How my mighty have fallen

Desde há alguns anos a esta parte, sempre que quis ouvir algum relato na rádio, a escolha era automática. 105.3 éfeéme, na zona do Porto, era a frequência que sintonizava para seguir um jogo que queria ver e não estava a ser televisionado, ou quando ainda viajava de automóvel pelas sinuosas estradas do Grande Porto ou até do Não-tão-grande-por-comparação-com-outros-países Portugal. Foi e muito provavelmente continuará a ser a minha principal fonte de notícias e informação generalizada sobre o mundo que me rodeia e que recebo via telefonia. Sem fios, como eles.

Mas neste passado Domingo, desiludiu-me escutar a emissão da TSF enquanto ia saindo do belo tasco em Espinho onde assisti ao clássico. Se João Rosado não me merece desde há muito um grau de respeito que o faça digno de figurar num rol de figuras que creio terem lugar numa rádio de respeito (falei disso já aqui, por alturas do Sevilha vs Porto e onde Rosado falava, mas na SIC), João Ricardo Pateiro e Mário Fernando foram demasiado…como dizer…desculpadores das atitudes de João Ferreira e de Maxi, brincando um pouco com a situação à medida que Vitor Pereira se ia indignando na flash e na posterior conferência de imprensa transformada num rant pessoal. E sou totalmente insuspeito para falar destes dois homens, já os tendo elogiado no passado aqui no burgo (Mário Fernando aqui ou aqui, e João Ricardo aqui) e continuando a tê-los em boa linha de conta, o que ainda me deixou mais entristecido pelo sucedido.

Logo após o final do jogo, Rosado tentou por várias vezes retirar mérito ao discurso de Vitor Pereira e das queixas do FC Porto em relação à arbitragem deste jogo em particular através de uma obtusa busca por lances idênticos que contrariassem o tema em questão. Um dos exemplos que descobriu foi a cabeçada ao lado de Aimar, onde a bola já estava fora na altura em que o lance foi assinalado como fora-de-jogo, que pareceu inexistente. Os lances da primeira parte, os de Defour, Varela ou Alex Sandro, não mereceram análise. O lance de Matic foi analisado por todos como passível para segundo amarelo e consequente expulsão. Bem, como é consenso geral.

O pior, mais estranho e francamente suspeito, foi a revista do lance de Maxi. Nem João Ricardo nem Rosado acharam que o lance fosse merecedor para vermelho. Fair enough, são opiniões, não é por divergirem da minha que me vou chatear com eles, afinal nem são árbitros nem lhes pagam para o ser. Mas que São Pavão me perdoe se o Maxi não tem uma lista de todos os telhados de vidro que pairam na nossa sociedade e está pronto a colocar as novas todas cá fora para o mundo saber caso alguma vez seja prejudicado. Rosado e Ricardo rapidamente se apressaram a desculpar o árbitro pela não-expulsão não pelo critério no lance em si mas pela inexistência de cartões até aquela altura, referindo mesmo que vários jogadores do FC Porto também teriam tido direito a um tratamento idêntico na mesma situação, nas mesmas exactas circunstâncias. Nessa altura quase carreguei na buzina do carro em plena A29, tal foi o meu espanto. Ora se a arbitragem foi tão apaziguadora, tão disponível para manter cartões no bolso para que todos terminassem em abraço fraterno no centro do terreno como companheiros de armas com cores diferentes, nada mais digno e salomónico que não dar cartões a ninguém. Mais uma vez, critérios, aceitáveis como quaisquer outros. E arranca Rosado a enumerar lances de faltas de Lucho, Moutinho et al, todos eles ostensivas arrancadelas de relva que passaram impunes de cartão, como cavaleiros de um apocalipse iminente que só não foi o dos Maias porque não vestiam de azul-e-branco. E nem nesta altura de caça a improváveis bruxas se dignou Mário Fernando de introduzir a sua excelente voz radiofónica no meio deste desterro de desonestidade intelectual para pôr alguma ordem no galinheiro (uma dupla metáfora que era irresistível) e afirmar, como já o fez em diversas alturas, que os árbitros só são contestados para justificar derrotas, uma atitude digna mas de pouco conteúdo quando há um lado que ficou a perder com os factos. E todos, em coro angelical, proclamaram que João Ferreira devia ter tomado controlo do jogo mais cedo e atribuído mais cartões para segurar as emoções mais fortes. E ninguém se lembrou de dizer que caso o tivesse feito, Maxi não só estaria de banho tomado mas de fato vestido pelo final da partida.

