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Baías e Baronis – Valencia CF 1 vs 1 FC Porto (2-0 em penalties)

foto gamada de record.pt

E, ao quinto jogo, o FC Porto perdeu. Perdeu sem perder, mas perdeu. O jogo foi duro, rijo, exactamente o que precisávamos para abanar a confiança e colocar os rapazes num patamar mais pronto e mais preparado para uma época que, como de costume, se adivinha difícil. O Valencia não jogou bem e o FC Porto optou, como excelente convidado, por não lhes estragar o ambiente que tinha criado para a estreia de João Pereira, que cria em mim um pequeno monstrinho sempre que joga contra nós, de tanto que me apetece partir-lhe o focinho ao murro e urinar-lhe nos dentes até que ficassem tingidos de amarelo. Enfim, um amor de pessoa. All in all, um mau resultado mas um óptimo treino. Vamos a notas:

 

(+) Defour Foi o melhor no Mestalla. Não concordam? Acredito, mas mantenho o que disse. Porque foi o garante da organização defensiva com Lucho a perguntar a cada perna o que quer fazer depois de jantar e Fernando exageradamente recuado para causar mossa na criação de jogadas ofensivas do adversário (sim, o homem cortou muitas bolas mas quase todas muito perto da nossa área) e conseguiu com maior ou menor clarividência levar a bola para a frente e tentou sempre jogar de cabeça levantada. Não é Moutinho porque lhe falta o passe vertical em vez de apenas tentar o lateral, mas é útil e gosto do rapaz. Tenho uma queda para estes moços, os Maniches, os Soderstroms, os Semedos, talvez porque me revejo um bocado na forma de jogar deles. Shoot me.

(+) Otamendi Esteve muito bem o cortador-de-relva argentino hoje à noite. Certo na defesa, com algumas (poucas) descoordenações com Sereno, conseguiu jogar a um nível superior a Maicon, muito distraído em demasiados lances e MUITO mais descoordenado com Miguel Lopes. E foi autor de um senhor remate que quase partia a baliza do Valencia. Nada mau.

(+) Helton Começou mal o baterista dos H1, com algumas tentativas de passe longo que saíram tão bem como um gajo no tiro olímpico de AK-47. Mas foi graças a Helton que não perdemos o jogo por uma margem de três ou quatro golos, tantas foram as intervenções seguras que fez perante remates não-muito-fortes dos fulanos de branco. É para isto que se quer um guarda-redes.

 

(-) Ao ritmo dos passes falhados Fomos lentos hoje no Mestalla mas acima de tudo fom…não, só fomos lentos. O jogo de passe suporta-se em três ou quatro ideias-base: manter a bola na nossa posse, atrasar a progressão no terreno, fazer rodar o esférico entre os jogadores até que se criem linhas de passe em condições, não perder a cabeça nem apelar ao sistema nervoso central e principalmente fazer o passe certo na altura certa para a zona certa. Mas para isso é preciso que o lateral direito faça o “overlap” quando o extremo entra para…dentro, que o ponta-de-lança receba o apoio necessário, que ataquem mais de 4 jogadores e que não haja perdas de bola absurdas a meio campo. Ou atrás dele. Ou na área. Porque hoje vi mais uma reediçao do já eternamente conhecido concurso que os adeptos portistas podem considerar: “Quem faz o passe mais imbecil?”. É enervante de ver.

Não foi fácil mas não era suposto ser. O que me deixa um pouco preocupado será talvez a incapacidade de conseguir alguma consistência de jogo numa altura em que a Supertaça se vai aproximando e o arranque da época já não está muito longe. É verdade que ainda temos decisões para fazer e é nesta altura que o treinador deve experimentar com todas as alternativas possíveis, mas custa-me ver que há ainda muita coisa a trabalhar e começa a haver pouco tempo para isso. Não me tira o sono, só me arrelia um bocadinho.

