Ouve lá ó Mister – Dinamo Kiev

Señor Lopetegui,

Yadda yadda hino yadda yadda arrepios yadda yadda de volta à elite yadda yadda espírito de 1987 yadda yadda recuperar o prestígio perdido em Munique yadda yadda mesmo na fase de construção da equipa yadda yadda ucranianos malucos yadda yadda a ver se o Brahimi volta a ser grande yadda yadda cuidado que hoje não há Marcano para tapar as subidas do Layún yadda yadda põe-te fino com o Derlis para não nos marcar como em Basileia no ano passado yadda yadda e o gordo no meio-campo é pôe-lo a bater panças com o Danilo yadda yadda nem vai estar assim tão frio à hora do jogo yadda yadda mísseis de Donetsk não chegam lá yadda yadda se tivéssemos o piçote do Celso que marcou aquele golo de livre yadda yadda claro que o Hulk não vai ver o jogo, nem é perto da terra dele yadda yadda era mesmo fixe ganhar isto yadda yadda para o Benfas ainda falta algum tempo yadda yadda manda o Maxi subir na mesma, carago yadda yadda o Abomba que esteja em bom dia yadda yadda e se o André lhes ganhou, o filho vai ganhar a dobrar yadda yadda sem luvas nem collants que isso é para bichonas yadda yadda o Casillas até podia ter 600 jogos na Champions, tem de defender na mesma yadda yadda não podem pôr Revigrés nas camisolas pelos bons velhos tempos yadda yadda ganhar é bom, empatar também não é mau yadda yadda pelo menos um criativo no meio-campo yadda yadda só depois pensas no jogo de Domingo!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Arouca 1 vs 3 FC Porto

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imagem retirada do MaisFutebol

 

Há dias em que tudo corre bem mesmo quando tudo podia correr mal. Um ervado foleiro, estreias em posições-chave, o equipamento branco (que é lindo mas que mantenho que nos dá azar, seja em que temporada for que o usemos), um árbitro que faz dos cartões o que um flasher de gabardine no parque faz da pila e um adversário lutador e bem preparado. E correu bem porque fizemos por isso, porque nunca desistimos dos lances divididos e mostrámos que jogando razoavelmente bem também conseguimos golos bonitos e jogadas de bom entendimento. Uma boa vitória. Vamos a notas:

(+) André. Quem disser que te pareces com o teu pai em campo só pode estar a falar da entrega e da força que mostra em cada lance que disputa, porque a subir no terreno não é nada como o “velhinho”. Jogou em duas posições diferentes hoje em Arouca, começando como médio “criativo”, deslizando para a ala esquerda depois da saída de Imbula, foi perfeito na forma como interligou a inteligência de Ruben Neves com a simplicidade de processos de Aboubakar, criando uma zona de transição da bola que fez com que até parecesse que tínhamos um número dez. Um Óliver de barba rija, por assim dizer. Duas assistências (uma delas depois de um remate que me faz salivar por mais momentos do género) e um jogo muito positivo.

(+) Aboubakar. Marcou um e falhou vários, mas esteve sempre em jogo e constantemente a aparecer em zonas de perigo e a “pedir” bolas para a finalização. Está a trabalhar muito bem quando recua no arranque da construção das jogadas e tem técnica com os pés, força com o torso e velocidade de raciocínio com a mona, tudo qualidades que lhe permitem continuar a manter Osvaldo no banco e André Silva na B. E parece mesmo um gajo porreiro pela forma como cumprimenta os adversários e lamenta as faltas que ocasionalmente faz. Um senhor, até agora.

(+) Corona. Não fez um jogo fantástico mas os dois golos mostram que aparece bem em zona de finalização e tem a calma para enfiar a bola lá para dentro. Boa capacidade técnica e velocidade elevada fazem com que este rapaz, com um relvado em condições e boa forma física, seja o extremo rápido que precisamos e que Tello, neste momento, não é. Faz lembrar um pouco o Alessandro, um rapaz que por cá passou nos finais dos anos 90 e que tinha uns pés maravilhosos e era rapidíssimo no drible, mas que infelizmente não teve grande sorte na continuação da época. Espero que o percurso de Corona seja bem diferente.

(+) Ruben Neves. Tem dezoito anos, aquele pirralho. E recebe a bola com elegância, passa-a com critério e organiza os lances ofensivos com uma perfeição que me faz pensar no que raio esteve na papa que comeu aqui há meia-dúzia de anos, ainda em cueiros. Não tem a força de Danilo mas traz algo muito mais importante: inteligência na construção do jogo. Quero vê-lo a jogar mais vezes e este tipo de rotação no meio-campo, quando os rapazes se entenderem melhor, vai ser imensamente proveitosa para o fluxo de jogo da equipa. É só esperar, vão ver.

