DJ Alma

foto ASF, gamada de A Bola

Não é possível ter uma equipa inteira de Messis. Não é financeiramente suportável, perdem-se a maioria dos lances de cabeça e o guarda-redes via-se lixado para defender as bolas mais chegadas ao poste. Por isso se forem a ver em quase qualquer plantel do mundo do futebol civilizado, há muitos Djalmas com número atribuído e inscrição na Liga. O Real tem um Arbeloa, o United tem um Fletcher, na Juve joga um Asamoah e até há um Kroos no Bayern. Tudo jogadores que apesar de não serem vedetas mediáticas e levarem apenas trinta ou quarenta pessoas a sessões de autógrafos, são opções dos treinadores em várias alturas durante uma época que é longa e coloca a equipa perante diferentes circunstâncias que necessitam de diferentes jogadores com diferentes características.

Djalma era um desses moços. DJ Alma (como lhe chama na brincadeira um colega meu da bola), que não mostra classe mas empenho, que não é genial mas trabalhador, que nunca marca golos brilhantes mas ajuda a criar jogadas produtivas. É um team-player, mais um que está lá para mostrar o serviço que sabe mas acima de tudo o que pode. No ano passado, Djalma ajudou a equipa sempre que foi chamado ao relvado, fosse a extremo direito ou defesa direito, desempenhou um papel extraordinário no jogo da Luz para o campeonato, surgindo de trás para a frente e ajudando os colegas com o estilo…pouco estético que sempre mostrou. O Mariano Africano, chamei-lhe na altura do jogo em Paços para a Taça da Liga, que nunca virava a cara à luta apesar da luta lhe dar quase sempre duas lapadas nos dentes sempre que tentava fazer algo para lá do que sabia.

Djalmas e Jameses. É a dicotomia do presente. Queremos mais génios que não cumprem ou formiguinhas que cumprem pouco? Precisamos mais de um Paulinho Santos ou de um Kulkov? De um João Pinto ou de um Ibarra?

The jury’s not out on that one. E ao ver a equipa a arrastar-se em campo como vi no domingo em Barcelos, inclino-me mais para os primeiros. Boa sorte, DJ Alma. Não deixes que os turcos façam pouco de ti, rapaz.

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O meu primeiro derby no Bessa

Regresso mais uma vez a 1994. Quase 1995. Mais concretamente ao dia trinta e um de Dezembro de mil nove e noventa e quatro. O meu primeiro jogo oficial do FC Porto fora das Antas. Que melhor local para o desfloramento nas deslocações ao exterior que na própria cidade, num derby? O cenário: Bessa. O Bessa antigo, com o Boavista antigo, aquele que dava luta a todas as equipas mas principalmente à nossa, em que cada jogo era tratado como se fosse uma questão de vida ou morte. Os adeptos incendiados de um ódio perene e intransmissível, encaravam sempre os clássicos da própria urbe como uma batalha pessoal, dura, violenta, um duelo com sabres até que o torpe oponente caísse numa poça da própria imundície. Eram jogos rijos, tanto nas Antas como na Boavista, mas quando os axadrezados estavam perante o próprio público…amigos, os guerreiros ainda era mais cruéis, mais agressivos, mais brutos, com faces ruborizadas e relâmpagos nos olhos, o anormal do laço agarrado às redes e um estádio a gritar vis insultos aos irmãos do burgo.

Foi neste cenário bucólico que um rapazola, enérgico com a força própria que todos têm na idade da estupidez adolescente, decide ir ver o jogo. Último dia do ano, reveillon pronto para arrancar, famílias reunidas em casa, muita água a cair dos céus lá fora e a bancada norte do Bessa cheia de Portistas, sem protecção contra a natureza que não nos queria lá a nenhum custo. O frio apertava e a chuva, inclemente, caía sobre as nossas faces impelidas por um S.Pedro boavisteiro. Mas os corpos, tão frios por fora, ardiam por dentro.

