Resultados da pesquisa por: maicon

Ouve lá ó Mister – Vitória Setúbal


Mister Paulo,

Gostei do que vi em Guimarães, para te ser sincero. Pareceu-me que a malta está a gostar do que faz, entusiasmada com aquele miúdo que joga com o número três e mais alguns dos novos que também estiveram muito bem. Gostei quase de tudo, principalmente do resultado mas não me esqueço que foi o teu primeiro jogo oficial pelo clube e o mesmo aconteceu com vários outros rapazes. E a camisola pesa mais do que muitos deles estão dispostos a admitir, não tenho a mínima dúvida, por isso imagino que o teu fato, que te ficava impecável, juntamente com a tua barba bem aparada, baixa, densa, educada, também sentiu nas extremidades de cada pelinho a intensidade de cada lance, de cada momento, de cada passe.

E hoje, o dia é outro, a equipa também é outra…mas tudo é diferente. A Liga é tua principal prioridade, não te deixes enganar pelos loucos que só pensam na Europa. É uma das prioridades, sim senhor, ninguém te tira isso do calendário, mas o mais importante, especialmente na tua primeira época, é o campeonato. E esse, meu amigo, começa hoje. Já vi que convocaste o Abdoulaye, o Ricardo e o Herrera, mas deixaste de fora o Maicon. Vai rodando os rapazes, vai mantendo o povo motivado e continua a perceber quem é que te pode dar mais garantias. O Setúbal é uma equipa diferente do ano passado, cheio de malta nova que ninguém ouviu falar e por isso ainda te podem vir a dar água pela barba que agora pareces não ter.

Acima de tudo, convence-os que este é o primeiro jogo e que todos queremos entrar bem. Este é o primeiro jogo do resto da tua Liga.

Sou quem sabes,
Jorge

Link:

Baías e Baronis – Emirates Cup

No final do torneio, que acabámos por quase vencer (bastava que um dos penalties tivesse entrado…), fiquei com a sensação que temos hipótese de ser uma equipa, mas ainda não para já. Já estou habituado a que o FC Porto faça pré-épocas com ritmos mais relaxados, sem excitações em demasia e a trabalhar para atingir o pico numa altura mais avançada da temporada, e esta não foi muito diferente nesse aspecto. E gostei muito de algumas coisas, muito pouco de várias outras, mas resumindo toda a competição, aproveitando para juntar o resto da pré-época num simples balanço de positivos e negativos aqui em baixo. Vamos a isso:

(+) A importância de ter um “Fernando”. Sempre que vejo o “polvo” assusto-me ao pensar que podemos vir a ficar sem ele a qualquer dia. É verdade que o meio-campo formado por Castro e Defour (em alternativa temos Josué e Herrera) em vez de qualquer um dos anteriores) poderia funcionar contra grande parte das equipas que vamos defrontar cá dentro, mas para jogos mais a sério…é uma riqueza ter um jogador do seu nível. Talvez Defour seja a opção mais válida para o substituir, ganhando em passe o que perde em força, mas Fernando prepara-se, ficando, para ser mais uma vez um jogador pivotal no plantel. Contra o Galatasaray fez muita falta na altura em que era necessário tapar o centro do terreno com o seu “sósia” Felipe Melo a fazer o que queria do nosso meio-campo. Regressou contra o Nápoles em grande.

(+) Actualmente, a defesa é o sector mais forte da equipa. Otamendi foi talvez o melhor jogador de toda a pré-época do FC Porto, mas esteve muito bem acompanhado por Alex Sandro e Mangala. Danilo alternou o génio com a indolência do costume e Fucile parece estar a melhorar (o jogo com o Nápoles foi muito bom). As alternativas que jogaram no primeiro encontro, Maicon e Abdoulaye, não fizeram má figura, e mesmo Reyes, que está ainda “encostado”, parece ter já qualidade para fazer alguns jogos. É verdade que estamos a abusar com apenas três laterais de origem, mas já sabemos que Maicon pode fazer a lateral direita (ou até Ricardo, se ficar no plantel) e Mangala a esquerda, por isso é um problema gerível e se o treinador assim optar para poder ter um plantel mais controlado em número e em opções, so be it.

(+) Qualidade técnica do plantel mais alta. Sim, é verdade que saíram James e Moutinho e o nível de qualidade perdeu uns enormes quilos ou litros ou libras ou lá qual é a unidade de “qualidade técnica” que quiserem inventar. Mas entraram Quintero, Herrera, Josué e Carlos Eduardo, todos eles médios com criatividade acima da média e talento que chegue para calçar as mesmas botas dos antigos 8 e 10 para conseguirem, a médio prazo, fazer com que a equipa consiga carburar com o seu talento próprio. Há elementos que entraram também este ano que não serão headliners no concurso mundial de talento e técnica para a bola, casos de Ricardo, Ghilas ou Licá, bem como o regresso de Fucile e Iturbe, mas que podem fazer com que a equipa volte pelo menos aos níveis de controlo e rotação de bola que teve a espaços no ano passado, especialmente fazendo com que não tenhamos problemas em olhar para o banco e possamos escolher alguém de jeito para mudar algo no ataque.