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Baías e Baronis – CD Santa Clara 0 vs 3 FC Porto

imagem gamada de http://odragao.blogspot.pt

Gostei. Mais uma vez, gostei. Aprecio o empenho dos rapazes e a capacidade de encarar estes jogos com mentalidade competitiva e sem brincar em demasia. É evidente que o ritmo é mais baixo, que o adversário pode não ser do melhor que há, que as substituições são milhentas e quebram a emoção do jogo…todos sabemos isso. Mas é para isto que serve a pré-época, para perceber se Atsu entende as movimentações dos colegas, se Castro roda bem a bola, se Djalma está mais calmo ou se Kleber já consegue controlar uma bola de primeira. Nem tudo é possível, como vimos, mas o FC Porto já joga algum futebol. É preciso continuar a construir em cima do que vamos conseguindo fazer em campo, prosseguir na integração dos (tantos) jovens valores que temos e começar a encaixar as peças onde são mais necessárias. Preparar a época, no fundo. Vamos a notas:

 

(+) Atsu Sabe parar na altura certa, controlar a bola com calma, perceber o timing certo para o arranque, fintar na dose correcta e cruzar com intenção. Sabe levantar a cabeça, esperar pelo lateral, fazer diagonais para o centro, aparecer na área e aproveitar o apoio do ponta-de-lança. Sabe isso tudo e tem-no feito várias vezes em vários jogos contra vários adversários. Sabe isso tudo. Pode ser um rapaz estupidamente útil em inúmeros jogos e TEM de ficar no plantel.

(+) Kelvin Hoje pareceu melhor, o trunfas. Mais inteligente, com menos tiques de excessivo adorno nos lances e um sentido prático bem mais afinado. Vê-lo a jogar de cabeça levantada só pode dar esperança ao mais cínico dos críticos. Tem muito potencial este miúdo e apesar de não ter a certeza se deverá ficar no plantel já este ano, a verdade é que está a crescer e a evoluir desde o primeiro jogo da pré-temporada. Uma coisa é certa: extremo não é. Não o ponhas lá, Vitor, o moço vê o James no meio e é ali que quer jogar. Deixa-o.

(+) Castro na segunda, Defour na primeira O belga convence-me pelo que não faz. Não faz passes parvos, não tenta desmarcações impossíveis, não inventa jogadas miraculosas, não perde a bola com facilidade. Ainda tenho alguma dificuldade em dissociá-lo de um Soderstrom 2.0 (um dos jogadores mais subaproveitados que me lembro de ver no FC Porto), mas gosto de o ver a jogar. Castro, por outro lado, é incansável, se bem que continua sôfrego na forma como se lança no jogo com ou sem a bola. É espalhafatoso no corte e parece sempre tentar demais, com vontade a mais e calma a menos. Mas pode também ser bastante útil nalgumas circunstâncias, especialmente com o jogo meio ganho, por muito redutora que possa ser esta visão pessimista de um jogador de futebol. Ah, e tem de ser mais perfeito no passe. Mas teve nota positiva hoje nos Açores.

(+) Maicon Só uma palavra para o descrever: líder. Podemos ter aqui finalmente um patrão para a defesa, papel que Rolando sempre tentou mas nunca conseguiu e que Bruno Alves ostentou mais à força que propriamente por talento. Tem um handicap que lhe pode ser fatal: excesso de confiança. Espero que nunca perca a humildade, porque se continuar nesta trajectória, temos um central a sério para alguns anos. Ou vários milhões, o que vier primeiro.

 

(-) Kleber Moço. Tu, francamente, não me deixas pensar bem de ti durante mais que uma semana. Fez mais um daqueles jogos que me faz pensar no porquê de termos um ponta-de-lança que age tão pouco como tal, com enormes falhas de posicionamento e uma quase impossibilidade técnica no domínio de bola, foi o oposto do que Jackson fez na primeira parte. Se o colombiano recebia bem a bola e rodava para os médios interiores para prosseguirem com o lance, o brasileiro…não. Tanto “não” que me deixa preocupado, porque com Janko no estaleiro e Jackson ainda com pouco ritmo, Kleber mantém esta sinusóide de exibições em que brilha com eficácia de matador num jogo e no próximo é digno de estar ao lado de um qualquer Baroni. Trabalha, mas produz muito pouco.

