Novo blog portista


Em dia grande para a nação portista, há que saudar a chegada de mais um blog ao nosso panorama. Chama-se Mística do Dragão e está disponível numa internet perto de si.

Os seus autores estão a apostar em conteúdos de opinião com cunho azul-e-branco bem vincado, aliados a uma estética acima da média do que se tem visto por aí fora nesta nossa bluegosfera.
Bem-vindos, rapazes! Levantem o nome do nosso clube ainda mais alto!
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Um Arsenal de hipóteses


Chegou a semana pela qual esperei desde Dezembro. Regressa a Liga dos Campeões, voltam os jogos de nível mundial, os confrontos de classe e as equipas que jogam a sério. Incluo o FC Porto neste grupo porque estamos lá com os 16 melhores da Europa, prontos para resgatar esta temporada com sangue na guelra, suor no rosto e a pele em campo. Para lá das metáforas bio-relacionadas, espera-nos como adversário nada mais nada menos que o Arsenal. Aqueles gajos com equipamento à Braga que têm tantos jogadores nacionais a jogar como o Nacional da Madeira sem o Ruben. Exacto, esses.

Decidi portanto tomar a minha posição na dianteira e ajudar Jesualdo a perceber como há-de dar a volta a este promontório e para evitar erros como os de ano passado em que saímos do Emirates Stadium com 4 na padiola e só não foram mais porque os meninos simpaticamente decidiram descansar para o bem-mais-importante jogo contra o Sunderland (que acabaram por empatar, agradeçam-nos, vizinhos do Norte!) e deixaram-nos a lamentar os erros próprios e chorar um resultado que não sendo efectivamente desastroso, acaba por marcar a primeira metade da época transacta.
Este ano, que temos vindo a jogar mais ou menos ao nível desses 0-4 em Londres, urge perceber se há forma de mandar estes tipos de volta com um ou dois golos no saco. Seria excelente para a moral da nossa equipa e acima de tudo para continuar a crescer o nosso prestígio europeu. Fazendo uma ronda pelos blogs da especialidade em Inglaterra, há diversos pontos em comum nas análises sobre o Arsenal efectuadas pelos blogueiros britânicos da bola que gostava de salientar:
  • Incapacidade de defender contra-ataques
Há alguma desorganização na linha defensiva do Arsenal que é colocada em causa com contra-ataques rápidos e com trocas de bola curtas e directas. Os centrais são lentos a recuperar e os laterais sofrem pela excessiva subida no terreno para desguarnecer a zona recuada ao ponto de abrir espaços. Tal pode ser aproveitado com avançados rápidos e transições lestas.
  • Caos nas bolas-paradas defensivas
Ora cá está um ponto em comum que DEVEMOS aproveitar. O Arsenal sofre muitos golos na sequência de livres e cantos do adversário e apesar da baixa estatura da nossa equipa temos de ser eficazes nas nossas tentativas de subida concertada no terreno, tentar marcar cantos e fazer cruzamentos para a área com um grau de perfeição bem acima do normal. Os homens que defendem são lentos e podemos ganhar em velocidade o que claramente perdemos em altura.
  • Desperdício de bolas-paradas ofensivas
Mais uma vez temos algo em comum com estes rapazes. Segundo as estatísticas vamos estar permanentemente a olhar para cantos e livres como futuros pontapés-de-baliza a curto prazo. Não me retira a confiança que Bendtner, Gallas e Vermaelen são perigosíssimos no jogo aéreo e as nossas marcações à zona me trazem uns suores frios que só visto, mas enfim, haja fé!
  • Ausências de peso
Tanto Arshavin como Van Persie estão de fora deste encontro da 1ª mão dos oitavos-de-final e isso só pode ser considerado como positivo para o FC Porto. Ambos são jogadores individualmente geniais, com uma capacidade técnica muito acima da média e que retiram enorme poder de fogo aos Gunners, que ficam com Bendtner como principal arma para o ataque (Reparou nas piadas? É só metáforas hoje, freguês!) e com um meio-campo criativo que será entregue a Fabregas ou Denilson.
Reparemos nas estatísticas propriamente ditas:
Tudo isto é muito bonito mas não passa de análise ao passado recente de uma equipa que está actualmente no 3º lugar da Premier League inglesa (como nós) e que tem um tipo de jogo antagónico ao nosso: nós sofremos menos e eles marcam mais. Arséne Wenger já veio dizer que não somos fáceis. Pode ser conversa mas era bonito mostrar-lhe que tem razão.
O que importa é encher o estádio e mostrar que somos grandes. O resto, vê-se em campo!
fontes:
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Baías e Baronis – Leixões vs FCP