(-) Há qualidade nos reforços…mas há qualidade para jogar já? Gostei de Josué no meio, detestei-o na linha. Gostei de Quintero no meio, mas achei-o muito confiante e a proteger mal a bola. Hesito perante Kelvin e Iturbe, ambos tecnicamente bons mas indecisos nas alturas mais importantes. Ricardo está a ser testado como lateral na eventualidade de Danilo, Alex Sandro e Fucile estiveram lesionados (laterais do FC Porto: Ricardo e Mangala…pensem nisso.), Tiago Rodrigues deve ser cedido, Herrera ainda não tem ritmo e os dois que vieram do Estoril, Licá e Carlos Eduardo, parecem nervosos em demasia para serem opções imediatas. Com a saída de James e Moutinho, apostaria rapidamente em Defour no centro porque é o que tem mais experiência para poder assumir a função com o mínimo de perda para o jogo de equipa. Para o lugar de James, é mais complicado e depende do tipo de jogador que Paulo Fonseca quiser. Pessoalmente, punha as fichas em Juan Iturbe, pelo menos para começar a época. Parece-me o mais dinâmico e interessante de todos no presente momento.

(-) Bolas paradas ofensivas, não só pelos penalties. Acabámos por quase vencer este torneio, bastava que um dos penalties tivesse entrado e tínhamos ganho esta treta. A jogar devagar. Sem grandes parangonas, com o nome que levámos a Inglaterra a ser perenemente ignorado pelos bifes e outros que tais. E um único penalty marcado pelo adversário, que esteve ao nosso alcance por duas vezes, fez com que não conseguíssemos sair do Emirates com a taça na mão. É isto que tem de estar na cabeça dos jogadores quando vão marcar um penalty, seja lá quem for o marcador de serviço nesse dia. É para marcar e mais nada. Visualizar o objectivo, imaginar a bola no fundo das redes, partir para a marcação e enfiar a redondinha lá dentro. Até pode ser o Fernando a marcar, quero lá saber, tem é de ser um gajo com condições técnicas mas acima de tudo mentais. Jackson e Lucho já falharam penalties a mais. E para lá dos penalties, é preciso trabalhar os livres e os cantos, tanto na movimentação ofensiva como na própria marcação. Treino específico exige-se pronto.


Falta uma semana para começar a época…acham que estamos prontos?

Link:

Ouve lá ó Mister – Emirates Cup


Mister Paulo,

Já vi que convocaste meio mundo para Londres e não acredito que tenha sido só porque gostas de ter uma entourage enorme para passeares pelas ruas da cidade com os pólos oficiais e assinar autógrafos a emigrantes e ao eventual inglês que na altura reconheça alguns dos nossos rapazes. E não me importa mesmo nada que o tenhas feito, para te ser sincero, porque acredito que tenhas confiança em todos os elementos que chamaste e que te está a custar libertar um ou outro rapaz. Mas tens de tomar decisões, Paulo, não podes ficar eternamente à espera que os gajos fiquem sem saber o que raio se vai passar na tua cabeça quando, daqui a umas semanas e uma ou outra noite menos bem dormida, chegues ao treino no dia da deadline e anuncies que A ou B não ficam no plantel. Decide-te, mantém a decisão e defende-a. Nada mais te peço.

É mentira. Peço-te outra coisa. Recusa-te a comentar qualquer coisa que tenha a ver com o Bernard. Os estupores dos jornalistas já estão a começar a enfiar aquele veneno tradicional na mente dos portistas, tanto que já ouvi vários correlegionários meus a dizer: “Isto está a ser mal gerido, então o gajo vem ou não?!”, como se a SAD andasse a mando dos jornais. Por isso tenta não alimentar as novelas, deixa-os a falar sozinhos e foca-te no teu trabalho.

Quanto aos jogos com os turcos e os italianos…muito sinceramente, não sei que te diga. Pensa Sneijder, Eboué, Drogba, Altintop, Felipe Melo e Bulut. E depois pensa Higuaín, Hamsik, Inler, Pandev, Behrami e Callejón. E olha para as armas ao teu dispôr. Francamente, só três ou quatro desses nomes me metem medo. E dois deles vão ser marcados sem falhas pelo Mangala ou pelo Maicon, os outros dois levam com o Castro ou o Defour em cima e os que rematam com força…só espero que não tenham hipóteses de rematar de longe antes de lá chegar o Varela ou o Licá. Faz as experiências que precisares, mas lembra-te que aqui na Europa, mais que na América do Sul, começas a marcar pontos de prestígio onde ainda ninguém te conhece. Se fosse a ti, sem sacrificares as tuas ideias e acima de tudo o trabalho em prol da equipa, teria algum cuidado para não fazer com que começassem a lembrar-se do teu nome com maus motivos.