(-) Lucho “El comandante” esteve fraquinho hoje de tarde. Exageradamente lento, acertou passes a menos e perdeu bolas a mais, mostrou muitas dificuldades para perceber a melhor forma de agir em campo e algum cansaço depois de vários jogos, nunca chegou a entrar em jogo e saiu muito bem ao intervalo.
Fazer este tipo de crónicas em tempos de pré-época é uma tarefa complicada. Acima de tudo, pela necessidade de manter a coerência e a correcção em relação a um grupo de jogadores que ainda está em formação, com algumas ausências importantes e a tradicional incerteza acerca de quem ficará ou não no plantel. Elogiar uns e criticar outros acaba por ser uma forma leviana de avaliar aquilo que, no fundo, não passa de um treino com público. Mas, seja a que ritmo for, um jogo não deixa de ser um jogo e hoje o FC Porto jogou bem. Fê-lo quase sempre com inteligência na posse de bola contra uma equipa que será sempre mais uma daquelas que nos vai causar chatices durante toda a temporada. É da segunda liga, dir-me-ão, nem vai jogar contra nós a não ser que nos calhe nas Taças. Certo. Mas se viram o jogo concerteza notaram que não há grandes diferenças em relação a um Setúbal ou um Moreirense, tirando uma ou outra cara conhecida com talento extra. O resto, a táctica, a estrutura defensiva, a mentalidade, é parecida: parar o ataque do FC Porto com agressividade positiva e tapar caminhos para a baliza. É contra estas equipas que se ganham campeonatos. E hoje mostramos que estamos no bom caminho.

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Hoje não há B&Bs

Espero que compreendam. O dia foi longo e só agora estou a começar a ver o jogo contra o Celta.

Estou a gostar de ver Maicon e Atsu. É interessant…não, é melhor não dizer mais nada. O Fernando acabou de mandar a bola para Mortágua.

No próximo jogo volto em força, prometo.

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Reconsiderando Sereno

O caso de Sereno é mais difícil de resolver que os outros. Talvez parecido com o de Castro, porque as opções para a posição onde vai jogar são abundantes, apesar de nenhuma ser considerada imprescindível para o bom funcionamento de uma defesa unida e coesa. Maicon será provavelmente o defesa com a maior percentagem de aprovação nos dias que correm (bons tempos, ei, cara? se lembra de quando chegou à cidade? como a vida muda, irmão…), mas Rolando continua a ser um elemento importante mais pela experiência que pela qualidade, ao passo que Otamendi é sempre candidato a titular, com Mangala à espreita de uma oportunidade.

Sereno, chegado no verão de 2010 a custo zero, fez impacto logo no início, no jogo amigável contra o Ajax, no Dragão. O impacto foi na sua grande maioria sentido pelo lombo do holandês que apanhou com uma patada nas costas, mas o público viu logo do que é que o rapaz era feito, muito à imagem de Emílio Peixe, que num dos primeiros jogos pelo FC Porto no saudoso (sim, a palavra está gasta mas a nostalgia permanece) Estádio das Antas entrou aos 70 e tal minutos e aos 70 e tal minutos e alguns segundos saca de uma tesourada às pernas do adversário que ainda hoje deve estar a pensar que raio de animal peludo é que o atropelou ali mesmo no meio do relvado.

Continuou até ao final da época, vencendo tudo que havia para vencer e imortalizando-se naquela corrida atrás do pobre Valdés, atrapalhando-o e salvando um golo feito que daria o empate ao Sporting. Saiu no ano seguinte e continuou a carreira no Colónia (com mais um anúncio perfeito no site oficial, que opta tradicionalmente por uma aproximação subtil a estas matérias…tão subtil que nem delas fala), fazendo 26 jogos onde recebeu sete amarelos e um vermelho, sem evitar que os alemães descessem à 2.Bundesliga. Regressa agora para a pré-época 2012/2013 sem saber onde deixar as malas que trouxe da Germania.

A verdade é que à sua frente estão quatro jogadores que, cada um com as suas características e o seu estilo muito particular, desde a erva arrancada pelo argentino à lentidão exasperante do luso-caboverdiano, passando pela impulsão magnânime do francês e acabando na calma olímpica do brasileiro. E o alentejano, onde fica?

Muito provavelmente, não fica.


Outros posts de retrospectiva dos nossos emprestados em 2011/2012:

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