Round three!!!

Na passada sexta-feira foi assim:
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Ontem foi assim:
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Contra o Boavista e tendo em conta o histórico das duas equipas em confrontos passados, não prevejo que seja muito diferente.

Quer-me parecer que vamos ter de apertar os velhos pitões de alumínio. Paulinho, dás uma perninha?

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Baías e Baronis – Basileia 1 vs 1 FC Porto

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Emotivo, enervante, entusiasmante. Foi assim o nosso jogo da primeira mão dos oitavos da Champions deste ano, onde um bando de jagunços de branco tentaram por todos os meios aceites em qualquer centro de treino de artes marciais, em especial as que usem pés e braços. Ou seja, todas. De Xhaka a Streller, todos os suíços tentaram abater a nossa malta e correram como loucos à procura de mascarar com o físico o que nunca conseguiriam com o técnico. E conseguiram-no, ainda que de uma forma parcial, porque já sabem que o FC Porto não se dá bem com jogos exuberantemente físicos e ainda menos com árbitros que permitem que esse jogo prossiga. Mas houve luta, atitude, garra e um espírito de combate que estes jogos exigiam. E também houve erros. Bastantes erros. Vamos às notas:

(+) Danilo. De volta às grandes exibições depois de um ou dois jogos menos fulgurantes, o lateral que parece estar nas shortlists de meio mundo apareceu novamente em alto nível, a subir pelo seu flanco com critério apurado, mantendo-se firme na defesa e em apoio a qualquer dos homens que jogaram pelo seu lado. Rijo, difícil de bater e a usar bem o corpo, foi dele o lance que originou o penalty que bateu com eficácia. Até parece estranho usar estes termos sobre um jogador que aqui há dois anos parecia um fantasma da fama que tinha…

(+) Jackson. Quase perfeito nas acções de recuo a ajudar o meio-campo com a intensa pressão que recebiam continuamente dos adversários, foi ele que fez com que o meio-campo conseguisse alguma tracção num relvado que parecia ter mais suíços que nas plateias que viam o Guilherme Tell a brincar às setinhas. Levou pancada de criar bicho, entre patadas, puxões e cotoveladas no ar, para lá de ter sofrido mais um penalty não assinalado. Agora é moda não marcar as faltas sobre ele dentro da área?!

(+) Tello. Gostei da motinha hoje, apesar de parecer estar quase de tenda montada (calma, sem piadas) para lá da linha defensiva do Basileia. É verdade que foi apanhado várias vezes em fora-de-jogo, mas apareceu sempre em zona perigosa com a velocidade que tantas vezes lhe é pedido que aplique e que raramente o consegue fazer. Pareceu mais solto, mais interessado em agir de uma forma prática e não teve um único daqueles AVCs que tantas vezes lhe deram em solos lusos. Espero que continue assim. Espero mesmo.

(-) O erro de tentar jogar ao “nível” deles. Acontece muitas vezes e houve determinadas alturas em que a equipa se deixou enfeitiçar pelo jogo rápido e vistoso (para um inglês blue-collar dos anos 80, claro) do Basileia, passando a tentar correr tanto como eles e a perseguir a bola num ridículo jogo de gato e rato onde o FC Porto é derrotado com alguma consistência desde que me lembro de ver futebol. É impossível tentar fazer um nivelamento físico com uma equipa como a que hoje defrontamos e a futilidade disso acontecer é de tal magnitude que se assemelha a comparar uma novela da TVI com o Breaking Bad. E foi um pouco isso que aconteceu no golo e em mais alguns lances em que não tivemos a bola nos pés (os 30% e tal do tempo em que tal ocorreu…) e que andámos a correr atrás deles raramente conseguindo tocar na bola. Somemos a esta diferença de movimentação a facilidade de controlo de bola e o domínio do gesto técnico simples (passa, recebe, devolve), em que ainda temos tanto a caminhar que só de imaginar o percurso faz uma ultra-maratona parecer um passeio à beira-mar. Para finalizar, a puta da agressividade que não lembra a um Guimarães. Quase todas as jogadas ofensivas do FC Porto acabavam em pontapés nas canelas, nos calcanhares, tropeções ostensivos, abalroamentos quase-ferroviários e mais jogo de braços a fazer lembrar Vishnu a ter um ataque de epilepsia. Uma equipa de Joões Pereiras, é o que eles são.

