James, Castro e Ukra

«São jogadores fundamentais. O Castro e o Ukra têm sido elogiados por mim em privado e em público. Não quero abdicar deles. Quero continuar a tê-los. O plantel é extenso, mas é um número controlável. São 26 jogadores, podiam ser 24, não é grave. O James tem um potencial incrível e pretendo fazê-lo evoluir. Vai ter uma oportunidade já frente ao Juv. Évora», indicou Villas-Boas.

«O James teve uma semana muito positiva e já lhe disse que conto com ele. Esta é uma oportunidade boa, mas não é definitiva. Não será a última, com certeza.»

André Villas-Boas

Tudo boas palavras para três jovens com futuro mas que até agora poucas oportunidades tiveram para mostrar serviço. Fico à espera que Villas-Boas os ponha a jogar mais vezes.

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Focus!!!

Este ano temos assistido a um FC Porto com duas caras. Muito prático e eficaz nos jogos grandes contra equipas fortes e que não se remetem à defesa durante quase todo o tempo de jogo, ao mesmo tempo que é menos criativo e atravessa maiores dificuldades em furar defesas que se fecham em campo, especialmente quando fecham as linhas entre meio-campo e defesa. Parece que a inspiração têm batido contra uma parede de cimento e que o movimento dos nossos elementos mais profícuos se limita a incursões de Hulk ou a cruzamentos da lateral que nem sempre chegam ao sítio certo.

Não partilho da fé comum que a equipa está desmotivada e a navegar em velocidade de cruzeiro desde o jogo contra o Benfica no que diz respeito aos jogos da Liga. O jogo de Viena provou que não estamos adormecidos, bem como a segunda parte contra o Sporting, apesar de contra-balançarem contra as exibições mais descoloridas contra Portimonense, Moreirense e Setúbal. Estes três jogos têm em comum três defesas fechadas, três formações sempre atrás da linha da bola e com fugazes tentativas de contra-ataque que raramente resultaram em perigo. Não quero arranjar desculpas, mas parece que toda a gente se está a esquecer que o jogo contra o Portimonense se seguiu a um jogo extraordinário contra o Benfica, com toda a pressão moral e física que foi libertada do lombo dos nossos homens, e que o jogo contra o Setúbal vem depois de uma vitória excepcional na neve de Viena, num jogo extremamente difícil e cansativa. É natural que haja algum relaxamento pela vantagem obtida, mas é preciso continuar com confiança mas com luta, com inteligência mas com sacrifício. Confio em Villas-Boas para conseguir dar a volta à cabeça dos rapazes e fazê-los regressar já neste sábado a uma boa exibição.

A época 2010/2011 têm sido um conjunto de altos e baixos exibicionais, mas uma coisa nos têm mantido orgulhosos e bem-dispostos: continuamos invictos e a liderar a Liga. E todos os Portistas esperam que continuemos assim durante muitas semanas.

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A vuvuzela do portista

Desde 1992 que sou sócio do FC Porto e nos 18 anos tive o prazer de ostentar o cartão de sócio do meu clube, começando por um papelinho azul e branco plastificado e atravessando as transições da modernidade, continuando a diminuir em tamanho e a crescer em tecnologia, estando hoje em dia no formato de um moderno cartão multibânquico. Nesses 18 anos fui religiosamente às Antas e continuo agora no Dragão, com vários jogos fora pelo meio. Já estive no Bessa a apanhar chuvada de meia-noite, em Aveiro a fugir da polícia, na Luz a tentar não ser apunhalado pelos adeptos da casa e em Espinho a tentar ver o jogo por entre as colunas de cimento. Nas Antas, por entre granito e granizo, bancadas de cimento e cadeiras de plástico, superior e bancada, sol e chuva, tardes e noites, vi jogos perfeitos e jogos horríveis. No Dragão, com a vantagem de fugir das pedradas, sejam elas de que índole forem, aconteceu o mesmo. Só duas coisas se mantiveram imutáveis neste percurso de associado do meu clube do coração: sempre cantei o hino nos jogos em casa e nunca assobiei a equipa.

Hoje em dia, quando vou ao Dragão e ouço um desses auto-vuvuzeladores a ruminarem alto os tradicionais assobios, começo por enervar-me e acabo entristecido. Aquilo que deveria ser uma força que o proverbial 12º jogador transmite aos rapazes de azul-e-branco que lutam pela nossas cores acaba por se transformar numa infeliz manifestação de impaciência e de exigência assoberbada que as mesmas pessoas criticam nos outros clubes e que prejudica a união e força da nossa equipa. Se dependesse de mim, cada gajo que fosse apanhado a assobiar as nossas exibições de uma forma consistente devia ser levado para fora do estádio, os seus privilégios de sócio seriam revogados e uma sonora vergastada seria administrada por um adepto não-assobiador seleccionado aleatoriamente.

