E lá vamos nós pela segunda vez à final da Taça da Liga. O jogo foi fácil, sem grandes chatices nem problemas, com a expulsão de Oblak (talvez um pouco exagerada tendo em conta que Jackson já não conseguia chegar à bola, mas o salto de karaté foi um abuso por isso até compreendo a decisão) a ajudar uma equipa que insiste em ser trapalhona em momentos importantes do jogo, especialmente naquelas tabelinhas à entrada da área que nunca parecem funcionar em condições numa equipa do nosso nível. Foi também interessante ver como esta equipa que entrou em campo, pior que a que jogou em Vila do Conde, conseguiu lá ir perder dois pontos. Enfim. Vamos a notas:
(+) Maicon. Perfeito na intercepção, na recepção e (quase) no passe, foi o jogador mais estável e o primeiro avançado da equipa. Aproveitou o descanso de Otamendi para assentar mais um bom jogo quer ao lado de Abdoulaye como do Mangalhão, explicando ao treinador que está cá prontinho para ser titular. Não me parece que o consiga porque Mangala insiste em ser o jogador que temos vindo a ver crescer e aprender, mas Maicon está num bom momento.
(+) Castro. Estupenda assistência para o golo de Defour, mas acima de tudo é aquela atitude de “never say die” que coloca em todos os lances (apesar de insistir na postura de gajo perenemente atrasado para o autocarro que enerva mas nunca aborrece) que faz com que a malta consiga gostar de o ver a jogar e acredite que pode ser uma opção válida, talvez não a titular mas sempre pronto para entrar para ajudar. Numa época em que todos parecem mais lentos que o seu adversário, esse modo de viver o jogo ainda é mais importante. Mais um bom jogo.
(+) Fernando, SÓ na segunda parte. Quando queres, Reges, mostras o porquê de seres titular no FC Porto e porque é que serias titular em muitas equipas. Porque és rápido, elástico, lesto na intercepção e cada vez melhor no passe. E quando queres, Reges…consegues fazer em três ou quatro toques o que outros demoram horas, quando roubas a bola ao adversário e insistes em arrastar o jogo para a frente com passes na diagonal para o teu colega do lado, aparecendo depois em zonas perigosas para marcar, sorris e fazes-nos sorrir. Bom jogo, nas alturas que quiseste. (ver abaixo o contra-ponto)
(-) Fernando, quando desliga o cérebro. Enervas-me, Reges. Enervas-me tanto que quando estou nessas mesmas bancadas que hoje te rodearam apetece-me dar dois pontapés na cadeira da frente quando te vejo a facilitar dessa maneira. Fizeste-o já vezes demais este ano e não sei se estás a tentar mostrar que és um jogador tecnicamente evoluído para ver se chegas à selecção do teu país, mas deixa-me que te diga que não é assim que lá chegas. Acredita que não é assim.
(-) A expulsão de Izmailov. Concedo que o cartão até possa ter sido exagerado. Mas não consigo entender o que raio passa pela cabeça de um jogador profissional para ter uma atitude daquelas quando está já nos descontos de uma meia-final, com o apuramento para a final completamente garantido, arriscando-se a perder o direito de participar nessa mesma final. Nem que o adversário tivesse insinuado que lhe tinha papado a mulher, mãe e irmã na cama dele e procedido a limpar a pila aos cortinados. Não faz o menor sentido.
É sempre estranho ver um jogo no Dragão através da televisão. Reconheço os pontos familiares do relvado, as zonas habituais para onde recuam os avançados e sobem os defesas, as linhas para os foras-de-jogo, as melhores posições de remate e as posições dos jogadores nas bolas paradas. Mas continua a ser estranho. Passada mais uma etapa nesta atribulada época, todos os olhos se viram para segunda-feira, neste mesmo Dragão. Ninguém se vai lembrar deste jogo nessa altura.