As equipas eram grandes. A nossa e a deles. Avançávamos com grandes lusos. Baía, Pinto, Santos…Folha. Dois grandes russos. Kulkov, o calmo, tranquilo, pacífico Vassili. E o irreverente, Serguei “olha para mim a conduzir como um louco na Avenida da Boavista” Yuran. E o resto? Brasileiros. Aloísio = Classe. Zé Carlos = Inteligência. Emerson = Força. Uma tríade de perfeição futebolística no Bessa. Do lado do inimigo, um misto de experiência, loucura, velocidade, perfeição e talento. Querem nomes? Nogueira, Bóbó, Artur, Timofte e Sanchez. Chega? Chega. Era um excelente Boavista. Acabaram em 10º a cinco pontos da Europa. Mereciam mais.

O jogo começa. Duro, como se espera. A bancada abana, sofre, inunda a zona oeste da Invicta com cânticos, todos saltam, todos gritam, todos vibram. Os dois miúdos, o jovem e o amigo, também vibram, também gritam, também saltam. Embriagados com a emoção da partida, reunidos no meio dos correlegionários, apoiam e incentivam a equipa. E é no meio desta espiral de loucura futebolística que o Boavista marca. Sanchez, lá ao fundo, na baliza por baixo da bancada sul. A moral que roçava os cabelos nas nuvens do Valhalla caiu-me aos pés. “Foda-se”, gritei, “Havias de morrer, boliviano de merda!”. Corrigiram-me, diziam que era colombiano. “Boliviano, chavalo!”, respondi, “é um filho da puta dum merdas, mas é boliviano!”. Queria lá eu saber de que raio de antiga província hispânica da sudamerica ele vinha. Tinha-nos marcado um golo. Odiava-o naquele momento.

Não me lembro dos nossos golos. Chovia muito e estava longe, naquela gélida e elevada bancada no topo Norte do estádio. Vi-os ao longe, aos gritos. Vi Emerson a marcar e a empatar a partida, vi Kulkov a colocar-nos de novo na posição onde merecíamos. Enquanto Robson saltava no banco, um autoclismo voou para junto de Alfredo, rodeado de inúmeros isqueiros e moedas no relvado, porque telemóveis naquela altura estavam tão longe dos nossos bolsos como a prancha de skate do Marty McFly. Vencemos o jogo. Depois de terminado e de esperar na bancada que nos mandem para a saída, vou conversando com amigos, cantando aos nossos heróis, celebrando mais uma vitória no campo do inimigo. Era Cipião em Cartago, McCarthy nas Filipinas, Monty em El-Alamein. Triunfante, fora do estádio, ainda quente por dentro mas tremendo de frio por fora, voltei a sair, para festejar o novo ano que estava ali mesmo à beirinha.

Um derby, à antiga. Daqueles que, ao ritmo que as coisas vão andando, nunca mais vou voltar a ver.

PS: Sei bem que a foto não é desse jogo. Mas estamos a festejar o título no Bessa, em 1992. Pareceu-me adequado.

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Baías e Baronis – Gil Vicente 0 vs 0 FC Porto

foto retirada do MaisFutebol

Está a ser particularmente complicado arrancar, hoje à noite. Sinto-me como o Mariano quando tinha de controlar uma bola à primeira, nunca sabendo o que devia fazer, com tantos pensamentos (demónios, todos eles) a atravessarem-me a mona. O que eu vi foi o FC Porto, é certo, e foi o FC Porto 2012/2013, porque aquelas camisolas são iguais ao que já tinha visto na Supertaça. Estava lá o Hulk, o Lucho e um colombiano na frente…e pouco mais. O resto não me pareceu bem. Moutinho falhou dezenas de passes, Maicon travou a mente várias vezes, Otamendi parecia um júnior na Arménia a mandar bolas para a bancada e James fez mais um jogo de escondidas do jogo e do “vamos ver quantas voltas sobre mim mesmo consigo dar sem cair”. Foi mais um jogo frouxo, em que pouco pode servir como desculpa à lentidão, à exasperante falta de opções de passe e à aparente falta de vontade de jogar como antigamente se fazia, onde alguns loucos idealistas pensavam que era de facto melhor marcar um ou dois golos e gerir a vantagem, em vez de esperar pelo fim e tentar cruzar bolas à doido para ver se marcamos numa jogada de sorte. Eram loucos, eram. Notas abaixo:

 

(+) Lucho Um bom jogo de Lucho, muito interventivo e com um rendimento muito superior a Moutinho, o que não tem sido normal até agora nos jogos que realizámos. Constantemente a pedir a bola, foi quase um contrasenso ver Lucho, à medida que a equipa jogava no ritmo pastoso que via, era um dos poucos elementos que tentava de facto imprimir alguma velocidade no passe e na rotação de bola mais em cima do meio-campo adversário. Tentou vários remates, nenhum saiu particularmente perigoso, mas foi o jogador mais em destaque na criação de lances ofensivos pensados, exceptuando as arrancadas de Hulk, claro.