(-) O meio-campo excepto Oliver. Lentos, desinspirados e incapazes de trocar a bola a um ritmo que lhes permitisse fazer com que o adversário corresse atrás da bola. O que aconteceu foi quase sempre o contrário, com o brasileiro a tentar vários passes longos direitinhos para fora ou para o guarda-redes contrário (há lá dois passes que tivesse ele Sir Bobby como treinador e ia a correr até Zurique para aprender) e a perder muitas bolas por idiotices de excesso de confiança, somado ao mexicano que continua a apagar-se em jogos grandes e a não conseguir engrenar na roda dentada da equipa, baixando-lhe o nível e o controlo em posse quando não pode baixar e prendendo-se em demasia com a bola nos pés, sem conseguir encontrar a medida certa para quando passar e quando temporizar o ritmo de jogo. Não fosse o dinamismo de Óliver, que não estando brilhante como noutros jogos foi o único a mostrar como tirar a bola aos suíços e fazê-la rodar entre os colegas, pondo-os a correr. Mais. Ainda mais. Porra que os gajos eram rápidos!


O ponto é justo mas se fossem três ninguém estranharia. A verdade é que o Basileia é jeitoso para aquele tipo de futebol mas nós temos mais capacidade, mais armas e infinitamente mais talento para arrumar com os suíços de vez no Dragão. E se possível dar três ou quatro estocadas nas fontes do Samuel e companheiros. Só para verem o que custa.

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Ouve lá ó Mister – Basileia

Señor Lopetegui,

Que saudades destes momentos, caríssimo. E que saudades de estar nos oitavos de uma competição destas, onde já não colocávamos as nossas patinhas há dois anos, que é tempo a mais para quem já teve hábitos mais interessantes que os actuais. Viena ou Gelsenkirchen são ideias que nos estão presas na cabeça e que nunca de lá saem a não ser que possamos colocar mais uma…que é como quem diz chegar lá outra vez. É um sonho, não duvido, uma coisa a que os ingleses chamam “pipe dream”, algo que é quase impossível de atingir mas que se mantém perene nas mentes e almas de tantos que, como eu, pensam nisso sempre que ouvem o hino da Champions.

E é isso mesmo que hoje temos de volta, esse sonho que vivemos todos os Setembros e na boa parte de Fevereiros. De chegar tão longe como já duas vezes chegámos ou, em alternativa, derramar suor e sangue a tentar fazê-lo de novo. Ninguém te censura se ficarem por aqui. Podem chatear-te a cabeça mas em verdade te digo que a malta já ficou razoavelmente satisfeita por ter passado a fase de grupos. Mas que temos a esperança de poder chegar aos quartos, lá isso temos. E está ao nosso alcance, por muito que o Basileia tenha uma equipa jeitosa e firme e segura e competitiva, nós também temos. Aproveita bem os teus recursos, coloca os que achares melhores em campo e vê se não sofres golos. Marcar já não é mau e se conseguires dois ou três, ainda melhor. Foca-te neste objectivo e deixa o campeonato para segundo plano, pelo menos hoje.

Hoje, Julen, é dia grande. É dia de Champions. Joga à altura disso.

Sou quem sabes,
Jorge

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Tudo a ganhar e tudo a perder

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O resultado do sorteio dos oitavos da Champions foi agridoce. Não duvido que nas tensões que cada bolinha que ia sendo aberta e à medida que os nomes iam sendo revelados, o nervoso bem-mais-que-miudinho ia-se apoderando dos nossos corpos e das nossas mentes. E quando iam saindo os Bayerns e os Chelseas, os nomes que ficavam para o fim adoçavam a nossa boca com a perspectiva de um regresso a Londres ou uma visita a uma terra repleta de dinheiro, indústria e alguns emigrantes lusos, um dos quais na cadeira de treinador. As primeiras reacções são cautelosas da parte de quem é responsável, com as luzes das câmaras firmes à busca do soundbyte. Do lado dos adeptos, euforia. Estes? De onde? Não foi lá que fomos roubados com a Juve e perdemos a única coisa que o Sporting pode dizer que é melhor que nós? Raios me partam se não vamos lá espetar cinco e até podemos descansar em casa porque o campeonato nessa altura deve estar tramado e mais vale jogar pelo seguro. No campeonato, claro!

Pois é. E agora, com quatro pontos de atraso cá por casa, temos um confronto europeu dos bons, porque são sempre bons. Não ponham esse ar de prepotentes ao pensar que um jogo contra suíços vale menos que um outro contra ingleses ou alemães. Especialmente porque nos colocamos perante uma possibilidade de win/win e lose/lose. Não é muito complicado de entender a periclitância (maldição de termos antigos que hoje só me vem à cabeça filmes portugueses dos 1940s) da nossa situação, mas para os mais lentos ou preguiçosos, passo a explicar.