(-) O flanco esquerdo. O entrosamento do flanco direito parecia nascido há alguns anos, com Maxi e Corona a trocarem bola com uma facilidade tal que deu a entender que jogavam juntos desde o berço. Olhando para o outro lado, nem Layun nem Brahimi tiveram um jogo positivo, o primeiro algo nervoso e pouco afoito nas subidas (melhorou para o fim do jogo) e o argelino sem conseguir ser prático nem produtivo. O tempo trará melhorias, estou certo disso, mas por agora é algo a rever.

(-) Imbula Brinca demais e apenas parece conseguir mostrar valor quando tem a bola nos pés, o que nem sempre vai ser possível. Uma falta idiota no final da primeira parte, mesmo à entrada da nossa área, podia ter dado o empate e complicado muito o jogo. Tem de estar mais concentrado durante as partidas.

(-) O irmão do Maicon Ora. Que puta de besta, física e moral. É mais um daqueles canastrões que chega cá com algum nome e se presta imediatamente a marcar a diferença pela estupidez. O encosto que deu em Marcano merecia pelo menos um amarelo (ó Capela, se dás amarelagem a toda a gente e não dás a este, não te queixes de questionarmos os teus critérios) e se vestisse outra camisola e estivesse no Dragão daqui a uma semana, dava origem a arremesso de isqueiros e pontapés à chegada ao túnel. E só se perdiam os que caíssem no chão.


Olha, o campeonato não vai parar mas há um jogo muito importante entre este que acabou e o próximo que dizem que é muito importante. Vamos a Kiev e só podemos esperar sair de lá com pontos. Um ou três, já depende da inspiração dos nossos rapazes. Zero é que não. Certo? Certo.

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Ouve lá ó Mister – Arouca

Señor Lopetegui,

Voltamos ao campeonato naquilo que parece uma pausa dos jogos das selecções, neste calendário que me intriga e me deixa tão desapontado pelo futebol se ter transformado neste processo infindável de macro-competições que só me lixam e não me trazem nada de interessante. O que eu gosto mesmo é de ver o FC Porto a jogar e finalmente vou poder fazê-lo de novo, numa terra onde tenho vários amigos e que é bem simpática. Dizem eles, porque só me lembro de ir para uma casa perto da Serra da Freita apanhar a nassa durante uma passagem de ano. Não deu sequer, no intervalo do álcool, de passear um bocadiho pelo burgo, mas cheira-me que também não vais ter grande hipótese de o fazer. Ao menos vais conhecer Arouca ou as suas imediações, ao contrário do Benfas que nem Aveiro conheceu porque o estádio fica no meio do nada. Mas divago.

Vi que deixaste o Silvestre de fora e depois do último jogo que o rapaz fez, não me espanta nada. Estou é bem esperançado no Corona que já vi a jogar pelo México e tem uns pezinhos bem simpáticos e é rápido e até pode vir a ser um jogador do carago se estiver motivado. Já reparaste que o Tello está naquela fase do “tira o pé que isto magoa”, por isso não te censuro se lhe deres uma hipótese.

E o Abomba na frente também acho que pode ser um gajo cheio de moral, mas não brinques com o moço. Fá-lo ver que nem todos os jogos vão dar para enfiar vários tentos no adversário, mesmo que se chame Arouca e o rapaz esteja habituado. É preciso fazer um jogo sério que estes gajos podem estar em terceiro mas não te podem meter medo. Sim, fizeste a ladaínha do costume, e eles são mais perigosos que uma mulher bêbeda com um cutelo, por isso preocupa-te mesmo com este jogo e deixa o Dínamo para a semana. Há tempo para tudo.

Sou quem sabes,
Jorge

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A camisola de 1921/22

1921-1922CP

Fui às compras no fim-de-semana. Tinha de ser. A cachopa cresce como musgo no lado norte de uma árvore e o que um dia parece grande acaba por deixar de lhe servir na semana seguinte e temo que a miúda, a este ritmo, consiga ganhar bolas de cabeça ao Maicon quando ainda não conseguir pronunciar os “éles” em condições. Assim sendo, dei um salto ao Corte Inglês (à tuga, porque essa merda de dizer inglés não me assenta bem), esgotadas que estavam os gostos e disponibilidades noutras lojas. Enquanto comprava um par de sapatos e me esforçava para me manter calmo enquanto a rapariga tentava diligentemente desfazer todo o trabalho de preparação visual dos items à venda por parte dos logistas, colocando sapatilhas em linha, puxando casacos dos expositores e arrancando meias dos manequins, ia pensando: “ainda não sei onde é a loja do FC Porto aqui neste tasco, tenho de a descobrir”. E lá descobri, a caminho da viatura, escondida por detrás de cinquenta mil maravilhosamente caros pedaços de nada, entre frasquinhos de perfume para gatos e lápis de cera com cores imaginárias (fuschia claro não é uma cor, não me fodam, ou é cor-de-rosa-Warrior ou não conta), com alguns cabides e uma banquinha para os funcionários.