Desiludiram-me, sinceramente. Não esperava que alegassem que Maxi é um touro e que só verá vermelho na vida dele quando olha para a camisola que veste ou quando mira um adversário que pretende tombar. Esperava sim que validassem as nossas razões, como adeptos imparciais que dizem ser. Não o foram. Tenho pena.

PS: Já agora, é uma nota rápida e simples de perceber. Sabem quando é que se consegue perceber que o Benfica foi beneficiado? Quando Jesus elogia a arbitragem e não entra em modo Xena-a-anfetaminas na conferência de imprensa a disparar a torto e a direito para tudo o que é alvo do perdigoto e da eloquência de taberna. Porque quem se exalta, realmente, parece que às vezes até tem razão. Por isso parabéns, Vitor, defendo a tua reacção. Não sei como é que não chamaste o Paulinho e lhe disseste: “ó caxineiro, queres dar uma perninha? dá uma fueirada ali no catorze. vai, querido, dá-lhe amor.”

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Baías e Baronis – SL Benfica 2 vs 2 FC Porto

retirada de desporto.sapo.pt

Pensei em apelar ao sentido lírico e começar com metáforas parvas sobre os incidentes durante o jogo, a arbitragem, a idiotice de Artur, ou as inclementes entradas de Maxi. Mas deixo esse lado mais romantizado para as notas, mais abaixo. Por isso afirmo aqui já à partida: o empate é justo. Ambas as equipas tentaram ganhar, com mais ou menos inteligência emocional e táctica, com jogo mais directo ou mais trabalhado. Lutaram todos na busca de um resultado mais positivo que a partilha dos pontos e conseguiram aguentar as estúpidas emoções de um dos quartos-de-hora mais emocionantes de sempre num clássico. O FC Porto esteve bem, não perfeito, longe disso, mas nunca desistiu do jogo, nunca se desconcentrou tacticamente e conseguiu um empate que nos deixa com uma vantagem teórica mas acima de tudo moral. Notas abaixo:

(+) Mangala. Proponho mudarmos o nome do rapaz de uma vez por todas para Mangalho. Mangalhão, para os mais excitáveis. Ponham na camisola essa palavra para impôr o respeito que o moço faz por merecer quando entra em campo, de maneira a que os adversários possam olhar para ele e verem o nome antes de levarem com ele. Fez um jogo estupendo, com uma segurança impressionante no centro da defesa, ofuscando Otamendi mas acima de tudo quase fazendo desaparecer Cardozo do jogo…literalmente, depois de um choque mais que tardio. Esteve em grande, marcou um golo e foi um patrão impossível de controlar, levando a bola para a frente para ajudar o ataque, arrastando jogo pela relva e pelo ar e mostrando a todos que é um jogador pronto para ser titular a 100%. Maicon, rapaz, não sei que te faça: se o Mangalho continuar a este nível…tens de trabalhar muito para lhe roubar o lugar.

(+) Jackson. Não parou todo o jogo, a roubar bolas ao adversário mas acima de tudo a manter o esférico em posse na zona ofensiva enquanto esperava pelo apoio dos colegas que, devo dizer, apareceu mais frequentemente que noutras alturas. Marcou um golo numa daquelas oportunidades à ponta-de-lança e redimiu-se de um lance quase idêntico que em Zagreb deixou os adeptos loucos depois de o falhar. Continua a ser excelente a funcionar como pivot, a receber de costas e a recuar para rodar a bola para o sítio certo.

