Dragão escondido – Nº9 (RESPOSTA)

A resposta está abaixo:

No centro da foto, com a sua pose estóica e a sua reluzente “bola-de-bilhar”, Jaime Magalhães era uma figura do onze-base do FC Porto da altura, fazendo 35 jogos na época a que esta fotografia se refere, tirada no último jogo do Campeonato Nacional de 1992/1993, em casa frente ao Marítimo no dia 6 de Junho de 1993, que vencemos por 2-0 com golos de Fernando Couto (o gajo da trunfa do lado esquerdo) e Kostadinov (o que está abraçado ao Timofte, do lado direito). Magalhães, que ao todo disputou 408 jogos e apontou 47 golos pelo FC Porto, é um dos rapazes que começou a fazer de mim Portista desde aquela mítica final do Prater e acompanhou o meu jovem percurso como dragão via TV desde Viena e nas Antas desde Carlos Alberto Silva até Bobby Robson, o último treinador enquanto esteve no clube. Já agora, sabem que o nosso Jaime é treinador adjunto de…Jorge Costa no Cluj?

Entre as diversas tentativas sem sucesso que o povo fez para acertar no nome do moço:

  • João Pinto – O grande capitão, o pré-Danilo da camisola 2 de Virgílio e Gabriel (obrigado, Armando!) fazia parte do plantel e podia perfeitamente ser o rapaz viçoso que estava rodeado por Valente e um Paulinho Santos aparentemente pré-adolescente;
  • José Carlos – Mais uma boa opção. Onze jogos para o brasileiro nesta temporada (1992/93) não o conseguiram erguer acima da dupla imbatível: Fernando Couto e Aloísio.;
  • Jorge Costa – Olhem bem para o tamanho do Jaime. Ainda faltavam mais de 10 cm para chegar à altura do “Bicho”!;
  • Quim – Desde 1988/89 que já não fazia parte do nosso plantel.

Já tenho mais algumas fotos na calha…tudo a seu tempo…

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Dragão escondido – Nº9

Eina que grande festa aqui na foto!!! Para começar bem o ano não podia faltar o genial Wakko dos Animaniacs para armar as suas parvoíces…e esconder um dragão. Não se queixem que é difícil, há tantos gajos na imagem que já só podem faltar alguns…ou será um truque, uma ilusão do olhar, uma prestidigitação visual? Muahahahaha!!! Vamos lá, quem é ele?

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Respostas a este desafio extremamente acessível…para a caixa de comentários!

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Nestes dias, o ponta-de-lança que não é ponta-de-lança não é ala quando é ala

Ontem, lá para o meio do último terço do jogo, Vitor Pereira decidiu mais uma vez pela entrada de Kleber para a zona central, retirando Rodriguez e fazendo Hulk descair para a linha. Aliás, aposto que ontem as três substituições foram adivinhadas pela grande maioria dos portistas, não por terem sido fracas e previsíveis mas porque pareceram adaptadas, pelo menos no papel, ao jogo em questão. O ponto que gostava de focar é a necessidade da introdução de um elemento ofensivo central numa altura em que o jogador que estava a ocupar aquela posição está numa condição física que já não lhe permite efectuar a transição para a lateral de uma forma eficiente. Tornando o discurso mais coloquial e menos formal, meter o Kleber ao meio e encostar o Hulk na ala quando o moço está cansado não rende.

A ideia é interessante, especialmente quando a equipa está a precisar de transformar o jogo numa sequência de passes mais directos e incisivos, abdicando da troca de bola a meio-campo. Com a colocação de um corpo extra na área, capaz de receber cruzamentos e servir como parede para tabelas entre ele e os extremos que fazem diagonais ou médios mais subidos para remates frontais, a capacidade ofensiva e a pressão são aumentadas para carregar nos últimos cinco minutos como um elefante do exército de Aníbal. O de Cartago, não o de Boliqueime, entenda-se.

Mas o que vi em Alvalade foi a entrada de Kleber que pouco cheirou a bola, alimentado por um James desacompanhado, um Álvaro esforçado e um Hulk francamente cansado. Foram apenas 15 minutos mas tanta falta fazem esses novecentos segundos de intensa pressão, quando o adversário está a começar a duvidar das próprias capacidades físicas e técnicas, naquele período em que ataque após ataque começa a gerar no pontual inimigo uma descida de auto-confiança como a de um adolescente borbulhento quando se olha ao espelho. E Hulk, quando é encostado à linha para finalmente poder pautar o jogo com os arranques, as fintas em progressão e os remates de longe, já está cansado de umas largas dezenas de minutos a pressionar centrais e a perseguir as bolas perdidas sozinho com os colegas a 20 ou 30 metros atrás no terreno.

