Foto retirada do MaisFutebol |
Na saída do estádio, entre conversas em tom amigável com os colegas da Porta19, vinha satisfeito. O jogo foi fracote mas o adversário não exigia mais e acabou por ser bem mais macio do que pensei. Gostei da inteligência da equipa na retenção da posse de bola, gostei imenso dos adeptos do Rapid, a ganir como loucos com 3 batatas na mona e gostei de uma ou outra jogada de um ou outro jogador. Acima de tudo, foi um exemplo simples que esta fase de grupos da Europa League não pode oferecer grande resistência ao nosso clube, bastando para tal jogar com alguma cabecinha e sem facilitar em demasia. O resto resume-se a talento, e disso temos nós suficiente para eliminar os nossos adversários do Grupo L. Vamos a notas:
(+) João Moutinho Este foi o melhor jogo de Moutinho pelo FC Porto. Continuo a dizer duas coisas às pessoas que o criticam e que não vêem um fora-de-série: primeiro, ele não é um fora-de-série; segundo, vão ver um jogo dele ao vivo e digam-me se o rapaz não é bom de bola. Raramente falha um passe e quando a bola chega aos pés dele há quase garantia que vai ser entregue ao jogador na melhor posição possível para continuar a jogada de uma forma positiva. Não pensem em jogadas individuais com dribles sucessivos (apesar de hoje ter feito uma dessas), atravessando barreira atrás de barreira adversária para culminar num remate brutal ao cantinho. Moutinho é cerebral, calmo, disciplinado. O FC Porto não poderia jogar desta forma sem ele.
(+) Maicon Conseguiu secar a torre que lhe apareceu à frente todo o jogo, o que já chegava para uma nota positiva, porque apesar do rapaz não ter talento proporcional à altura, incomodava bastante. Excelente no passe longo, merecia o golo que Falcao acabou por marcar e teve um falhanço terrível em frente ao guarda-redes que mais pareceu tiro ao meco, com um meco obeso que não se mexesse. Gostei muito.
(+) Cristián Rodriguez Duas assistências e muita entrega. Ainda tem de melhorar o físico e continua a ser pouco mais que uma formiga manca no 1×1, mas começa a ser uma alternativa viável a Varela.
(+) Ruben Hesitei em dar-lhe nota positiva. A primeira parte foi fraca, continua com medo de meter o pé e tem de melhorar MUITO no posicionamento táctico sem bola, mas o golo que marcou é excelente e a segunda parte foi melhor que a primeira. Precisa de ritmo para ganhar mais minutos porque gosto de o ver jogar com bola, é inteligente e sabe o que fazer. Neste momento perde para Belluschi porque o argentino está muito mais prático e rápido (o contrário do ano passado, portanto).
(+) Rotação do plantel Dar alguns minutos a outros rapazes que têm jogado pouco foi excelente. Castro e Walter puderam entrar em jogo e ganhar algum ritmo, numa altura em que estamos a meio de um ciclo complicado e em que todas as armas têm de estar afiadas.
(-) Álvaro Pereira Continuo a achar que é o jogador em pior forma na equipa-base do FC Porto. Anda desatento na defesa e falha muitos passes na construção inicial de lances ofensivos. Tem de melhorar muito.
(-) Rapid Wien Muito fraquinho. Sei que tinham várias baixas, algumas delas titulares, mas é mau demais. Houve alturas em que pensei que estava a ver uma equipa inglesa dos anos 80, tal era a parvoíce do “bola prá frente e siga que a torre há-de fazer alguma coisa”. Nem os adeptos lhes valeram, eles que estiveram a berrar todo o jogo, cheios de força (cerveja) e voz afinada (mais cerveja).
Estamos com uma média acima de 3 golos por jogo no Dragão e os adeptos gostam. Temos de continuar a ter paciência com o estilo de jogo mas creio que é um hábito adquirido. O nosso modus operandi é mais lento, mas mais inteligente, mais pausado mas mais controlado, mais eficaz ainda que com menos oportunidades. Por agora está a funcionar e Villas-Boas tem todo o mérito nisso.