(+) Luta, empenho, garra. A moral, depois dos primeiros dezasseis minutos, deveria pender para o lado do Benfica, porque recuperar duas vezes de um resultado negativo é motivo suficiente para elevar o espírito do zombie mais incauto nestas coisas da bola. Mas o FC Porto nunca deixou de se manter controlado, seguro nas transições, capaz na gestão da bola a meio-campo e preocupado em abrir o jogo para os flancos quando era preciso e de controlar a zona central em alturas mais complicadas de pressão alta do Benfica, que apesar de intensa nem sempre foi bem executada. E admito que me surpreendeu o empenho dos jogadores em provar que o campeão está em forma nos grandes jogos, que a capacidade de luta está ali bem viva no coração dos jogadores e que me enganaram num ou noutro jogo em que pensei que a alma se tinha afastado para locais mais tranquilos. Gostei de ver e orgulho-me do trabalho que desempenharam.

(-) A hesitação no alívio em zona perigosa. Critiquei, como tantos outros, as hesitações de Danilo, Maicon, Fucile e tantos antes deles no alívio da bola em zona defensiva, particularmente quando o adversário pressiona sempre com vários elementos à entrada da área. E continuo a não acreditar em sortes e azares, especialmente naquelas estúpidas situações em que se vê a bola ali, tão perto da linha de golo, e o nosso jogador teima em tentar controlar o esférico e dominar as circunstâncias valendo-se apenas da sua valia individual. Mas é muito simples e é algo que se explica a todos os miúdos que começam a jogar e que não façam parte das escolas do Barcelona. Passo a citar as palavras de tantos treinadores de escalões de formação: “Em zona de perigo, manda a bola com as putas!”. Palavras sábias.

(-) O nosso banco e as não-opções. Tozé, Sebá, Kelvin e Izmaylov. Estas eram as opções ofensivas no banco do FC Porto para este jogo. Se as circunstâncias fossem diferentes, e era tão fácil que fossem diferentes tendo em conta a valia do adversário, era este o naipe de jogadores que estavam disponíveis para o treinador conseguir virar o jogo. Contra o Benfica. Na Luz. Não chega, e todos concordamos que não chega, por isso é sinal evidente que teremos que ir ao mercado buscar pelo menos mais um jogador de ataque, especialmente para um dos flancos. Tem de ser um fulano jeitoso, para impacto imediato. E baratinho. Pois.

(-) Maxi, o protegido depois de tantos outros. Não é a primeira vez que acontece e tenho a certeza que não será a última. Já no passado mês de Abril, enquanto assistia à derrota do Benfica em Stamford Bridge, vi Maxi a ser expulso e não resisti a escrever sobre o assunto e a ir remexer o brilhante passado do fulano no nosso campeonato. E continuo a não me surpreender com esta protecção que é estendida a este e tantos outros jogadores do Benfica aqui por terras lusas, com expoentes máximos em jogos contra o FC Porto. Desde as cabeçadas de Luisão às patadas de Javi, passando pelas calcadelas de César Peixoto, os pontapés de David Luíz ou as cotoveladas de Cardozo. É um rol interminável de lances que se sucedem nestes clássicos e que são levados sempre pela ramada, sem problemas, com os jogadores a manterem-se em campo durante o equivalente a centenas de minutos nos jogos em que nos defrontam. E a desonestidade intelectual de tudo que é imprensa, desvalorizando os lances em favor da “atitude”, da “luta intensa”, do “esforço” e do “empenho em todos os lances” que estes animais podem aplicar em campo, não é minimamente surpreendente. Entre os afortunados esteve Matic (que grande jogo fez este rapaz, muito melhor jogador do que pensei), que deveria ter levado o segundo amarelo, mas principalmente Maxi, que com uma entrada a varrer com as pernas à altura da coxa do adversário, acabou por levar um amarelo quando devia ter sido expulso, isto depois de um jogo em que tudo valeu, obstruções, empurrões e rasteiras a serem distribuídas tão facilmente como um pedófilo a atirar rebuçados para os putos à porta de uma escola primária. Maxi, com o sorriso bem cravado no rosto, safa-se. Como sempre. Como tantos outros que usam a mesma camisola. E não falo dos foras-de-jogo, porque são complicados de decidir, rápidos, difíceis sem repetições. Mas estes, os lances que dependem do critério dos Joões Ferreiras…esses tendem sempre para o lado certo.