Sou quem sabes,
Jorge

Link:

Dezasseis

Hector Herrera vai usar uma camisola com um número que diz muito a todos os portistas que atravessaram a segunda metade dos anos 90. Aqui fica uma lista dos jogadores que usaram essa mesma camisola desde que a numeração é fixa. Vamos a isso:

 

1995/1996 Lino
1996/1997 Mário Jardel
1997/1998 Mário Jardel
1998/1999 Mário Jardel
1999/2000 Mário Jardel
2000/2001
2001/2002
2002/2003 Bruno
2003/2004 César Peixoto
2004/2005 Diego
2005/2006 Raul Meireles
2006/2007 Raul Meireles
2007/2008 Raul Meireles
2008/2009 Raul Meireles
2009/2010 Maicon
2010/2011 Sereno
2011/2012
2012/2013
2013/2014 Hector Herrera
Link:

Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 0 Celta Vigo

Welcome back, FC Porto. Mais ou menos. A festa foi porreira, alegria nas bancadas, o estupor do dragão a fazer barulho durante vinte minutos, a saudação aos novos e aos antigos, a recepção ao treinador estreante, a simbiose de euforia e boa disposição que faz dos inícios de época um bom momento para todos os presentes. Mas eu, em casa, só vi um jogo tristonho, com jogadores empenhados mas cansados, a precisar ainda de suficientes sessões de treino para se poderem unir de uma forma condizente. Gostei de algumas coisas, não gostei de outras. Vamos a notas:

(+) Lucho. Continua a ser o mais inteligente dos jogadores do FC Porto, pela forma como está em campo e como coordena a manobra da equipa. Se vai continuar a jogar naquela posição, de desgaste permanente e de pressão constante quase na área contrária, vai-se queimar rapidamente mas acaba por compensar com a grande maioria dos passes certos na altura certa que insiste em completar. Bem-vindo de volta, Comandante.

(+) Fucile, a defender. Esforçadíssimo, a mostrar que está pronto para jogar tanto do lado esquerdo como do lado direito da defesa, sempre ao mesmo ritmo, que neste momento não é ainda muito mas espero evolua num futuro próximo para níveis habituais, pelo menos há uns anos atrás. Não lhe correram bem as coisas no ataque, mas esteve bem defensivamente e fiquei satisfeito pela recepção que teve da parte dos adeptos.

(+) A terceira camisola, apesar de não gostar do design. A manobra de marketing é lógica e peca por tardia. No ano passado, depois do jogo em Zagreb, a terceira camisola em tons de branco causou um impacto tão grande nos adeptos que a preferiram em grande escala quando comparada com a alternativa “oficial”. Este ano, para celebrar os 120 anos da nossa fundação, a Nike e o FC Porto decidiram avançar com mais uma peça de merchandising logo de início e espero vê-la à venda nas Lojas Azuis muito em breve. Não sou o maior fã do design (não sou fã de grandes inovações em termos de layout, mas parece-me…simplista em demasia) mas aprovo o processo.

(-) Muitas falhas defensivas e poucas chances criadas. Sim, eu sei que é início de época e a concentração não é a melhor. Some-se uma equipa ultra-defensiva e uma segunda parte com montanhas de alterações e temos um caldinho para a ineficácia que nos transformou em mais latinos que nunca. Mangala e Otamendi tiveram falhas grandes, mas também Maicon e Fernando estiveram desconcentrados atrás. Na frente, Iturbe falhava cruzamentos como se tivesse tantos anos quantos estão estampados nas costas, Josué tentava passes a mais com pontaria a menos, Kelvin não passava por um único adversário e Varela…esteve ao nível de há dois anos atrás. Há muito tempo para trabalhar e sangue para oxigenar, mas é de início que se devem começar a mostrar boas coisas, para evitar que os adeptos mais nervosos…se enervem nas piores alturas.

(-) Kelvin, pela atitude em relação a Nolito. Talvez pense que não fez o suficiente para se tornar um ícone dos adeptos no ano passado e ache que será assim que vai continuar a somar pontos, com aquela atitude parva de quase agredir um ex-jogador do Benfica. Não foi digno, sinceramente, e mais parecia um miúdo birrento num jogo de rua. Se fosse o Paulinho Santos a fazer aquilo, até o perdoava, porque sempre agiu da mesma forma e só seria fiel ao seu estilo e coerente com a atitude. Kelvin, por outro lado, não é gajo para aqueles festivais. Podia ter estragado o espectáculo.


No fundo, foi mais do mesmo para jogos de apresentação. Raramente a equipa está em níveis aceitáveis, o entrosamento ainda falha, há muitos passes falhados e o onze-base ainda nem estará decidido. Nesta altura exige-se trabalho e não grandes resultados, muito menos grandes exibições. Vamos ter uma época inteira para isso…

Link: