Dragão escondido – Nº16 (RESPOSTA)

A resposta está abaixo:

 

De todos os jogadores que acompanhei nos meus primeiros passos nas bancadas das Antas, Ion Timofte era o que me dava mais prazer. Um génio no passe, não era daquele tipo de gajos que brincava com a bola como queria, nem era lutador como tantos homens que passaram pelo nosso clube. Era classe, era nível, era uma capacidade inacreditável de colocar a bola onde queria, no momento que era necessário, fosse à distância que tivesse de ser. Passes de quarenta, às vezes cinquenta metros, eram tradicionais nos pés do romeno, que marcava livres directos como poucos e que teve a honra (pois claro que sim) de ser um dos poucos jogadores que me lembro de aplaudir quando nos visitou com uma camisola de outras cores, na altura em que jogava pelo Boavista. Um nome que nunca esquecerei e que sempre respeitei.

O Marco Sousa colocou o seguinte comentário que vale a pena reler para voltarem vinte e dois anos atrás no tempo em condições, como se estivessem num DeLorean azul-e-branco:

“Essa foto é de 1991 quando ganhámos o troféu Teresa Herrera, que teve a particularidade de ser a 1ª vez que o troféu era feito em ouro.
Ganhámos na final ao Depor por 1-0 com golo de Aloísio após termos vencido o Real Madrid por 2-1.
Outra curiosidade foi o cachet de 15 milhões de pesetas terem sido passados em cheque não bancário, avulso, sem nome do titular da conta e que Pinto da Costa fez questão antes da final de receber um cheque normal ou em cash senão não comparecíamos.
Conclusão, trouxemos o troféu em ouro e uma saca com os 15 milhões! :)”

Entre as tentativas falhadas que o povo fez para acertar no nome do moço:

  • Domingos – Era a hipótese alternativa com mais força pela fisionomia e a presença habitual no ataque ao lado do gajo teoricamente à sua direita. No entanto, tendo em conta que Mihtarski ali aparece no onze, a quota de dois avançados naquela táctica de 5-3-2 de Carlos Alberto Silva já estava completa. Não sei se o rapaz estava lesionado ou se foi simplesmente por opção do treinador, mas a verdade é que não era ele;
  • Folha – Tendo em conta a posição que faltava na equipa que está representada na equipa (médio/ala esquerdo), o António “Richard Gere” Folha ganharia consistência…mas era bem mais pequeno que o romeno…;
  • Liedson – O levezinho ainda nem devia andar a repor latas de feijão num qualquer supermercado brasileiro…nem imaginava que ia passar tantos anos em Portugal…;

Disse que era fácil porque ao verem o Teresa Herrera ali na relva, numa altura em que os troféus amigáveis ainda tinham algum significado, pensei que se lembrariam da única vez que o vencemos e fossem rapidamente procurar o onze que jogou a final. Enfim, o primeiro a adivinhar (yet another surprise fucking surprise) foi o Dragão de Coimbra, às 7h53. Desta vez em forma de pergunta, com menos assertividade do que é normal…estás a fraquejar, meu caro!

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Na estante da Porta19 – Nº13

E cá está um bom exemplo de um livro que podia ser bem melhor mas que continua a valer pelas histórias que lá contém mas pouco mais. “The Manager: The Absurd Ascent of the Most Important Man in Football” é um passeio por anos de conversas intensas de treinador para jogador, a partir da evolução de um humilde empregado do clube que sobe pelos escalões da pirâmide até que consegue chegar, por mérito ou talvez não, ao mais alto patamar a que pode aspirar dentro de uma estrutura como a do clube que sempre serviu. É uma análise crítica, parva (talvez demais) e não particularmente aprofundada sobre o que de facto compõe um treinador de futebol. Não é o melhor livro que já recomendei aqui neste espaço. Diria que é o pior. Sim, é isso, talvez seja melhor nem recomendar o livro. Afinal, o facto de estar na estante não quer dizer que acerte em todos os livros que compre…

Sugestões de locais para compra:

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Curto rescaldo do II Encontro da Bluegosfera

Foi um bom dia. Longe do Dragão, é verdade, mas ainda assim foi um bom dia. Um dia em que conseguimos juntar mais umas dezenas de portistas que abdicaram de um sábado soalheiro onde podiam (até na própria cidade onde o evento se realizou) ter dado um saltinho até qualquer um dos bares perto das praias de Espinho e ficado a tarde a apanhar sol nas ventas, cerveja nas goelas e uma suave brisa nas têmporas. Continuamos a ser poucos para os portistas que tanto se queixam e tão pouco fazem para multiplicar a intensidade dessas mesmas queixas em fóruns exactamente como este, que a partir de uma certa massa crítica podem começar a fazer uma verdadeira diferença e a fazer com que o nosso clube possa crescer ainda mais e com uma ligação melhor e mais cimentada com os seus próprios adeptos.

Os painéis foram interessantes, com excelentes apresentações feitas por portistas com gosto de dizer que o são. As opiniões eram diversas, defendidas com garra e com argumentação bem vincada e bem alinhada por nove bons exemplos que a bluegosfera está viva e dinâmica. E é em eventos destes que podemos continuar a trabalhar para que o FC Porto seja cada vez maior e melhor, com o contributo dos seus adeptos. Sem glórias pessoais, demandas pelo networking social ou buscas incessantes pela demonização de ideias diferentes e pelo debate puro e bem disposto. Todos os intervenientes estiveram à altura, deram-me muito que pensar e alimentaram-me montanhas de ideias para escrever. Gostei de rever a malta que já no I Encontro tinham marcado presença, mostrando que a iniciativa tem pernas para continuar a andar e bem. E a comunidade vai-se formando assim, com membros de blogs consagrados (Nelson Carvalho, Nuno Nunes, João Crespo, Rodrigo Martins, Ricardo Costa, José Lima ou Fernando Costa) juntamente com elementos de blogs mais recentes (Catarina Pereira, Miguel Souto), todos com espírito crítico, a interagir com o público enquanto recebiam comentários aos seus próprios textos, às suas ideias e opiniões. Um muito obrigado a todos eles.

E deixo também um pedido de desculpas às pessoas que estiveram presentes e aos que tentaram estar lá de uma forma virtual. As dificuldades técnicas que tivemos fizeram com que a promessa de emitir o Encontro pela web não fosse um objectivo plenamente conseguido. E a frustração aumentava enquanto víamos perguntas a aparecer e o tempo a passar e percebíamos que seríamos incapazes de colocar as questões todas e de usar o tempo da melhor maneira. Somos amadores, não haja dúvidas acerca disso, mas fico lixado quando não consigo cumprir o que prometo. E esta falha em nada se reflecte na Biblioteca Municipal de Espinho nem nos membros da organização, que foram os mesmos gajos porreiros e sempre empenhados em fazer do evento um sucesso. São tudo lições para o futuro, para que estejamos todos mais preparados para ponderarmos melhor os imponderáveis que possam surgir.

Só para terminar, uma palavra para os outros organizadores. Sem as ideias do José Correia, o dinamismo do BlueBoy, o esforço do Nuno e o altruísmo do Pedro Blue, nada disto seria possível. Obrigado, malta, é um gosto trabalhar convosco. E acaba aqui a lamechice, vá lá, cada um para seu canto. E vamos falando, como sempre, quando não pessoalmente pelo menos através deste mundo estupendo que é a Bluegosfera.

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