Quem é o jogador do FC Porto que parece estar a bailar com os braços abertos, enquanto tem a cara tapada pela gigantesca meloa do Charlie Brown?
Força aí na caixa de comentários!
Quem é o jogador do FC Porto que parece estar a bailar com os braços abertos, enquanto tem a cara tapada pela gigantesca meloa do Charlie Brown?
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Já não é o primeiro nem será o último que me pergunta: “o que é que tu tens com o Lopetegui que raramente o criticas?”. E acaba por ser mais uma forma de desencadear uma auto-análise que me faz perguntar o que faz com que não seja tão crítico do nosso actual treinador como fui no passado de Fonseca e durante algum tempo, de Vitor Pereira.
Gosto de treinadores que trabalham. Um treinador não é apenas uma figura de cartaz, um busto para colocar por cima da lareira para ficar bem e mostrar que temos ali um belo dum enfeite que transforma uma mera sala num monumento para a posteridade e para ser fotografado no “Bustos Semanais”, que podia mas nada tem a ver com seios. Gosto de poder olhar para uma equipa e verificar que há trabalho a ser feito, que as ideias que germinam na cabeça do seu criador estão a passar para o relvado para serem executadas pelos seus pupilos, bem ou mal, demore mais ou menos tempo a chegar a um desenlace em que a produtividade prática excede a teórica. Gosto de treinadores que se defendem e que defendem os seus e gosto de fulanos que mantém uma linha ideológica interessante, ainda que polvilhada de quando em vez por incongruências e hesitações. Gosto de treinadores que são humanos, que não deslizam pela vida pública como entidades robóticas que repetem tudo o que devem repetir, usando lugares-comuns tão banais como vejo tantos a fazer e lamento que não consigam ter a inteligência e retórica de perceber que raramente funcionam, pelo menos perante gente pensante como eu e não em frente ao olhar bovino de qualquer leitor do Correio da Manhã. E também gosto de ver gajos com personalidade a admitir as falhas.
E foi por verificar muitas destas pequenas transformações que apoiei Vitor Pereira no seu segundo ano, porque apesar de ver a equipa a sofrer de uma notável incapacidade de desenvolver um futebol atraente e ofensivo, via que havia ali trabalho e evolução. Era notória a vontade dos jogadores e a sua transformação de humanos em deuses menores acontecia a espaços e não quando o povo queria. O mesmo que nunca aconteceu com Fonseca, onde as ideias de jogo se perdiam tão depressa quanto o próprio Fonseca perdia o balneário para nunca mais o recuperar. Castro, um interino que pouco mais conseguiu que deixar o nome na estatística, nem sabia por onde pegar naquele grupo destroçado que recebeu nas mãos e não o culpo por isso. Fez o que pôde, o pouco que pôde, e também não o culpo por isso.
Lopetegui mereceu carta quase branca na primeira época. E não será assim na segunda, apesar de o manter ainda num estrato de intocabilidade perante a construção de uma equipa quase nova, com muitos elementos ainda a tentarem perceber a melhor forma de cá jogarem e de mostrarem que são bons, porque o são. E podem achar que sou benevolente, calmo e exageradamente tranquilo nas análises do jogo e da forma como Lopetegui gere o plantel e a equipa. Mas como faço com todos os treinadores desde os tempos de Jesualdo (quando arranquei o blog), dou-lhes tempo para mostrarem o que valem. Lopetegui ganhou, por força das circunstâncias da construção do plantel, um novo fôlego.
Lá para Outubro ou Novembro podemos voltar a falar. Sem exageros, gritarias e insultos gratuitos.
Se eu fosse treinador do FC Porto, quando chegasse ao balneário depois daquela primeira parte mandava untar os bancos todos com estrume e via a reacção dos meus jogadores. Aposto que alguns deles se sentava na mesma, de tão cansados e distraídos que pareciam estar depois de sair de quarenta e cinco penosos minutos em que pouco houve para se aproveitar. E depois veio a segunda parte, ainda pior. Não esperava grande coisa do arranque de temporada, a equipa ainda está sem entrosamento, com demasiadas falhas de posicionamento e capacidade criativa. Mas esperava um pouco mais de tino e concentração e hoje não vi nem uma nem outra. Valeu pelos golos. Notas já aqui em baixo:
(+) Maxi. *suspiro* Três jogos oficiais, três Baías para Maxi. Não surpreende quem o tem visto a jogar, especialmente pela diferença que tem mostrado em relação a grande parte dos colegas (ouviste, Tello?) e pela atitude que mostra em campo. Manda abaixo todos que ousavam vir a criticá-lo quando se esforça como se tem vindo a esforçar em lances quase perdidos e como aparece na área contrária a tentar o golo quando o extremo à sua frente parece menos talhado para o mesmo destino (OUVISTE, TELLO???). O número dois está bem entregue.
(+) Danilo. Sem inventar muito, usando bem o corpo (está aí uma boa alcunha para ele: “o corpo”) para proteger a bola e para a fazer rodar logo que possível. Ainda tentou várias incursões pelo meio-campo contrário, sempre inclinado para a direita (a rever, caso contrário começa a ser um lance “à Tarik”, sempre igual com resultados nem sempre positivos) mas raramente teve linhas de passe para criar perigo. Foi dos poucos que se safou.
(+) Casillas. Não teve muito trabalho mas teve duas intervenções importantes que fez com que a equipa continuasse sem sofrer golos no Dragão. Os guarda-redes de equipas de topo têm muitas vezes este papel ingrato de terem de ser 100% eficazes nas poucas vezes em que estão activos, sem haver margem para falha. Foi o que fez e segurou bem a vantagem.
