Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 0 Sporting

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Foram três e deviam ter sido mais. Acabei o jogo a tentar justificar a primeira parte em Alvalade ou a enormidade de erros e golos falhados que marcaram a partida da Taça que perdemos contra estes mesmos rapazes. Foi fácil fazê-lo e a diferença não está apenas relacionada com a maior eficácia que mostrámos hoje, debaixo daquela chuvinha tão típica da Invicta. A grande diferença está na maturidade da equipa, na forma como se conseguiu exibir a um nível superior, a mostrar que é uma equipa grande e joga como tal, reduzindo o Sporting a um espectador tão atento como Fabiano. A vitória é inequívoca e só não foi mais volumosa porque mais uma vez ziga-se ou zaga-se quando se devia biqueirar. Ainda assim, uma bela noite no Dragão. Vamos a notas:

(+) Tello. Quantas vezes já disse eu para os meus botões (ou colarinho ou golas ou seja lá o que quiserem usar para manter a metáfora consistente) sobre ti, meu pirralho catalão: “Chuta a bola para a baliza, carago, não penses, não dribles, não torças o pescoço, just kick it!” E não havia melhor jogo para que conseguisses finalmente ouvir os ensinamentos deste teu adepto que vive para o momento em que te esqueces que há mundo à tua volta e te consigas focar só na baliza, só na rede e só na bola a bater nela. Na rede, não na baliza. Foste rápido, foste eficaz, foste perfeito. Três golos ao Sporting. Embrulha, emoldura, imortaliza e leva esta para casa.

(+) Jackson. Aquele “talonazo”, Jackson…upa. Mas assim um upa da altura do pé direito do Dragão, que se verga cada vez que tu te lembras de sacar umas destas do fundo da arca onde os guardas. Minto, não será no fundo mas estará mais à tona, tal é a facilidade com que tu jogas de costas para a baliza e continuas a percepcionar tudo que se passa à tua volta. É notável ver-te a jogar, meu querido Jackson, com a noção tão presente que no final desta temporada vais passear para outros recantos onde vais continuar a mostrar ao Mundo o quão raro é haver um país com dois pontas-de-lança tão bons como tu e o Radamel. E que triste que é terem nascido os dois na mesma altura.

(+) Evandro. Vi-o no onze e temi que pudéssemos arrancar para um jogo mais contido e menos afoito para a frente. A ideia de termos Brahimi no meio seria interessante numa quantidade enorme de jogos mas neste, contra um dos meios-campos mais fortes (fisica e tacticamente) do nosso futebol, o teu nome parecia o mais decente para tentar tapar o adversário. E foi, porque ele fez com que fosse. Muito mexido, a tapar a falta de acutilância e lentidão no posicionamento de Herrera (especialmente na primeira parte) e a jogar como se o lugar fosse dele desde o início do ano. Faltou ser mais activo na construção de jogo para se aproximar um pouco mais da verticalidade que Óliver traz ao jogo, mas esteve muito bem e saiu exausto.

(+) A entrada para a segunda parte. Todos no estádio antecipavam um regresso forte do Sporting para a segunda parte, temendo o recuo do FC Porto para tentar segurar a esquelética vantagem de 1-0 num clássico, que tem tanto de Mourinhesco como de assustador para os adeptos. Nada mais errado. Voltamos como tínhamos terminado, com jogadas em alta intensidade pelas alas, subidas de flanco dos laterais (bem melhor Danilo na segunda parte com um Carrillo bem abaixo de Nani) e o meio-campo a pressionar alto e a forçar os jogadores do Sporting a cometerem erros atrás de erros, um mais infantil que o outro. Foi aí que o Sporting se eclipsou de vez e a parca luz que até aí tinha emitido deixou de se ver no horizonte da Invicta, como um carro que fica sem bateria e se deixa lentamente apagar. E apagou, por nossa culpa.

(-) Chuta o senhor? Tenha a bondade. Não, meu caro, chute você. And on and on. Repetem-se as ocasiões onde há situações de remate que são colocadas em segundo plano para que mais um toque, mais uma finta ou mais um cruzamento sejam feitos quando seria tão mais fácil chutar a bola para a baliza. Compreendo que os jogadores se preocupem em encontrar a melhor posição possível para o remate, mas num jogo destes onde um ressalto pode significar a diferença entre vitória ou derrota, há que ter melhor decisão nessas alturas cruciais do encontro.

