É feio. É rasca. Compensa?

 

De cada vez que abro a página oficial do FC Porto tenho uma nova surpresa. Nada de novidades sobre jogadores emprestados, notícias sobre deslocações das equipas de qualquer das nossas modalidades e informações acerca dos recintos adversários, nem penso sequer em ver informação detalhada sobre as estatísticas oficiais de cada jogador ou pelo menos uma fotografia para os miúdos dos planteis de formação de futebol. Isso seria sonhar a um nível tão longínquo como um qualquer quasar.

A surpresa que me apanha sempre desprevenido é a publicidade. Este é um excelente exemplo da forma como quem gere a comunicação não quer saber da imagem que o clube passa para fora e se submete aos interesses de qualquer contrato publicitário que eventualmente acabam por colocar a nossa página nesta amálgama de cores, publicidade de gosto duvidoso e completamente fora do âmbito das nossas parcerias comerciais. Estas publicidades, para lá do aspecto de pelintra que dá ao nosso site, ao nível de um qualquer blog que espeta com anúncios da Google ou do Sapo ou parcerias com casas de apostas (como é o meu caso…já lá foram?), são mais um ridículo passo atrás no principal objectivo que deve ter a morada do clube na internet: ser a fonte principal de informação e de divulgação da marca, história e actualidade sobre o clube.

Se temos parceiros comerciais como a Nike, a Unicer ou o Grupo Amorim, até compreenderia que lá aparecessem banners a mencionar alguns dos produtos que essas marcas comercializam, independentemente do bom gosto do anúncio que depende de quem estiver a ver. Aliás, esta é uma prática comum por esse mundo fora e basta darem um salto a outros sites oficiais de clubes europeus que ficam logo a perceber o que estou a dizer. Mas associar o clube a outras marcas, que para além do destaque cromático – que fere a vista de tal maneira que pensei que tivesse entrado no site do Paços de Ferreira por engano – não têm nenhuma relação com o FC Porto, parece-me errado. Em dois dias que abri o site surgiram-me referências à Pixmania…e à Swiffer. A não ser que seja uma forma de nos rirmos de nós próprios pelos atrasos na construção do museu, não acho piada.

Por isso, quanto à pergunta do título deste post, não sei responder. Mas posso afirmar com toda a certeza que as primeiras duas frases são verdadeiras.

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Os Primeiros Trinta Anos de Pinto da Costa vistos da Bluegosfera

Bibó Porto, carago!

“As palavras são pequenas para glorificar a Obra e o Homem. Não há adjectivos, não há louvores que contemplem o merecimento do Dirigente, do Portista indefectível, do Dragão imperecível.”

Tertúlia Portista

“Jorge Nuno Pinto da Costa, ao longo de 30 anos, transformou o clube em termos de dinâmica de vitória, gestão de activos e revolução da marca. Hoje, o F.C.Porto é visto mundo fora como exemplo de êxito e fiel desígnio de que a atitude e o trabalho, são os ingredientes fundamentais para a conquista de vitórias.”

Café das Antas

“Não consigo apontar uma outra figura, para além das que dão chutos na bola, que tenha um cântico próprio duma claque!. Poucos presidentes se podem gabar de terem tal confiança por parte das massas adeptas, que a qualquer pergunta de resposta mais ou menos dúbia sobre os assuntos do clube, “o presidente é que sabe” esteja na ponta da língua. E, note-se, não é um mero “chuta p’ra canto”. O adepto tem verdadeira convicção de que o presidente é quem sabe! E os resultados provam que sabe mesmo. Um ou outro “tiro no escuro” que funcionam menos bem, mas c**alho, até o VP vai ser campeão. E isso é mérito do presidente.”

O Dragão

“Como era o FC Porto há 30 anos atrás? Era um clube convulso, como toda a sociedade na época, e que tinha guerrilhas internas, estava dividido e alimentado por invejas e mesquinhices. Ele pegou no clube e conseguiu unir o balneário em torno de um grande treinador e, com a ajuda de alguns miúdos saídos da formação, transformou-o num clube que rapidamente alcançou os patamares europeus: ao fim de dois anos chegou à final da Taça das Taças, ao fim de 5 anos ganhou a primeira Taça dos Campeões e desde então ganhar não passou a ser hábito, passou a ser norma!”

Dragão até à Morte

“Faz hoje 30 anos que Jorge Nuno Pinto da Costa foi eleito Presidente do F.C.Porto. 30 anos é muito tempo, um número redondo e o Dragão até à morte não podia deixar passar esta data sem fazer uma homenagem ao Homem que transformou o F.C.Porto e fez do clube nortenho um dos melhores do futebol europeu.”

