Re-be-ca


Quando li esta notícia no Diário Económico, fiquei surpreendido por vários motivos. Em primeiro lugar porque andava à procura do calendário das apresentações de resultados das empresas do PSI-20, algo que se poderia esperar de um site dedicado à economia, como o seu nome indica. A somar a isso, tinha a ideia que o campeonato acabava lá para Maio e que matematicamente ainda podíamos aspirar a mais que um humilde terceiro posto na classificação final. Também me surpreendeu o facto do Benfica se ter sagrado campeão ainda que actualmente esteja em desvantagem frente ao Braga. Estranhei, mas continuei a ler.

No resto do micro-artigo, a jornalista que o escreve (Rebeca Venâncio), cita a fonte sempre bem envolta em secretismo e aura mística, o Habbo. Para quem não sabe, o Habbo é uma versão ainda-mais-teen do Facebook, que por sua vez é uma versão menos espalhafatosa do hi5, que surgiu do antigo Friendster ou do Orkut…e por aí fora. Rebeca, uma menina que tem um Twitter (uma versão de…não, esperem, o Twitter é original) do mais fófinho que pode haver, que inclui pérolas como “Por favor assinem a petição: Actores de Twilight em Portugal”, ou “Adoro pessoas sem personalidade! (NOT!)” e que aparentemente é jornalista no sentido menos estreito possível da palavra, acha engraçado colocar artigos em versões online de jornais relativamente respeitados na área…da Economia, sobre inquéritos em redes sociais para adolescentes.
Ah, Rebeca. Até tens uma carinha laroca, miúda, mas estou a ver que isto do jornalismo vai ser complicado. Ao ler o teu artigo só me apetece dar-te umas palmadas. Não, rapariga, não desse tipo de palmadas. Daquelas que as mães antigamente davam aos putos quando eles se portavam mal, e falavam ao ritmo do açoite. Assim tipo “tu-não-podes-escrever-não-notícias-destas-e-esperar-que-a-malta-fique-calada!”. Ufa.
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Sorteios


Depois de ontem nos ter calhado em sorte o Sporting para a Taça de Portugal, eis senão quando surge mais um sorteio, desta vez para a Taça da Liga. Estive a ler as regras do sorteio (aqui) e não posso deixar de reparar na entropia desnecessária que mais uma vez a Liga está a introduzir em algo que podia e devia ser simples, directo e sem mais pequenas hipotéticas questões.

Emparelhamentos possíveis:
Caso 1:
Sporting – FC Porto
Benfica – Académica

Caso 2:
Sporting – Benfica
FC Porto – Académica
Caso 3:
Sporting – Académica
FC Porto – Benfica
Eu percebo o conceito de dar mais vantagem (teórica, como sempre) à equipa que teve melhor coeficiente na fase de grupos. Percebo que o segundo tem vantagens em relação ao terceiro e ao quarto, ainda que perca em relação ao primeiro e por aí fora. Mas era preciso complicar isto e introduzir condicionalismos ao sorteio?
Se calhar é de mim, que gosto das coisas à moda antiga. Enfim, o Sporting já não calha, por isso venha de lá o Benfica, a ver se é desta que vou ver o meu primeiro jogo da Carlsberg Cup.
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Baías e Baronis – Estoril vs FCP


(foto retirada d’A Bola)

Quem é que diz que a Taça da Liga não entretém o povo?! Não dava dois tostões por este jogo e acabou por ser uma agradável surpresa, uma partida entretida e bem disputada, apesar do mau estado do relvado e da baixa qualidade técnica da maior parte dos executantes. Estreamos Ruben Micael que se saiu bem, mostramos ao mundo os dotes de Guarín para imitar bidons de gasolina (ou pinos de estrada, usem a metáfora que preferirem) e passámos à próxima fase da competição menos interessante do panorama futebolístico nacional. Iupi. Notas abaixo:

BAÍAS
(+) Falcao. Quando o colombiano entra em campo para render o seu compatriota que aparentemente se tinha transformado num poste de electricidade fundido em pleno campo, muda um pouco a história da partida. Orlando trabalhava muito mas quando era preciso dominar uma bola para esperar pela subida dos médios, era um desastre. Com Falcao, Orlando passou a lutar na área, ao passo que o seu colega andava a vaguear pelas alas (mais pela direita), a roubar bolas e a municiar o ataque. Muito bem.
(+) Tomás Costa. Esteve acima da média para o que o costumo ver fazer, apesar dos muitos passes falhados (parece ser um anti-Fernando, nunca está onde deve estar mas aparece sempre a cortar a bola, falha os passes mais fáceis e acerta os complicados!) e perdas de bola infantis, mas é daqueles jogadores que sabe o que sabe e sabe o que não sabe. Luta desalmadamente de início a fim e é do tipo de gajo útil para ter no plantel, quanto mais não seja pela versatilidade.
(+) Miguel Lopes. Mais um rapaz que se rasga todo enquanto está em jogo. Não houve um único lance em que não metesse o pé à bola, várias vezes em clara desvantagem mas sempre na procura de não perder a bola ou de a recuperar para a sua equipa. É guerreiro, lutador e sobe muito bem pelo seu flanco, apenas precisa de um pouco mais consciência táctica para ser verdadeira alternativa a Fucile.
(+) Ruben Micael. O madeirense entrou bem, teve algumas boas jogadas e acima de tudo ganhou entrosamento. Tendo em conta que estes jogos funcionam para pouco mais que treinos para rotação de jogadores, serviu para ganhar rotinas de equipa, o que quer que isso queira dizer no estado actual da nação.
BARONIS
(-) Em toda a minha vida como adepto portista já tive alguns belos presentes durante um jogo. Costa em Manchester, Mareque em Leiria ou Baroni…em qualquer um que tenha entrado. E ontem, meus amigos, tive mais uma entrada para o galarim dos piores jogos de sempre. O nome da abóbora de calções que entra para o Hall of Fame é nada mais nada menos que Fredy Guarín. Apesar de nada se poder dizer quanto à…não, esperem, vou recomeçar. Muito embora tenha sempre tentado…não, também não está bem. É melhor dizer as verdades primeiro. Guarín protagonizou os piores 45 minutos que há memória de ver um jogador do FC Porto a fazer desde há vários anos, ressalvando algumas muito más exibições que já vimos no passado (com Mariano no Top 5). Não conseguia dominar uma bola que fosse, e sempre que ia a correr para a tentar apanhar, o esférico já tinha saído. Foi atroz a maneira como perdia sempre a bola para o seu marcador directo quando tentava proteger a redondinha dos defesas e invariavelmente a perdia para o marcador directo. Apesar da atenuante de ter sido colocado a jogar como falso-interior-direito-barra-falso-extremo-direito por Jesualdo, nada pode justificar a total inépcia técnica que mostrou. Não chega arrancar feito louco pelo relvado fora com a bola mal dominada, marcar livres contra a barreira e dizer que se tentou. Este é um exemplo similar a Tomás Costa, que aparentemente sabe bem melhor o seu lugar. E o argentino, quando não sabe, manda a bola para fora. Guarín, como acha que sabe, tenta fintar (muito à imagem de Belluschi). E, como quase sempre lhe corre mal, perde créditos. E já tem poucos.
(-) Maicon. É lento demais, passa a bola com força a mais e é sempre um susto quando a bola vai para perto dele e tem um adversário a pressionar. Eu que sou do tempo de ver jogar o Alejandro Díaz, digo: não serve.
(-) Mariano. Voltou o terror das linhas. Esteve activo mas demasiadamente distraído. Se tivesse o talento proporcional à entrega seria um dos melhores do mundo. Assim, é dos melhores jogadores em casa dele. E pouco mais.
(-) Táctica. Sei que era um jogo propício a experiências, com um adversário fraco e um resultado que, convenhamos, caso fosse negativo não seria propriamente uma calamidade. Mas a anarquia táctica que se viveu nos primeiros 45 minutos foi surreal. Como vi o jogo na SportTV não tive hipótese de ver as nuances ao vivo, mas duvido que alguém que tenha ido à Amoreira conseguisse vislumbrar qualquer coisa que fosse perceptível de algum trabalho de casa ou treino. Quando começo a ver a equipa a defender com 4 defesas e a atacar com 3, pensei: “Ei lá, isto vai ser giro”, até que começo a olhar para o meio-campo, com Tomás Costa mais recuado, Belluschi ao seu lado a atacar mas mais à frente a defender, Guarín a servir de qualquer-coisa-estranha-que-passa-por-jogador-de-futebol-se-olharmos-muito-ao-longe tanto a defender como a atacar, Mariano aberto na ala e Ruben Micael a oscilar entre os quatro, todos atrás de Orlando Sá…só conseguia olhar e pensar em números. 3-6-1? 3-4-2-1-2? 4-2-2-2-1? What? Foi estranho demais.
Resumindo numa expressão onomatopaica: meh (com encolher de ombros). Foi engraçadito e bem melhor que ver os Ídolos, mas ainda assim fraquinho. Gostei de um o
u dois e confirmei que a maioria deles não serve para o FC Porto. Caminhamos a passos largos para uma limpeza de balneário no final da época…
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