(-) A primeira parte de Herrera. Lento, complicado, despreocupado para proteger a bola, foi ineficaz em alturas cruciais quando deveria ter sido bem mais prático e não fosse a presença de Casemiro atrás (muito faltoso…porque tinha de ser) e Evandro ao lado (a correr nos locais que Hector não pisava) e o mexicano teria desaparecido no nevoeiro e na chuvinha que ia caindo inclemente sobre o relvado. Subiu muito de produção na segunda parte, com melhores movimentos mas acima de tudo com mais critério no passe e na deambulação pelo centro do terreno, decorrente do espaço oferecido pelo Sporting.

(-) O critério de Soares Dias. Ficou a ideia, enquanto ia protestando nas bancadas depois de mais uma falta ser marcada a favor do Sporting e outra igualzinha não ter sido apontada a nosso favor, que havia dualidade evidente de critérios. E houve, porque os jogadores do Sporting assumiram o espírito de Vidigal, Beto, Rochemback e amigos, prosseguindo a jogar com os braços sempre que lhes apetecia, puxando e empurrando os nossos jogadores sempre que lhes apetecia, apenas parados com rara exceptionalidade pelo árbitro. E se todas as mãos-na-bola/bolas-na-mão dentro da área do Sporting são discutíveis, as mãos-na-camisola/camisola-quase-que-lhes-ficava-nas-mãos começou a enervar o público, que ainda viu Cedric e William ficarem até ao final do jogo em campo por qualquer tipo de prece divina que com toda a certeza terão feito antes da partida começar, somando-se João Mário e os fantásticos números de “vamos saltar todos juntos” ou Nani, o homem que assume o estatuto que lhe dão cá por ter andado lá e que acha normal os guinchos que emitia na direcção do fiscal de linha sempre que uma brisa lhe afagava o cabelo. Houve demasiados lances idênticos punidos com falta contra nós e raramente com falta a nosso favor. E chateou-me.


Mais um jogo complicado que passamos a ferro e muito provavelmente menos uma preocupação até ao final da época. Sexta-feira, em Braga, o adversário vai dar muito mais luta…

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Ouve lá ó Mister – Sporting

Señor Lopetegui,

Tenho muitos amigos sportinguistas e creio que deve ser um recorde no rácio entre amigos que partilham um campo todos os sábados e uma vida no resto dos dias da semana. Juntamo-nos na futebolada há dezanove anos (já viste a coincidência do númbaro?) e há sempre lagartagem ao barulho. Uns mais ferrenhos, outros menos, outros ainda que não conseguem dizer qual foi o onze do Sporting na temporada 2001/2002, que em circunstâncias normais os deveria fazer ruborizar de vergonha mas que é tolerado pelo resto da malta porque, para ser sincero, poucos são os que sabem essas coisas, seja de que clube forem. Mas o grupo é composto por mais de dez amigos e seis são do Sporting. Seis. No Porto e arredores. Somemos a essa comandita o meu chefe. É sportinguista. O meu chefe, Julen, o gajo que me avalia o desempenho, que me orienta o trabalho e que serve como bússola profissional nos tempos que correm. Lagarto de fé e alma, pouco praticante mas ainda assim verde até aos ossos. Estou, no fundo, rodeado desse povo estranho no trabalho e na camaradagem.

E dou-me bem com todos eles. Os amigos, como é evidente, com quem partilho um elo metaforicamente umbilical de curso e percurso, mas também o chefe, que é um tipo porreiro. És és, oh, deixa-te lá disso, as pessoas estão a ler, vamos lá. Partilhamos dia após dia as amarguras e exaltações de um trabalho complexo mas gratificante que se faz na secretária do emprego ou no relvado sintético com a bola a rolar ou à mesa com um bom conjunto de finos pela frente.