Lôngara

“Não nos detemos naturalmente, aqui, sobre o mal dos outros, que com isso bem podemos nós, mas importa mais, para o caso, focar que toda a gente de boa-fé reconhece haver no F. C. Porto uma liderança forte. E o que os adeptos dos adversários diretos – e então os benfiquistas está-se até a ver – gostavam mesmo, pois não dizem alto mas pensam, é que gostariam de ter um Pinto da Costa no clube deles…”

Reflexão Portista

“O clube que recebeu nada tinha a ver com aquele a que ainda preside trinta anos decorridos. Jorge Nuno Pinto da Costa é não só a maior figura da História do F.C. Porto, como a maior figura do dirigismo desportivo português de todos os tempos e, sem dúvida, uma das maiores à escala planetária.”

Bafos de Dragão

“Três décadas a lutar contra interesses instalados, e vitórias decretadas por lei, Pinto da Costa sobreviveu a inúmeras batalhas, a dezenas de rivais, à perda de um amigo visionário que juntamente com ele iniciou esta aventura, a paixões inconvenientes e a ataques covardes para o descredibilizar e afastar do leme do seu clube.”

Sou Portista com muito orgulho

“é melhor ter um Pinto da Costa com estes defeitos todos mas que protege como nenhum outro o grupo de trabalho, a estabilidade e que além disso percebe muito de bola… do que ver o FC Porto transformar-se numa entrada e saída de treinadores, numa “sportinguização” como certos aventureiros presidenciaveis fizeram questão de demonstrar de que como seria o FC Porto se alguma vez chegassem à cadeira do poder”

Porto Unido

“Parabéns Presidente. Parabéns por marcares pela diferença neste país centralista. Parabéns por dares o peito aos sucessivos ataques vindos da capital. Parabéns por ajudares a elevar o nome do nosso clube e da nossa Cidade. Parabéns por projectares o nome de Portugal, mesmo que muitos portugueses não o mereçam.”

Portistas de Bancada

“Pinto da Costa merece os êxitos conseguidos e um dia terá a estátua merecida no Dragão; ou, como é imodesto, uma frase marcante, pode ser a da paixão, ambição, competência e rigor, mais ou menos assim, ou arranja-se outra para lá do “A vencer desde 1893”. Podia ser “Ganhar em Liberdade” que foi o fio condutor de mais uma Revolução portista – que o País centralista teme e abomina, mas já não trava – a dar uma lição ao Portugal do comodismo e absolutismo da capital em que desgraçadamente se centra.”

Tomo II

“trinta anos recheados de títulos – nacionais e internacionais – e em todas as modalidades, que não só (mas também e sobretudo) no futebol. também são trinta anos de tentativas torpes de adulterar um facto que é indesmentível: de que Pinto da Costa, símbolo vivo de um clube identificador de uma região portuguesa, é o presidente mais ganhador de sempre, não só no futebol nacional mas a nível internacional.”

 


 

Nunca tive outro presidente como sócio do FC Porto. E quando um dia tal acontecer, num futuro que espero com a ansiedade própria de quem não conhece o que ainda está para vir, tenho a certeza que não vou ter outro igual. Goste-se ou não do estilo, aprecie-se a autocracia, critique-se o despotismo, elogie-se a ironia, lamente-se a situação financeira…a única verdade inquestionável está na obra feita e nos títulos conquistados.

Trinta anos. É obra.

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É simples ou sou eu que estou a ser ingénuo?

Olhem para esta tabela, retirada do estudo da Futebol Finance sobre as audiências dos três grandes desde 2008 até 2011, e respondam-me a duas perguntinhas:

  • “É de mim ou o provinciano FC Porto, com os seus adeptos bairristas e apenas localizados na zona do Grande Porto, dogma que tanto cronista insiste em propagar, consegue mais audiências médias que o Sporting e quase tantas como o Benfica?”
  • “Imaginem que sou um orangotango autista e surdo. Conseguem convencer-me que os mais de 1,2 milhões de espectadores que em média estão colados à têvê a ver os moços de azul-e-branco não são adeptos de outros clubes que estão à espera de uma derrota nossa mas que se tratam de facto de sócios, simpatizantes e adeptos do FC Porto?”

A resposta à primeira pergunta é fácil. Não é de mim. É da Marktest. E se tiverem dúvidas que usei “bairrista” e “provinciano” em tom irónico, leiam este artigo do Jorge Fiel. Sim, se estavam com dúvidas, isto é escrever bem.

A resposta à segunda? Guardem-na num cofre. Nunca sabemos quando vamos precisar de dar uma bofetada de luva branca. Ou azul-e-branca, neste caso.

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Um outro futebol, para matar a fome

Uma semana inteira sem ver o FC Porto a jogar no meio da temporada é uma tristeza. Especialmente quando estamos tão perto do final e apenas envolvidos numa única competição que está a apenas quatro jogos de completar a sequência permanentemente interrompida por partidas europeias, taças nacionais e fins-de-semana festivos. Assim, quando o meu pai me telefonou a perguntar se me apetecia ir com ele “matar as saudades” de ver o clube da sua antiga terra numa disputa cerrada contra o emblema da sua actual morada, aceitei imediatamente. Por ele mas também por mim.

