Ouve lá ó Mister – Guimarães

Señor Lopetegui,

Chegamos a um dos jogos que mais gosto me dá ver ao vivo. O Guimarães (ou o Vitória, se perguntares a qualquer um dos locais que apoia a equipa, que têm honra e um amor pelo clube como poucos neste país) é um inimigo daqueles que há muitos anos nos atormenta as tardes e noites em que os defrontamos. E se a estatística diz que o confronto tende a inclinar-se para o nosso lado quando jogamos em casa, a verdade é que a história e a minha experiência pessoal me conta um conto e acrescenta-lhe um ponto. Nem sempre três (ou dois, como antigamente) caem para o lado decente desta vida, por muito que me custe. E custa, especialmente contra estes gajos. É que nem o crescimento do Braga nos últimos anos faz com que me sinta menos motivado para este jogo em particular. Dá mesmo um gozo bestial esmigalhar o Guimarães contra uma parede, garanto-te.

Apesar de tudo, e sabendo que actualmente nos damos bem com aquele conjunto de malfeitores de branco e preto, pouco há de mais satisfatório no panorama desportivo nacional que bater-lhes. E bater-lhes com força, empunhando um cajado forrado às nossas cores e castigando-os por tudo que o Afonso fez no passado, sem perdoar a quantidade de facho que o fulano enfiou na mãe, abrindo portas para um manancial de desculpas para violência doméstica que continua a fazer mais cabeçalhos que as conferências de imprensa do JotaJota.

Por isso aproveita o lanço que levas, vinga os dois pontos perdidos lá no Berço com aquela imbecilidade do Jackson, deixa o Hernâni perceber que já não está no Kansas mas que chegou aos grandes e explica em campo ao Sami, ao Ivo e ao Otávio que estão lá muito bem…mas é deste lado que os queremos em condições. E ganha o jogo para continuarmos a picar o Benfas.

Sou quem sabes,
Jorge

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Dois ao burro

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Vi o “LXderby” a espaços, mas pareceu-me que sempre que olhava para a televisão estavam os tipos de verde com a bola. Os mesmos que nos plantaram três batatas no focinho em pleno Dragão, a jogar uma espécie de futebol triste e sem incisividade, com tantas situações de perigo como as que podem ser contadas pela mão de um serralheiro alcoólico. Do outro lado, um grupo de tipos de vermelho que estiveram todo o jogo a tentar empatar. E conseguiram. Os mesmos que vieram ao Dragão e estiveram todo o jogo a tentar empatar. E ganharam.

Por outro lado, se nós, que sem querer com muita força mostrámos mais futebol no sábado em Moreira de Cónegos que estes dois juntos ontem à noite, estamos quatro pontos atrás de um e três à frente de outro. Assim como quem não quer a coisa, não acham que temos tudo para, com algum niquinho de sorte, mandar ambos à fava e ganhar esta treta? Se não o conseguirmos, sem acusações parvas nem apontar de dedos, só podemos atirar a culpa para o nosso lado.

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Baías e Baronis – Moreirense 0 vs 2 FC Porto

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Um jogo com menos história que um pastor apanhado com as calças em baixo atrás de uma ovelha na borda de um precipício. A vitória nunca esteve em questão, e deu a ideia que mesmo que a equipa tivesse começado a jogar de samarra e de pantufas com cãezinhos peludos para se resguardar do fresquinho, um ou dois golos entravam lá para dentro com maior ou menos dificuldade. Houve vários destaques, mas mesmo entre o empenho de Quaresma e a qualidade de jogo colectivo de Casemiro, somados à solidez de Marcano e (finalmente!) ao bom jogo de Alex Sandro, a viagem a Moreira de Cónegos foi, numa palavra, olvidável. Vamos às notas:

(+) Casemiro. Um dos responsáveis pela quase completa ausência de jogo interior do Moreirense (o exterior também não foi nada que mereça um telefonema para a mamã, mas enfim…), porque o brasileiro esteve em todo o lado e recuperou montes de bolas na nossa zona defensiva. Um golo merecido pelo trabalho que fez durante a partida, pela forma como soube ser inteligente e usar o corpo para facilitar a sua própria tarefa. Sempre que Ruben Neves cresce num jogo, Casemiro aparece melhor no jogo seguinte. Não me parece coincidência.