Mas garanto-te, Julen, que nada me saberia melhor que poder chegar na 2a feira ao trabalho ou no próximo sábado ao salutar convívio semanal com o gangue, de peito feito a poder dizer: “Então, gostaram do jogo? Quando entrou o terceiro não quiseram saber se já tinha começado a novela? E o quarto, foi giro? Reclamem do penalty, agora, que tal? E aquele túnel duplo a meio da primeira parte? E os cruzamentos perfeitos? E que tal as mudanças de flanco criteriosamente por cima do lateral? E as cabeçadas para a rede? Gostaram de tudo? A vingança é fodida, não é? É ou não é? O rabinho dói, não dói? Queres uma almofadinha para as nádegas, que devem estar todas rebentadinhas das marradas de piroco que foram apanhando! E um chá? Um chazinho quentinho, qualquer coisa para acalmar os nervos? Não serve? Não se metam com os grandes, caralho, que quando picam o bicho, este não pica de volta. Este enche-vos de sémen até ao duodeno! Todo lá dentro!!!”

Deixa-me poder dizer isto aos gajos. Anda lá, garanto que também te vai saber bem!

Sou quem sabes,
Jorge

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What a difference four days make

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O futebol e a forma como ele mexe cá dentro não deixa de me fascinar. Há algo de profundo que choca com o mais insípido do meu ser e caminha focando-se nas mais internas sensações que pautam o dia-a-dia e o bem estar que tantas outras coisas conspiram para tornar insípido. E de vez em quando traz lá do fundo uma contradição moral que vejo como inexplicável, como impossível de compreender e de analisar debaixo de uma luz de auto-conhecimento que vai bem para lá do empirismo corrente. Às vezes, quando acho que me conheço, apanho uma destas.

Hoje apoiei o Sporting contra o Wolfsburg. Sem clubites, sem pensamentos estratégicos, sem querer o bem para que o meu bem fosse superior ao bem deles. Apoiei-os mesmo enquanto proferia algumas frases desconexas, desejando lesões, suspensões eternas, pernas e corações partidos. Dei comigo a querer que Tanaka enfiasse aquela bola para lá de Benaglio, que a cabeçada do Tobias não tivesse batido no erguido joelho do teutónico, que Carrillo parasse de inclinar a pança para trás e atirasse com a bola para o fundo da rede. Torci por aqueles fulanos de camisola mesclada de vários tons de verde e não me orgulho nem me enojo, mas num acto ecuménico de paz futebolística, tive pena que fossem eliminados e nos deixassem como única equipa a defender as cores nacionais numa Europa que parece tão dividida como nos idos dos 30s, com menos armas e mais retórica.

E daqui a três dias, quatro se contarmos com o que ontem se passou, vou estar a insultá-los. Vou purgar os sentimentos fracos de ontem, jorrar impropérios em massa, puxar do meu melhor vernáculo para ofender todos os que passarem por mim, do Cedric ao Adrien, do Nani ao Patrício. Vou criticá-los, apoiando o meu clube e denegrindo o deles, como se fossem a personificação esverdeada de Satanás. Porque é isso que vão ser no próximo Domingo, pelo menos a meus olhos, aos olhos do rapaz que voltou a ser miúdo durante duas horas, sem ódios, sem reservas, sem facciosismos, sem contradições, sem medo, sem sujidades. No Domingo, os putos que ontem apoiei serão inimigos de sempre, fiéis detentores de um ceptro do Mal, desonradas putéfias que passarão por baixo das minhas botas, vindo da lama e para lá caminhando em fila e passo acelerado.

Não sei se é isto o futebol que quero. Sei que é assim que o vivo. E já nem sei se o percebo.

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Baías e Baronis – Boavista 0 vs 2 FC Porto

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Para um observador imparcial, não-versado nestas andanças da bola, deve ser um espectáculo deprimente e/ou entusiasmante reparar nas reacções na forma como um homem adulto, pai, bem adaptado à vida moderna, pagador de impostos e fã de Pink Floyd vive um jogo de futebol deste nível. E este, que foi um derby com muito pouco de derby (já lá vamos), enervou-me tanto porque como todos os portistas que assistiram ao vivo aquele jogo pós-dilúvio que se disputou no Dragão há uns meses e que a meio da segunda parte da partida de hoje começou a pensar: “Queres ver que ainda vamos empatar outra vez a zero com este monte de gajos que ainda ano passado jogavam na terceira divisão da Liga do São José da Pila Murcha?!”. Foi por pouco e a culpa teria sido nossa. Vamos às notas:

(+) Ruben Neves. Perfeito no passe, duro nas bolas divididas e agressivo quando foi preciso. O trabalho de Ruben foi mais fino, mais elegante e bem mais eficaz que o que habitualmente pauta os desempenhos de Casemiro e apesar de não se ter destacado por nenhum lance individual, foi na forma pausada e inteligente com que rodou continuamente a bola entre os colegas, com passes laterais quando necessário e verticais com alguma audácia, que marcou a diferença em relação aos outros dois rapazes do meio-campo, pelo menos até à entrada de Evandro. Grande jogo.

(+) Tello. Se a entrada de Brahimi foi boa apesar de se ter perdido aqui e ali nas fintinhas do costume, a de Tello teve mais impacto. Hoje lutaste, minha motinha estuporada! Hoje, nos trinta e tal minutos que estiveste em campo, deste o litro todo pela causa e não te alheaste das bolas, não fugiste de nada e foste sempre até ao fim para tentar cruzar a bola para um colega e finalmente conseguiste! O mérito também é teu, carago, porque o Jackson ainda está a perceber onde bateu a bola antes de entrar mas se não fosses tu, a vitória podia ter fugido. Hoje lutaste, rapaz, por ti e por todos. Finalmente!

(+) Marcano. Continuo a dizer que gosto deste rapaz porque é rijo e tem aquela mentalidade “no-nonsense” que tanto gosto de ver num defesa central. Sim, eu sou da velha guarda e acho que centrais à David Luiz (ou o que quer que o Sergio Ramos seja, esse parvalhão) prejudicam mais a equipa do que a beneficiam e prefiro ver um gajo que não tem problemas em mandar a bola para a última fila de cadeiras em vez de ficar a brincar com ela como o seu colega do lado insiste em fazer jogo após enervante jogo. Simples, prático, bom toque de bola aplicado quando deve ser. Like.

(+) José Ángel, pela profundidade no ataque. Subiu impecavelmente pela linha e ajudou imenso quer Quaresma quer Hernani…quer Tello pela quantidade de vezes que apareceu em apoio ao extremo. Pecou um pouco pela falta de agressividade defensiva perante Uchebo, que usou quase sempre bem o corpo para o tirar da frente…e Ángel deixou. Não pode, nem que faça falta, o que aconteceu poucas vezes. Ainda assim um jogo muito positivo para o suplente de Alex Sandro, que se arrisca a ser titular para o próximo ano. Leram aqui pela primeira vez, não se esqueçam.

(-) Herrera O que é que eu te posso dizer que tu já não saibas, meu imbecil. Perdoa-me por falar assim contigo mas é o mais eufemístico dos nomes que te posso chamar hoje. É que não parecias estar em campo. Alheavas-te da bola e do terreno com uma facilidade tremenda, falhavas passes como o Maicon, tremias perante a pressão de um qualquer Idris (que nem Elba é, caramba!) e fugias do jogo como um ratinho amedrontado depois de sair do esgoto numa grande cidade. Foste fraco, Hector, foste o Herrera do ano passado e esse moço não tem lugar neste FC Porto. Mas tu tens e eu sei que tens, por isso vai dormir descansado que amanhã é outro dia. E não voltes a jogar como hoje, por favor.

(-) Muita posse de bola, pouco perigo. Cento e quarenta por cento de posse de bola. Contei eu, não é engano. Ou pelo menos foi a imagem que me ficou do jogo, depois de oitenta e tal minutos em que o Boavista saiu daquela zona do Petit (afinal era ali que o rapaz trabalhava) aí umas duas ou três vezes, bem contadas. E o que fizemos nós durante esses oitenta minutos? Pouco, muito pouco. Sim, as trocas de bola foram decentes e o jogo foi completamente dominado. Mas criámos pouco perigo, excessivamente pouco perigo, de tal forma que os próprios jogadores se começaram a enervar em crescendo e só o golo de Jackson ajudou a acalmar o povo. Há que ser mais incisivo na criação de lances de perigo para as balizas contrárias, mesmo que tenham emparedado as mesmas.