(+) Jackson Não marcou mas fez muito por isso. Tem um jogo mais posicional que Falcao e aparece menos de frente para a baliza que o compatriota (as comparações são inevitáveis, peço desculpa), mas tem um excelente controlo de bola e postura ofensiva suficiente para que os colegas lhe coloquem a bola em situações melhores que as que hoje teve. Bons trabalhos na área mas o fiteiro do guarda-redes do Gil estava em dia sim. Estupor.

(+) Hulk É fácil criticarmos as falhas, as perdas de bola e a excessiva conversa com o árbitro. Mas se formos a ver bem o contributo que Hulk hoje deu à equipa, é também fácil perceber que foi dos poucos que tentou, ao seu estilo, romper a defesa adversária e tentar o remate que tantas vezes nos deu as alegrias que queríamos hoje ter visto em Barcelos. Não o conseguiu e pareceu, como referiu um amigo num sms enviado pós-jogo, regredir uns anos quando mantinha a cornadura na relva e avançava como tanques alemães pelas Ardenas, mas à medida que o jogo ia avançando ia-se tornando evidente que os colegas simplesmente não estavam preocupados. E ele estava.

 

(-) James Mais um jogo “off” do novo 10. Fraco no 1×1 (é assim tão improvável conseguir driblar aquele idiota do defesa direito do Gil Vicente sem cair?!), terrivelmente ineficaz no passe e na transição ofensiva, foi quase invisível a presença de James em campo enquanto lá esteve. Preocupa-me a inconstância exibicional do colombiano, tendo em conta que é uma das poucas nuances tácticas que a equipa exibe em relação ao ano passado. Não o vejo a evoluir, não o vejo a explodir para um jogador que queremos que seja uma das putativas jóias da coroa por forma a conseguirmos vendê-lo, valorizado, daqui a uns anos. Tem de melhorar muito.

(-) Moutinho Completamente fora de jogo hoje, o nosso João. Sem ideias, sem passes de ruptura, sem concentração e sem cabeça. Esteve apagadíssimo no centro do terreno e acabou por desaparecer da partida depois da saída de Fernando, altura em que foi obrigado a ocupar uma posição (ainda) mais recuada em campo e mais central em relação ao jogo da equipa. Cansado pelo jogo da Selecção, talvez, mas não posso arranjar desculpas: Moutinho fez um jogo muito fraco.

(-) A coerência exibicional com a época passada Isto é que me deixa mais chateado e não consigo evitar ficar neste estado porque eu e todos os portistas aturámos uma temporada em que apesar do campeonato ter ficado do nosso lado, as exibições foram consistentemente fracas, desconexas, com recurso a lances individuais para decidir resultados e com muito poucos motivos para satisfação plena depois de noventa e pico minutos de futebol. O ritmo continua lento, as ideias continuam sem aparecer, os jogadores mantém-se numa movimentação arrastada e sem acelerações para uma competição que apesar de não ser do topo do futebol europeu, está perfeitamente ao nosso alcance. E perder pontos contra os Gis Vicentes deste campeonato é sinal de uma equipa que não quer subir, que não quer crescer, que parece estar enervantemente à espera que algo aconteça para mostrar alguma vontade. Fraco, mais uma vez. Quantas vezes é que já tive este discurso…


E lá vão dois pontos perdidos contra uma equipa que não poderia aspirar a mais que perder por poucos contra o FC Porto. Não consigo ter pena do Gil Vicente por só ter seis jogadores no banco, porque não conseguiram contratar mais nenhuma opção válida, yadda yadda. Tretas. O que me interessa é o FC Porto e APENAS o FC Porto. E hoje, mais uma vez, Vitor Pereira mas principalmente os jogadores decepcionaram-me bastante, o que já acontece desde Setembro de 2011. E custa-me ver que não vejo melhorias ao fim de tanto tempo, continuo a lamentar as jogadas falhadas, os passes a quarenta metros, as descombinações combinadas, os cantos que não causam perigo e os livres para a bancada. Estou decepcionado.