Uma vitória na eliminatória é natural, esperada e fruto da maior qualidade do nosso plantel perante um grupo de jogadores com um misto de talento e força, com determinação mas que serão, teoricamente, abaixo do que consideramos “ao nosso nível” no panorama europeu. A História fala por si e o palmarés é de tal maneira díspar que nem devia fazer comichão imaginar que estamos no mesmo escalão, nem sequer no mesmo desporto. Somos melhor que eles, ponto. É essa a forma de encarar esse jogo que mais me chateia, porque apesar de ter visto pouco deles na fase de grupos, a verdade é que estão cá. No mesmo grupo do Real e do Liverpool, apesar da coça que levaram em Madrid e de terem até perdido com o Ludogorets. Mas estão cá, fizeram por isso e merecem tanto como qualquer outro. Vencer é expectável. E se acontecer, há mérito? Para nós, portistas que estarão cá amanhã a apoiar mesmo que caia meia Invicta para o lado do Mal, sim, porque passaremos para os quartos da prova de clubes mais importante do mundo, mas haverá sempre quem venha chutar para baixo, aninhados perante um qualquer complexo que nunca vou conseguir entender, e menosprezar o feito desvalorizando o adversário.

E se perdemos? E se somos eliminados por uma das surpresas da prova, pelo menos até esta altura? Inclemência das opiniões, martírio na praça pública, uma vergonha nacional, bandeiras a quarto-de-haste porque a meio até parecia que estaríamos resignados. Suíços?! Só perco com esses gajos quando luto contra um Toblerone, era só o que me faltava agora aqueles bardamerdas mandarem-nos para fora! Guerra para cima deles, é o que eu digo, que eles se lutarem todos com aquelas roupinhas paneleiras dos que fazem figura de urso em Roma que mais parece uma trupe dos Cardinallis hão-de cair todos como o Robben! E então, venham eles!

Se fossemos jogar contra o City ou o Barça, tudo tranquilo. Ganharíamos com mérito e perderíamos pela valia do adversário. Mas estes? É melhor ganhar mesmo, para evitar que os imbecis tomem controlo do senado.

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Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 0 Guimarães

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Eu bem digo que estes jogos contra o Guimarães têm qualquer coisa de diferente. Seja pela corja que aparece a invadir as nossas bancadas ou pela feroz sub-competição no relvado em que uns se tentam ultrapassar aos outros com tudo o que arranjam ao alcance e que possa servir como aríete para mandar abaixo mais um adversário, a verdade é que estes jogos tem aquele “it” que faz com que o estádio pareça outro, mesmo a uma sexta-feira à noite. E hoje tivemos um FC Porto dominador na primeira parte e trapalhão na segunda, com a única constante a ser a interminável quantidade de golos falhados que deixaram o povo à beira de um ataquinho. E uso o diminutivo porque raramente houve perigo para a nossa baliza…mas se tivesse havido qualquer azar, estaríamos agora a lamentar todas as oportunidades desperdiçadas. Enfim. A notas:

(+) Jackson. Dizia-me o meu colega do lado: “este gajo deixou de ser apenas um poacher e agora é um avançado completo”. Metáforas Footballmanagerianas aparte, tem toda a razão. Jackson tem os timings certos para a libertação da bola, um controlo do seu espaço e do espaço dos outros acima da média, excelente noção de passe e desmarcação e ajuda mais a equipa que se lá puséssemos doze Aboubakares. Estarei talvez a ser um pouco injusto para com o camaronês, mas é impossível que pense sequer em roubar a titularidade a Jackson enquanto o colombiano se mantiver a este nível. Mesmo sem golos.

(+) Marcano. Firme, seguro na defesa, prático e assertivo. Sem problemas em mandar a bola para longe e até a subir um pouco com a bola controlada. Nunca será um central genial mas é daqueles tipos que dá sempre jeito ter no plantel porque é certinho e inventa pouco. Terá roubado o lugar a Indi devido a estas características? Só Lopetegui pode responder.

(+) Casemiro. O saco de porrada preferido dos rapazes da terra do Afonso, esteve bem em todos os lances em que se viu envolvido e só não conseguiu fazer mais porque estava a ser tantas vezes calcado e pontapeado que pouco havia mais para fazer senão cair e queixar-se. Já deu muitas este ano mas ao longo de vários jogos e hoje foi um homem sacrificado mas nunca deixou de colocar o corpo e os tornozelos em prol da equipa.

