Alguém viu o unicórnio?

imagem sacada de record.pt

Não posso dizer ao certo, mas creio que um dos sinais do Armagedão acabou de bater à porta. Estou à espera de ver cavaleiros em chamas a cruzar os céus, elefantes cor-de-rosa a saltar delicadamente de nenúfar em alegre nenúfar, sem-abrigos a beber Glenfiddich de ’55 à golada, Elvis em concerto na Casa da Música, unicórnios com crinas bem escovadas e o Rui Gomes da Silva a dar mérito ao FC Porto.

Saiu-me um peso das costas, que acartava há tantos anos (até escrevi sobre isso e vocês sabem que prefiro falar dos meus que dos outros, mas naquela altura, tal como hoje, não consegui resistir) e que me deixou mais leve, como se tivesse acabado de obrar a produção diária da Cimpor.

Quebrou-se um mito e eu não vi em directo. Maldição.

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Baías e Baronis – Arouca 1 vs 3 FC Porto

É uma vitória de que ninguém se vai lembrar daqui a um ou dois anos, mais uma destas vitórias que não trazem grande alegria a não ser a conquista de três pontos. O Arouca fez o que o FC Porto o deixou fazer (e que foi muito mais do que devia) e vimos mais um episódio da actual subalternização do FC Porto, a baixar o ritmo de tal maneira que se torna difícil terminar o jogo sem um bocejo. Custou-me ainda mais ver o jogo porque estive de cinco em cinco minutos a saltar do sofá sempre que via uma falta marcada contra nós imediatamente depois de ver uma ou outra imagem idêntica a passar em claro do lado contrário. E continuo a achar que o Bruno Amaro é útil para este tipo de equipas, mas merecia que um segurança de um qualquer bar lhe partisse os dentes ao murro. Vamos a notas:

(+) Jackson. Dois golos à ponta-de-lança, que é o que se exige do moço. Mas para lá dos golos (parabéns a Alex Sandro pela jogada no primeiro…alguma sorte, mas tentou e ainda bem que o fez) foi no recuo e no domínio de bola mais perto das linhas do meio-campo, a criar linhas para os colegas e a tentar movimentar a equipa e a abrir os espaços que eram necessários. Mais mexido, mais desperto…mais Jackson 2012/2013, com os mesmos golos. É o que precisamos.

(+) Herrera. Foi o primeiro jogo que vi do rapaz como titular (e a tempo inteiro) e gostei do que vi. Apesar de ocupar a mesma posição táctica, pareceu-me diferente de Defour, apesar de por vezes dar a ideia que não sabe muito bem o que fazer com a bola. Mas sabe retê-la quando é preciso e mostrou sentido prático com vários passes simples e especialmente pelo passe que colocou Otamendi pronto para assistir Jackson para o segundo. Fiquei curioso com a forma como subia pelo lado esquerdo com a bola controlada mas quase sempre com noção de espaço e da movimentação dos colegas. Quero vê-lo a jogar mais vezes.

(+) O golo de Quintero. Clap! Clap! Clap!

(-) A lei do menor esforço Percebo, como já disse há uns tempos, que a equipa ainda não está bem. Há atrapalhação na defesa, desorganização no meio-campo e indefinição no ataque. O que menos me faltava neste momento era que se apoderasse dos jogadores a inércia que pautou grande parte da era Vitor Pereira e que levou a que tantos adeptos se fartassem das exibições cinzentas, das fraquezas competitivas e da incapacidade de produzir melhores espectáculos tanto para os seus como para públicos alheios. E hoje, apesar do adversário ser dos mais fracos que a equipa vai encontrar este ano (colocado ao lado do Arouca, o Áustria Viena é a Holanda de Michels), a verdade é que a equipa voltou a ter uma inércia tremenda, alguma indefinição na construção de lances ofensivos e acima de tudo alguma incapacidade de manter a bola em sua posse. Jogou-se malzinho e a maior parte do tempo entregou-se o jogo ao Arouca. Ao Arouca. AO AROUCA! Não preciso de dizer mais nada, pois não?