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Ouve lá ó Mister – Gil Vicente


Amigo Vítor,

Há quase oito meses atrás, no dia 29 de Janeiro, perdemos o último jogo no campeonato e o único que acabou com esse inusitado desfecho desde Fevereiro de 2010. Foram quase dois anos sem derrotas que terminaram nessa mesma noite, neste mesmo estádio que hoje visitamos, um dos poucos que foi de facto construído com as necessidades de uma equipa em mente, ao contrário de tantos outros por esta lusa terra fora, produtos da mente de delírios e sonhos utópicos e desfazados da realidade. Na altura dessa derrota, escrevi aqui (e se tivesse falado em voz alta os vizinhos teriam decerto ouvido): “Foi muito mau e há tanta ferida para lamber que nem sei por onde começar“, ou “o FC Porto jogou em Barcelos com uma inércia assustadora“, ou até “Estaria a roçar o inadmissível ver um jogo destes numa pré-época“, terminando com “A ausência de jogadas de combinação com um mínimo de fluidez de jogo criava um vazio que ninguém preenchia e deixava-me ainda mais inerte e preocupado“. Foi um jogo muito mau, como te lembras.

Mas a temporada é nova, o sol brilha e os passarinhos que conseguirem fugir dos caçadores…cantam. E a equipa, apesar de parecida, não o pode ser hoje à noite. Já soube que convocaste Hulk, Danilo e Alex Sandro. Não acho mal. Mas tem cuidado com os outros, os que cá estão desde início e não são tão maus quanto isso. Se o Mangala é uma adaptação e podes tirá-lo do sítio para fazer entrar um gajo que está habituado ao flanco, já os outros dois…se fosse a ti deixava-os no banco para começar. O Atsu e o Miguel Lopes podem dar conta do recado, vais ver.

Para arrancar bem o campeonato, só precisas de ganhar o jogo. Para limpar a imagem do ano passado, só precisas de ganhar o jogo por quatro ou cinco. Pois é, Vitor, quem gosta conta a um amigo, quem não gosta conta a cinco. E este ano, quero gostar.

Sou quem sabes,
Jorge

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Know your enemies

Em vésperas do nosso arranque na Liga, vamos dar uma olhadela pelos oponentes que vamos ter de defrontar nestas próximas 30 jornadas:


Académica – A equipa do nosso ex-capitão perdeu vários titulares (Cedric, Adrien, Diogo Valente, Éder, Abdoulaye…) mas como já vimos na Supertaça está com vontade de jogar e é rija do meio-campo para trás. Despacharam muitos lusos e trouxeram outros tantos brasileiros, continuando a tradição portuguesa de contratar à francês, mas com a fonte noutro continente. Cuidado com o Makelele que tem nome de jogador e pitões de Petit.

  • Estupores a ter em conta: Makelele, João Real.
  • Melhores nomes: Magique, Ogu e Nivaldo.

Beira-Mar – Uma equipa sem grandes nomes, agora que Artur, talvez o jogador mais perigoso no ataque, saiu para a Ucrânia. Entraram árabes, malaios, benin…enses (?) e mais alguns, mas tenho sempre algum receio que os nossos rapazes se armem em vedetas e facilitem contra estes conjuntos de “ninguéns” que depois se tornam bem complicados. E qualquer equipa que tenha o Hugo no plantel é uma equipa matreira. Velha, mas matreira.

  • Estupores a ter em conta: Joãozinho, Dudu.
  • Melhores nomes: Sasso, Nazmi Faiz, Koukou, Rafael Batatinha.

Benfica – Com a maior concentração de extremos na Europa desde os 1930s, os vermelhos avançam para esta temporada com dois anos de atraso em relação ao último título. Bem reforçados nalgumas zonas, continuam sem alternativas na lateral-esquerda e no meio-campo de transição (e se Witsel sair…óptimo!). Um ataque muito produtivo, que muitas vezes compensa alguma desconcentração defensiva. É o grande rival e para lá do onze titular terão um banco fortíssimo este ano.

