Volto à conversa dos trincos. Com a saída de Fernando, parece ressurgir a conversa dos médios defensivos aos pares, mesmo depois da experiência do ano passado ter sido uma bela duma borrada. É verdade que os treinadores são diferentes e nada indica que a próxima forma de tentar resolver esse problema tenha o mesmo fim, mas urge perceber se os actuais médios que temos podem servir para uma estrutura que permita uma reorganização do meio-campo.
Numa palavra: não. Ou melhor: eu não acredito. Muitos anos de ver um único “6” naquela zona deixaram-me cínico, incapaz de acreditar que uma alteração tão fundamental de paradigma possa ter efeito. Para lá dessa renitência histórica, o rotundo falhanço do ano passado, apesar de treinador e jogadores marquem uma mudança grande com o passado recente, tornam-me ainda mais descrente para o que pode ser uma alteração importante na forma de jogar da equipa. Face a isto, pergunto-me: será que podemos aguentar uma mudança menos intensa? Em vez de dois médios recuados, que tal um harmónico mais estável com um médio ligeiramente mais recuado e outros dois mais volantes? Ou um zigue-zague no meio-campo em vez de um triângulo?
Não sei. Não conheço Lopetegui a nível táctico para lá do cliché e do dogma que todos acreditamos ser a mentalidade do nosso novo treinador. Seria falacioso começar a comentar sobre o trabalho ainda por realizar e por isso deixo a minha análise para outros tempos. Uma coisa é certa: não vai ter trabalho fácil. O plantel está a renovar-se. E a mentalidade?