(foto retirada do MaisFutebol)

A foto que escolhi estaria de acordo com o jogo se as personagens estivessem ao contrário. O jogador do Leixões no chão e o do FC Porto a tentar jogar à bola. Foi o anti-jogo que já temos encontrado noutros encontros e que para além de transformar o jogo numa soneira acaba por enervar os meninos de azul-e-branco, incapazes de dar a volta a esta situação recorrente e que acaba por tramar os “grandes” que não têm estaleca para o assumir. Perdemos dois pontos e acima de tudo perdemos a embalagem que vínhamos a ganhar nos últimos jogos. Notas abaixo:

BAÍAS
(+) Helton. O zero que está do lado do Leixões deve-se em grande parte ao brasileiro que nos guarda as redes. Esteve impecável, seguríssimo e imperial durante todo o jogo, com defesas calmas e saídas imponentes dos postes, a dar confiança à defesa e a garantir a força da linha mais recuada.
(+) Ruben. O nosso futebol com ele é melhor, mais simples apesar de mais lento, os passes saem melhor e com mais precisão, as jogadas desenrolam-se com maior certeza e com um semblante de fio condutor que até faz acreditar no melhor. Tivesse ele companheiros no meio-campo à altura e não precisávamos de lamentar a falta de golos. Levou um amarelo incompreensível e o mesmo se pode dizer do penalti sobre ele que ficou por marcar, só se entendendo porque os 3 metros a que Bruno Paixão se encontrava não lhe permitiram vislumbrar a falta. Otário.
BARONIS
(-) Falta de eficácia. Todas as situações contabilizadas, a culpa deste empate tem claramente de ser atribuída aos avançados do FC Porto. Varela, Belluschi e até Falcao falharam golos que não se podem falhar a este nível e em particular quando se disputam pontos vitais para o campeonato. De notar que estas falhas são individuais e não colectivas, porque a equipa, para além de alguma falta de agressividade inicial, compensada especialmente depois da entrada de Tomás Costa, acaba por não ter influência directa no resultado, ou neste caso, na ausência dele.
(-) Belluschi. Mais um jogo perdido por parte do argentino. Sem falar na absurda fantasia capilar que o rapaz ostenta no escalpe, foram passes falhados, falta de pressão no meio-campo e criatividade quase nula na frente de ataque. Safou-se um remate à trave que não passou disso: um esporádico remate à trave e um deserto de ideias durante os minutos em que esteve em campo. É óbvio que é uma aposta furada e está a convencer os adeptos que não merece estar no plantel.
(-) Varela. Não pelo que fez, mas pelo que não fez. Não marcou, não conseguiu ser o Varela do costume e mostrou que quando está nervoso ainda é mais trapalhão que o normal. Teve algum azar mas isso não explica tudo.
(-) Anti-jogo. Eu sei, eu sei, as equipas pequenas têm de usar as armas que estão ao seu alcance. Mas valha-me Santo Gregório de Albergaria, era preciso atirarem-se para o chão constantemente durante a segunda parte do jogo? Começava a ser ridículo ver os rapazes a tombar, fosse com câimbras ou com outras maleitas inventadas…
O que mais incomoda é que depois de ver um jogo fraquinho do Benfica contra o Belenenses, os da Luz acabam por vencer com um singelo golo e não criarem grandes oportunidades extra para aumentar o marcador. Nós, com várias chances, zero. Eles à frente e nós em terceiro. Tem sido esta a história desta época…
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Guerra ao Guerra


Mais uma vez Rui Moreira apresenta-se como um dos melhores oradores portistas que há memória. Na crónica desta semana publicada como de costume n’A Bola, desfere um ataque cerrado e bem merecido ao pseudo-paladino da verdade e defensor dos bons costumes (dele) que dá pelo nome de Fernando Guerra, um daqueles que diz “à lá Fox News” que o mundo era muito melhor antes de aparecer Pinto da Costa e que quando era novo e o vermelho imperava é que as coisas eram lindas, os pássaros chilreavam alegremente, as flores cheiravam a harmonia e a Terra estava em paz. Enfim, poetas de karaoke como diria Sam the Kid.