  • Estupores a ter em conta: Aimar, Witsel e Maxi.
  • Melhores nomes: Melgarejo, Garay, Ola John, a dupla Luisão/Luisinho.

Braga – Sai Jardim, entra Peseiro, e não faço ideia no que vai dar. Podem fazer uma boa época, podem afundar-se cedo. Uma coisa é certa, tem um conjunto de jogadores experientes, com Hugo Viana, Custódio, Alan, Lima e o resto dos rapazes a darem garantias de um plantel forte. O meio-campo divide-se em dois blocos bem diferentes: os assassinos e os criativos. Djamal, Luís Alberto e Custódio de um lado, Hugo Viana, os dois Rubens e Mossoró do outro. Quim/Beto vão dar uma boa luta na baliza, aposto. Continuo a achar o Alan sobrevalorizado.

  • Estupores a ter em conta: Custódio, Lima, Éder.
  • Melhores nomes: Mossóró, Ismaily, Douglão.

Estoril – No ano passado fizeram um bom jogo no Dragão e só lhes ganhámos graças à inspiração do Givanildo. Rijos, estáveis, vencedores da II Liga em título, estarão a pensar em ficar por cá mais que um ano. Licá continua a ser um bom jogador mas as chegadas de Hugo Leal e João Paulo podem não ser suficientes para os manter na I Liga. Perder pontos com eles é imperdoável.

  • Estupores a ter em conta: Licá, João Paulo.
  • Melhores nomes: Gerso, Licá.

Gil Vicente – A única equipa que nos venceu no campeonato passado mudou um pouco a estrutura, com a saída de Hugo Vieira, Pedro Moreira e Zé Luís a mudarem o ataque. Um contentor de brasileiros chegou a Barcelos e não faço a menor ideia do que valem. Cuidado com Cláudio que deve continuar um perigo nas bolas paradas e César Peixoto no concurso para cabelo mais fashion da Liga.

  • Estupores a ter em conta: Cláudio, Tiero.
  • Melhores nomes: Pecks, Halisson, Pio, Luan.

Guimarães – Ah, estes. Continuo a gostar tanto do Vitória como de um furúnculo no ânus e a verdade é que a equipa é uma incógnita. Montes de gente nova e uma grande parte daqueles imbecis que nem precisamos de aprender a odiar sairam do clube. Que faremos agora sem Nuno Assis, Nilson ou João Alves nos relvados da nossa Liga? O ar certamente será mais respirável, não duvido. Alguns nomes conhecidos mas pouca informação sobre os novos. Espero para ver.

  • Estupores a ter em conta: N’Diaye, El Adoua, Barrientos.
  • Melhores nomes: Leonel Olímpio, André André, Amido Baldé.

Marítimo – Com David Simão e Ruben Brígido como únicas contratações sonantes, o Marítimo tenta manter-se vivo e desperto num campeonato que vê naquelas camisolas a única pseudo-representação das cores nacionais a ser exibida na bela ilha da Madeira. Mesmo assim não consigo dissociar a equipa do seu capitão, Briguel, um daqueles idiotas que ano após ano continua a receber dinheiro para representar o seu clube sem ninguém conseguir perceber muito bem porquê. As saídas de Roberto Sousa e Peçanha podem ser importantes e difíceis de substituir.

  • Estupores a ter em conta: David Simão, Ruben Brígido, Sami.
  • Melhores nomes: Olberdam, Héldon, Fidélis.

Moreirense – O Boavista verde chega de novo à Liga com a vontade de por cá ficar. Um plantel quase desconhecido a este nível, mas a experiência na segunda Liga vai poder mostrar ao país (via SportTV) que os inimigos figadais dos de Guimarães estão prontos para uma luta que se adivinha complicada.

  • Estupores a ter em conta: Fábio Espinho, Tales, Pablo Olivera.
  • Melhores nomes: Jô, Pintassilgo, Tales.