(+) Quaresma. Decalco com algumas alterações, o que escrevi sobre ele no jogo contra o Marítimo: “Foi inconformado com o resultado do início ao fim e nunca deixou de tentar furar a barreira defensiva do Marítimo Moreirense pelo ar ou pela relva. Nem sempre bem na decisão final dos lances, foi pelos seus pés que nasceram algumas das mais perigosas jogadas de ataque e só por algum azar (e um excelente dia de Salin) (e a insistência nas trivelas) não conseguiu marcar assistir pelo menos um golo.”

(+) Maicon e Marcano. O espanhol raramente concedeu um milímetro pelo ar e foi sempre um jogador firme e seguro na intercepção de bolas potencialmente perigosas para Fabiano. Já o brasileiro pareceu bem melhor que noutros jogos com o mesmo coeficiente de dificuldade (ou seja, quase nulo) e soltou a bola com maior assertividade, menos brincadeira e maior sentido prático. Não sei se a dupla se vai manter durante muitas semanas, mas gostei do entendimento entre os dois.

(+) Alex Sandro. Firme na subida pelo flanco, fez um jogo bem acima do colega do outro flanco, que parece estar num imenso decréscimo de forma nos últimos jogos. Apoiou sempre bem Quaresma ou Tello (ou Óliver ou Brahimi…) e nunca baixando o nível físico e de arrogância positiva, foi um dos elementos mais em destaque. Tenho saudades de ver um remate dele à baliza.

(-) Chuta…oh pá, chuta…CHUTA A BOLA! Brahimi, que não é conhecido pela sua simplicidade de processos e sentido prático, aí dois segundos e meio depois de ter entrado em campo estava a mandar uma biqueirada para ver se conseguia marcar. Entretanto, já Herrera e Tello tinham desperdiçado oportunidades de remate em posições que podiam dar golo, optando sempre por fintar mais uma vez ou por procurar lateralizar quando a baliza estava ali prontinha para receber uma bolinha de couro nas redes. Acontece tantas vezes que começo a achar que os rapazes não cortam as unhas dos pés e têm medo de as partir se rematarem muitas vezes em força.

(-) Passes longos, mais uma vez. Devemos ser a única equipa do mundo com simultaneamente mais posse de bola e maior número de passes longos. Não entendo a quantidade de passes longos que se continuam a ver nos jogos do FC Porto. E se percebo a necessidade de o fazer quando o jogador está apertado e em risco de a perder, custa-me mais assistir a estas inglesices quando há jogadores no meio-campo que podem continuar a jogada com a bola na relva e a transição com menos velocidade mas mais precisão. Espanta-me como Óliver e Herrera optaram várias vezes por essa alternativa (falhando alguns dos passes longos que tentaram), se têm terreno à sua frente para onde podem progredir. Podem achar que é uma forma de variar o tipo de jogo e de criar desequilíbrios rápidos. Eu chamo-lhe preguiça.


Três pontos, mais algum tempo para descansar e um domingo para ver o derby lá de baixo no sofá. Vitória para o Benfica é mau. Empate é meh. Vitória do Sporting é jeitosa. Lagartagem, vamos lá ser amigos cá do povo!

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Na estante da Porta19 – Nº18

9780713679281

Um must-have para todos os coleccionadores de camisolas de futebol, como o rapaz que vos escreve estas linhas. “True Colours: Football Kits from 1980 to the Present Day“, é uma obra da autoria de John Devlin, dividida por dois volumes que juntos chegam quase às 500 páginas repletas da história do futebol vista através de uma das formas mais visuais e fáceis de identificar: as camisolas oficiais dos clubes. Um inventário extenso (de 1980 a 2006) com todas as camisolas principais, alternativas e alternativas às alternativas!) dos principais clubes da Premier League inglesa e de muitos outros clubes ingleses que fizeram história num dos campeonatos mais emblemáticos da história do futebol, bem como um historial completo das selecções das ilhas britânicas. Uma viagem ao passado que vale bem a pena…e uma espécie de catálogo para os doentes. Como eu.

Sugestões de locais para compra do volume 1:

Sugestões de locais para compra do volume 2:

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