Eis o excerto de que estou a falar:

NO domingo, apresentei o livro O caso Calabote do jornalista João Queiroz. O autor fez um trabalho sério de investigação, pesquisou documentos da época e entrevistou os sobreviventes. Ao contrário de outros livros sobre casos do nosso futebol, Queiroz não construiu uma tese conspirativa nem romanceou os factos; não tomou partido nem especulou sobre o sucedido. Fica claro que Calabote não foi irradiado por atrasar o início ou adiar o fim do jogo crucial que o Benfica disputou com a CUF, ou por influenciar o decurso do marcador. O árbitro, já em final de uma carreira marcada por várias polémicas em que o Benfica era sempre beneficiado, foi irradiado por ter sido contumaz no falseamento do seu relatório, recusando-se a admitir que iniciara o jogo depois da hora.
Nada há de fantasioso na lenda Calabote. Havia, isso sim, um mito, grato aos benfiquistas, que agora fica desfeito: de que o pobre árbitro fora vítima da sua proverbial teimosia e de que nada de extraordinário acontecera nessa última jornada em que o FC Porto esteve quase a perder o título por goal average. Ora, o árbitro foi cúmplice activo no adiamento do início do jogo, em que marcou três penalties contra a CUF; o guarda-redes titular deste clube teve de ser substituído ao intervalo por indecente e má figura e confessaria que «faz pena, depois de tamanho esforço verificar que o Benfica não conseguiu chegar a campeão!»; Valdivieso, o adjunto do Benfica, esteve no banco do Torriense e ajudou a orientar a equipa contra o FC Porto cujo treinador já fora convenientemente contratado pelo Benfica para a época seguinte. Calabote nunca foi acusado de corrupção e viria a confessar, a propósito desse caso: «Sabe, eu nunca precisei que me dessem dinheiro, porque sempre fui do Benfica!»

Fernando Guerra não leu o livro, mas ouviu dizer que aproveitei para fazer ligação ao túnel do Braga e aos erros que beneficiam o Benfica. Foi pena que não tivesse aparecido porque ter-me-ia ouvido contextualizar os dois episódios. É que, em meio século, o futebol mudou muito com as transmissões radiofónicas em cadeia, os jornais desportivos diários, as televisões que escrutinam todos os detalhes do jogo. A batota esconde-se agora nos bastidores, longe do escrutínio de todos, seja na escuridão dos túneis ou nas manobras de secretaria. O que não mudou é o branqueamento dessas situações, por causa do estrabismo que atinge alguns jornalistas quando o beneficiário directo ou indirecto é o Benfica. De facto, meu caro Fernando Guerra, sou colunista e não escondo o meu fervor clubista. Nisso serei mais parecido com o Inocêncio Calabote, que confessava essa sua fragilidade com candura, do que com os justiceiros que se refugiam na interpretação diversa da lei para dissimular a sua parcialidade ou, já agora, com alguns jornalistas que fingem ser descomprometidos mas sucumbem ao proselitismo.

Sem comentários. Continua, Rui, é de cronistas com tu que precisamos!

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Ode a Mariano

O prometido é devido. O rapaz fez um bom jogo e então tive de activar a minha fraquíssima veia poética para homenagear o nosso Mariano.
Aham. A pedido de diversas famílias, cá vai:

Com a camisola já de suor manchada
apareces sem parecer reparar
que te foge quase sempre da alçada

a bola que em vão tentas controlar.
Em atitude que é tão tua e desvairada,

tropeçando, cambaleando a lutar,
ouves adeptos que gritam sem demora:
“Jesualdo, põe o Mariano cá fora!”

Quantos dias não passaste em tristeza,
rodeado de família e bons amigos,
frustrado na lamúria da dureza
dos Portistas que tinhas por inimigos.
Mas um dia, ah benesse da Natureza
foste encarar de frente os perigos,
esqueceste a ignomínia do insulto
e tentaste ir atrás de um indulto!

Engrandeces a camisola que ostentas
de azul-e-branco lindo e imaculado,
ultrapassas toda a fúria das tormentas
com dois golos! Aleluia, mal-amado!
Foi a paga das vezes que te lamentas
e respondes com voz de homem enervado:
“Para mim uma besta é de trabalho!
E agora? Quem me manda pro caralho!?”
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