A ideia que fica, de acordo com os sempre geniais e imaginativos comentários da TVI, é que o Nacional é a pior equipa do mundo e o FC Porto ganhou com algum mérito mas em grande parte graças à inépcia do adversário. Não está mal para neuróticos, mas o adepto normal, aquele que viu o jogo, apercebeu-se da solidez defensiva do FC Porto que não deixou o Nacional progredir no terreno como é hábito e marcou dois golos quando podia ter marcado pelo menos onze. Vamos a notas:
(+) João Moutinho Depois do jogo de quinta-feira, Moutinho hoje fez mais um excelente jogo. Mais audacioso do que tinha feito contra o Rapid, esteve nos principais lances de ataque do FC Porto e acima de tudo continua a jogar com inteligência muito acima da média e a ser o pêndulo da balança que é o nosso meio-campo. Entre a força e solidez de Fernando e o desaparecimento deliberado de Belluschi, Moutinho equilibra, joga e faz jogar. Merecia o golo naquela jogada individual de drible, tão rara quanto meritória no jogo do nosso novo playmaker.
(+) Maicon Parecia que Rolando era o menos traquejado e Maicon era o mais experiente. Raramente perdeu a noção do jogo e das trajectórias que teria de cobrir, esteve mais uma vez em excelente nível. Ainda lhe falta encontrar um adversário muito bom (o jogo contra o Benfica não conta porque ambos os avançados estavam em muito baixa rotação) para provar o seu valor mas estou a gostar cada vez mais. Não estragues a imagem, rapaz!
(+) Varela Mais um jogo, mais um golo. Mais rápido e mais decidido que Hulk, arrastou muito bem o jogo para a frente pelo seu flanco e apareceu muitas vezes desmarcado na perfeição, pecando, como de costume, no controlo de bola. Se não tivesse tijolos em vez de pés…já não estava no FC Porto.
(+) Sapunaru Olha que rico jogo me fez este gajo. Simples, prático e…até passou o meio-campo, o que dá para perceber a pouca capacidade do Nacional criar perigo nas alas. Falhou um golo em frente a Bracalli mas conseguiu um excelente jogo e apesar de continuar a perder para Fucile na agressividade ofensiva, esteve bem melhor a subir no terreno do que é costume.
(+) Fernando Quase perfeito na rotação de bola no meio-campo, apareceu várias vezes a levar a bola para a frente (vertical, meus amigos, nunca pensei ver o rapaz a fazer isto!!!) e só por inadaptação e alguma falta de espontaneidade não conseguiu marcar um golo ou fazer uma assistência de morte. Muito bem defensivamente, sempre a roubar as bolas aos médios contrários em força, com a garra que já nos habituamos. Muito bem.
(-) Rolando Quem era o rapaz a jogar ao lado do Maicon? Sim, aquele que parecia um júnior a dominar a bola e a deixá-la bater 43 vezes antes de lá ir, com pouca segurança e atabalhoado? O que fez (mais) um penalty tão infantil quanto desnecessário? Ah…é internacional A? Português? Não parece.
(-) A ousadia da patinagem Não percebi o porquê de ver os jogadores do FC Porto a deslizar pelo campo como qualquer Evgeny Pluschenko. Desde o início que vi Falcao a perder aderência e Hulk a fazer três ou quatro triplos-mortais que até fazia confusão. Não terão percebido que o relvado estava tão escorregadio que parecia musgo?!
(-) As claques do Nacional Começaram com os bombos. Se não havia força para tocar nos bombos, havia cornetas. Se as cornetas estavam em surdina, lá vinha a sirene de nevoeiro. Caso a sirene falhasse, siga para os guinchos intoleráveis da claque feminina do Nacional, que emanam o som mais irritante que ouvi desde que vi o Exorcista com auscultadores que cancelam o ruído. E aposto que o Jardim proibiu as vuvuzelas, senão ainda tínhamos de as aturar. Ainda se queixam que há pouca gente nos estádios? Pudera.
Cinco jogos, cinco vitórias. Não se podia pedir mais a Villas-Boas, e a gestão do plantel está a ser feita com alguma contenção mas com regra e com equilíbrio. Ainda estou à espera de ver jogar Otamendi, James e Walter. O problema é que os 15/16 que têm jogado não estão a dar hipótese ao resto do pessoal, por isso vão ter de esperar o seu momento. Com tranquilidade, em homenagem ao nosso novo seleccionador.
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