Um empate é um empate e são dois pontos perdidos…a não ser contra o principal rival, especialmente no campo deles. Acima de tudo há que compreender os problemas que se colocaram perante Vitor Pereira e que lhe podem ser colocados apenas numa perspectiva de ter ou não no banco alternativas credíveis e com experiência necessária para este tipo de jogos que, digam o que disserem, não são iguais aos outros. Se as ausências de Atsu e Iturbe (meh) eram previstas, a falta de Maicon, James e Kleber fizeram com que as opções do treinador fossem bastante limitadas para o ataque e que a convocatória e utilização de Izmaylov não fosse sequer esperada nem suficiente. Um empate é um empate. E um empate a dois na Luz é um bom empate.

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Ouve lá ó Mister – Benfica


Amigo Vítor,

Vai com toda a certeza haver muita gente a guinchar-te aos ouvidos logo à noite em Lisboa. A cidade é grande, o estádio também, e o povo vai correr para o estádio com sede de vingança e cheios da moral vermelha que invade sempre a capital nestas alturas. E tu sabes tão bem quanto eu que é nestes cenários que tu e os teus melhor sabem viver. E tens uma nação azul-e-branca atrás de ti, sempre a puxar, a apoiar, a vibrar contigo.

Mas mentia-te se te dissesse que não estou apreensivo, Vitor. Estamos todos, é um jogo grande e antes dos jogos grandes há quase sempre uma dose enorme de sentimentos contraditórios, a roçar aquela estúpida fronteira da elação e do pânico, onde fico num clima de bipolaridade de sensações e estados de alma que só intensas doses de álcool, tabaco e companheirismo dragão servem para ajudar a passar a toleima. Faltam gajos, uns mais importantes que outros, mas faltam-te opções válidas e não julgues que não sabemos disso. E todos percebem que o jogo é difícil, o adversário é guerreiro, lutador e deves encará-lo como honrado, por muito que possamos todos pensar que não o é. É um rival, é O rival, é aquele símbolo da vil dominação da capital, representante-mor da bota que nos calca e pisa e chuta e humilha sempre que pode. E não te faças valer do passado, Vitor, não chega. É hoje que se decide tudo, é essa a mensagem que tens de passar para dentro, é hoje que esta merda começa a inclinar para o nosso lado e nunca mais passará de hoje.

E hoje, meu caro Vitor, estimado e orgulhoso treinador do meu clube, vou estar no mesmo sítio em que aqui há uns largos meses pulei da cadeira onde estava sentado e, pontapeando acidentalmente outras duas cadeiras e urrei sei lá quantos decibéis acima do permitido por lei, na altura que o Maicon marcou o golo da vitória na Luz. Vou estar rodeado de portistas, pleno de esperança que me mudes o pessimismo natural que me invade o cérebro nestas alturas e proves que esta batalha é nossa.

Lutem, é tudo que vos pedimos, a ti e aos teus rapazes. Lutem, lutem muito, rasguem as camisolas, sujem os calções, amarrem os ombros ensanguentados com um torniquete, ponham talas nos perónios fracturados, façam trinta por uma linha, das tripas coração, qualquer metáfora que sirva. Mas lutem. É tudo o que vos pedimos.

Sou quem sabes,
Jorge

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Quinze

retirada do facebook oficial do FC Porto

Fico sem saber como raio se escreve o nome do rapaz. Izmaylov ou Izmailov? Anda um gajo seis anos a insultá-lo com “i” para agora o aplaudir com “y”?! Coerência, senhores! Ainda assim, em homenagem ao número 15 que terá colado nas costas, revisitemos a lista dos que passaram pelo nosso plantel e usaram o mesmo número:

 

