Ouve lá ó Mister – Nacional

Mister Paulo,

Que saudades de ver o fêcêpê a jogar, rapaz. Todo este reboliço da selecção e da taça e dos sorteios da taça e da Bola de Ouro que afinal ainda pode ser do Ronaldo e do Vieira a levar nas trombas por causa do BPN e do Jesus que foi suspenso e do Quaresma que agora dizem que pode vir e do Otamendi a titular na Argentina e do russo que ninguém vê há meses…toda esta variadíssima panóplia de eventos e não-histórias estão a desfocar a minha atenção daquilo que é mais importante: o meu clube, a disputar o campeonato do meu país, onde continua em primeiro e que já não faz um jogo em condições (tirando contra o Sporting, vá) há meses. E hoje é o dia ideal para regressares às boas graças do povo, sabes porquê?

Porque é um jogo como tantos outros. Exactamente por ser um jogo como tantos outros, uma partida contra um adversário que pode ser mais complicado ou menos complicado mediante o que a tua equipa dizer em campo. E é nestas partidas que se tem de manter o ritmo, tão afectado neste nosso absurdo calendário com competições da treta e viagens da FIFA, é exactamente nestes jogos que podes marcar a diferença e dizer: “estamos cá. estamos a melhorar. estamos a crescer. e daqui a um bocadinho, sem que derem por isso, estamos a jogar bem.”. Hoje pode ser o dia em que evoluímos de um futebol desorganizado e displicente para uma máquina semi-oleada que dá gosto ver.

Vou para o Dragão cedinho. Vou parar na alameda onde estiverem a vender castanhas e vou-me sentar num degrau a comer esses pedaços de ardósia forrados a carvão, contente da vida a cumprir uma tradição pessoal que já data do tempo das Antas. Mudam-se os tempos, mudam os embrulhos, mudam os percursos para o estádio, mas não mudam as castanhas, não muda o gajo, não muda a tradição. Venham elas e depois, quentinhas e boas no meu estômago, vamos para a vitória. Siga.

Sou quem sabes,
Jorge

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Na estante da Porta19 – Nº16

Dou a palavra ao Miguel Lourenço Pereira, citando directamente do seu artigo sobre as origens de Chapman no Huddersfield:

Foi a maior revolução táctica dos primeiros 50 anos do século XX. Manteve-se até aos anos 50 em muitos países como o principal sistema táctico. Caiu em desuso com a popularidade do 4-2-4 hungaro e brasileiro (que depois passariam ao formato 4-4-2 e 4-3-3 a partir dos anos 60). E resultou obra de uma mente privilegiada que resultou como peça chave na evolução táctica do jogo. Herbert Chapman morreu no zénite da sua carreira e não teve tempo para ver a real consequência da sua inovação. Quando, em 1934, caiu fulminado após uma pneumonia, o seu Arsenal era a melhor equipa britânica. E provavelmente do Mundo. Faltavam 20 anos para que nascesse a Taça dos Campeões Europeus mas se a prova tivesse sido realizada nessa década seria provavél que o clube londrino tivesse aplicado o mesmo monopólio que o Real Madrid. A aplicação do WM era a chave do sucesso gunner. Isso e a insistência de Chapman em rodear-se dos melhores. O técnico tardou alguns anos em fazer do seu modelo vencedor. Mas quando deu na tecla certa a equipa nunca mais o desiludiu. Contratou os melhores, montou uma geração de talentos únicos como Highbury Park não voltaria a conhecer. E dominou a First Division anos a fio. Para a história ficou o seu papel como treinador do Arsenal.

Herbert Chapman, Football Emperor: A Study in the Origins of Modern Soccer” retrata toda a história deste génio do futebol. Vale a pena.

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Dragão escondido – Nº21 (RESPOSTA)

A resposta está abaixo:

Jorge António Pinto do Couto, campeão do Mundo em Riadh pela selecção nacional de sub-20, foi um produto das escolas do FC Porto que apareceu cedo na equipa sénior, estreando-se com dezanove anos num Penafiel vs FC Porto que vencemos por 2-0 (golos de André e Demol de penalty). Para quem se lembra dele, antes de ter viajado para a zona do Bessa, onde continuou a carreira até se retirar com apenas 33 anos, era um médio-ala direito muito rápido, de técnica individual acima da média, que alternava com Jaime Magalhães no mesmo flanco e que fazia da velocidade e do repentismo as suas imagens de marca. Depois de sete anos no plantel principal do FC Porto, rumou ao Boavista onde passou outros sete anos e onde nos lixou a cabeça juntamente com Martelinho, Litos e outros que tais daquela coisa com camisolas “esquisitas”.

Esta foto refere-se ao jogo que disputámos nas Antas frente ao Sporting, em 10 de Abril de 1993, que terminou empatado a zero golos.

Houve muita malta que atirou alguns nomes bem ao lado, entre os quais:

  • André– O nosso “velhinho” e pai do rapaz que usa o seu nome ao quadrado no Guimarães (e age como ele, porra) fazia parte do plantel mas não fez parte da convocatória para este jogo. Tínhamos pena do Sporting, só pode!;
  • Folha– Passou a época de 1992/1993 emprestado ao Braga;
  • Frasco– Depois de onze época de azulibranco ao peito…abandonou o futebol em 1988/1989;
  • João Pinto– Presumo que se tenha lesionado, já que não capitaneou a equipa a partir da jornada 25 desse ano…;
  • Roberto Mogrovejo– Sai um estupendo LOL para a mesa do canto! Esteve brevemente no clube mas apenas na temporada seguinte!;
  • Rui Barros– Em 1992/1993 ainda jogava no mesmo estádio a que Moutinho e James agora chamam casa…;
  • Rui Filipe– Estava lesionado há quase dois meses e por isso não entrou para a convocatória deste jogo;
  • Secretário– Tal como o seu colega Folha, passou esta época emprestado ao Braga;

O primeiro a adivinhar foi um anónimo (really, dude?), às 9h11 da manhã. E olhem só para aquela equipa…tanto talento, amigos…

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