O tédio dá nisto…

Não se podem ganhar meia dúzia de jogos que há logo alguns fulanos que por estarem já entediados com a forma como esta Liga está a decorrer, já começaram a lançar os tradicionais boatos pré-abertura do mercado de transferências. Repare-se que em apenas 3 dias já pudemos ler estas atoardas:

Hulk – Chelsea, Man. United, Barcelona (Record), Man. City (Bola), Inter, Milan (Jogo)
Rolando – Juventus (Bola)
Fucile – Lazio (Bola), Sampdoria (Record)
Sapunaru – Hamburgo (Jogo), Blackburn Rovers (RR)

Preparem-se, meus amigos. Se o FC Porto continuar a jogar como tem vindo a fazer até agora, quando chegarmos a Janeiro vai ser disto todos os dias…

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O pacote

Na edição desta semana dos Grandes Adeptos na Antena 1 (que podem escutar aqui), Alfredo Barroso estava a falar do seu Sporting e disse qualquer coisa deste género:

“(…) O momento actual do Sporting tem de ser analisado em pacote, aliás em mais de um pacote. Há um pacote que inclui as duas derrotas incríveis (…), há um segundo pacote que inclui por um lado o presidente do Sporting e o director desportivo, Costinha (…) e o terceiro é o Paulo Sérgio.”

O jornalista, curioso pela ausência da crucificação de Maniche, questiona:
“E o Maniche?”

Responde o Barroso:
“Eu incluo o Maniche no pacote do Costinha.”

Duas coisas ocorrem-me ao ouvir esta frase:

  • Há uma notável falta de sentido de humor brejeiro naquela estação de rádio.
  • Ainda bem que estão em Lisboa. Se fosse no Porto garanto que a frase continha qualquer verbo acabado em “rabar”.
  • Alfredo Barroso foi o único sportinguista que veio a público explicitar metaforicamente o que é que Maniche fez a Costinha tendo em conta a aposta que o ex-Ministro fez no seu ex-colega no início da temporada. Propositadamente ou não.
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Ah, mas são brancas!

“Sobre o segundo golo do Sporting, na derrota frente aos V. Guimarães, Vítor Pereira encontra dois erros de avaliação no lance: “Há duas circunstâncias que não foram devidamente sinalizadas. A primeira é um contacto entre atacante [Evaldo] e guarda-redes [Nilson] e a outra é que há uma confusão do árbitro assistente que valida o golo sem que a bola tenha entrado.”

Apesar do erro em Alvalade, o presidente do CA admite existirem atenuantes para que o erro se tenha efetivado: “A primeira é o facto de as luvas do Nilson serem brancas… Como a bola bate na barra e depois vai às luvas, ele pode ter visto o branco das luvas e confundiu. O outro facto é a substituição do árbitro, porque entrou a frio e aquele lance aconteceu no chamado ‘período de adaptação'”.”

Vitor Pereira in Record

Da próxima vez que fizer borrada no trabalho ou em casa, tenho de telefonar ao Vitor Pereira para ver se saco uma desculpa deste género. É como se um homem apanhado pela mulher em pleno acto de cópula com a vizinha do lado, retirasse o falo da cavidade e, levantando-se, dissesse: “Mas, querida, pensei que fosse a tua! Afinal, são bastante parecidas e uma pessoa confunde-se!”

Patético.

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Bodes expiatórios

No arranque do campeonato, o benfiquismo (as primeiras páginas de A Bola e do Record) fabricou um bode expiatório — Roberto. Castigando e humilhando Roberto salvava-se o Benfica: retire-se Roberto da baliza e temos a pureza virginal do Benfica, a que era apenas preciso acrescentar umas alas mais eficazes. Depois, Roberto defendeu um penalti e ganhou confiança — era o novo herói do Benfica, o vértice luminoso de um polígono de glórias destinado a subir pela tabela e atacar o título. A partir de agora, o benfiquismo (as primeiras páginas de A Bola e do Record) encontrou uma nova desculpa: Jesus, o homem que se limitou a desviar David Luiz para a faixa de Hulk, a fim de parar o tufão que no ano passado foi impedido de jogar. Humilhando Jesus, que no ano passado pôs o Benfica a jogar como não acontecia há vinte anos, salva-se o Benfica. É toda uma doutrina sobre danos colaterais.
E dizer, com clareza e simplicidade, que o FC Porto ganhou o jogo de ontem porque foi superior? Está quieto. Melhor é inventar um novo bode expiatório.

Francisco José Viegas in A Origem das Espécies.

Touché. Como já é hábito nos textos do onanista (no bom sentido…esperem, há um mau sentido?) dragão.

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