(+) Estoril. Pressionou sempre alto, sem medo, com força e garra e intensidade tais que me envergonhou olhar para os nossos e perceber que não conseguiam manter-se a par dos amarelobranquinhos. É raro ver uma equipa tão interessada em tirar pontos ao adversário num estádio que teoricamente é complicado, por isso louvo o esforço.
(+) Lopetegui. Teve os cojones de mudar o esquema ainda na primeira parte e de retirar um dos mais produtivos bonecos de azul-e-branco que me lembro de ver a jogar e admitir que a experiência de colocar Brahimi a 10 não estava a funcionar. Nem sempre vejo um treinador a mudar quando vê que não está bem e gosto disso. Herrar é o mano.
(-) Os extremos. Tello mantém a sua forma de início de época que se equipara à do ano passado: é incapaz de fintar qualquer jogador que seja mais móvel que um ecoponto. Tão rápido quanto indeciso, raramente se atira para cima do defesa com propósito, com audácia de tentar passar por ele, levando a que o seu processo mental se torça num nó górdio que é incapaz de desatar. Do outro lado, o Silvestre, numa das piores exibições desde a galinha que foi atirada para perto do Roberto aqui há uns anos, foi incapaz de acertar passes, tabelinhas, amortecimentos, you name it. Pareceu a um certo ponto que lhe era complicado manter-se de pé, usar os polegares ou pôr água ao lume. Só faltou dissolver-se numa poça de água e esvair-se dali para fora. Assim percebo a putativa vinda de Corona: os que temos, se continuam assim, não chegam.
(-) A entrada na segunda parte No jogo contra o Guimarães escrevi isto: “Lentos, distraídos, com pouca movimentação no meio-campo e demasiadas hesitações na defesa, foi por nossa culpa que o adversário se impôs durante quase dez minutos e nos empurrou para uma sequência de perdas de bola e bolas paradas defensivas que, com o resultado em apenas 1-0, podia ter corrido mal. Agradeço à equipa ter-me poupado a criatividade de imaginar outras palavras para dizer exactamente o mesmo. E podia somar o resto da exibição, cinzentíssima, sem capacidade de percepcionarem o que deveriam fazer em campo de uma forma construtiva, optando constantemente pelo jogo lateralizado nem sempre bem feito. Houve mais que uma altura em que vi o meio-campo a formar uma linha vertical, com Danilo-Imbula-Brahimi a fazerem lembrar uma espécie de batuta basculante sem propósito nem organização posicional consistente. Foi muito fraco o jogo e muita pobre a exibição.
Pára o campeonato para mais uma absurda jornada de Selecções. Que ninguém se magoe e que voltem com mais cabeça e menos destrambelhamentos. E com o mercado fechado, já agora.
Señor Lopetegui,
É a última jornada antes de fechar o mercado na Europa. Eu sei que ainda ficam a faltar meia dúzia de países e depois ainda há a América do Sul e sei lá mais o quê, mas a Europa fecha. E já sei que ainda tens muitas pontas para dar nós e arestas para limar e opções para tomar, mas o campeonato continua e a Champions não tarda nada e está aí à porta e nós ainda não estamos a mostrar grande coisa. Seria de esperar e como tal não estou super preocupado, mas a sede aperta e se a juntares à vontade de beber então é que estamos bem encaminhados para o pessoal ficar nervoso.
Vi que não convocaste o Aly e não sei se foi a melhor opção. Tu lá sabes mas espero que tenhas explicado ao rapaz que ele não é mau de todo e que lá por ter tido um jogo fraco não quer dizer que seja escorraçado. Não é um Del Neri canhoto, precisa de tempo para se readaptar e para ganhar forma. Estou convcencido que serás o gajo ideal para lhe dar um abraço e para lhe explicar que não precisa de ficar desanimado!
Hoje, mais até que noutros jogos, há que ganhar para oferecer a vitória ao Presidente. O homem ao que parece vai à faca e por isso nada melhor que sair da sala de operações e dizerem-lhe que espetámos seis ao Estoril e que o André André se vestiu de chiquita banana e andou aos saltos em cima da trave. E depois testem se a anestesia ainda está a fazer efeito.
Sou quem sabes,
Jorge
Uma análise directa e quase racional aos potenciais adversários, usando apenas uma palavra ou expressão que possa servir como motivação para os encontrar e/ou para não os encontrar. Decidam vocês qual é qual:
Pote 1: FC Barcelona, Chelsea, Bayern München, Juventus, BENFICA, Paris Saint-Germain, Zenit St. Petersburg, PSV Eindhoven.
Messi, Mourinho, OutrosSeisNão, Alex Sandro, não conta, Zlatan, Hulk, Vingança dos 5-0 em 1988.
Pote 3: Shakhtar Donetsk, Sevilha, Lyon, Dínamo Kiev, Olympiacos, CSKA Moskva, Galatasaray, Roma
Outra vez?!, Vingança de há dois anos, Repetir 2004, Outra vez?!, Outra vez?!, Outra vez?!, Istambul é bonito, Roma também.
Pote 4: BATE Borisov, Borussia Mönchengladbach, Wolfsburg, Dinamo Zagreb, Maccabi Telavive, Gent, Malmö, Astana
Outra vez?!, Vingança da pré-época, Vieirinha, Paulo Machado, demasiado tempo na segurança do aeroporto, Bélgica é bonito, Suécia também, Quem, os ciclistas?.