Raramente sou dado a estas coisas, mas vejam lá a estatística acima: são todos os jogos do Artur contra o FC Porto.
Por favor, meus caríssimos amigos de azul-e-branco, não o deixem quebrar a corrente!!!
Raramente sou dado a estas coisas, mas vejam lá a estatística acima: são todos os jogos do Artur contra o FC Porto.
Por favor, meus caríssimos amigos de azul-e-branco, não o deixem quebrar a corrente!!!
Para jogo de pré-época tinha sido um espectáculo agradável. Alguns jogadores que nunca jogaram juntos, uma defesa que até nem meteu muita água, um meio-campo com um jogador a jogar com um décimo de gás, outro invisível até marcar um golo (talvez seja uma estratégia…) e ainda outro que tentava tudo e raramente lhe corria bem. Ah, e um ataque que já venceu um troféu este ano. O ritmo foi baixo demais e houve jogadores que estiveram em Braga a passar tempo até o jogo grande de quarta-feira, que se torna cada vez maior quando comparado com o que resta desta temporada que tarda em terminar. E ainda houve tempo para Abdoulaye confirmar que está de saída do clube. Depois de tantos jogos em tudo iguais a este…não haverá outra forma de ver a carreira do senegalês. Notas, num formato um bocadinho diferente, abaixo:
(+) Quintero, pelo golo. Não tenho dúvida que tem talento. Oh se tem. Mas no golo que marcou foi evidente a capacidade de tirar três homens do caminho e fazer com que o guarda-redes não fizesse a mínima ideia para onde a bola iria ser colocada. Eduardo, naquele momento, só percebeu que a bola ia entrar, só não sabia por onde. Tem um toque de bola tão acima da média da equipa que devia ser obrigado a dar aulas práticas a Licá até que o guedelhas começasse a ter de comprar aqueles champôs com cheiro a morte para evitar a queda.
(+) Victor Garcia, pela estreia. Tenho-o visto todas as semanas pelos Bs e não me desiludiu no jogo de estreia pela equipa principal. Afoito na subida pelo flanco, prático a recuar, estável no controlo de bola e sem inventar como Danilo, que nesta altura acaba por ser um ponto positivo na estabilidade da exibição de uma equipa que treme quando perde a posse de bola. Ah, e finalmente alguém que sabe (ou tenta saber) como cruzar uma bola, porque ofereceu dois golos a Jackson e Carlos Eduardo direitinhos para as cabecinhas dos rapazes. Gostei, como tenho vindo a gostar desde o início do ano.
(+) Maicon, pela pachorra. Jogar ao lado de Abdoulaye é equivalente a pisar um campo minado na Bósnia em 1992: nunca se sabe o que vai acontecer quando se vai alegremente saltitando pelo relvado. Ainda assim, o capitão (sim, leram bem) esteve em bom plano, sem inventar bolas ridículas como noutros tempos e dando suficiente segurança à zona recuada, tirando ainda tempo para limpar algumas imbecilidades do colega do lado.
(+) Josué, pela entrega. É verdade que acerta um em cada oito passes para a frente (não fiz as contas, mas não deve fugir muito desse rácio), mas correu imenso e funcionou como um verdadeiro médio-volante, sempre a levar a bola para a frente e a fazer, mais uma vez, o que Carlos Eduardo ainda não entendeu que tem de fazer: criar espaços e ter a bola nos pés mais de meio minuto por jogo, ou em alternativa tentar fazer alguma coisa com ela.
(-) Abdoulaye, por quase tudo. Andou o jogo todo a fazer parvoíces mas a maior de todas foi mesmo a forma como facilitou pela enésima vez, com o guarda-redes na sua plena linha de visão, podendo atrasar a bola ao rapaz…mas decide fazer uma finta de corpo para o centro enquanto corria com o esférico controlado NA DIRECÇÃO DA BALIZA, perdendo a bola para Rafa que felizmente rematou fraco para Fabiano defender com facilidade…*sigh*…mas esta foi apenas um entre muitos outros lances em que um jogador da sua experiência já devia conseguir discernir pela melhor opção possível. E Abdoulaye não o faz, de uma forma consistente e enervante. Chegando ao final da época…é reunir com ele numa sala e dizer: “it’s not me. it’s really you.” E acabar a relação sem que nos tornemos a ver com a mesma camisola.
(-) Licá, pela técnica. Dizia-me um amigo por mensagem que este rapaz, bem como Josué, Carlos Eduardo e Abdoulaye podiam ficar já em Braga porque não tinham espaço no FC Porto. Não discordo de dois ou três nomes, mas eu até gosto do Licá. O rapaz esforça-se e podia funcionar bem em situações de contra-ataque e jogos em que temos de alinhar mais fechados atrás e com malta rápida na frente. Mas mandava-o ao médico primeiro. Há qualquer coisa de errado naqueles pés porque o rapaz é incapaz de controlar a mais banal das bolas que lhe são enviadas e perde tantas jogadas de ataque antes delas começarem que enerva qualquer pessoa. Para lá disso, até parece bom moço.