Nacional – A equipa do nevoeiro continua a viver cheia de saúde e com dezenas de novos jogadores a chegarem ano após ano. A saída de Neto e Ricardo Fernandes faz renovar a defesa e Pecnik e Anselmo desfalcam o ataque, mas a permanência do badocha mais sobrevalorizado do nosso campeonato (Mateus) faz deles mais uma vez uma equipa perigosa para o meio da tabela. E que por favor comprem um desumidificador em condições para quando lá formos jogar se possa ver pelo menos vinte minutos de jogo.

  • Estupores a ter em conta: Candeias, Rondón, Mihelic.
  • Melhores nomes: Ass Sy (o melhor de todos os nomes), Isael, Revson, Mexer.

Olhanense – Com Sérgio Conceição a ficar/ir/lutar/treinar, a época parece arrancar difícil, apesar da vitória de ontem. Com Ricardo na baliza, Nuno Reis na defesa, Fernando Alexandre no meio-campo e Targino na frente, só faltam mais sete gajos para criar uma equipa digna de lutar para ficar na Liga. Poucas mais serão as aspirações dos rapazes lá de baixo, ainda assim aprecio o futebol lutador e empenhado, com defesas recuadas e meio-campo a tentar pôr a bola em órbita. Enfim, Wilson Eduardo e Salvador Agra farão falta.

  • Estupores a ter em conta: Nuno Reis, Fernando Alexandre.
  • Melhores nomes: Yontcha, Abdi, Babanco, Boka.

Paços de Ferreira – Mais uma temporada para o Paços na Liga, o que acaba por ser extraordinário tendo em conta o orçamento e o investimento feito em jogadores novos. Saem Melgarejo para jogar no Benfica, juntando-se a ele Michel e Luisinho para não jogarem no Benfica. Mas ficam dois dos maiores assassinos do futebol português: André Leão e Filipe Anunciação. Não gosto daqueles gajos.

  • Estupores a ter em conta: Caetano, Cohene, Antunes.
  • Melhores nomes: Uillian Correia, Abdullah Alhafith.

Rio Ave – Muito sangue novo, muita juventude e acima de tudo um treinador novo que vai tentar dar um ar da sua graça (get it? Espírito Santo? bah…) a uma equipa que tinha a marca de Carlos Brito desde há alguns anos. Acima de tudo tem nomes desconhecidos mas muita experiência, com Vitor Gomes, Tarantini, Vilas Boas, Rodriguez e João Tomás a assegurar a passagem para o que parece ser uma nova geração. A seguir com atenção.

  • Estupores a ter em conta: João Tomás, Del Valle, Filipe Souza.
  • Melhores nomes: Tope Obadeyi, Feliz, Wires, Lionn.

Setúbal – Sem dinheiro para mandar cantar um cego paralítico nas ruas de Kandahar, lá vão sobrevivendo com ajudas de vários lados e promessas eternas de sanearem as contas. Saiu Miguelito (mais um idiota emigrante), Hugo Leal, Djikiné e Neca, mas entraram…montes de fulanos que nunca ouvi falar. Jeitosos? Talvez. Mais uma enorme incógnita que vai andar pelo nosso campeonato a bombear bolas para a frente e esperar ter sorte. E esses costumam ser os mais tramados.

  • Estupores a ter em conta: Bruno Amaro, José Pedro.
  • Melhores nomes: Sassá, Meyong, Gallo.

Sporting – Nunca se sabe o que se pode esperar do Sporting. Futebol de levantar estádios, gravíssimas falhas defensivas, golos do outro mundo e reclamações quixotescas contra moínhos que eles próprios edificam. Mas o plantel parece ter qualidade e talvez tenha apenas faltado alguma estabilidade à equipa para começar a jogar bom futebol. Compraram experiência para a zona defensiva e no ataque estou curioso com Viola e Labyad, mas creio que vai ser a época de Carrillo. Podem estar lá na frente para nos chatear a cabeça e com alguma sorte até chegar ao título. Não vamos deixar que isso aconteça, estejam descansados. Ah, e saiu o João Pereira. Praise the Lord!

  • Estupores a ter em conta: Izmailov, Rinaudo, Carrillo.
  • Melhores nomes: Labyad, Viola, Xandão, Boeck.

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