(-) Tanto golo desperdiçado…outra vez. No jogo contra o Paços escrevi: “Aos vinte minutos, o meu colega do lado abriu a mão em cima da minha perna. Sem tocar, acalmem-se. Apenas quis mostrar com aquele gesto que já tínhamos suficientes oportunidades falhadas para que o resultado que acabou por ser o final já o pudesse ser por aquela altura.“. Mais um jogo, mais uma lista de lances que entram direitinho para o livro ilustrado que se transformou esta temporada de 2014/2015 em relação ao desperdício na frente de ataque. Hoje, com a ajuda de Assis (mas é possível apanharmos um guarda-redes pateiro do outro lado nalgum jogo este ano?! Vamos andar a pagar o karma da exibição do Helton em Braga até quando, meu Deus?!) mas acima de tudo com a inépcia de tantos nomes que até custa iterar por eles. Jackson, Danilo, Óliver, Herrera, Maicon ou Hernâni, todos eles falharam golos que podiam ter custado caro. E tantas oportunidades criadas para apenas um golo lá dentro e um sofrimento tramado na segunda parte é uma infelicidade que começa a ser difícil de aguentar.

(-) A segunda parte, especialmente depois da primeira. Uma primeira parte interessante, intensa, com bom entrosamento entre sectores, mais de 70% de posse de bola, (apenas) um golo e futebol agradável. Começa a segunda e eis que volta o FC Porto ausente, indolente, a pensar que tudo está resolvido e que diabo, são só 45 minutinhos que não custam nada a passar. Não é? Não, não é. E já aconteceu em várias ocasiões este ano vermos a equipa lentamente a desagregar-se após uma ou duas falhas que servem como catalisador da desunião da equipa e a partir das quais raramente se consegue juntar o Humpty-Dumpty com todas as suas peças. Desligando a cabeça, as pernas logo se seguem e o caldo está entornado já já a seguir. Quaresma, que vinha a fazer um jogo medíocre, ainda conseguiu piorar; Herrera cortou a energia para os hidráulicos e acabou-se bem antes dos 65 minutos que esteve em campo; Óliver não acertava a movimentação no terreno, Alex Sandro começou a facilitar, Danilo deixou de subir, Brahimi desapareceu do jogo e Jackson teve, mais uma vez, de recuar para trás da linha do meio-campo. É um caso de estudo, sem dúvida, a forma como a equipa se começa a encolher quando os adversários são mais físicos e mais agressivos sobre a bola, especialmente em jogos disputados antes de outros desafios importantes. Ou talvez não seja assim tão complicado de perceber. De qualquer forma, somem um árbitro permissivo para com o adversário (a sério, caríssimo, não acha que pelo menos o Cafú e o Bernard deviam estar já de banho tomado e fato vestido quando apitasse para o final do jogo?) e um jogo importante a meio da próxima semana e temos aí uma receita para um potencial desastre. Outra vez.

(-) Lances de treino técnico muito mal trabalhados. Cruzamentos. Pontapés de canto. Lançamentos laterais. Há no FC Porto uma espécie de desaprendizagem tremenda em tantos lances que exigem dos jogadores treino contínuo, que parecem fazer com que um rapaz que até tem talento comece a parecer um João Pereira quando pega na bola e segue pela linha pronto a cruzar uma bola para o avançado que a espera ansiosamente na área. O talento não se treina: estes lances sim. E se do ano passado para este crescemos em termos de talento individual (a prova está nas estupendas mudanças de flanco de Óliver ou Ruben Neves ou no controlo de bola de Brahimi ou Quaresma, para dar breves exemplos), continuamos a falhar nestes pormaiores que por vezes dão vitórias que não se conseguem de outra forma. Modo demagógico ligado: mas ninguém treina isto!?

(-) Vitória Lenhadores Clube. Eu sei que o Casemiro não é nenhum anjo, longe disso. Oferece, completamente grátis, a sua quota parte de pancada em todos os jogos e é imprudente nos lances que disputa. Mas quando enfrenta uma equipa que fazem Casemiro parecer um Tello, não há grande hipótese de brilhar, nem a esse nem a nenhum nível. E hoje vimos uma equipa de malta cheia de fibra, na flor da juventude e com sangue na guelra suficiente para encher sete aquários. Ou, se quiserem ver as coisas sem lirismos, foi uma horda huna que pôs as putas das patas no relvado do Dragão e que desatou a pontapear tudo que via à primeira oportunidade que conseguiu. E conseguiu tantas e tantas vezes, com total compreensão do árbitro que deu amarelo a tudo que era portista e que fazia uma ou outra falta (bem menos duras, ainda que posicionalmente diferentes) mas abdicou dos vermelhos para Cafú ou Bernard…ou Bouba ou “gajo-aleatório-de-cinza-e-preto” porque coiso. Assim vale a pena ir jogar a um estádio bonito. E faltou André^2, que devia estar com as mãos firmes num comando de Playstation a comandar os substitutos. Repito: é fácil parar o FC Porto à força. Não devia ser era permitido fazê-lo fora da lei.


O primeiro de seis jogos tramados já lá vai e três pontos já cá estão. Segue-se o Boavista no Bessa. Boy, does this bring back the memories…

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