O tempo, invernoso, ameaçava chuva a cada segundo que o sol se escondia por detrás de grandes nuvens que pairavam sobre o Parque Silva Matos, em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Entramos, com bilhetes a exagerados 8,50€ que nos deu lugar na bancada central. Amigos revisitados, colegas reencontrados, até família lá estava, sócios, convictos gaienses e adeptos convictos da sorte dos verdes e negros do Coimbrões. É um clube a oito anos do centenário, que acolhe os seus com o carinho do seio familiar, em que a reunião se faz no bar, no pavilhão, na bancada, em todo o lado onde vive a alma da agremiação. Convidam-nos então para nos sentarmos perto do centro do terreno, quatro filas acima da relva sintética que já foi um dia visitada pela Juventus na altura que foi colocada, por tempos do nosso Euro. E as equipas já se vêem a entrar para o campo, Coimbrões e Gondomar lado a lado, com o público a aplaudir. Tudo tranquilo, terreno, sem bailarinas nem bandeiras enormes em campo, low-tech, expectativas normais para um Domingo agradável.

É tão diferente ver futebol assim. A proximidade do relvado permite-nos uma perspectiva diferente do espectáculo, uma visão focada do desenrolar do jogo. As centenas de adeptos, um conjunto de amigos, conhecidos e amantes da bola que se juntam na plateia renovada do Parque que sempre foi deles. Há poucas caras estranhas nas cadeiras, há conversa, pouca exaltação e um espírito ameno de convivência salutar enquanto se debatem os problemas dos jogadores, das ausências, dos pontos, da inusitada quantidade de empates durante a época, do avançado que já foi melhor marcador no ano passado, do talento do Rui e da raça do Bruno, dos pés do Fábio e da força do Nando. São miúdos feitos homens, alguns que cresceram na casa e outros que agora da casa se tornaram. Vejo que muitos têm talento, noção de espaço, critério no toque e na desmarcação, esperteza no arranque e destreza na recepção. Há bons jogadores, formados em boas escolas, rapazes que pisaram os relvados de treino dos grandes deste país, vestiram as suas camisolas enquanto pirralhos, saídos do Benfica, do Porto, do Boavista…e não fosse a falta de oportunidade para jogar a um nível superior, decerto estariam a alinhar em frente a públicos maiores com condições mais imponentes. Mas o Coimbrões paga os ordenados, parcos em numerário mas vitais na construção de uma vida, e são pagos com a consistência de uma parede de cimento. “Pagam pouco, mas pagam”, ouço vindo das cadeiras ao lado, “enquanto que outros prometem tudo e andam com meses de atraso!”. A II Divisão tem os mesmos problemas das grandes Ligas mas com menos holofotes.

O jogo termina. Um empate a zero que nada teve de tristonho, com várias bolas ao poste e uma excelente exibição do keeper gondomarense. A construção de jogo pausada e pensada do Coimbrões embateu quase sempre num muro defensivo bem formado, ao passo que o Gondomar, em contra-golpe, com lançamentos mais directos, conseguiu o objectivo do ponto que o aproxima da manutenção matemática. Outras contas, outros mundos, tão perto e no entanto tão longe. Aqui não se pensa nas conferências de imprensa antes dos jogos, nos coeficientes uefeiros, nas transferências de milhões e no número de títulos que cada um tem de acordo com um ou outro jornal. Aqui há mais futebol, mais alma, mais pureza.

Ainda me lembro quando a bola era assim, quando eu a via só assim. Estou cínico, ficamos todos um pouco mais cínicos com a idade, raramente podemos optar para que não aconteça. O meu pai gostou do jogo, gostou do ambiente, gosto de rever o que há quarenta anos não via. E eu só posso pensar em aproveitar mais e cada vez mais o futebol pela componente mais pura.

O jogo pelo jogo, se quiserem ser finos.

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Na estante da Porta19 – Nº8


Um livro de um teor radicalmente diferente dos que já aqui foram apresentados, recheado de referências a outros trabalhos do género e que apesar de ser mas orientado a profissionais que de facto têm a missão de trabalhar com metodologias e aspectos mais práticos do treino, tenta representá-los de uma forma directa e fácil de entender. O autor, Joaquim Azevedo, baseou-se na sua própria experiência e no convívio com Carlos Brito, actual treinador do Rio Ave (e que saudou efusivamente um grupo de jovens nitidamente inebriados que clamavam por ele aqui há uns anos por ocasião de um cortejo da Queima das Fitas do Porto, no qual me incluía) e recebe recomendações não só do próprio Brito como também de Domingos Paciência e André Villas-Boas como uma ferramenta de uso para quem quer entender como tirar o máximo dos jogadores que têm à sua disposição. Interessante, especialmente pelos esquemas tácticos e pela forma como as diferentes situações de jogo podem ser treinadas para melhor preparar os jogadores para darem a melhor resposta possível…mas só se tiverem paciência e gostarem muito do tema.

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