É algo que deve ser revisto por Vitor Pereira por forma a rentabilizar melhor o nosso Givanildo. Ou então é colocar o rapaz na ala onde é mais produtivo…e esperar até chegar o tal messiânico ponta-de-lança que possa entrar direitinho para titular e Falconizar o nosso ataque. Ou não.

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Baías e Baronis – Sporting 0 vs 0 FC Porto

 

foto retirada de desporto.sapo.pt

 

Andei a semana toda a pensar que ia dar empate. Em conversa com amigos, à noite com a cabeça na almofada naqueles momentos antes de dormir, no trânsito, no quarto-de-banho, a tomar café. Seja onde fosse, só via um desfecho para este jogo. Acho que posso afirmar que sou melhor que o pobre do Zandinga, tão convicto que ele estava em forçar que o “seu” Sporting fosse finalmente campeão. De qualquer forma, as minhas expectativas confirmaram-se: Cebola na ala, Djalma a tapar as subidas de Ínsua, Maicon a encostar sempre em Capel e um 4-5-1 em campo para tapar os flancos do Sporting e mandar a bola rapidamente para Hulk na correria louca pelo ataque. É estranho ver uma equipa que joga bem melhor com a bola lenta nos pés, a rodá-la calmamente para o lado e para trás à procura de uma brecha na armadura contrária…a transformar-se numa Jesualdequipa, com transições rápidas e bolas directas para o ataque. Estranho, porém necessário neste tipo de jogos, onde o adversário é forte e não se limita a ficar lá atrás. O resultado é, numa palavra, justo. Vamos às primeiras notas de 2012:

 

(+) As três paredesRolando, Otamendi e Maicon foram os homens do jogo. Estiveram quase sempre perfeitos no corte, na intercepção e particularmente no posicionamento. Rolando fez vários cortes perfeitos pelo centro do terreno e com a bola na relva, ao passo que Otamendi poucas vezes deixou que Wolfswinkel conseguisse dominar a bola ou sequer vencer a grande maioria dos lances aéreos. O argentino foi muito importante no jogo de contacto, essencial neste tipo de jogos, juntamente com o brasileiro, que esteve excelente na marcação a Capel, praticamente eclipsando o espanhol do jogo. Impôs-se fisicamente, pelo ar e pelo chão, nunca permitindo grandes correrias do espanhol (com Djalma a falhar várias vezes a pressão táctica defensiva já que se punha a correr em zonas onde não era necessária a sua presença) e apenas sentiu algumas dificuldades com o overlap Ínsua/Matias. Rolando teve UMA falha no jogo todo, quando deixou Wolfswinkel ultrapassá-lo em velocidade, mas numa partida com este tipo de intensidade e luta, tanto ele como os outros dois colegas estiveram impecáveis.

(+) Álvaro Pereira Salvou a baliza por duas vezes, na primeira parte a remate de Carrillo e especialmente na segunda quando o Marat “The Dragon Slayer” Izmailov rematou para Palito esticar a perna esquerda e bloquear o caminho da bola em cima da linha. Acima de tudo subiu sempre pelo flanco como só ele consegue, sempre com a bola semi-controlada e protegida dos adversários para sacar mais uns metros de vantagem. Os cruzamentos com o pé direito saíram muito tortos mas os que fez com o seu melhor pé não foram muito melhores, mas ajudou a equipa a esticar o jogo quando foi preciso.

(+) Fernando *suspiro* Pela enésima vez, Fernando é dos melhores em campo. Pelo ar e pelo chão, Fernando aparece sempre a impôr o corpo e o posicionamento na frente da área, mas hoje fez ainda mais. Subiu um pouco no terreno quando foi preciso ajudar Moutinho (muito mexido) e Belluschi (menos mexido e fraco no passe), mas foi principalmente nas dobras a Álvaro que mais vezes apareceu em jogo, juntando-se a Defour a tapar o flanco deixado aberto pela subida de Álvaro depois da entrada de James. Fernando continua a ser um jogador escondido, discreto, sem brilhar. Limita-se a jogar. Bem. Ainda bem.

(+) Hulk Enervou-me com as tabelinhas de costas feitas com o calcanhar. Tirando isso foi mais um jogo de trabalho, de luta e de correria de Hulk que andou a deambular pela zona central e acabou na ala depois da entrada de Kleber. É uma noite infeliz para o rapaz porque não marcou mas foi uma ameaça permanente para Polga, Onyewu e companhia tecnicamente limitada.

(+) Os esforços do Cebola O rapaz até nem é mau rapaz. É trapalhão e insiste em rematar com a pança inclinada para trás o que leva a que 98% das vezes a bola sai por cima da baliza. Mas luta muito e por isso é que apostei nele para jogar de início e Vitor Pereira concordou comigo. Ou eu com ele. Talvez a segunda. E é empolgante ver o moço a voar até todas as bolas perdidas como um Derlei uruguaio, mesmo que raramente consiga lá chegar. Corre, Cebola, corre como o vento!