(-) Fernando, pelo ritmo. Há algumas coisas que detesto ver nos jogos do FC Porto desde aqui há uns anos: Helton a brincar com os avançados, Maicon a fazer passes longos a mais e Fernando a jogar sem interesse. É terrível para a equipa porque sente que o ritmo nunca vai poder ser o de um jogo normal mas é ainda pior para os adeptos, que vêem um rapaz que sabemos ter a fogosidade de doze Jayne Mansfields nos seus tempos mas que neste tipo de jogos…mais parece um Bolatti a Xanax.
Enfim, uma vitória e mais três pontos na luta pelo segundo lugar (amigos, até ser matematicamente possível…yadda yadda) que é na realidade o segurar do terceiro. Pensar que estamos a lutar por meia-dúzia de pontos contra o Estoril já é mau. Perceber que estamos em desvantagem no confronto directo ainda é pior.
Estimado Professor,
Começo por dizer que já vi a lista de convocados para o jogo de hoje na pedreira e parece-me simpático. Tirou o Danilo, que anda a botar a língua de fora há alguns jogos e a cabeça não está a 100%, encostou o Quaresma para o rapaz deixar os nervosismos de lado e pensar que tem de continuar a trabalhar mas ajudar um pouco mais a equipa, mas afastou os dois mexicanos…não sei muito bem porquê, mas lá terá as suas razões. Mas por favor diga-me que é o Maicon que vai jogar e não o Abdoulaye. Por favor, diga-me que é assim que vamos jogar. Sim? Please, sir, please!
Já o resto da equipa, francamente não me preocupa muito, tal como o resultado deste jogo também não mexe muito comigo. Eu sei que perder mais uma partida no campeonato pode começar a ameaçar recordes, mas sou dos que concorda com as poupanças em alturas cruciais da temporada…e depois da monumental encavadela com que saímos da Andaluzia, que me deixou a andar à Jorge Couto desde quinta-feira, a verdade é que o jogo mais importante do ano passou para a próxima quarta-feira. E não creio que haja opiniões de muitos portistas que sejam dissonantes com a minha, por isso acho que posso dizer com algum grau de certeza que o meu caro amigo tem o apoio de todos nestas opções.
Por isso força aí em campo, alinhe com o onze que lhe dê garantias de conseguir vencer o Braga mas opte pelos gajos que têm mais fome de jogar e de mostrar o que valem para poderem continuar no plantel no próximo ano. Make no mistake about it, a maioria do povo já está a pensar no próximo ano…
Sou quem sabes,
Jorge
Pum. Pum. Pum. Pum. Quando me levantei, logo a seguir ao apito final, havia algo que me incomodava, causando desconforto quase físico. Fechando os olhos, imaginei que quatro bacamartes sevilhanos se encontravam a expandir o meu esfíncter até ao ponto de ruptura, sem que me tivesse apercebido de como raio lá tinham chegado. E regressei a um tempo não muito distante, aqui há uns simples meses atrás, em que via o FC Porto a defender como se estivesse no recreio da escola, a correr atrás da bola sem um semblante mínimo de organização, temendo o pior e vendo-o a acontecer à sua frente, não conseguindo fazer nada para o evitar. Hoje, em Sevilha, fomos exactamente o que temos vindo a ser durante quase toda a época. Ineficazes no ataque, amadores na defesa. E caímos com estrondo e com a equipa caiu também o poucochinho resto da moral de uma temporada. A notas:
(+) Quaresma. Perdeu muitas bolas, falhou muitos cruzamentos e não conseguiu ser decisivo. Conseguiu fazer com que o atrasado do Coke fosse expulso e marcou um golo estupendo que já não serviu para absolutamente nada a não ser para entrar na compilação de golos do ano da segunda prova de clubes a nível europeu. Mas foi dos poucos que tentou, ao seu estilo, sempre a olhar para o que *ele* podia fazer, com pouco jogo de equipa e sem a velocidade de outros tempos mas sempre a tentar fazer pela vida com vontade de vencer. Não foi genial, longe disso, mas foi lutador.
(-) Os laterais. Já disse várias vezes que “este foi o pior jogo de Danilo/Alex Sandro”. Hoje é só mais um jogo que trouxe mais um saco cheio a somar à quantidade de imbecilidades que estes dois rapazes têm vindo a fazer este ano. E se Danilo tem estado menos mal durante a época (mal, mas não tão mal como no ano passado), Alex Sandro é o poster-child da idiotice competitiva, perdendo bolas absurdas em zonas proibidíssimas, causando problemas irresolúveis aos colegas, dificultando (sim, DIFICULTANDO) o trabalho do guarda-redes e fazendo uma exibição, mais uma vez, a roçar o absurdo. Danilo, com o permanente pessimismo que o afecta desde que cá chegou, nunca pareceu concentrado no jogo e abriu o jogo com um penalty depois de um carrinho exagerado em plena pequena área. São jogadores de top, dizem-me. Não se têm mostrado como tal.