(-) Derby só em nome, por agora. Este não é o Boavista. “Isto” não é o Boavista. Por muito que tenhamos estado tempo demais a tentar desatar aquele nó górdio (sem piadinhas aos Silvas, o Elpídio e o Ricardo, bons espécimens de pançudos que por lá passaram) do Bessa, a verdade é que não houve alma nem saber nem grande capacidade para nos fazer frente ou pelo menos para mostrar que queriam mais que uma merdice dum ponto contra o FC Porto. Um derby não é isto, Petit, um derby joga-se como tu jogavas, de presas e pitões afiados, a querer ganhar mais que o outro sem medo do que possa acontecer se não conseguirem. É que se queres ser um treinador de merda como o homem que sempre mostraste ser perante nós, vais pelo bom caminho para te juntares aos Ulisses e Motas desta vida. E já agora, nem meia-dúzia de picardias entre os jogadores para amostra. Afonso Figueiredo, o novo Briguel, ainda tentou, mas ninguém lhe deu troco. Já não se fazem derbies da Invicta como antigamente, carago.


Mais três pontos num relvado difícil (literalmente) mas acima de tudo a confirmação que a equipa não desiste até conseguir o objectivo. Pode demorar tempo suficiente para mandar pavimentar a Índia de ponta a ponta, mas não desiste. O que já não é nada mau.

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Ouve lá ó Mister – Boavista

Señor Lopetegui,

Saudades, caríssimo, saudades de visitar aquele estádio onde já tive um arraial de emoções tão grande que a minha juventude passou por tudo. Alegria, nervosismo, medo, prisão de ventre, soltura…se fizer número na tradicional panóplia do sentimento humano, já passei por isso no Bessa. E garanto que não fui lá mais que meia-dúzia de vezes, mas houve sempre tanto para contar que enchia aqui umas páginas e tu tinhas uma manhã chatita a ler sobre as minhas desventuras em vez de estares a mentalizar o Herrera que não deve deixar parar o cérebro depois de receber a bola nos pés. E hoje vai ser bem necessário enfiares alguns conceitos na mona do nosso povo, porque os rapazes devem estar desmoralizados…senão repara:

  • Danilo, Alex Sandro, Casemiro estão de fora, castigados num jogo em que três dos nossos jogadores levaram amarelo. Guess who? Yup, eles.
  • Óliver re-estourou o ombro na Suíça e fica de fora mais dias do que devia. Devia ficar zero. Fica muitos.
  • É um derby e os gajos vão estar motivados para ver se nos lixam mais dois ou três pontos.
  • O Benfica ganhou o jogo esta semana com mais uma bela arbitragem.
  • Vão jogar num relvado sintético, que é giro para amigos aos sábados de manhã mas não é nada agradável para jogar à bola em condições.
  • O outro treinador é um dos mais feios da Liga e gosta tanto do FC Porto como o Rui Santos. Talvez menos.

Ou seja, está tudo contra nós. Se tudo correr mal, o Tello vai andar atrás da bola a pinchar como louca, o Quaresma vai levar uma ou oito charutadas nos primeiros 10 minutos e não vai resistir a dar uma de volta, o Jackson vai ser ensanduichado tantas vezes que vai mudar o nome para Jackson Mortadelinez, o Ruben vai ficar com as coxas em sangue depois de se raspar pela enésima vez à procura de cortar mais uma bola dividida no meio-campo e o resto…sei lá, Julen, só sei que não tenho um feeling muito bom para o jogo de hoje.

Apostaria numa equipa de combate, eu que sou medroso. Defesa com Ricardo, Indi, Maicon e Marcano. Meio-campo com Ruben, Herrera e Evandro, ataque com Brahimi, Quaresma e Aboubakar. Deixar os gajos cansados, dar a estocada nas alturas certas e esperar que comecem a stickar o nosso pobo. E depois…aplaudir os adeptos visitantes e sair pelo túnel, satisfeitos por um trabalho bem feito.

Sou quem sabes,
Jorge

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