 

(-) Cruzamentos para a área Sei que actualmente não jogamos com um ponta-de-lança fixo. Os alvos na área são difíceis de localizar porque as posições são constantemente trocadas, remisturadas e alternadas. E talvez por causa disso há uma tentativa insistente de bombear bolas para o segundo poste ou pelo menos é lá que a maior parte dos cruzamentos lá vão parar. Não há um “bullet cross”, raramente a vantagem de termos um dos melhores alas do mundo consegue ser de facto uma vantagem porque não concretizamos situações de perigo dessa forma. Das duas uma, ou Álvaro tem a ajuda do médio mais próximo dele para usar 2×1 e assim entrar na área…ou não lucramos nada com as suas incursões pelo flanco.

(-) As dobras às subidas de Álvaro Construindo em cima do ponto anterior, quando Álvaro voa pela linha à procura do passe, as costas ficam destapadas. Fernando, Moutinho ou Belluschi/Defour têm de descair para o flanco de forma a bloquear as recuperações de bola do adversário e quando essas recuperações resultam numa desvantagem numérica com laterais ofensivos como *cospe* João Pereira e qualquer outro mânfio à sua frente, a equipa desiquilibra-se de uma forma que tem de suster o ataque e o quase inevitável cruzamento. É arriscado e para termos frutos no ataque temos de desviar a atenção do adversário para outras zonas, mas não podemos fazer isso contra equipas como, sei lá, o Manchester City, sem que os adeptos ganhem problemas cardíacos.

 

Como disse no topo da crónica, o resultado é justo. O FC Porto esteve por cima nalgumas partes do jogo e o Sporting fez o mesmo noutras. No fundo teria tido mais alguma piada se tivesse entrado uma ou outra bola na baliza (legalmente, não como o pseudo-golo de Hulk que o “liner” demorou duas horas a levantar a bandeira, vá-se lá saber porquê) mas estou em crer que se tal acontecesse o mais provável era que o resultado ficaria um-zero porque a outra equipa não conseguiria regressar ao jogo. É um clássico e vivi-o como tal, sentado na beira do sofá, a roer os dedos e a proferir diatribes que os meus vizinhos decerto já abdicaram de tentar limitar. Descontrolo-me, que querem? Ainda assim saímos de Alvalade sem ser estupidamente roubados (a putativa expulsão de Polga poderia ter sido confirmada por Proença, mas não me incomoda que o brasileiro tenha ficado em campo), o que já não é mau de todo, e a exibição foi intensa, rija e cheia de identidade. Só falta acertarem nas redes, rapazes.

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Ouve lá ó Mister – Sporting


Amigo Vítor,

Devo dizer que ando com uma fome de bola que me faz parecer um puto num campo de refugiados curdos a tentar chutar um calhau só para parecer que estou num campo de futebol. São muitos dias sem ver o meu clube a jogar e sinceramente é um exagero. Mas já acabou o intermezzo, as luzes estão a acender e a apagar e é sinal que o espectáculo está de volta…e tenho umas coisinhas para te dizer acerca deste particular jogueco. Estás pronto? Toma notas, aqui vai aço.

Quero ganhar. Mas quero mesmo, mesmo ganhar. Quero que esfregues a puta da soberba daquela gente na relva de Alvalade e os deixes de tal maneira furiosos com o jogo que cheguem fogo às próprias cadeiras em vez de irem atear incêndios a dois quilómetros do vaso sanitário que chamam estádio. Quero que os fustigues com remates, quero que tapes as incursões do Capel pela ala até que o cabelo dele fique verde como o da vaca fadista. Quero que o Fernando chateie o Schaars de tal maneira que leve um pontapé para ser expulso. Quero que o Moutinho faça o mesmo ao Carriço e se ria quando o amigo fôr para o balneário a chorar. Quero que os centrais se encostem ao Van Xinksotrikel e não o deixem ganhar uma bola de cabeça. Quero que sejas expulso porque reclamaste mais uma puta duma falta mal marcada ao Belluschi e entretanto lembraste-te de te virar para o João Pereira e disseste-lhe que se ele alguma vez jogar no Barça ou no Milan é porque o Berlusconi lhe enfiou um dildo de metro e meio no recto. Quero que o Izmailov saia lesionado aos dois minutos de jogo porque tropeçou numa toca de toupeira. Quero que o Luís Duque expluda com três croquetes, meia alheira e um flut de Moët no bucho e derrame as tripas em cima dos correlegionários. Juro-te, quero tudo isto. Mas acima de tudo, quero ganhar.

Brinca com eles. Fala-lhes ao ouvido, diz-lhes o que eles querem ouvir. Motiva-os da maneira que melhor souberes. Mas este jogo, este singelo jogo que não conta mais de três pontos…é para ganhar. Esses três pontos são nossos. Já são nossos. Têm de ser nossos.

Sou quem sabes,
Jorge

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