Pus-me a ver o que havia e rapidamente descobri: as camisolas vintage que se vendem no Museu e que também ali havia, timidamente expostas numa zona lateral. Ao lado das novas, cheias de tecnologia e anti-perspirantes e pequenos saquinhos de morfina para as dores e sei lá o que raio mais conseguem enfiar em trezentas gramas de poliéster, havia réplicas de boa qualidade em algodão grosso à antiga, com detalhes curiosos e uma nostalgia quase palpável. Não hesitei, afinal já andava há algum tempo para adicionar uma à minha colecção (que continua simpática actualmente nas trinta e cinco vestimentas do meu clube) e escolhi a de 1921/22, que marcou a primeira vitória do FC Porto no recém-formado Campeonato de Portugal, que nos deu o primeiro título oficial a nível nacional. Tê-la nas mãos, segurar aquele pedaço de algodão que tão pouco tem de autêntico para lá do selo que o reserva como produto oficial mas que aparece quase cem anos depois de o ser, foi um momento quase sagrado, de homenagem, de vivência portista e de orgulho. Imagino-me no Campo da Constituição, a roçar-me na lama com os contactos físicos do foot-ball que era tão diferente e ao mesmo tempo tão similar. Gritava para os meus colegas, corria alegre a pedir a bola, deslizava feliz com um sorriso enorme por estar na mesma arena que imortais, perto dos Deuses sem q…até a pirralha chegar perto de mim e perguntar: “papá, tashacumpáracamijola?” e a magia transformou-se.

No fundo são estas pequenas coisas que fazem de um adepto de um clube alguém diferente dos outros mortais que acham que o futebol se reduz a correria e fotos no instagram. São estes pequeníssimos prazeres, estas memórias que não temos mas que aparecem naturalmente na nossa alma e que nos deixam felizes sem sabermos muito bem porquê.

NOTA: para lerem mais sobre esta primeira vitória, façam o favor de dar um saltinho à página do Paulo Bizarro, aqui. Garanto que não vão dar o tempo por mal empregue. Com ele raramente aconteceria, garanto.

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Dragão escondido – Nº35 (RESPOSTA)

A resposta está aqui em baixo em toda a sua plenitude capilar:

dragao_escondido_35_who

 

Edmilson Gonçalves Pimenta chegou do Salgueiros no Verão de 1995 e foi um elemento importante na conquista do Bi por Sir Bobby e do Tri por Oliveira. Rápido e esvoaçante com os seus longos cabelos loiros, a Rapunzel da ala direita brilhou nas Antas com os seus dribles rápidos e pela técnica evoluída que mostrava sempre que era colocado em campo. Marcou 30 golos em 84 jogos com a nossa camisola e saiu depois de apenas dois anos para uma fugaz passagem pelo PSG, de onde regressou a Portugal para jogar no Sporting durante mais quatro anos.

Na foto podemos ver Edmilson numa das suas tradicionais poses de bailarina, com os braços bem levantados a passar por um rapaz de uma das “bestas negras” (literalmente, pelo equipamento que usavam) que encontrámos durante os anos 90, o Tirsense. Neste jogo, disputado nas Antas no dia 17 de Dezembro de 1995, vencemos por 5-0 com golos de Emerson, Rui Barros, Latapy (2) e Folha, que entrou a substituir o brasileiro aos 70 minutos.

Entre as tentativas falhadas:

  • Artur – Só chegou ao FC Porto em 1996/1997, vindo do Boavista.
  • Barroso – Ler acima, substituir “Boavista” por “Braga”.
  • Bino – O actual técnico dos sub-17 do FC Porto estava no plantel e entrou aos 79 minutos para o lugar de Drulovic.
  • Domingos – Seria uma boa hipótese e foi titular neste jogo, mas os braços levantados eram só na celebração dos (muitos) golos que marcou…
  • Drulovic – Titular indiscutível durante a época, esteve presente neste jogo mas não era ele. Pronto.
  • Iuran – Já não fazia parte do plantel, saiu em 1995 para o Millwall.
  • Kostadinov – Andava por terras germânicas a defender as cores do Bayern Munique.
  • Lipcsei – O Valeri húngaro fazia parte do plantel mas não esteve neste nem em vários outros jogos…
  • Mielcarski – Já se tinha lesionado e estava em recuperação
  • Zé Carlos – O eterno “terceiro central” era bem mais corpulento que o compatriota…

O vencedor foi Nuno Moreira que deu a resposta certa via Twitter apenas OITO minutos depois de começar o passatempo. A sério, tenho de arranjar alguns mais complicados…

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