foto retirada d'a bola
10-3. Dez contra três. E não foram 8-0 e depois uma derrota por 2-3. Foram duas vitórias consistentes, coerentes e por diferenças similares, porque depois da vantagem de quatro golos ganha no Dragão fomos a Moscovo enfiar mais cinco na pá russa. Surpreendente? Só para quem não viu os jogos. Este, especialmente na segunda parte, foi jogado a ritmo de treino com os jogadores a recusarem meter o pé às bolas contrárias, acabando por sofrer dois golos que não seriam facilmente digeríveis em situação normal de jogo (ver aquela torre manca a fazer uma cueca ao Otamendi e uma “comidela” ao Rolando…só a brincar) mas desta vez posso deixar passar sem lhes bater metaforicamente. Sorrisos, muitos sorrisos para todos os Portistas, porque estamos de novo numa meia-final europeia! Da notes:
(+) Guarín Mas este rapaz vai parar de marcar golos? Aparece em todo o lado na primeira parte, a arrumar jogo e a pressionar o Spartak no meio-campo deles, cheio de força e de vida, a jogar e a fazer jogar (muito embora continue a passar a bola com muita força) e, com maior surpresa ainda, a marcar. Conseguiu a proeza de tirar o lugar a um Belluschi que estava a fazer uma temporada excelente e cheia de futebol, esforço e sacrifício. Que grande mea-culpa que eu tenho de fazer, um dia destes em forma de ode, como fiz a Mariano no passado.
(+) Hulk Não só pelo primeiro golo mas pelo facto de ser notório que sempre que tinha a bola nos pés havia um tremor a atravessar a espinha dos russos, tal era o cagaço de ver Givanildo a voar por lá fora e eles sem capacidade pulmonar/muscular/anímica para conseguir chegar perto dele. É um perigo constante quando está em campo, esteja a brincar com passes de calcanhar ou a rematar de longe.
(+) Cristián Rodríguez Em 2010/2011 a visão do Cebola a fazer um jogo completo já é peculiar. Vê-lo a marcar um golo, ainda mais. De cabeça, upa upa. Depois de um canto? É a loucura, amigos! O rapaz jogou muito bem, com garra e alta intensidade, a mostrar que tem vontade de continuar a ser opção. A experiência que tem neste tipo de provas, a somar a algum cansaço de Varela fez dele uma escolha muito boa para este jogo, salvaguardando sempre uma eventual estupidez que o leve a apanhar um ou outro amarelo.
(+) Imagens de Villas-Boas no banco Vencer o Spartak por 5-2? Excelente. Arrumar a eliminatória com 10-3? Brilhante. Observar a euforia com que o nosso André celebrava cada golo da equipa? Priceless.
(-) Álvaro Pereira É verdade que a equipa estava a jogar em ritmo de treino. Mas a partir do momento em que o Spartak começou a atacar pelo seu flanco, qualquer gajo de vermelho e branco que queria passar tinha uma passadeira a fazer lembrar a festa das flores de Campo Maior. Álvaro relaxou demais, confiou numa eventual lusitanização do árbitro húngaro (vá-se lá saber porquê) ao atirar-se para o chão ao mínimo contacto e pareceu sempre distraído e fora do jogo. Até um certo ponto compreendo o relaxamento, mas não perdoo. Foi das únicas notas negativas da equipa hoje em Moscovo, já que decido não incluir as falhas de Rolando e Otamendi ou as hesitações de Helton na segunda-parte porque percebi que não queriam abusar de entradas mais rijas para evitar cartões. Mas ao menos pareciam mais ou menos atentos, ao contrário do uruguaio.
(-) Lesão de Fucile Não sei se o problema foi do relvado ou só da infelicidade da queda do Jorginho. Mas o que é certo é que o perdemos para algum tempo e nesta altura em que estava cheio de moral, a jogar bem e a regressar à forma que mostrou no Mundial, é uma perda enorme para a equipa. Sapunaru não tem estado mal mas todos sabemos que são dois jogadores incomparáveis quando Fucile está em forma. As melhoras, muchacho!
Segue-se o Villarreal. Lembram-se de Abril de 2003? O adversário na altura chamava-se Lazio e tinha um plantel muito experiente, com jogadores de alto nível e, para além disso, eram italianos. Estes são de outro país, mais parecidos cá com a malta, mas igualmente perigosos e será um desafio enorme. Vai ser uma meia-final entre os dois principais favoritos (Benfica e Braga que me perdoem) à vitória final e vamos encontrar aquele que é na minha opinião o adversário mais forte que já encontramos até agora nesta época. Apelando à simetria, primeiro foi uma espanhola, depois uma russa e depois outra russa. Só falta…outra espanhola! Venha ela!
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