(-) A agressividade do Arouca. Fartei-me de ver tudo que andava de amarelo a usar os braços e a empurrar, acotovelar, puxar, pontapear, rasteirar tudo que lhes apareceu à frente. Bruno Amaro e amigos conseguiram desancar em Josué, Herrera, Danilo, Lucho, Jackson…e até Mangala, só para perceberem a forma como podiam fazer o que queriam sem medo de consequências. Bruno Amaro é o actor principal deste filme de pancada, porque desde que o via no Setúbal que passa noventa após noventa minutos com aquela postura nojenta de bater e alhear-se da bola e do lance, ao mesmo tempo que quando recebe um toque mínimo se arremessa para o chão como se tivesse levado um tiro. Era baterem-lhe a sério, palavra.


Paramos outra vez com o campeonato e o próximo jogo do FC Porto é no Dragão contra o Zenit, numa competição que já percebemos ser bem mais complicada do que esta pobre Liga, que tem tantos Aroucas que lentamente me vai aumentando a arrogância e a exigência em relação a uma equipa que pode fazer muito mais do que tem vindo a fazer. Daqui a semana e meia vamos ver se continuamos a este nível…ou se vamos conseguir ganhar aos russos.

EDIT: aparentemente ainda jogaremos no Dragão contra o Trofense antes de apanharmos os russos…mas o destino será o mesmo…ganhar para voltar a ganhar…

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Ouve lá ó Mister – Arouca

Mister Paulo,

Já estamos todos mais calmos depois daquela desilusão de terça-feira. Fomos todos levados ao estádio a pensar que podíamos sair de lá com os três pontos e a primeira hora ainda nos deixou com a imagem de uma vitória e começou tudo a fazer contas aos milhões e que grande vedeta que era outra vez o Jackson e o Varela e os amigos todos. Até que…caquinha a dobrar, Paulo! Nem foram tanto os golos sofridos ou a derrota em si que nos incomodou e tu sabes disso. Foi a forma como o Atlético parecia que estava só “going through the motions” na forma como nos desfez o meio-campo com aquela pressão alta e nos incapacitou de uma maneira tão fácil, tão básica…fiquei triste, pá, a sério que fiquei. Não diria que estava nas nuvens antes do jogo e agora estou no inferno…talvez estivesse em frente a São Bento e agora cheguei à Ribeira. Só não preciso de ir parar ao Douro.

E tudo depende de ti e da forma como os rapazes reagirem hoje à tarde em Arouca. Eu sei que os rapazes são novos nestas coisas, mas nós precisamos de uma vitória das boas, Paulo. Todos nós precisamos de perceber que as coisas vão melhorar e que não vamos ter muitos “Atléticos” este ano. Ninguém aguenta muitos jogos daqueles e corres o risco de perder ainda mais confiança de muitos sócios que te vão atirar para cima com pressão como nunca sentiste na tua carreira. Acredito que a consigas ultrapassar, mas só com resultados lá chegas. E hoje é perfeito para espetares dois ou três batatas nestes novatos que têm boa vontade mas pouco mais que isso. E tira aquele sorriso trocista do focinho do David Simão. A sério, aquilo enerva.

Sou quem sabes,
Jorge

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Na estante da Porta19 – Nº15

Posso dizer com algum grau de certeza que os adeptos deste grande clube são alguns dos mais exigentes do Mundo. A forma como vivem o clube da sua terra e a maneira como o clube sempre foi uma personificação das suas vontades e amores, representando a identificação de um povo com um ideal. “The Toon: The Complete History of Newcastle United Football Club” descreve a história do Newcastle United desde o século XIX, passando pelas vitórias nacionais e europeias nos anos 50, a glória dos anos 70 e a evolução até aos atribulados anos 90, terminando no arranque de um século XXI que levou o clube ao desespero da descida ao Championship. Nomes como Milburn, MacDonald, Keegan, Gascoigne, Beardsley, Shearer, Asprilla, Ginola, Lee e tantos outros que contribuiram com o seu suor para a história do clube que actualmente está de volta à Premier League, foram alguns dos que fizeram com que o clube nunca perdesse os seus adeptos, a malta que enche o St.James’ Park semana sim, semana não, para poder ter o prazer de ver o seu clube a jogar e participar em mais um pedaço da sua história. Excelente para fãs e adeptos não só do Newcastle mas também do futebol.

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