tomy

Tomás Costa é um nome que não consegue reunir consenso entre os adeptos portistas. Ao passo que muitos consideram que o jovem argentino como um joker, um utilitário faz-tudo que pode servir para jogar em várias posições do meio-campo para trás. Já o vimos a jogar como lateral direito em diversas ocasiões, a lateral esquerdo noutras, a trinco, médio de cobertura, interior direito…enfim, uma panóplia de opções tácticas que Tomy pode cobrir, com resultados nem sempre muito animadores, ao contrário de um certo jogador que o precedeu aqui há uns anos e que envergava o mesmo número na camisola (qualquer coisa Santos). À imagem do seu antecessor, Tomás Costa não é genial mas é agressivo, por vezes um pouco demais, rápido sobre a bola, de passe curto e simples, sempre passando o protagonismo para os outros e jogando só para a equipa.

Lá para o meio da época transacta, quando Lucho estava lesionado e Mariano se chegou à frente para ocupar o lugar do compatriota, Tomás Costa ficou como uma segunda opção para poder ser utilizado em qualquer lugar que tivesse de ser ocupado por um ser humano que pudesse dar o seu contributo à equipa. Sempre com Guarín ao lado como termo de comparação, os adeptos começaram a tomar os dois como padrão de inadaptação, a par o já mencionado Mariano, esse então num nível diferente, nem superior nem inferior, apenas diferente.
Na temporada passada, Guarín começou a ganhar pontos, Tomás Costa recuperou e terminou a temporada como uma boa alternativa teórica a Fernando e a Meireles, para as faixas laterais da defesa ou até, com uma mudança táctica, para jogar como médio-ala direito, algo que provavelmente agradaria ao argentino dado ser essa a posição onde mais frequentemente era utilizado no Rosário Central, o seu anterior clube.
Este ano, Tomás Costa e Guarín estão a inverter papéis. Tomy está a recuar em termos de performance e de empatia com os adeptos, tem desaproveitado as poucas oportunidades que vai tendo e perdeu claramente o lugar para Guarín tanto no banco como na posição de 13º/14º jogador. Apesar de menos versátil, o colombiano é mais forte e mais prático para levar a bola para a frente, o que parece agradar a Jesualdo.
Amanhã, frente ao Paços de Ferreira, muito provavelmente iremos ver Tomás Costa a alinhar na posição do castigado Fernando, já que Prediger não parece recolher as preferências de Jesualdo. Poderá ser uma das últimas oportunidades que Tomás Costa vai ter para provar que tem valia para ser opção (alternativa, entenda-se) a algumas das figuras principais do FC Porto. Para bem dele, e para bem da equipa, espero que mostre serviço.
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Baías e Baronis – Académica vs FCP


(foto retirada do MaisFutebol)

Mais um jogo para uma competição menor, mais uma exibição medíocre, mais uma imagem triste e fraca que se passa para o exterior, comprovando que as segundas linhas não têm capacidade para lutar com as opções principais. Para as notas que se faz tarde e as pessoas têm de trabalhar:

BAÍAS
(+) O centro da defesa safou-se razoavelmente bem, particularmente na segunda parte. Maicon e Nuno André Coelho (mais o luso que o brasileiro) estiveram em bom plano, entenderam-se bem nas dobras e não deram grandes hipóteses aos avançados da Académica, que se limitavam a estourar para a baliza quando tinham espaço, quase sempre mal.
(+) Fucile. Com um adversário muito complicado pela rapidez que mostra em todas as jogadas, esteve bem na marcação e acabou por mostrar, contra o meu habitual julgamento de ser um jogador pouco motivado para jogos inócuos, que é o único que jogou ontem a titular que terá hipótese de ser titular na equipa principal. Sem dúvida. Miguel Lopes não esteve mal, mas nota-se que precisa de estar mais calmo, o que só se ganha com mais jogos.
(+) Mariano não esteve mal, tendo em conta as limitações que todos lhe reconhecem. Lutou muito, conseguiu passar uma ou duas vezes por mais que um adversário na mesma jogada, e não fosse o facto de ter os pés virados para Meca e não conseguir fazer um passe de morte correcto se a vida dele depender disso…e até podia ser uma boa opção.
BARONIS
(-) Compreendo que não é por enfiar 11 gajos dentro de campo que se pode dizer que temos uma equipa. Ainda assim, é frustrante ver noventa minutos de um jogo fraco, com poucas oportunidades de jogo, a contar para uma competição que ninguém quer, a horas que ninguém gosta e com um relvado quase impraticável. Esta Taça da Liga é um horror.
(-) Farías. Sempre lento, nunca se conseguia antecipar aos adversários e perdia constantemente a bola para os centrais. Fraco, como sempre, e continuo a não perceber o porquê de se falar em renovação…
(-) Tomás Costa. Não é um jogador calmo e pelos vistos nunca vai ser. Sempre que toca na bola e a perde, tenho a ideia que vai dar uma troçada no rapaz que lhe retirou a redonda e vai ser expulso com todas as regalias que tal acto oferece. Se tiver de optar por um substituto a Fernando, pensava várias vezes antes de escolher Tomás Costa. Não está a evoluir, ao contrário de Guarín, que apesar de não ter a maior clarividência quando tem a bola nos pés, ao menos ainda faz alguma coisa com ela.
(-) Valeri. Continua a queimar oportunidades de mostrar serviço, rapaz, vais longe…não é que tenhas sapatos grandes para calçar, o teu número nem era assim tão importante para a equipa nos anos anteriores…
Fraco, feio ou horrível? Escolham, porque uma destas palavras qualifica o jogo de ontem. Se quiserem escolher as três, ninguém se opõe…
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