(-) A fraquíssima mentalidade competitiva. Sevilha, essa cidade de tantas alegrias no passado, escorregou hoje do panteão para um terreno lamacento onde o nosso espírito hoje permanece, afundado depois de uma exibição que teve tanto de fraca como de, lamento dizê-lo, esperada. Dizer que a equipa que venceu o Nápoles é quase a mesma que hoje se apresentou na Andaluzia é uma idiotice como tantas outras, pelo simples facto destes rapazes não conseguirem manter um jogo coerente. Tremem, os pobres, com os infortúnios. Acham que conseguem fazer exibições sofríveis e continuar a brilhar no meio dos outros que outrora envergaram a mesma camisola e mostraram ao Mundo o que é que um clube de uma pequena região de um pequeno país consegue fazer se tiver mentalidade para isso. E hoje, ao ver a lentidão de Herrera na execução, a ausência quase total de Varela e Carlos Eduardo, a incapacidade de Defour em lidar com um meio-campo que nem estava assim tão densamente povoado (já não parecia tão mal ter jogado o Mikel, pois não?), o desânimo de Danilo ou a atitude estúpida e arrogante de Alex Sandro, ou até o desnorte de Mangala e de Reyes, o pouco sentido prático de Kelvin (não terás culpa de jogar tão pouco, mas por favor pára de fintar a bola. essa merda só enerva, acredita) ou o invulgar apagão de Ghilas, tive a perfeita sensação que a época acabou. Temo os jogos contra o Benfica porque a honra está aí para ser defendida mas não vejo nesta malta a força moral para o conseguir. Falha-se demais e lamenta-se demais. Corre-se menos que os outros, sempre menos que os outros, perdem-se lances de ataque consecutivos e baixam-se os braços. Alinhamos com meios-campos eternamente renovados e esperamos frutos de árvores que nem sequer raízes criaram. Este grupo, este penoso e infeliz grupo de jogadores que este ano apoiámos, incentivámos e tentámos elevar a mentalidade para que fossem de novo uma equipa de vencedores, nunca o será. E não o é por culpa própria, porque perdeu jogos demais contra equipas que estão abaixo deles, sem que os preocupasse em demasia. Acabam o jogo e perdemos, ó que raio de coisa, perdemos outro jogo. Os adeptos, da parte de fora, não compreendem. Eu não compreendo. Ninguém compreende.
E agora, meus amigos? Empacotamos o resto da temporada ou vamos tentar limpar a honra nas Taças que sobram? Se tirarmos o jogo de hoje como uma amostra do que se pode fazer, é certinho que o único highlight que vamos ter até ao Verão vai ser mesmo o campeonato do Mundo…
Estimado Professor,
Cá estamos novamente. Mais um jogo daqueles que nos põem os nervos na crista da estupidez, que faz com que todos os vizinhos saibam que clube apoiamos, que jogadores nos deixam mais irritados e quais aqueles que nos fazem exultar de alegria sem que haja um mínimo de decência na linguagem e na postura social. Um destes por semana chega, obrigado. E uma partida com este nível deixa um gajo de quatro quer vençamos quer percamos, por isso já me vai chegar e bem. Ainda por cima, lamento dos lamentos, infortúnio dos infortúnios, não vou poder ver o jogo em directo porque ao que parece obrigam-me a ser pai antes de ser portista. Malditas prisões da sociedade que agendam estas coisas para as mesmas horas de uns quartos-de-final de uma competição europeia. Se eu fosse rei, mudava esta merda toda e fazia com que NADA pudesse ser marcado para a mesma altura de um evento com esta importância (mesmo que tivesse sido eu, que sou um distraído do carago, a fazer a marcação!) por forma a possibilitar a que um adepto não tenha de se preocupar com mais nada. Babysitting universal, comida pronta, boleias garantidas. E finos sempre a sair.
Assim sendo e como sei que não vais poder contar com os meus gritos de incentivo aqui a umas centenas de quilómetros de distância, só te peço que te vás a eles. Não te deixes ficar demasiado na expectativa porque os teus rapazes nem sempre parecem ter a pedalada que todos queríamos que tivessem e ainda se armam em espertos a contar com o zerozero e lixam-se pela medida grande. Aposta forte, aposta alto, usa as armas que tens e não fiques frouxo nos guinchos a partir do banco. Já sei que não sou “a ti”, mas se fosse, mandava entrar um meio-campo para misturar força e inteligência. Defour, Herrera e Quintero. Era do carago, pá. Com o zamboni argelino na frente a correr como um tolinho, temos boas hipóteses de marcar um golo aos gajos antes que se lembrem de nos fazer o mesmo a nós. E se marcas um golo antes deles…oh rapaz, ficas com dois golos na frente e obriga-los a marcar três. E estes não são nenhuns Eintrachts, carago! Ou são? São? Não são nada!
Sejam quais forem as tuas opções, quero acabar de ver o jogo em diferido (a crónica sai mais tarde, como é de esperar) e bater palmas aqui na minha sala. E depois falamos. Força Porto, deixa a Andaluzia de rastos!!!
Sou quem sabes,
Jorge