Ouve lá ó Mister – CSKA Moscovo

André, oitavo-finalista!

E voltamos nós ao Leste. Já não bastava termos tido de jogar na Turquia, Bulgária e Áustria e só nos deram um bocadinho de descanso aqui ao lado em Sevilha (e que rico descanso, não foi? acalma-te, coração!) mas já nos recambiaram para a Rússia! É mesmo para testar a nossa equipa todo-o-terreno, que até agora já jogou em piscinas, campos de neve e no meio de pequenas tempestades de vento e chuva…e desta vez bora lá para um campo sintético com temperaturas de fazer gelar a bela tintinada.

Não incomoda, pois não, André? Nada disso, um gajo até parece que ganha um temperamento diferente a jogar com um briol descomunal, não é verdade? Então  não é, o Falcao até agradece, o rapaz em Viena andava todo contente a atirar bolas de neve aos amigalhaços, hoje até vai sentir falta de ter um boneco com uma cenoura na penca! É pena o Mariano não ter ido senão até podia servir de animação à malta!

Mas falando mais a sério, pá, que isto agora não é para brincadeiras. Oitavos-de-final não é mau, longe disso, mas acho que sabes que a malta está à espera que um gajo chegue aos quartos. É que temos hipótese de passar e por muito que o CêÉsseCápaÁ seja forte (e é), nós também somos. Relvado sintético? O Falcao até domina uma bola na área no meio de um campo de minas kosovar! Frio de bater a dentola? O Hulk arranca por lá fora e põe os russos todos com estalactites no nariz com o vento que lhes arrasta a humidade toda! Equipa forte, coesa e disciplinada? O Guarín derruba-os como se fossem pinos de bowling cirílico!

Estou confiante, nota-se? Não me proves que estou errado!

Sou quem sabes,
Jorge

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@Cavaco: bem-vindo!

Não sei muito bem o que pensar acerca desta notificação que recebi. Ou o Cavaco gostou imenso do meu post sobre o seu camarada partidário, ou apoia a minha indignação contra o jornal A Bola, talvez esteja curioso quanto à diversidade de nomes brasileiros em jogadores do FC Porto ou então está lixado com o que disse acerca da cegueira selectiva.

De qualquer forma, é uma honra. Bem-vindo, Sr.Presidente! Não me leve a mal o que ler por aqui, às vezes um tipo enerva-se e o vernáculo flui tão depressa como um sprint do Hulk. Viu? Contive-me, mas estou calmo. Na quinta-feira se calhar já sai borrada.

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Ecoponto vermelho

Enganam-se os que lêem isto a pensar que vou bater no Benfica. Longe disso, apesar do jogo menos bom de ontem, há que dar os parabéns pela excelente sequência de 18 jogos, mais ou menos sofridos, mais ou menos espectaculares, foi a grande nível que se exibiram nos últimos jogos e a equipa teria eventualmente de quebrar. Aconteceu ontem e se podem culpar Xistra pela inversão da falta que Javi sofreu e cuja retaliação exagerada levou à sua correcta expulsão, já não o podem fazer contra a falha de Roberto ou a implosão física do meio-campo que estava tão pressionado pelo número de jogos e que não aguentou como o fez (e bem) no Dragão e em Alvalade.

Mas a contestação, natural e esperada por parte de dirigentes, treinadores e adeptos, parece transpôr as barreiras naturais entre imprensa e a realidade factual. A capa d’A Bola de hoje é mais um exemplo da promiscuidade badalhoca que se vive os centros de poder, que vendem a sua ética e o sentido profissional como vendilhões de um templo por eles próprios criado. A capa do excremento jornalístico que se auto-cognomeia com um epíteto religioso apresenta toda a parcialidade de uma mãe a defender o seu menino de mais uma tareia no recreio da escolinha, partindo (de novo) para a protecção de um clube que dela não precisa, com frases em grossa ironia que fariam Goebbels parecer um jovem da Juventude Centrista.

A frase que surge na superior esquerda da capa, um sub-título vil e pernicioso, está ao contrário, como de costume. Ao passo que é mais uma vez o FC Porto (aquele que iria “pagar em todas as frentes”, e que foi “apanhado por todas as câmaras”, como parangonas do passado fariam crer) que é visado, uma pessoa coerente diria antes que “O Benfica não precisava de um jornal a defendê-lo de uma forma tão frontal e dedicada, meses depois de enterrar o seu guarda-redes e treinador num lamaçal de insinuações e insultos”.

É este o tipo de jornalismo que temos de suportar. É com esta gente, contra esta gente que temos também de lutar para conseguirmos vencer. Não basta vencer em campo, porque o nome do nosso clube está na capa mesmo sem ter jogado, como se de um Big Brother futebolístico se tratasse, com toda a distopia que foi gerada em torno de uma, de mais uma, de apenas mais uma situação em que nos tentam empurrar para o meio de uma guerra que não é nossa. Fica o e-mail para reclamações  – [email protected] – se forem um cliente, claro. Cairá em saco roto, ao contrário dos bolsos dos editores e redactores do jornal que os emprega e que sujam o nome de um jornal que já foi uma referência de qualidade. Hoje em dia, se tanto, é uma referência da parcialidade e da recta descendente que o jornalismo iniciou e de onde não há grandes hipóteses de redenção.

Sei que não há ecopontos vermelhos. Mas devia. E a Bola devia forrar os fundos de todos.

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