Candidato-me para carrasco.

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Baías e Baronis – FC Porto vs Vitória Setúbal

Foto retirada do Maisfutebol

Hoje foi talvez o pior jogo da época do FC Porto. Podemos dizer que a equipa estava cansada depois da exibição de snowboard em Viena, mas não é suficiente para explicar o que não fizemos hoje. Não fomos práticos, não fomos eficazes, não fomos capazes de ultrapassar a ansiedade que levou a que o Setúbal, sem saber como, quase conseguisse sair da Invicta com um pontinho. Um penalty (que admito não existir) decidiu o resultado, outro penalty (menos duvidoso mas ainda assim…duvidoso) podia ter resolvido, se não tivesse havido um pequeno milagre que limpou a consciência dos jogadores. Foi mau e espera-se mais. Vamos a notas:

(+) Cristian Rodriguez Já aqui falei muito mal deste rapaz, acima de tudo pela ineficácia das suas exibições. Hoje não foi muito diferente, mas notei alguma vontade extra de mostrar serviço, talvez pela ausência forçada de Varela, o Cebola hoje foi mais Cebola do que tinha vindo a ser. Lutou imenso e a lesão vem lixar-lhe a vida novamente, numa altura em que parece haver uma praga do lado esquerdo do FC Porto.

(+) Hulk  Pelo penalty que marcou e pela constante tentativa de furar a recuadíssima defesa contrária. Não está no melhor momento de forma e continua a ser eleito o melhor jogador da Liga. Imaginem se estivesse a jogar ao nível do início da temporada…

(+) Guarín  Simples, rijo, prático. Recuperou bastantes bolas no meio-campo ofensivo e na segunda parte caiu em produção como o resto da equipa mas manteve-se forte contra uma equipa que não tinha um meio-campo fisicamente imponente, o que fez com que Guarín se destacasse pela positiva. Bons remates na primeira parte.

(+) Diego (guarda-redes do Setúbal)  A história do jogo podia ter sido completamente diferente se um dos 4 ou 5 excelentes remates do FC Porto nos primeiros 20 minutos tivesse entrado na baliza do Setúbal, mas Diego encarregou-se de desviar todas as bolas que lá foram parar. Muito seguro.

(-) Ritmo de jogo  Infelizmente não pude ir ao Dragão esta noite, mas ao ver o jogo pela ridícula emissão da TVI, que tinha deixado a gravar e que vi depois de chegar a casa, o sono quase se apoderava de mim. A primeira parte foi má e a segunda parte então foi má demais. É verdade que os rapazes estavam cansados, mas a forma como se deixavam antecipar por um adversário mais rápido e mais agressivo era marca de um jogo que todos queríamos que mudasse mas que ninguém quis pegar no facho. O ataque ineficaz e o meio-campo pouco móvel obrigaram a que os defesas subissem muito, e se Fucile adora fazê-lo, Emídio Rafael sofreu mais com a inépcia no passe que apresentou e a equipa perdeu bolas demais para o lugar que ocupa. Tem de fazer melhor.

(-) Assobios  Não se pode enfiar esta malta toda num daqueles “cones de silêncio” que o Maxwell Smart tinha para falar com o chefe? É que até parece mal ouvir estes portistas de algibeira a assobiar os jogadores que deveriam incentivar, que apoiam e que são os primeiros a aplaudir e a bater no peito em júbilo quando marcam um golo ou brilham com a nossa camisola…e que são também os primeiros a insultá-los e a considerar que não são merecedores de a ostentar. Lixo, meus amigos, lixo humano, e se algum desses estiver a ler as minhas palavras, que pense numa coisa: se é para isto que lá vão, deixem de o fazer. Prefiro ver cadeiras vazias a saber que está lá gente que não merece ser portista.

Foi mau, lento e muito diferente do que se tem vindo a assistir do FC Porto 2010/2011. O cansaço que começou a ser evidente na segunda parte não pode ser explicação para tudo e não fosse a falta de calma de Jaílson e podíamos estar a lamentar a perda de dois pontos que tanta gente no Dragão já começava a prever. Continuo a afirmar que estamos no bom caminho, mas é preciso manter o ritmo sempre de princípio a fim e apenas aqueles 5 minutos no início do jogo deram mostra do que podemos e devemos fazer. Ainda assim mais três pontinhos, vantagem de 8 pontos reassumida e candidatura ao título não beliscada. Avante!

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