1995/1996 Bandeirinha
1996/1997 Silvino
1997/1998 Neves
1998/1999 Miklós Fehér
1999/2000 Miklós Fehér
2000/2001 Dmitri Alenichev
2001/2002 Dmitri Alenichev
2002/2003 Dmitri Alenichev
2003/2004 Dmitri Alenichev
2004/2005 Leandro
2005/2006
2006/2007 Ezequias
2007/2008 Lino
2008/2009 Lino
2009/2010 Álvaro Pereira
2010/2011 Emídio Rafael
2011/2012 Emídio Rafael
2012/2013 Emídio Rafael / Marat Izmai(y)lov
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Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 0 Vitória Setúbal

Não há muito a dizer sobre o jogo, sinceramente, e teria de apelar a seis musas, quatro flasks de whiskey e duzentos e vinte doses de café queniano para me começar a incentivar a pintar um retrato do que se passou hoje à tarde no Dragão. Escalpelizando o jogo ao mínimo, a vitória é nossa com todo o mérito, com ou sem penalties, mais ou menos forçados. Não há como esconder: já estou a pensar em Domingo. Vamos a notas, sem exageros:

(+) Moutinho. Certinho, inteligente, sem inventar, a pautar sempre o jogo com a calma do costume e a tentar soltar a bola para Kelvin ou Sebá tentarem brincar e/ou irromper pela agressiva defesa do Setúbal (trauliteiros, hã?) mas com a imagem de marca que me habituou desde que veste aquela bela camisola: quando não dá, volta para trás e roda para o colega do lado. Jogou prático, simples, sem nervosismos. Como lhe pedimos.

(+) Castro. Esteve bem, finalmente. Rijo no confronto individual, mais calmo e pacífico na posse de bola, fez noventa minutos bem melhores que os habituais quinze ou vinte em que entra nervoso, a tremer, sem confiança e com agressividade em excesso. Talvez comece a assentar um bocado a cabeça e sirva como opção para permitir a Lucho descansar um ou dois jogos, se bem que com Izmai(y)lov a chegar possa ter de provar que é um elemento útil. Hoje, foi-o, e ainda bem.

(-) Um ataque formado por Defour, Sebá e Kelvin. Todos estávamos à espera de poupanças, mas acho que se perguntassem a alguém nos arredores do Dragão no arranque da época: “Meu caro, tente adivinhar qual será o tridente ofensivo do FC Porto no último jogo da fase de grupos da Taça da Liga?”, se alguém respondesse acertadamente era de extremo valor levá-lo a uma papelaria para jogar nos milhões. E se Sebá, apesar do jogo jeitoso que fez, ainda parece verde para estas andanças (vá-se lá saber porquê, os nossos jogadores jovens desde há uns anos são muito verdinhos, muito complicadinhos, muito fraquinhos, muito pouco combativos…e muito pouco aproveitáveis), Kelvin já tem um ano de primeira liga mas é como se viesse agora dos juvenis, tão insípidas são as jogadas de ataque que tenta e raramente concretiza. Sobrou Defour, o trinco/volante/extremo/sapateiro/farmacêutico/membro do GOE – sei lá o que falta ao rapaz fazer – que teve mais vontade que produtividade. O plantel é curto? You bet.

(-) Vitória de Setúbal. Estar a jogar contra uma equipa do FC Porto com o ataque descrito acima e um meio-campo a parecer o Chelsea de Mourinho (uma espécie de Makelele, Mikel e Essien em versão mais esbranquiçada e com mais branco na camisola), criou aí umas duas oportunidades de perigo para a nossa baliza. É um campeonato fraco, tão fraquinho, cheio de equipas a sobreviver ano após ano, rodeados do fausto de três ou quatro equipas que conseguem brilhar um bocadinho acima da medíocre média que pauta a nossa liga. Uma miséria, que nos rouba a motivação, a alma e de vez em quando o campeonato.


Acabada esta fase da Taça da Liga, é curioso que estejamos em excelente posição para chegar à final, o que vai levar a que grande maioria dos adeptos comece a olhar para esta treta como se fosse uma competição a ganhar. E até pode bem transformar-se nisso mesmo, mas não tenho dúvida que será sempre olhada de lado. Ainda assim, os meus parabéns aos moços e às doze mil pessoas que foram ao Dragão numa tarde de chuva miudinha e tempo fresco na Invicta para ver um jogo que, até ver, foi a feijões.

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